OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


sábado, 3 de maio de 2014

O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA - INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM (PARTE FINAL)

"(...) Nas situações de prazer e de dor, o tempo parece de encurtar e se alongar, respectivamente. Quem já não viveu horas de amor que duraram um segundo ou uma dor de cabeça que durou um século?

‘Talvez seja difícil reconhecer que o tempo é a causa do nosso sofrimento e de nossos problemas. Acreditamos que eles são causados por situações específicas em nossas vidas, e, de um ponto de vista convencional, isso é uma verdade. Mas enquanto não lidarmos com a disfunção básica da mente – o apego ao passado e ao futuro e a negação do presente – os problemas apenas mudarão de figura’, ensina Tolle; ‘não há salvação dentro do tempo. Você não pode se libertar no futuro’. Então, de que maneira podemos nos libertar e deixar de sofrer em razão da impermanência? Percebendo que a única dimensão real do tempo é o agora. Na plenitude misteriosa desse espaço-tempo que não tem começo nem fim, que é imutável dentro da descontinuidade que nos cerca, a relação observador-observado deixa de existir, restando apenas a observação, um estado de totalidade com o fluxo da vida. Nessa totalidade deve reinar a consciência descrita por Cristo como ‘Eu e o Pai somos Um’.

O que nos impede de viver o agora neste momento, deixando de sofrer as agruras do tempo psicológico? Provavelmente nenhuma dor física. Contudo, quase nunca estamos ‘bem’ de verdade. Há um conjunto de sensações misturadas com lembranças desconfortáveis, fazendo nosso pensamento vaguear de um lado para outro. São as ‘flutuações da mente’, semelhantes às ondulações na superfície de um lago, que nos impedem de ver seu fundo. Nessa imagem, o fundo do lago é a nossa natureza real, que a instabilidade da mente encobre.

Por essa razão, no yoga a mente é estudada em profundidade. Yoga é definido como ‘a dissolução de todos os centros de reação da mente’, nos Yogas-sutras de Patanjali (Sutra número 2), conforme tradução e comentário de Mehta. (...)

Por meio da disciplina do yoga que inclui técnicas objetivas como auto-observação e a meditação, podemos inverter o jogo, reeducando a mente a fim de colocá-la a nosso serviço. Nem por isso a natureza cíclica do mundo mudará; isso está entre as coisas que não mudam. A diferença é que não estaremos mais vivendo inconscientemente esses ciclos; estaremos integrados neles, acompanhando com nossos batimentos cardíacos o ritmo do coração do mundo."

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 26)


sexta-feira, 2 de maio de 2014

SILENCIE PARA OUVIR DEUS

"Quando seu anseio por Deus é sincero e total, sempre que você se interiorizar e pronunciar silenciosamente o nome do Amado Divino, seu coração transbordará de amor e alegria. Isso é o que todos nós queremos. Não há palavras que possam descrever essa alegria, esse amor irresistível. Entendo a facilidade com que os santos passam toda uma vida observando o voto de silêncio, por causa da bem-aventurada conversa interior que há entre Deus e Seus verdadeiros devotos! Os santos preferem não falar muito, para evitar que as explosivas bombas de suas palavras abafem a doce voz interior de Deus."

(Sri Daya Mata - No Silêncio do Coração - Self-Realization Fellowship - p. 70/71)

O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA - INSTRUMENTOS DE APRENDIZAGEM (3ª PARTE)

"(...) O apego é gerado quando tomamos as situações da vida como a própria vida. O apego não aceita que a vida siga o seu caminho no processo cíclico que gera, alimenta e destrói todas as formas, propiciando uma constante aprendizagem para o ser.

Qual é a base da auto-observação? A existência de entidades distintas dentro de nós – o observador e o observado. Somos feitos de espírito e matéria. Segundo Patanjali, a matéria fornece os veículos para a consciência, um campo onde ela pode obter ‘experiências e liberação’. Naturalmente, enquanto não praticamos a auto-observação não percebemos a existência dessas entidades em nossa própria natureza. Dominados pela matéria, pensamos que somos apenas corpo físico, emoções e mente.

Há 2.600 anos o filósofo indiano Patanjali afirmou: ‘O sofrimento que ainda não chegou pode e deve ser evitado’, sendo que ‘a causa daquilo que deve ser evitado (o sofrimento) é a união do vidente com o visto’. Em outras palavras, a causa do sofrimento é a escravização do vidente ao visto, do observador ao observado, do espírito à matéria.

A auto-observação é uma prática difícil, senão impossível, sem a mudança de alguns valores. Ela requer uma parada, ou pelo menos a desaceleração do rolo compressor que habita em nós, e que valoriza a ‘casca’ em detrimento da ‘essência’. Esse rolo é alimentado pelo tempo psicológico.

O tempo psicológico difere do tempo do relógio porque se alimenta de expectativas. É uma pressão que, por ambição ou ansiedade, nos projeta para o futuro, afastando-nos das pessoas e dos atos do momento presente, impedindo-nos de sentir, de desfrutar da companhia dessas pessoas, de viver integralmente. (...)"

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 24)


quinta-feira, 1 de maio de 2014

COMO ENCONTRAR A CERTEZA INTERIOR DA CONEXÃO COM O DIVINO

"A pessoa espiritualizada anda com Deus dentro de si. Todos os dias silencie o corpo, acalme a mente e volte-se totalmente para dentro de si com o propósito de comungar com Deus. Se você criar o hábito de meditar, isso fará toda a diferença entre ser uma pessoa comum, cheia de incertezas, dúvidas e frustrações, ou ser uma pessoa espiritual, que sente que sua vida está completamente nas mãos de Deus e que por isso tudo está bem. 

Nada na vida nem na morte deve nos deixar amedrontados ou aflitos. A maravilhosa orientação de Paramahansa Yogananda, pela qual lhe sou eternamente grata, gravou em nós a consciência de que a vida é eterna. Por um curto período de tempo, o imortal raio de luz que é a alma reveste-se de uma perecível roupagem mortal - masculina ou feminina; branca, negra, vermelha ou amarela - mas por toda a eternidade a alma é sustentada pela Fonte Infinita dessa luz. Quanto mais meditamos, mais sentimos essa consciência. E quanto menos meditamos, menos conseguimos transcender a identificação com o eu inferior - uns tantos quilos de carne recobrindo uma mente limitada e aprisionada pelas percepções sensoriais aos conturbados ambientes do mundo. Temos que chegar ao verdadeiro Eu; ir além de seus instrumentos físicos e mentais para perceber que não somos frágeis seres mortais; que existe um elo inquebrantável entre nós e a Amada Mãe do universo, a Consciência Divina que flui por nós e que permeia o Infinito."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 11/12)


O DESAFIO DA IMPERMANÊNCIA (2ª PARTE)

"(...) 'No filme da nossa vida, a ligação entre os quadrinhos é feita pela mente. Sua  natureza é o movimento, a agitação, o que representa ao mesmo tempo uma dádiva e um tormento. Dádiva porque o movimento é a fonte da consciência, a ligação entre o conhecedor e o conhecido. Tormento porque ainda não aprendemos a dominar a mente, ficando magnetizados, escravizados ao seu jogo de medo e ansiedade, de passado e futuro.' (...)

Considerando que tudo é impermanente, devemos então, parar, desistir de tudo, renunciar à ação? No épico indiano Bhagavad Gita lê-se: ‘ambas, a renúncia e a execução de ações, conduzem à salvação, mas, das duas, o yoga da ação é melhor que a renúncia’. Como desatrelar a dor que se segue à ação? Pelo desapego ao resultado.

As ações criam estados transitórios, ‘situações de vida’, como diz Tolle. O problema é que nos apegamos às situações – tomando-as como a própria vida – e assim nunca estamos preparados para as mudanças. Isso pode mudar?

Entre as técnicas conhecidas, a auto-observação é considerada fundamental para a realização de mudanças. Ela é que nos permite descobrir a causa de muitos sofrimentos, e a partir daí agir para evitá-los. E uma dessas causas – talvez a maior delas – é o apego.(...)" 

(Walter S. Barbosa - O desafio da impermanência - Revista Sophia, Ano 12, nº 48 – Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 24)