OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 16 de junho de 2014

IDENTIFICAÇÃO (1ª PARTE)

"Conheci um homem rico que sempre adquiria carro do último tipo, o mais caro. Adorava o carro como um apaixonado qualquer a sua amada. Dava-lhe tratamento extremamente cuidadoso. O brilho do carro era-lhe obsessão.

Uma noite, o carro estacionado, estando ele no cinema, algum malvado fez um risco no lindo capô. O pobre homem 'adoeceu de raiva'. Não é apenas uma expressão popular. Adoeceu mesmo. De raiva de quem fizera aquilo, e de dor, por ver estragado seu carro. O risco não fora apenas no automóvel, mas em seus próprios nervos, pois, a rigor, o carro não era dele - o carro era ele mesmo. Dizia Cristo: 'Onde está vosso tesouro aí está o vosso coração' (Lc 12:34).

Aquele homem abastado é o símbolo da identificação. Sua tranquilidade, sua saúde, sua felicidade, dependiam 'dele' - do carro. Era portanto uma pessoa muito vulnerável. Semelhante a milhões de outros seres humanos. Era vulnerável como seu carro. Enguiço, sujeira, arranhão, batida, a que todo automóvel está sujeito, atingia-o em seu psicossoma, isto é, faziam-no sofrer mental e organicamente.

A identificação mais normal, mais generalizada, é aquela às coisas externas e mais ou menos vulneráveis quanto um automóvel. Os homens 'normais' continuam a fechar os ouvidos doidos à sapiência de Jesus: 'Não acumuleis para vós outros tesouros sobre a Terra...' Continuam, sem ver que põem seus queridos tesouros 'onde a traça e a ferrugem corroem e onde os ladrões escavam e roubam' (Mt 7:19).

Podemos identificar-nos a um objeto, a um outro ente humano, como a namorada, o filho, a um emprego ou à ribalta. Somos identificados às coisas quando nos sentimos infelizes com a perda, o desgaste ou a decadência de tais coisas. A felicidade de muitos está ligada, às vezes, a acontecimentos em si insignificantes, como a vitória do time de futebol ou do partido político, mas também à manutenção de um emprego ou posição de destaque social ou artístico, ao triunfo da ideias ou ideais que professam. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 157/158)

domingo, 15 de junho de 2014

EMPATIA

"A empatia é a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro - sentir o que ele sente; ficar em sua situação e ver com seus olhos. Se somos capazes de empatia, podemos sofrer com quem está sofrendo, nos alegrar com o amor de alguém, sentir prazer com o sucesso do outro, entender a raiva de um amigo e a tristeza de um desconhecido. É uma qualidade que, quando desenvolvemos e usamos corretamente, nos ajuda a evoluir. Quem não tem empatia não consegue evoluir espiritualmente.

O princípio que fundamenta a empatia é o fato de estarmos todos conectados. Comecei a entender este princípio na época do auge da Guerra Fria, quando vi um filme sobre um soldado russo. Eu sabia que se esperava que eu o odiasse, mas ao vê-lo realizar seu ritual doméstico - fazer a barba, tomar seu café da manhã, ir para o campo de treinamento - me lembro de ter pensado: 'Esse soldado é só um pouco mais velho do que eu. Deve ter mulher e filhos que o amam. Talvez ele esteja sendo obrigado a lutar por ideias políticas de seus lideres com as quais não concorda. Disseram-me que ele era meu inimigo, mas quando olho em seus olhos é a mim mesmo que vejo. Será que me mandaram odiar a mim mesmo?'

O soldado russo de ontem e o soldado árabe de hoje são iguais a você, porque têm alma, assim como você, e todas as almas são uma só. Em nossas vidas passadas mudamos de raça, sexo, situação econômica, condições de vida e religião. Em nossas vidas futuras também mudaremos. Então quando odiamos, guerreamos e matamos, estamos odiando, guerreando e matando a nós mesmos.

A empatia ensina essa lição. Fomos colocados na Terra para aprendê-la, é um aspecto fundamental em nossa preparação para a imortalidade. É uma lição difícil, porque precisa ser aprendida em nossas mentes e em nossos corpos, e em ambos temos dor, emoções sombrias, inimigos, perdas e tristezas. Por isso tendemos a esquecer os outros e a nos concentrar em nós mesmos. Mas também possuímos amor, beleza, arte, dança, natureza e ar, e queremos compartilhá-los. Sem empatia não conseguimos transformar o negativo em positivo, e não podemos entender de verdade a empatia sem experimentá-la em nossa vida presente, no passado e no futuro. (...)"

(Brian Weiss - Muitas Vidas, Uma Só Alma - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 56/58)
www.esextante.com.br


DESEMPENHE BEM O SEU PAPEL NO TEATRO DA VIDA

"É sábio esforçar-se para fazer a vontade divina em tudo, porque este é o caminho para a felicidade e para a paz de espírito. Se você analisar bem, verá que é uma ideia colossal. Um cosmos vastíssimo, com diferentes forças da natureza, está unido pelo poder regente de Deus. Tudo funciona em harmonia mútua com o Plano Divino. Somos parte do programa universal - assim como o sol, a lua e as estrelas. Temos de fazer a nossa parte; representar o papel que nos foi designado por Deus, e não o que queremos representar. Quando você usa sua própria vontade em oposição à vontade divina, estraga a dramatização, pois não contribui com a parte que lhe cabe na realização do grande plano deste universo. Devemos dizer: 'Farei o que Deus quer que eu faça'. Acho que assim você será muito mais feliz e pacífico; estará muito melhor.

Você sente muito mais alegria quando se esforça para agradar a Deus e não a si mesmo. De manhã, ao acordar, afirme: 'Senhor, ofereço-Te este dia. O ego insignificante já não exerce domínio sobre este corpo; só Tu vives aqui.' Assim que você começa a encontrar Deus em si mesmo, também O contempla nos outros. E não consegue odiar ninguém, porque vê o Senhor em todos os templos corporais. É uma maneira linda de viver. Em tudo o que fazemos, devemos pensar em Deus. Quando amamos e servimos nosso país, nossa família e outros entes queridos, devemos amar a Deus acima de tudo. Ele precisa estar em primeiro lugar no coração e na vida. É por isso que Ele declarou, nos Dez Mandamentos: 'Não terás outros deuses diante de mim'.¹"

¹ Êxodo 20:3

( Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 240)
http://www.omnisciencia.com.br/livros-yogananda/romance-com-deus.html


sábado, 14 de junho de 2014

A BUSCA

"É um fato estranho que aquilo que procuramos internamente, encontramos. O motivo de nossa busca é frequentemente desconhecido para nós. Somos inclinados à autoilusão; queremos ser respeitáveis da maneira como a sociedade nos ensinou a sermos respeitáveis; assim, adornamo-nos com a virtude e damos à verdade um nome falso.

O desejo é uma forma de vontade, é vontade invertida. É um repuxo da matéria em vez de um movimento livre do Espírito. O que desejamos, encontramos; a nossa inteligência mostra o caminho. Desejamos experiências terrenas, por isso estamos aqui na Terra. Se pensamos que não o desejamos, isso é apenas autoilusão. Podemos desejar algo mais, o que também é da Terra.

Em qualquer busca o motivo é o elemento mais importante. Ele nos levará ao objetivo. Geralmente nosso objetivo é apenas conforto e satisfação que derivam de uma perfeita acomodação. Essa acomodação tende a uma percepção embotada; é como um leito macio no qual nos deitamos para dormir.

O que tem sido chamado de ‘divino descontentamento’ é necessário para o progresso. Mas progresso rumo a quê? Rumo à autodescoberta, que leva ao autodesenvolvimento. Quando digo ‘auto’ não quero dizer de modo algum separativo, mas, simplesmente, quero dizer ‘você’. O ser, no sentido mais verdadeiro, é o Espírito, que é uno. Porém, há uma noção diferente do ser em nós, que é contrária à unidade. Autodescoberta, então, significa descobrir a verdade que está em nós."

(N. Sri Ram, O homem sua origem e evolução - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 77/78)


BEM-AVENTURADOS OS PUROS DE CORAÇÃO, PORQUE ELES VERÃO A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) De acordo com a psicologia iogue, cinco são as causas originais das impressões existentes na mente. A primeira é a ignorância, num sentido amplo, da nossa natureza divina. Deus habita dentro de nós e à nossa volta; todavia, não guardamos consciência dessa verdade. Em vez de ver Deus, vemos o universo de muitos nomes e formas, que julgamos real - exatamente como o homem que, vendo uma corda esticada em meio à poeira do chão, no escuro de sua ignorância pode pensar que é uma cobra. Em segundo lugar vem o sentimento do eu, projetado por essa ignorância, que nos faz pensar em nós mesmos como separados de Deus e separados uns dos outros. Além do sentimento do eu, desenvolvemos o apego e também a aversão: somos atraídos por umas coisas e repelidos por outras. Tanto o desejo como o ódio são empecilhos no caminho para Deus. A quinta causa das impressões mentais impuras é a ânsia de viver, que Buda chama de tanha, e à qual o Cristo se refere quando diz: 'Quem quiser salvar sua vida, que a perca.' Este apego à vida, ou medo da morte, é natural em todos, tanto nos bons como nos maus. Somente as almas iluminadas estão imunes à ignorância, ao sentimento do eu, ao apego, à aversão e ao medo da morte; para elas, as impressões todas se esvaíram. 

Mesmo que Deus nos oferecesse, neste exato momento, o esclarecimento espiritual - nós o recusaríamos. Mesmo que estivéssemos procurando Deus, momentaneamente recuaríamos de pânico se estivéssemos prestes a ter uma visão dele. Agarramo-nos instintivamente à nossa vida superficial e à conscientização, temerosos de abandoná-las, muito embora, ao agir assim, estejamos passando para uma conscientização infinita, comparada à qual nossas percepções normais são, nas palavras do Bhagavad-Gitã, 'como uma noite espessa e um adormecer'. (...)

Existem muitos caminhos de purificação do coração. Como haveremos de ver, Cristo procurava mostrá-los ao longo do seu Sermão. Qualquer que seja o método, o princípio essencial é o devotamento a Deus. Quanto mais pensarmos em Deus e nele nos refugiarmos, tanto mais o amaremos e mais puros se tornarão nossos corações. (...)"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta -Ed. Pensamento, São Paulo - p.30/31)
www.pensamento-cultrix.com.br