OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 19 de setembro de 2017

PARA APRENDER, A MENTE PRECISA ESTAR TRANQUILA

"Para descobrir algo novo, você precisa começar por você mesmo; precisa iniciar uma jornada completamente despojado(a), especialmente de conhecimento, porque é muito fácil, mediante o conhecimento e a crença, ter experiências, mas elas são simplesmente o produto da autoprojeção, por isso totalmente irreais, falsas. Para descobrir por si mesmo o que é novo, não é bom carregar o peso do velho, especialmente o conhecimento, por mais incrível que ele seja. Usamos o conhecimento como um meio de autoprojeção, de nos manter seguros, e acreditamos que estaremos certos apenas se tivermos as mesmas experiências que Buda, Cristo ou X tiveram. Porém, um homem que está se protegendo constantemente com auxílio do conhecimento, é óbvio que não é um buscador da verdade...

Para a descoberta da verdade não há caminho... Quando se quer encontrar algo novo, quando se está experimentando alguma coisa, a mente tem de estar muito tranquila, certo? Se a mente está sobrecarregada, repleta de fatos e conhecimento, estes atuam como um impedimento ao novo. Para a maioria de nós, a dificuldade é que a mente se torna tão importante, tão predominantemente significativa, que interfere constantemente em qualquer coisa que possa ser nova, em qualquer coisa que possa existir simultaneamente com o conhecido. Por isso, o conhecimento e a aprendizagem são impedimentos para aqueles que buscam, tentam entender aquilo que é eterno." 

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 22)

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

SENDAS PARA A MESMA META (PARTE FINAL)

"(...) A Estrela Mística simboliza a luz que está distante e, no entanto, está perto, transcendendo todas as luzes menores que, imanente no coração de cada homem, são apenas seus reflexos. Demonstra-se então que todas as crenças são igualmente o Caminho da Estrela, enquanto todos os grandes atributos - Poder, Sabedoria, Amor, Beleza, e Alegria - são como aspectos dessa Realidade Una.

Uma vez que o caminho está oculto no coração do homem, não é de admirar que ele tenda a vaguear por caminhos que com muita frequência levam à falsidade e à superstição, que ele confunde com a verdade. O ritual mostra onde jaz a essência da senda que todos os Grandes Instrutores proclamaram.

Toda bela forma ritual tem como utilidade mostrar que a verdade por ela corporificada está impressa naqueles que participam, mais eficazmente do que qualquer nua apresentação de fatos poderia realizar.

É chegado o momento em que será reunido, em um todo, o conhecimento conquistado em diferentes campos através das pesquisas de especialistas, para que possamos ver os diversos processos evolutivos como parte de um plano. Similarmente, as crenças do mundo precisam ser compreendidas como preenchendo as mesmas necessidades humanas; homens e mulheres, de diferentes nacionalidades e raças, desempenhando diferentes funções, têm de compreender sua inseparabilidade, sua complementaridade e valor mútuo. Descemos na diferenciação de todo tipo; devemos 'ascender' à unidade da fraternidade. O ritual da Estrela Mística tem por objetivo lembrar-nos e ajudar-nos a ascender."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 91/92)


domingo, 17 de setembro de 2017

SENDAS PARA A MESMA META (1ª PARTE)

"Aquilo que o mundo mais precisa atualmente é de fraternidade, primeiramente no coração do homem e, como seu reflexo, em uma síntese de suas partes e funções dispersas desse mundo. Essa síntese deve ser produzida por meio de uma crescente compreensão de unidades, através da dedicação àquelas unidades das diferenças que jazem à nossa volta por todo lado. 

O ritual da Estrela Mística⁶, teosoficamene inspirado, apresenta, em forma cerimonial e simbólica, certas verdades fundamentais a todas as grandes religiões. À medida que é representado, mostra-nos que todas as religiões, todas as invocações necessárias, levam à meta única, centrada em torno do propósito único da integridade de viver no qual jaz a possibilidade de realização para cada ser humano. Seja o homem um servente ou um governante, um artista ou um curandeiro, ele deve dedicar ao Supremo sua vocação e as qualidades que são necessárias à sua realização, rompendo assim a divisão entre secular e espiritual que, entre outras barreiras, serve para estreitar e confinar o espírito humano.

Aqueles que participam do ritual ocupam seus lugares em um círculo no nível do chão; o altar fica situado no centro. O todo é uma expressão simbólica do fato de que em relação ao santo dos santos - que é a presença divina - nossas diferenças de estados e função externas são como arcos de um círculo; que, mesmo a pessoa que dirige, é apenas um administrador entre iguais, prestando a mesma homenagem que seu assitente mais inferior àquilo que é, ou deveria ser, sagrado para todos.

O altar é velado por um pano que representa os signos do zodíaco, para mostrar que a natureza, cuja revolução incessante é muito sublimemente simbolizada por essas estrelas, é apenas uma vestimenta de Deus, que é a Realidade oculta, as trevas que nenhuma luz humana consegue compreender. Gradualmente, a iluminação chega sob muitas formas segundo as necessidades florescentes dos tempos.

Esta cerimônia demostra que existe apenas uma verdade que é apresentada sob muitos símbolos: existe apenas um caminho, e a fonte de nossa inspiração é uma e a mesma. Voltamo-nos para diferentes direções com relação ao altar, mas é um altar, embora com muitas luzes. (...)"

⁶ Ritual criado por C. Jinarajadas no início do século 20, que visava apresentar publicamente as verdades das grandes religiões, como provenientes da mesma Grande Fraternidade Branca, e ainda é celebrado antes de todas as Convenções da Sociedade Teosófica Internaciona na Índia. (N.E.)

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 90/91)


sábado, 16 de setembro de 2017

QUEM SOU EU?

"(4:27) Alguns, guiados pelo discernimento, oferecem as atividades de seus sentidos e a energia nelas contida ao fogo do autocontrole. (Perguntam a si mesmos: 'Quem está vendo? Quem está ouvindo? Que força me motiva a experimentar essas sensações?')

O método de oferecer a consciência egóica à expansão cósmica acaba por suscitar a pergunta: 'Quem sou eu?' Primeiro, a pessoa quer saber: 'Quem está comendo?', 'Quem anda quando meu corpo se desloca?', 'Quem, de fato, respira?', 'Quem pensa?', 'Quem reage com pensamentos positivos ou negativos?', Quem está fazendo estas perguntas?'

E, rematando tantas indagações, de novo: 'Quem sou eu?'

Essa é a abordagem do Gyana Yoga (o caminho do discernimento), que todos deveriam adotar em sua sadhana (prática espiritual). Examine-se enquanto come, anda, respira, conversa, pensa. Faça um esforço mental para distanciar-se de seu corpo e mente. Torne-se o observador silencioso de seu próprio eu. Aos poucos, irá se sentir interiormente desapegado e aceitará seu ser como uma outra realidade: a alma divina que apenas sonha tudo aquilo que acontece fora dela."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 199


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

SIMPLICIDADE

"Simplicidade não significa mero ajustamento a um padrão. Requer-se muita inteligência para sermos simples, e não apenas que nos ajustemos a determinado padrão, por mais nobre que ele se nos afigure, exteriormente. A maioria de nós, infelizmente, começa a ser simples nas coisas exteriores, é bem fácil ter escassas posses e estar satisfeito com poucas coisas; contentar-se com pouco e talvez dividir este pouco com outros. Porém, uma simples manifestação exterior de simplicidade, nas coisas, nas posses, não implica, por certo, simplicidade interior. Porque, nas condições atuais do mundo, estão-nos sendo impostas cada vez mais coisas, exteriormente. A vida se está tornando cada vez mais complexa. Para fugir de tal situação, procuramos renunciar às coisas ou desapegar-nos delas — de automóveis, casas, organizações, cinemas, e das inumeráveis circunstâncias que nos assaltam do exterior. Pensamos que, pela renúncia, seremos simples. Já houve muitos santos e muitos instrutores que renunciaram ao mundo; parece-me, no entanto, que tal renúncia, por parte de qualquer de nós, não resolve o problema. A simplicidade fundamental, real, só pode vir à existência interiormente, e daí manifestar-se, exteriormente, como expressão. Como ser simples — eis o problema: porque a simplicidade nos torna mais e mais sensíveis. A mente sensível, o coração sensível, é essencial, porque capaz de rápido percebimento, rápida receptividade.

Sem dúvida, só podemos ser interiormente simples, quando compreendemos os inumeráveis empecilhos, apegos, temores, em que estamos aprisionados. Entretanto, de modo geral, gostamos de estar presos a pessoas, posses, ideias. Gostamos de ser prisioneiros. Interiormente, somos prisioneiros, embora exteriormente pareçamos muito simples. Interiormente somos prisioneiros dos nossos desejos, das nossas necessidades, de nossos ideais, de inumeráveis impulsos. A simplicidade não pode ser achada, se não somos livres interiormente. Por conseguinte, ela deve começar de dentro, e não de fora."

(Krishnamurti, A Primeira e Última Liberdade, Ed. Cultrix, São Paulo - p. 75/76)