OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 31 de julho de 2016

O QUE É RETA AÇÃO? (PARTE FINAL)

"(...) Se somos verdadeiramente ocultistas devemos compreender o que é útil e o que não é, usando nosso próprio desenvolvimento interior. Obviamente que matar ou fazer coisas piores não são retos meios de se ganhar a vida. Também não o é trapacear. Mas muitas pessoas não dirão a verdade porque é importante para elas não informar aos outros que seu próprio meio de vida dependa da obediência. A reta conduta não é fácil, mas um dos primeiros passos no caminho é jamais tolerar fazer o que é errado.

A conduta está ligada a ideias do que é certo e errado. Muitas pessoas que fazem crueldades não são pessoas ruins, porém foram colocadas em situações onde sentem que a vida exige que sacrifiquem seus escrúpulos. Se o homem é superior às outras criaturas é uma questão importante sobre a qual cada pessoa deve ter ideias claras. Todas as coisas estão crescendo e, mais cedo ou mais tarde, atingirão o estágio humano. Antes dessa época, se a consciência nelas se fortalecer, elas podem mudar e parar de fazer algumas coisas que pareciam certas anteriormente.

O reto meio de ganhar a vida está de algum modo ligado ao medo com o qual a pessoa pode nascer. Existem algumas crianças que têm medo de tudo e se agarram às suas mães, e outras, em circunstâncias similares, que correm por aí livremente. Por que será que elas têm que experienciar o que as outras não têm? 'Nossas' vidas afetam a vida dos outros, e eles também são auxiliados pelo modo como nos comportamos. Ao se ter mais consideração, gentileza e compaixão e menos egoísmo, pode-se produzir uma mudança e uma sociedade menos brutal. Quando compramos algo numa loja, o produto pode parecer bom, mas a história por trás de alguns produtos pode não ser tão boa.

O que é reta ação, e reto meio de se ganhar a vida? Isto faz parte do que o Buda ensinou. Quanto menos mal se causar, melhor, e existe a necessidade de se praticar isso antes de podermos fazer coisas mais difíceis."

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Theosophia, Ano 101, Abril/Maio/Junho 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 47/48) 

sábado, 30 de julho de 2016

O QUE É RETA AÇÃO (1ª PARTE)

"Os budistas, de um ponto de vista puramente técnico, não podem pertencer a nenhum exército. O exército é dirigido por todo tipo de pessoas que podem ter seus próprios motivos para criar uma guerra, ou para produzir tensão. Os oficiais, soldados, e quem quer que esteja preso nisso mecanicamente, faz o que quer que se lhes ordene sem considerar que possa haver algo de errado nos objetivos. Consequentemente, alguém que esteja decidido a viver a vida espiritual, ou o reto tipo de vida, não fará parte de um exército. Há muitas pessoas que dirão que não é bem assim. O Bhagavad-Gita, por exemplo, diz: 'Continue lutanto, Arjuna'. As palavras 'continue lutando' referem-se a lutar no nível físico, ou terá todo o Gita um significado diferente?

Existem milhões de pessoas que estão engajadas em negócios ligados à guerra. Investir em armas de guerra e fabricá-las é apenas uma delas. Existem muitos cientistas engajados nesse negócio mais do que em propósitos pacíficos. Tal fato deve ser considerado por qualquer um que esteja trilhando a senda ou que queira trilhá-la. Ele quer engajar-se em atividades que causam danos aos outros?

É bastante comum encontrar pessoas ingerindo bebida alcoólica. Isso significa que muitas outras pessoas estão engajadas nesse negócio, preparando a bebida e vendendo-a. Trabalhar com tal produto é acessório para várias outras atividades. Muitas coisas que usamos são produzidas sem levar em consideração o fato de que podem afetar as vidas de outros seres. As pessoas tendem a usar animais para experiências, para fazer produtos mais belos e para outros propósitos. Os pobres animais são torturados e mortos em larga escala sem qualquer razão aparente. Somos nós, como membros da Sociedade Teosófica, cuidadosos a respeito daquilo que compramos? Compramos, até onde sabemos, coisas que não afetem as vidas inocente de outras criaturas? Milhões de criaturas são afetadas, mortas, torturadas e maltratadas de muitas maneiras, porque o homem quer usar os produtos.

Nos Estados Unidos, querem ter o cuidado de não causar dano aos seres humanos; contudo fazem coisas terríveis a outras criaturas para garantir que nenhum dano seja causado aos seres humanos. Felizmente, na Inglaterra e na Europa, muitos experimentos foram extintos e substituídos por outros métodos mais humanitários. Agora se pode descobrir se uma droga ou outros produtos são úteis ou não por outros meios que não o sofrimento causado aos animais. Antes, milhares de criaturas eram feridas e maltratadas em nome do assim chamado progresso.

(Radha Burnier - O rio da vida - Revista Theosophia, Ano 101, Abril/Maio/Junho 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 46/47) 


sexta-feira, 29 de julho de 2016

CONFIANÇA: VOCÊ É FILHO DO INFINITO

"A Consciência Espiritual Criativa mora na alma do homem, que com ela pode fazer o que quiser, pois foi criado à imagem e semelhança de Deus, ou seja, com poderes ilimitados. O homem é senhor de seu destino quando aceita e usa essa força dada por Deus. A única limitação é a que ele próprio se impõe com seus pensamentos. 'Pensamentos são coisas': eis um fato psicológico muito conhecido. A frase em Provérbios: 'Aquilo que um homem pensa em seu coração, isso ele é', constitui uma verdade que já revolucionou e transformou a vida de milhares de pessoas.

Cultive a consciência de que o Espírito Divino é seu próprio Pai e dono do universo inteiro com toda a abundância nele contida. Você, como Seu filho bem-amado, tem o direito absoluto de possuir tudo, como Ele mesmo possui. Jamais ore pedindo seja lá o que for, mas apegue-se ao pensamento de que tudo já é seu, bastando-lhe apossar-se de qualquer coisa com a confiança infinita e natural de um filho de Deus.

Não seja um pedinte! Conscientize-se de uma vez por todas de que é o filho de Imperador do Universo."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 39/40)


quinta-feira, 28 de julho de 2016

SOFREDORES PROFANOS E INICIADOS (PARTE FINAL)

"(...) A amargura máxima do sofrimento não está no fenômeno externo dele, mas na atitude interna do sofredor. E essa correta atitude interna supõe autoconhecimento. Quando o sofredor sabe que não é o seu Eu divino, mas apenas o seu ego humano que sofre, então pode ele sofrer serenamente, e mesmo sabiamente - talvez até jubilosamente, por saber que ele está construindo a 'única coisa necessária que nunca lhe será tirada'.

A maior acerbidade do sofrimento, como dizíamos, está na sua absurdidade, no seu aspecto paradoxal, no seu caráter antivital e antiexistencial - mas esse aspecto não vem do sofrimento em si, mas unicamente da falsa perspectiva do sofredor. O sofrimento do sofredor profano é necessariamente absurdo, paradoxal, antivital, antiexistencial, e é capaz de levar o sofredor à revolta, à frustração, ao suicídio, ou ao inferno em plena vida.

É pois de suprema sabedoria que o homem mude de perspectiva e atitude - e isto, não quando vítima de uma tragédia, mas em tempos de paz e bonança. Dificilmente, o sofredor alcançará essa serenidade durante o sofrimento, se, antes dele, não a tiver alcançado. O remédio contra as dores não deve ser tomado apenas na presença delas, mas antecipadamente, em tempo de saúde e tranquilidade. O remédio é, sobretudo, uma profilaxia, e não somente um corretivo. O homem deve vacinar, imunizar todo o seu ser com o soro da verdade sobre si mesmo, para que, na hora da tragédia, não sucumba ao impacto das bactérias mortíferas da revolta e do desespero.

Tenho assistido a cenas de desespero ao pé de um caixão mortuário ou de um túmulo aberto - e é inútil tentar aliviar o sofrimento dos sobreviventes, quando lhes falta uma base de longos anos, uma vivência na verdade do seu próprio ser. O remédio para a hora da tragédia tem de ser dado meio século antes da eclosão da tragédia, durante os meses e anos da sua incubação.

Quem enxerga o porquê da sua existência terrestre apenas nos gozos, já está em véspera de frustração. Quem confunde os objetivos da vida - fortuna, prazeres, divertimentos - com a razão-de-ser de sua existência - autoconhecimento e autorrealização - é um profano, um exotérico, e não pode encontrar conforto na hora do sofrimento. É suprema sabedoria iniciar-se na verdade do ser humano desde o princípio. Todos os objetivos da vida têm de ser integrados totalmente na razão-de-ser da existência."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 33/34


quarta-feira, 27 de julho de 2016

SOFREDORES PROFANOS E INICIADOS (1ª PARTE)

"O problema não é sofrer ou não sofrer - o problema está em saber sofrer, ou não saber sofrer.

Nenhum homem profano sabe sofrer decentemente - mas todo o iniciado pode sofrer serenamente, e até jubilosamente.

Que se entende por profano e iniciado?

Profano é todo aquele que está pró (diante) do fanum (santuário); é todo o exotérico que contempla o santuário do homem pelo lado de fora, e nunca entrou no seu interior. Que sabe esse profano, esse exotérico da realidade central de si mesmo? Ele, que passa sua vida inteira a se interessar somente pelas periferias externas da sua vida?

Iniciado é aquele que realizou o seu inire, o seu ir para dentro, a sua entrada no santuário de si mesmo; esse é um esotérico, um iniciado.

O profano é ignorante - o iniciado é sapiente da sua própria realidade.

O profano, o ignorante, o analfabeto de si mesmo, não pode sofrer resignado; revolta-se necessariamente contra o sofrimento, que atinge todo o seu ego humano, única coisa que ele conhece. Para todo o profano, o sofrimento é um terremoto, um cataclisma, uma tragédia arrasadora. Este caráter negativo do sofrimento não vem do próprio sofrimento, mas vem da ignorância e ilusão do sofredor.

Dificilmente, poderá o sofredor modificar as circunstâncias externas da sua vida; que estão além do seu alcance, e por isto não pode abolir ou suavizar a sua dor.

O que o sofredor pode modificar é somente a substância interna de si mesmo, a atitude do seu Eu central, a sua consciência - e com esta nova perspectiva de dentro, o fenômeno externo do sofrimento adquire um aspecto totalmente diferente. Se o sofrimento não pode ser amável, pode ser pelo menos tolerável.

Todo o sofrimento, repetimos, é tolerável, quando o homem pode tolerar a si mesmo. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 32/33