OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 3 de abril de 2014

O RUGIR DA TEMPESTADE (PARTE FINAL)

"(...) Temos de provocar tormentas e perturbações a fim de criar o entusiasmo de viver?  Este remédio parece ser pior que a doença! Afinal de contas o que é uma tormenta ou uma perturbação? Obviamente é um desafio da vida. Devido a estes desafios, ficamos perturbados. Mas como no rio da vida correm novas águas a todo momento, a vida é um desafio incessante. Não há momentos em que não exista o desafio da vida. Por que não ficamos em estado de alerta, embora o desafio deva tornar a pessoa alerta e vigilante? Se vivermos cercados por desafios e não estamos alertas e vigilantes, será que não estamos nos resguardando, sob uma falsa segurança?

Não há dúvida de que a vida está constantemente enviando, de maneira incessante, desafios de todos os lados e em diversos níveis. Porém, a mente, através de suas respostas, emanadas das esferas de sua memória, trabalha como um 'amortecedor de choques', em relação a estes desafios. É esta atividade da mente que nos leva a passividade. Somos, então, impedidos de enfrentar os desafios da vida, devido à intervenção da mente. A mente está interessada em agir como intermediária, porque só assim pode manter sua continuidade. Devido a essa mediação, nós nem mesmo nos tornamos conscientes dos desafios da vida. Algumas vezes, as suas fortificações desmoronam devido à natureza esmagadora do desafio, porém tais circunstâncias raramente acontecem na vida de uma pessoa comum. a pessoa não percebe os contínuos desafios da vida, devido às barreiras colocadas pela mente entre ela e o seu ambiente. Dessa forma a mente a mantém afastada de um contato direto com a vida. A maioria de nós está circunscrita a uma existência estagnada. Como haver entusiasmo numa existência assim?

Se a mente pudesse receber os desafios da vida, sem emitir qualquer resposta de seus centros de memória, permaneceria viçosa e vital. Da mesma forma como a naturezaa é purificada pela tormente que ruge, assim o será a mente humana pelos desafios da vida. Recebê-los, porém não reagir a ele, a partir dos centros de memória, é 'ficar impassível' no meio da tempestade, é ficar quieto onde se está, porque qualquer movimento da mente nesta hora de tormenta, conduzirá o peregrino espiritual a uma confusão cada vez maior.

Mas permenecer impassível numa tormenta requer tremenda coragem. Não resistir à tormenta, nem fugir dela implica em receber em cheio o impacto da tormenta. E ao receber este impacto, o homem fica absolutamente só. O desafio sem resposta é um estado de solidão. Quando uma tempestade ruge na Natureza, cada árvore está sozinha, pois tem que se apoiar em sua própria resistência. Porém naquela solidão, se a árvore não resiste, torna-se mais leve devido à queda das folhas e galhos mortos. Da mesma forma, se a pessoa puder permanecer quieta, sozinha e renovada. E na renovação subjetiva, as dificuldades do ambiente objetivo se dissolverão na atmosfera. A solidão criada pela tormenta está cheia de tremendas possibilidades espirituais."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/21)

quarta-feira, 2 de abril de 2014

O SÁBIO

"O Adepto vive com o mundo, embora dele retirado, a fim de cumprir a sua missão de puro altruísmo. A atitude de alguém que está dedicado à sabedoria deve ser a mesma. Trata-se de viver com o mundo pelo dever de fazê-lo, porém não estando envolvido com ele de várias formas, e podendo liberar-se dele apenas na forma correta. Existem centenas de maneiras de errar, porém apenas uma maneira de agir acertadamente. O homem sábio pode permanecer com o mundo, compreendendo a importância do trabalho que aqui pode realizar, mas ele não tem objetivos mundanos. Isto distingue o filósofo do ignorante, ignorante não dos fatos comuns da vida, mas das verdades essenciais. Aquele que objetiva alcançar a sabedoria, que poderia ser caracterizada como divina porque originou-se do céu, não atribui muita importância à grandeza humana, o tipo de grandeza que geralmente é realçada pelas pessoas. O objetivo de ser grande surge do prazer de comparar-se com outros e achar-se de alguma forma superior ao seu nível. Deveríamos tentar libertar-nos da ideia de querermos ser grandes em comparação com outros, fazendo com que pareçam pequenos."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria – Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 14/15)

O RUGIR DA TEMPESTADE (5ª PARTE)

"(...) Diz LUZ NO CAMINHO:
'Procura pela flor que desabrocha durante o silêncio que segue à tormenta: não antes.
Ela crescerá, se desenvolverá, lançará ramos e folhas, formará botões enquanto a tempestade prosseguir, enquanto perdurar a batalha. Porém, só quando toda a personalidade do homem estiver dissolvida e desvanecida - só quando for mantida pelo divino fragmento que a criou como mero instrumento de experimentação e experiência - só quando toda a natureza houver cedido e sido submetida ao seu Eu Superior, é que o botão pode se abrir'.
O desabrochar da flor é a profunda experiência espiritual que advém após o terrível estrondo da tormenta. É na tormenta que se cria a profundeza do silêncio. A limpeza da Natureza pela tormenta é certamente a criação do espaço. O silêncio que se segue à tormenta é da mais alta significação. A tormenta revolve tão profundamente a natureza, que todas as coisas mortas são lançadas fora e o fardo do passado alijado. 

Da mesma forma, a mente humana poderá ser renovada, se o fardo do seu passado for descarregado e tornado mais leve e maleável. O silêncio profundo pode advir à mente, desde que ela tenha sido profundamente revolvida. A mente plácida, indiferente, despreocupada, impassível jamais pode experimentar as profundezas e, portanto, não pode conhecer o que seja renovação. Tal mente pode excitar-se, mas não entusiasmar-se. A capacidade de ser revolvida, remexida é uma precondição necessária para despertar o interesse e o entusiasmo. Se nada altera uma pessoa, então há nela algo de fundamentalmente errado! Felizmente há sempre alguma coisa que nos incomoda. Isso constitui a graça salvadora de nossa vida! Demonstra que não estamos mortos, embora possamos estar adormecidos.

Mas, se alterações convêm às nossas vidas e se tormentas rugem em nosso íntimo, por que é que não se criam profundidades em nossas consciências? Por que não limpam nossas mentes? Por que não ficamos renovados após tormentas mentais e emocionais? É porque resistimos às tormentas. Interferimos em seus movimentos, queremos controlá-las. Temos receio de permitir à tormenta que opere através de nós. Sentimos que seremos destruídos ao seu impacto, sentimos que seremos varridos por seu poderoso influxo. E assim, quando as tormentas psicológicas rugem em nós, resistimos à sua aproximação e, quando chegam, procuramos abrir nosso caminho, através delas.

Mas corre-se graves perigos ao procurar abrir caminho através de uma tormenta ou de uma perturbação. Quando uma tormenta ruge, a gente se sente confusa. Se não houvesse confusão, também não haveria tormenta! Em uma tormenta, levantam-se nuvens de pós e há a agitação de árvores e plantas. Naturalmente, se fica confuso no meio desta agitação e, assim, quaisquer passos dados, neste momento de confusão, tendem a levar-nos a uma confusão maior. Em tormentas e perturbações a gente precisa 'estar alerta', como se cada movimento da mente confusa possibilitasse o extravio do peregrino espiritual. Se deixarmos a tormenta operar sozinha e não houver resistência, haverá então uma completa limpeza da mente. A mente será refrescada e renovada. Um novo caminho e uma nova abordagem se abrirão a uma mente assim. E um novo caminho sempre  evoca entusiasmo no fundo do coração de cada ser humano. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 16/19)

terça-feira, 1 de abril de 2014

KARMA E VIDA ASTRAL

"Ao desencarnar, a consciência passa a focalizar-se no corpo astral – o corpo das emoções, dos desejos, dos sentimentos. Aí as emoções são mais intensas, pois não há o corpo físico para ‘amortecer’ as vibrações oriundas do corpo astral. Este vibra na quarta dimensão e, consequentemente, os fatos ocorrem de modo mais acelerado, e os sentimentos pulsam mais intensamente. Como a natureza não dá saltos, as mesmas emoções trazidas de nossa última existência (antes do desencarne), estarão aí presentes, porém com uma energia bem maior.

Um sentimento de amor ou ódio, de simpatia ou antipatia, de alegria ou tristeza, avoluma-se no plano astral. No ser que desencarnou com um vício, suas partículas astrais que eram alimentadas por esse vício, passa a vibrar mais intensamente pelo apetite não satisfeito. Como no mundo astral não há substância capaz de nutrir esse vício (seja o fumo, o álcool, psicotrópicos, etc.), pois esses elementos motivadores da dependência emocional estão no plano físico (e não no astral), o ser desencarnante sofre pelo desejo impossível de se satisfazer. Este é o verdadeiro purgatório de que falam os católicos, ou o umbral dos espíritas. O tempo aí vivido com sofrimento parece uma eternidade e o desejo não realizado, um verdadeiro suplício para a alma desencarnada. (...)

Como toda causa finita tem seu efeito finito, isso também um dia acaba. As partículas astrais não sendo satisfeitas, por não receberem os alimentos de seus vícios vão enfraquecendo, perdem seu poder vibratório e acabam sendo eliminadas do corpo das emoções, retornando ao plano astral."

(Antonio Geraldo Buck - Você Colhe o que Planta – Ed. Teosófica, Brasília, 2004 - p. 57/58)

O RUGIR DA TEMPESTADE (4ª PARTE)

"(...) É a mente de grande amplitude que é capaz de interesse profundo. A mente sem amplitude é mente rasa ou superficial. Ter amplitude é ter profundidade para poder receber e reter as influências e os impulsos da vida. A mente rasa recebe pouco e, portanto, também dá muito pouco à vida. Quando o recebimento é escasso, a doação também é pequena, desprovida de toda generosidade.

É possível criar-se profundidade na mente? A falta de profundidade é certamente a principal dificuldade subjetiva, levando as desvantagens objetivas a assumirem grandes proporções. Pode haver um céu objetivo, mas se não houver profundidade subjetiva, ele não terá utilidade. As influências desse céu não podem verter suas riquezas numa mente rasa. O problema prático para todo aspirante espiritual é, pois, a criação dessa profundidade ou espaço na mente. Como podem as influências dos Mestres ou a Verdade verter suas riquezas numa mente acanhada? Se for criado um espaço na mente, então a vida terá momentos profundos de experiências diariamente. Mesmo a rotina diária e os pequenos detalhes da vida parecerão significativos e com uma nova luz. Tornar-se-ão correntes e regatos, trazendo ricos tesouros para serem vertidos no mar. O mar, com sua enorme profundidade, abarcará a todos, e mais ainda. 

Como criar este espaço na mente, para que o seu contato com a vida possa ser profundo e duradouro? Devemos lembrar que não é tão somente aumentando nossos pontos de contato com a vida, que esta profundidade pode ser criada. Não é por uma aproximação quantitativa, mas tão só por uma transformação qualitativa, que se tornará possível um profundo contato com a vida. 

Porém para criar esse espaço na mente, é preciso que ela não tenha em si nenhum elemento de resistência, tanto no nível consciente como no inconsciente. Se a mente resistir, perderá a sua flexibilidade e destarte se tornará insensível. A fim de compreender a profundeza da mente, precisamos observar o profundo silêncio que desce sobre a Natureza após uma violenta tespestade. O silêncio que se segue à tormenta pode ser experimentado no pico da montanha ou nas profundezas de um vale, à beira do mar ou nas planícies. Quando a tempestade ruge, temos a impressão de que tudo vai ser destroçado sob o seu fascínio esmagador. E, contudo, depois da tempestade, pode-se ver uma limpeza completa na Natureza, uma purificação da atmosfera, um frescor e um silêncio profundos e vibrantes. As folhas e os galhos mortos são lançados fora, e parece que houve uma completa renovação da Natureza. (...)"

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 14/16)