OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 11 de novembro de 2015

INOCÊNCIA

"Inocência é a qualidade inerente às crianças que, juntamente com sua inexperiência e naturalidade, são responsáveis por seu enorme encanto. Estamos todos familiarizados com a citação, 'A não ser que...vos torneis como criancinhas, não entrareis no reino dos céus', que é o estado ou consciência espiritual, que ao ser penetrado confere um segundo nascimento. 

A alma vem a cada encarnação desprovida de memórias prévias - início melhor não é possível. Por causa de inexperiência e falta de percepção aprendemos os caminhos do mundo com muita rapidez; nossa grande necessidade é esquecê-los. A inocência não deve ser interpretada como mera falta de conhecimento; o conhecimento deve ser acrescido à inocência sem destruí-la.

Somos inocentes no devachan ou céu, quando nos despimos de nossa vestimenta de má vontade, preconceito e paixões pessoais. Mas, em cada nova encarnação, a consciência da entidade reencarnante torna-se imperceptivelmente aprisionada numa multifacetada colmeia de memória com grande quantidade de cera, que é manufaturada pela interação entre a consciência e as sensações que experimenta. É verdadeiramente da fina clausura desta memória, elaborada com o tecido de cada tendência embutida e transmitida, que a alma tem de ser liberta.

A reta memória é um dos passos do Nobre Caminho Óctuplo. Essa memória, na medida em que é subjetiva, corporificando cada impulso contínuo, é um organismo vivo, pulsante, que atua com automatismo mecânico. É verdadeiramente em nosso passado, a herança de nossos momentos de iniquidade, a que estamos presos e retidos. É a rede da qual precisamos libertar-nos. Colmeia, clausura, rede são todas figuras para descrever nosso aprisionamento psicológico.

Dizem que nossa memória, que é do passado, deve tornar-se uma veste fria destituída de qualquer conteúdo vivo. Devemos cessar de ter quaisquer reações aos incidentes aí registrados. Isto é libertar-se do karma, os elos e apegos do tempo. Involução nessas memórias que nascem do contato, para usar uma frase do Bhagavad-Gita, é involução no karma, que é autocriado. Karma, memória, tempo são todos contínuos com a rede de reações que constitui nossa entidade pessoal. A dissolução dessa entidade pessoal é verdadeira inocência. Quando o homem atinge essa inocência, ele considera o mundo com olhos não egoístas, sensíveis e receptivos; e todas as coisas na Natureza são seus tutores."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 76/77)


terça-feira, 10 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (PARTE FINAL)

"(...) Sadhu Vaswani não apenas sentia 'compaixão' pelos pobres; ele verdadeiramente sofria as dores deles como se fossem suas dores. Frequentemente chorava ao ver uma pessoa em aflição. 'Não existe morte', ele nos ensinou certa manhã: 'a morte é uma ilusão, e devemos aprender a transcendê-la'. Mais tarde, nesse mesmo dia, ele foi chamado a permanecer ao lado de uma mãe idosa que havia perdido seu único filho num acidente aéreo. Ela chorava amargamente, e os olhos dele marejavam. Posteriormente nós o questionamos: 'Esta manhã você nos ensinou que a morte é uma ilusão. Qual, então foi a razão das suas lágrimas?' E ele respondeu: 'Quando estava sentado ao lado da velha mãe, senti que eu era ela.' Terá sido também esta a razão pela qual Jesus chorou quando sentou ao lado da irmã de Lázaro? 

Para todos os grandes seres, ajudar o próximo não era um dever, nem era, sequer, uma virtude: era uma pulsação da existência. Para eles, viver era amar e servir os pobres e necessitados. Para eles, os pobres eram retratos de Deus, e servi-los era adorar a Deus.

Deus está além do conhecimento. Contudo, Ele é conhecido na medida em que nós O amamos. Aqueles que amam a Deus encontram repouso somente em Deus. Eles O observam no templo do coração, e também nos corações  de todas as outras pessoas, pois todos estão em Deus, e Deus está em todos. Amando a Deus, eles vão em frente servindo os pobres, os desamparados e os abandonados. É para esse serviço desinteressado e amoroso que todos os grandes seres verdadeiramente nos chamam. Quantos ouvirão o chamado?"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 43)

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (2ª PARTE)

"(...) A união com Deus deve ser experienciada, não apenas imaginada. Quando o homem desperta do sonho da existência fenomenal, consegue entrar nesse estado supremo. Então, muito embora habite o corpo físico, ele passa a viver como alguém à parte. É isso que todos os grandes instrutores da humanidade quiseram dizer quando nos pediram para viver no mundo, mas não ser do mundo.

A marca de um homem assim - que vive no mundo, mas não é do mundo - é o amor, a simpatia, o serviço altruísta e o sacrifício. Sua vida se torna um rio de amor, sempre pleno, sempre fluindo. Ele verte o amor de seu coração sobre todos e dissemina a luz do amor aonde quer que vá. Assim como o sol que brilha sobre bons e maus, assim como o rio que não nega sua água a ninguém, também ele compartilha, generosamente, o amor de seu coração com todos. Para ele, doar amor é viver; negar amor é murchar e morrer.

O amor não é amor se não flui igualmente para todos - ricos e pobres, cultos e incultos, jovens e velhos, amigos e inimigos, ladrões, criminosos, jogadores, bêbados, pecadores. No verdadeiro amor não existe senso de separação.

Nas mentes de Mahatma Gandhi e de muitos outros grandes seres, não havia sentimento de separação entre seus próprios corpos e os de outras pessoas. Os corpos são apenas as muitas residências do espírito uno. É isso que dá aos seres iluminados um senso de identificação com o sofrimento dos pobres e dos desvalidos, dos nossos irmãos animais e plantas, todos tendo neles o alento da vida. (...)"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 43)

domingo, 8 de novembro de 2015

A EXPERIÊNCIA DE DEUS (1ª PARTE)

"Atualmente estamos atravessando um período de grande crise - talvez a maior jamais conhecida pelo homem. A humanidade avançou muito, tecnologicamente falando. O homem desvendou os segredos do átomo, os mistérios do espaço, as profundezas de seu corpo e de sua própria mente. Mas, embora viva num mundo de promessas ilimitadas, ele se sente confuso e desnorteado, pois não fez qualquer tentativa de compreender seu próprio eu, seu verdadeiro ser, seu propósito. Seu coração se sente solitário e sobrecarregado por inúmeros temores, muitos dos quais ele não consegue nomear.

Porém, a hora escura da noite é a que precede a aurora. Todos os grandes instrutores espirituais da humanidade vislumbraram a beleza de uma nova era que se aproxima, uma era de compreensão espiritual. Pois, ainda que o homem não saiba, seu coração está faminto pelo pão do espírito, pela verdade da alma e das leis que a governam. O homem precisa saber que ele é essencialmente um ser espiritual, que está sujeito a leis espirituais. Como nos disse repetidamente Sadhu Vaswani, 'a única necessidade do homem é Deus'.

Deus não é para ser discutido: é para ser experienciado. Os grandes seres espirituais foram homens que passaram por essa experiência. E todos eles assinalaram que aquilo que se antepõe no caminho do nosso desabrochar espiritual é a identificação com o ego. O ego é apenas a sombra do real, a causa da ignorância que nos mantém impiedosamente presos à roda de nascimentos e mortes. O ego vive, move-se e trabalha num mundo de separação - um mundo infeliz. A cura está na busca de união com o coração da realidade, o eu que é eterno e imortal, sem início e sem fim. Esse é o verdadeiro eu, que, embora não tenha nome, é chamado por muitos de Deus. (...)"

(J.P. Vaswani - A experiência de Deus - Revista Sophia, Ano 13, nª 56 - Ed. Teosófica - p. 41/43)


sábado, 7 de novembro de 2015

UM REINO DIVINO ESTÁ EM JOGO

"Os santos dão ênfase à renúncia para que um forte apego material não nos venha a impedir de obter o reino de Deus. Renúncia não significa desistir de tudo; significa abandonar pequenos prazeres pela eterna bem-aventurança. Deus fala conosco quando trabalhamos para Ele, e deveríamos falar-Lhe continuamente. Digam-Lhe tudo aquilo que lhes vier à mente. Digam a Ele: 'Senhor, revela-Te, revela-Te'. Não aceitem o silêncio como resposta. Inicialmente Ele responderá dando-lhes algo que desejam, demonstrando assim estar atento a vocês. Mas não se contentem com Suas dádivas. Façam-No entender que só ficarão satisfeitos com a dádiva dEle mesmo. Finalmente ele lhes dará uma resposta. Poderão ter a visão do rosto de um santo ou ouvir uma voz Divina lhes falando; e saberão assim que estão em comunhão com Deus.

Convencer Deus a se revelar requer um empenho constante e ininterrupto. Ninguém pode lhes ensinar isto. Vocês têm que aprender sozinhos. 'Podemos levar um cavalo ao rio, mas não podemos forçá-lo a beber.' Porém, quando estiver com sede, o cavalo procurará a água com grande determinação. Portanto, quando sentirem uma sede imensa pelo Divino, quando não derem importância a mais nada - nem aos testes do mundo nem aos testes do corpo - então Ele virá. Lembrem-se, quando o chamado de seus corações for intenso, quando não aceitarem mais nenhuma desculpa, Ele virá.

Não deve haver em suas mentes qualquer dúvida de que Deus lhes responderá. A maioria das pessoas não obtém nenhuma resposta por causa desta descrença. Se estiverem absolutamente convictos de que vão conseguir algo, nada poderá impedi-los. Só quando vocês desistem é que lavram a sentença contra vocês mesmos. O homem bem sucedido não conhece a palavra 'impossível'. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Como Falar com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 36/38)