OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 3 de julho de 2014

NÃO SOMOS O RESULTADO DE UMA CASUALIDADE CEGA

"Não somos o resultado de uma casualidade cega, e sim uma criação altamente inteligente. Portanto, é lógico imaginar que fomos criados por uma inteligência muito maior. Não há menor dúvida quanto a isso. Certamente, um Deus inteligente não nos colocaria na Terra, com tantas desigualdades, sem oferecer oportunidades iguais de rejeitar o mal e manifestar o bem. Ele teria que nos dar tempo de praticar a bondade e de colher as bênçãos da ação correta. Se só há uma vida, de que adiantam as escrituras sagradas ou as leis divinas? Onde estariam o amor e a justiça de Deus se o paraíso estivesse reservado a uns poucos escolhidos e se os que erram estivessem destinados ao interminável fogo do inferno? A divina lei da reencarnação mostra que, quando uma pessoa é má - e ninguém pode ser tão completamente mau a ponto de ser impedido, para sempre, de entrar no reino de Deus - sempre tem a chance de resgatar o mal feito ao seguir o bom caminho. O mal é como um enxerto: não é uma qualidade permanente no ser humano, pois todos somos filhos de Deus. Todas as noites Deus o faz recordar durante o sono que você não é o corpo humano nem seus hábitos. Você é livre e feliz. O objetivo da reencarnação é proporcionar ao ser humano a oportunidade de realizar todos os seus desejos e de dar vazão a tudo o que quiser expressar, até perceber sua verdadeira natureza como filho de Deus, compreendendo que a reunião com o Criador é o verdadeiro propósito de toda busca, o Objetivo de toda a humanidade. 

Buscamos a religião porque queremos eliminar o sofrimento para sempre. Os métodos mundanos não são a resposta. Deus é a resposta; a verdadeira religião que promove a realização divina é a resposta. Está na hora de acordar: empunhe a espada da sabedoria e despedace os maus hábitos. Quase todos conhecem a história bíblica dos servos que pararam de trabalhar quando o amo se ausentou. Apenas um continuou cumprindo seus deveres. Quando o amo retornou inesperadamente e viu o que ocorrera, despediu todos os empregados, recompensando o que continuara a cumprir suas responsabilidades. Portanto, lembre-se: o Senhor se ausentou por certo período, mas disse: 'Voltarei e verei se fizeram seu trabalho ou não. Verei se os encontro dormindo ou criando desejos materiais, ou se estão dedicando os devidos cuidados à casa da vida que deixei sob sua responsabilidade.'"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 278/279)


quarta-feira, 2 de julho de 2014

O MUNDO IDEAL

"As Escrituras hindus ensinam que o homem é atraído para este planeta específico a fim de aprender, e aprender melhor em cada vida sucessiva, os infinitos modos em que o espírito pode, não só expressar-Se através das condições materiais, mas também dominá-las. O Oriente e o Ocidente estão aprendendo esta grande verdade de maneiras diferentes e deveriam compartilhar de bom grado suas descobertas. Acima de qualquer dúvida, agrada ao Senhor que Seus filhos terrenos se esforcem para que o mundo chegue a uma civilização livre de pobreza, doença e ignorância da alma. O esquecimento, pelo homem, de seus recursos divinos (resultado do mau uso de seu livre-arbítrio) é causa primeira de todas as outras formas de sofrimento.

Os males atribuídos a uma abstração antropomórfica chamada 'sociedade' podem ser imputados, mais realisticamente, a cada homem. A Utopia deve brotar em cada peito humano, antes que possa florescer em virtude cívica, pois as reformas internas conduzem naturalmente às externas. Um homem que reformou a si mesmo reformará milhares.(...)"

(Paramahansa Yogananda - Autobiografia de um Yogue - Ed. Lótus do Saber, Rio de Janeiro, 2001 - p. 524)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/autobiografia-de-um-iogue.html


MUDANÇA DE DIREÇÃO

"A unidade de vida, o homem, ao olhar para fora dos sentidos do corpo, vê as coisas que deseja. Isso o leva a trabalhar, a se esforçar para obtê-las, a mover-se na direção delas. Suponha que ele seja atraído pela riqueza. Ele a deseja. Trabalha por ela. Esforça-se e move-se na direção dela. Talvez ele faça isso por muitas vidas. Agindo dessa maneira, ele está formando uma quantidade de movimento cada vez maior na direção da riqueza, pois a natureza dá ao homem aquilo pelo qual ele se esforça. Porém, quando ele a obtém, descobre que ela não lhe proporciona a felicidade que esperava. Ele deixa de se mover e de se esforçar na direção da riqueza. Pode continuar a se mover sem esforço, arrastado por seus esforços passados, mas seus desejos serão, em breve, atraídos por alguma outra meta e ele começará a tentar se mover nessa nova direção. Contudo, todo o seu esforço passado, durante um longo período, acumulou uma quantidade de movimento na direção da riqueza e isso o mantém em movimento naquela direção até que, após uma longa luta e impulso contra as circunstâncias que parecem frustrar todo o seu esforço em se mover na nova direção, finalmente ele interrompe o movimento e se vê livre para mover-se em outra direção. Se essa analogia é válida, essas forças não são absolutamente iguais; na realidade são as forças que ele próprio gerou e a que agora está se opondo. Quanto mais fortemente ele se esforçar em deter a bola e mover-se na direção da nova meta, tanto mais violento será seu conflito com essas forças do passado e tanto mais rapidamente elas serão dominadas. Aquele que crê no karma diria que ele está realizando o seu karma.

A alteração da meta do indivíduo na vida geralmente se dá em função de uma meta mais nobre e ocorre após algum tipo de ‘revelação’ ou expansão da consciência. É, então, em virtude da natureza das coisas que ele tenta se mover numa nova direção e se depara com as forças que gerou anteriormente, forças que podem ser denominadas de seu karma. (...)"

(Virginia Hanson - Karma, A Lei Universal da Harmonia – Ed. Pensamento, São Paulo, 1991 - p. 137/138)


terça-feira, 1 de julho de 2014

AS RAÍZES DO TAI CHI

"Uma tradução literal para Tai Chi Chuan seria ‘luta que utiliza a energia suprema’. Tai significa supremo, superior, chi significa energia vital; chuan significa punho, ou seja, luta. Segundo a tradição, o primeiro passo no desenvolvimento do Tai Chi foram as descobertas do chinês Chang San Feng, há mais de cinco mil anos. Ele percebeu a existência do Chi – a energia vital que se manifesta tanto dentro quanto fora de nós. Observando a natureza e o próprio corpo, ele teve pela primeira vez a consciência do poder do Chi e de como ele se expressa.

Pouco depois, também por volta de cinco mil anos atrás, a técnica do Chi Kung (que trabalha a energia interna por meio da união de respiração e movimento) foi sistematizada por um indiano chamado Ta Mo, mais conhecido como Bodhidharma. Ele foi à China para ensinar tradições budistas. Morando em um mosteiro, observou que os monges viviam cansados e sem energia. Depois de trabalhar o dia inteiro, na hora de meditar eles estavam literalmente caindo de cansaço.

Segundo a lenda, Bodhidharma, preocupado em encontrar uma solução para essa falta de vitalidade, retirou-se para meditar em uma caverna, onde ficou durante nove anos. Quando saiu, tinha desenvolvido o Chi Kung, cujos exercícios ajudam a manter o fluxo de energia e um corpo saudável e equilibrado. (...)

O Tai Chi é considerado a mãe das artes marciais; dele nasceram o Kung Fu e todas as outras lutas orientais de origem chinesa. A grande diferença entre o Tai Chi e as lutas, da maneira como são encaradas no Ocidente, e que o Tai Chi cultiva a energia interna. Segundo a professora Tânia Carmo, ‘o verdadeiro guerreiro aprende primeiro a se defender; depois, aprende a não lutar; por último, aprende a evitar o conflito. Conflito significa perda de energia.’"

(Usha Velasco - A harmonia do Tai Chi Chuan - Revista Sophia, Ano 5, nº 17 - p. 40)


OS EFEITOS DA CHAMA DA SABEDORIA NO KARMA (PARTE FINAL)

"(...) O mau karma também pode ser contornado pela criação de um karma bom. Este se robustecerá com mais karmas bons, voltados para o mesmo fim. Acontecimentos que afetam os outros não devem afetar o próprio eu, ou pelo menos não da mesma maneira. O segredo, nesse caso, consiste em manter uma atitude de desapego, sem reações emocionais. Com efeito, a reação emocional pode agravar grandemente as consequências do karma. Meu Guru contava a história (provavelmente lendária) de uma aldeia na Índia onde três pessoas morreram, inexplicavelmente, de uma doença qualquer. Inquietos, os moradores formaram um grupo e procuraram um sadhu (homem santo) que vivia solitário nas imediações e imploraram-lhe que intercedesse. O sadhu meditou e descobriu que a moléstia fora provocada por um demônio. Invocou esse demônio e ordenou-lhe: 'A aldeia está sob minha proteção. Deixe-a em paz.' O demônio prometeu obedecer.

Uma semana depois, pelo menos cem outras pessoas sucumbiram. Parecia uma verdadeira epidemia. De novo os aldeões procuraram o sadhu e reclamaram: 'Tuas preces de nada nos valeram. Uma terrível maldição pesa sobre nós!" O sadhu invocou de novo o demônio e repreendeu-o: 'Eu te disse que a aldeia estava sob minha proteção. Prometeste deixá-la em paz e não cumpriste a palavra.' 'Cumpri sim, Santo Homem!', protestou o demônio. 'Só matei os três primeiros: os outros morreram de medo.'

A melhor maneira de escapar às consequências de um karma é fazer 'evaporar' o ego causativo e sua consciência de identificação com o pequenino 'cálice' que é o corpo. Na meditação profunda, o vapor do ego subirá e se dispersará por completo no céu da consciência infinita.

Se o dragão ataca e você não está mais lá, ao alcance de suas mandíbulas; se a rocha despenca de uma encosta e você já foi removido do local onde ela irá cair ou se a multidão volúvel o aclama (expondo-o mais tarde, inevitavelmente, ao oposto dualista do opróbrio público) e você não se encontra presente para reagir, o que acontece? As mesmas ações ocorrem, mas você lhes escapa.

O jivan mukta (aquele que é 'liberto em vida'), após dissolver sua percepção egóica na consciência infinita, não mais acumula um karma novo, pessoal. Tudo o que fizer daí por diante redundará em benefício dos outros - os quais, expostos aos vórtices de energia criados por seus próprios egos, lucram com as boas ações praticadas em seu favor. Ele mesmo, no entanto, permanece imune até um bom karma. Seu prarabdha karma poderá atuar exteriormente, mas não o afetará. Quando o jivan mukta finalmente dispersa nos céus livres do Espírito as incontáveis ações de todas as encarnações que seu ego viveu sob o jugo da ilusão, ele se torna um param mukta: uma alma superiormente livre."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramahansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 212/213)
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