OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

MEDITAÇÃO - O CAMINHO PARA ALCANÇAR DEUS

"'Quem quer ser um pianista de concerto haverá de praticar no piano doze horas por dia. Se, em vez disso, a prática dessa pessoa consiste em tocar as teclas do piano desanimadamente alguns minutos por dia, essa pessoa jamais será um bom pianista.

'O mesmo se dá com a busca de Deus. De que modo você espera encontrá-Lo se você tenta isso muito pouco?

'É muito difícil alcançar Deus. Se até mesmo um concertista deve trabalhar duro para obter êxito na sua profissão, imagine quanta aplicação deve ter o devoto na sua meditação a fim de compreender o Infinito!

'Entretanto, eis aqui um pensamento animador: todos os que se esforçam com sinceridade na senda espiritual certamente alcançarão o seu objetivo. O mesmo não se pode dizer das ambições materialistas. Não é qualquer um que pode se tornar um pianista famoso, independentemente dos seus esforços. Pois em toda área há, nos patamares mais elevados, espaço para bem poucos. Entretanto, todos os homens podem igualmente reivindicar sua qualidade de filhos diante do Pai Celestial.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 168)


quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O SOM DOS MANTRAS

"O som dos mantras tem a virtude de transformar impulsos e tendências. O vocábulo mantra significa aquilo que protege e salva, quando repetido na mente. Vibre sempre os mantras dentro de sua mente. Isto prevenirá o mal falar, conversas sem propósito, maledicência e escândalo. Fale somente quando seu falar seja essencial e só tanto quanto necessário. Fale docemente e sem quaisquer reservas ou circunlóquios.

Não existe mentira (mithya) na verdade (sathya). Mas, no universo ilusório (mithya jagat), você tem de pesquisar a verdade (sathya) e chegar a experienciá-la. Poderá fazê-lo, se limpar sua mente de todas suas modificações e modulações. Que seja ela transmutada de sua presente confusão complexa em algo como o céu, o qual não conserva qualquer marca, não obstante através dele milhões de pássaros voem e centenas de aviões o cruzem. Torne-se isento, inatingível, desapegado. Tal é o sadhana (caminho disciplinar) que lhe des-velará a Realidade."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 168/169)

terça-feira, 31 de janeiro de 2017

A NINFA OCULTA NO BLOCO DE MÁRMORE

"Sócrates é, geralmente, conhecido como um grande filósofo, mestre do divo Platão - mas poucos sabem que ele era também um exímio escultor.

Um dia recebeu Sócrates um pedido do Prefeito de Atenas para esculpir a estátua de uma ninfa a ser colocada num bosque ao pé de uma fonte.

O filósofo aceitou a encomenda. Sem tardança, mandou vir o bloco de mármore branco, de Paros, e pôs mãos à obra.

Depois de mentalizar intensamente a efígie da ninfa, empunhou o martelo e foi desbastando o bloco de mármore. Grandes lascas voaram para a direita e para a esquerda da oficina.

Depois deste trabalho rústico, o escultor pôs de parte o martelo e outros instrumentos pesados, e começou a trabalhar com ferramentas mais delicadas, como o cinzel, e, por fim, serviu-se dum finíssimo esmeril para dar acabamento à estátua.

Finalmente, estava na oficina do escultor uma efígie de imaculada alvura, uma figura de jovem esbelta, como os antigos imaginavam as divindades dos bosques e das águas. Tão leve era o aspecto da ninfa que parecia flutuar livremente no ar; parecia antes uma entidade astral do que uma estátua material.

Por quê?

Porque ele não aceitava ter esculpido a ninfa: ela já estava oculta naquele bloco de mármore, desde o início, e muito antes de ser visível. Eu, dizia Sócrates, já via a ninfa no dia em que fui buscar o bloco de mármore; apenas retirei dele o que a ocultava aos olhos dos que não a podiam ver antes disso; nada acrescentei, apenas retirei o que a encobria.

Sócrates dizia uma grande verdade. Ele era um grande intuitivo. Viu o que os outros não viam. No ser humano via ele muito mais do que o corpo material - via a alma imaterial. Mas, como nem todos podem ver o invisível, é necessário que alguém desbaste o bloco bruto e amorfo, para que apareça a ninfa que nele está oculta.

Muitas vezes é a dor esse escultor carinhosamente cruel. Parece odiar o bloco bruto, de tanto amor que lhe tem. E, se o bloco humano não se defende contra as marteladas do sofrimento, a ninfa divina da sual alma pode manifestar-se.

Mas, se o homem passa a vida em brancas nuvens, como diz o poeta, nada acontecerá.

'Quem pela via passou em brancas nuvens.
Em plácido docel adormeceu
Quem pela vida passou e não sofreu
Não foi homem, é projeto de homem.
Que passou pela vida e não viveu!'

O mundo está repleto desses projetos de homens, assim como uma jazida de mármore está repleta de projetos de ninfa.

O projeto de homem só conhece o gozo - e nada sabe da felicidade. E passa a vida toda em brancas nuvens, trocando gozos por felicidade. E, quando alguém procura mostrar-lhe o que é felicidade, o projeto de homem gozador diz que felicidade é utopia e misticismo de sonhadores que não conhecem a vida.

Para tirar de um bloco bruto de uma efígie de beleza, deve o escultor, acima de tudo, ter a intuição daquilo que ainda não existe materialmente; deve poder ver para além dos véus da matéria; deve poder conceber antes de dar à luz a sua ninfa, mesmo por entre as dores de uma longa gestação.

Toda a felicidade passa pelo sofrimento prévio. Toda a alvorada é a luz que segue às trevas da noite."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed, Martins Claret, São Paulo, 2004 - p. 61/62)


segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

POR QUE NÃO RECORDAMOS NOSSAS VIDAS PASSADAS?

"P: Já foram explicados os sete princípios: à luz deles, como se explica a completa falta de memória com relação às nossas vidas passadas?

T: Muito facilmente. Os 'princípios' que chamamos físicos² desintegram-se depois da morte, ao mesmo tempo que seus elementos constitutivos, e a memória junto com o cérebro. Essa memória desvanecida de um corpo que desapareceu não pode recordar nem registrar coisa alguma na posterior encarnação do Ego. Reencarnação significa que esse Ego deve ser dotado de um novo corpo, novo cérebro e nova memória. Seria tão absurdo esperar que essa memória se lembrasse daquilo  que nunca pode registrar, como resultaria inútil examinar no microscópio uma camisa de um assassino, em busca de manchas de sangue, se não era essa a roupa que ele vestia na ocasião do crime. Não é a camisa limpa a que deve  ser interrogada; mas, se a outra foi queimada e destruída, como encontrar a resposta?"

² A saber: o corpo, a vida, os instintos passionais e animais, e o fantasma astral - ou eidolon, de cada homem, seja percebido em pensamento, por nosso olho mental, ou objetivamente e separado do corpo físico; cujos princípios chamamos: Sthula sharira, Prana, Kama-rupa e Linga sharira. Nenhum desses princípios é negado pela ciência, embora os chame de modo diferente.

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 130/131)


domingo, 29 de janeiro de 2017

O UNIVERSO TRANSCENDENTE E IMANENTE

"Quem admite um Deus-pessoa, um Deus individual, não pode, logicamente, admitir um Deus onipresente (ou imanente), porque qualquer realidade individualizada se acha localizada em determinado ponto do espaço; só um Deus universal é que pode ser um Deus onipresente. Vida individualizada só pode existir em determinados veículos individuais; mas a Vida Universal é uma realidade onipresente.

A Realidade ou Vida Universal, o Deus Transcendente (Divindade), é chamada na filosofia oriental o 'Brahman Imanifesto' - ao passo que a Realidade ou Vida Individual, o Deus Imanente, e apelidade de 'Brahman Manifesto' ou o Brahma, que no homem se chama 'Atman'. Esse 'Brahma' ou 'Atman' corresponde ao 'Lógos' dos filósofos gregos, termo que, através do autor do quarto Evangelho, entrou no Cristianismo Cósmico: 'No princípio era o Lógos, e o Lógos estava com Deus, e o Lógos era Deus... Nele estava a Vida, e a Vida é a Luz dos homens; a Luz brilha nas trevas, e as trevas não a prenderam... E o Lógos se fez carne e ergueu habitáculo em nós, cheio de graça e de verdade; e da sua plenitude todos nós recebemos'.²

Carl G. Jung chama a Realidade Imanifesta ou Deus Transcendente, o 'Inconsciente'. Victor E. Frankl escreveu um livro sobre o 'Deus Inconsciente' (Der Unbewusste Gott), entendendo com esta palavra o elemento divino no homem, para além da barreira do seu consciente.

Convém, todavia, não identificar esse 'Inconsciente' com a ausência do 'Consciente', mas sim com a ilimitada plenitude do 'Consciente'. Deus, a Divindade, é o grande 'Inconsciente' do ponto de vista do nosso limitado 'Consciente' humano, individual; mas em si mesmo é esse 'Inconsciente' o 'Oniconsciente', da mesma forma que a Infinita Plenitude da Realidade é, para a nossa limitada percepção, a Infinita Vacuidade do Irreal. Quem fita em cheio o globo solar não enxerga luz, mas treva - treva por excesso de luz, porque a retina visual sucumbe ao veemente impacto da luz solar, não reagindo à ação da mesma. 'Ninguém pode ver a Deus (Divindade) e ainda viver'. Nenhum ser individualmente realizado pode ser o Ser Universalmente Real. o consciente individual não registra a presença da Divindade, cuja Plenitude lhe é Vacuidade.

O 'Ente Absoluto', que 'é', não pode ser verificado por nenhum 'Existente Relativo', que apenas 'existe', precisamente porque 'ex-siste', quer dizer 'colocado para fora', produzido como efeito. O 'Ente Absoluto' simplesmente 'é', ou 'siste', e por dizer de si mesmo 'Eu sou o que sou', eu sou o 'Ser', o 'Yahveh', palavra hebraica para 'Ser'. O que teve princípio e pode ter fim não 'é', mas apenas 'existe'; só o Eterno, o Absoluto, o Todo, o Universal, o Ser 'é', e nunca pode deixar de ser, porque a sua íntima e indestrutível essência é ser. Nós, e todas as creaturas, existimos precariamente, e poderíamos também não existir, porque como creaturas não 'somos', mas apenas 'existimos'. A Divindade, porém, 'é' com infinita necessidade e veemência, e nunca pode deixar de ser."

² O 'Brahma' seria o Lógos pré-encarnado, o Cristo Cósmico - ao passo que o 'Atman' seria o Lógos encarnado, o Cristo Telúrico, o Cristo Jesus.

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 46/48)