OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 3 de junho de 2013

TANTRA YOGA - O GURU (9ª PARTE)

" (...) O tantra estabelece que a simples aquisição intelectual do conhecimento é insignificante. Faz-se indispensável a experiência, a qual só será alcançada através do sadhana, sob a direção indispensável de um competente guru. Competente guru é alguém que já tenha percorrido o difícil caminho, e consequentemente alcançado, no todo ou em parte, a Verdade que se propõe a partilhar. O guru genuíno não se limita a dar somente informações, mas também algo do que já conquistou e faz parte de si mesmo. É recomendado reverenciar e servir o guru como a própria Divindade. Tal prescrição impõe, naturalmente, severo discernimento da parte do candidato a discípulo, antes de confiar-se tanto a alguém. É aconselhável prudência na "caça ao guru", tanto que seja evitada a autoentrega a um incapaz ou a um trapaceiro, a um dos tão numerosos "falsos profetas", a magos negros ou vamagurus. Estes são sempre ávidos por dominar ingênuos discípulos. Para prevenir imprudentes autoentregas a falsos gurus é sempre bom lembrar o velho preceito: 
Quando o discípulo está pronto, o Mestre aparece.
E Jesus, sempre vigilante e empenhado em amparar-nos, adverte: 
Guardai-vos dos falso profetas... (Mt 7:15)* 
A prudência sugere que inicialmente paremos a ansiosa caça ao guru, e por meio de sadhanas como Bhakti, Karma, Hatha Yoga, conquistemos um razoável grau de espiritualidade. Será assim e por isto que, na hora exata e não antes, o guru certo aparecerá. Outra advertência igualmente válida, mas parecendo contraditória, nos lança à "busca ao guru". Não um ser humano, mas o excelso guru de todos os gurus. Aquele que reside no coração de cada um e, misericordiosamente, sempre ao alcance da prece, da autodoação e da meditação. (...)"

*Convém um estudo de todo o texto (Mt 7:15 e seguintes), pois ele descreve os sinais denunciadores do charlatão.

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 132/133)


domingo, 2 de junho de 2013

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM: PORQUE SERÃO CONSOLADOS

"Enquanto nos julgarmos ricos de bens terrenos ou de conhecimentos, não poderemos progredir espiritualmente. Quando sentirmos que somos pobres de espírito, quando nos afligirmos por não termos percebido a verdade de Deus - somente então seremos consolados. Sem dúvida que todos nós choramos - mas por quê? Pela perda de prazeres e de posses terrenos. Mas, não é desse tipo de lamento que Cristo fala. O lamento que Cristo chama de "abençoado" é bastante raro, porquanto nasce de um sentimento de perda espiritual, de solidão espiritual. É um lamento que surge necessariamente antes que Deus nos console. A maioria de nós está inteiramente satisfeita com a vida superficial que leva. No fundo de nós, talvez tenhamos consciência de que nos falta algo, mas agarramo-nos ainda na esperança de que essa falta possa ser preenchida pelos objetos sensíveis deste mundo. 

Sri Ramakrishna costumava dizer: "As pessoas derramam rios de lágrimas porque um filho não nasceu ou porque não conseguiram ficar ricas. Quem, entretanto, verte sequer uma lágrima por não ter visto Deus?" Este falso sentido de valores é resultado de nossa ignorância. No tocante à natureza dessa ignorância, o filósofo indiano Sankara dizia que o sujeito, o cognoscente (o Eu ou o Espírito), opõe-se tanto ao objeto, o conhecido (não Eu ou matéria), como a luz se opõe às trevas. No entanto, por influência de maya - o poder inexplicável da ignorância - sujeito e objeto misturam-se a tal ponto que, em geral, o homem identifica o Eu como o não Eu. É muito fácil entender intelectualmente que o Eu verdadeiro é diferente do corpo, da mesma forma, que somos diferentes da roupa que vestimos. Todavia, quando o corpo adoece, dizemos: "Estou doente." Intelectualmente, podemos entender que o verdadeiro Eu é diferente da mente. Mas, se temos uma alegria ou um sofrimento, dizemos: "Estou feliz", ou "Sou um miserável." Além disso, identificamo-nos com os nossos parentes e amigos: algo que aconteceu a eles parece estar acontecendo a nós. Identificamo-nos com as nossas posses. Se perdemos nossas riquezas, sentimo-nos como se perdêssemos a nós mesmos. Essa ignorância é comum a toda a humanidade. Somente o conhecimento direto de Deus pode removê-la. Quando começamos a sentir uma ausência espiritual dentro de nós, quando começamos a lamentar como o Cristo queria que lamentássemos, quando vertemos pelo menos uma lágrima por Deus - então estamos preparando o caminho para o consolo daquele conhecimento divino. 

A espécie de lamento que Cristo chamava de bem-aventurado vem expresso na Imitação de Cristo:
"Ó meu Deus, quando poderei ser um contigo e fundir-me em teu amor, a ponto de me esquecer por inteiro de mim mesmo? Sê tu em mim, e eu em ti; e concede que possamos permanecer assim, sempre juntos num só."
É preciso que atinjamos esse estágio, quando sentirmos que nada mais nos dá paz, a não ser a visão de Deus. Então Deus atrai a mente do homem para si como um imã atrai a agulha - e o consolo chega." 

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 22/24)


TANTRA YOGA - MAITHUNA: LITURGIA SEXUAL (8ª PARTE)

" (...) Fala-se e se escreve sobre "Yoga do Sexo", e aventureiramente algumas pessoas, por ignorância ou malandrice, definem tantra como "Yoga do Sexo". Em geral, aqueles que, já engajados numa vida erótica irresponsável, aspiram encontrar nas venerandas escrituras uma absolvição religiosa para o que já vêm fazendo e não desejam parar. Para que tal homologação?! Se querem continuar onde estão, que continuem, mas não tentem fazer o sagrado abençoar o profano. Sugiro que se esclareçam. Estudem, por exemplo, a tese da Psiquiatra Elizabeth Haich publicada no livro Energia Sexual e Yoga-Tantra: A Canalização da Força Criadora Divina. 

Os que estudam os Mestres e as escrituras tântricas se deslumbram com a beleza e a santidade dos muitos rituais externos prescritos. Poderão também encontrar, em algumas fontes da "mão esquerda", claras referências ao maithuna, que é a união sexual ritualística de um casal de sadhakas (aspirantes espirituais), a imitar com seus corpos o "coito cósmico" com o qual o casal Shiva-Shakti gera os universos.

A maithuna é a união sexual alçada à sua maior sublimidade e pureza, quando cada cônjuge, no desfrute da bem-aventurança, se une, em castidade, no ser do outro e, se transcendendo, unificados no genuíno amor, se fundem jubilosamente na Unidade de Deus. A proposta é sábia, austera e linda. O devoto representa Shiva, e sua esposa (legítima), a Shakti, a Mãe Divina, Parvati. A fim de assegurar tão rara magnificência espiritual, o casal, por longo tempo, se engaja em austera disciplina espiritual. Pureza e santidade são absolutamente indispensáveis. Sem elas, maithuna não passa de normal fornicação. Por motivos técnicos e litúrgicos, a união não deve culminar na ejaculação natural, pois isto derrubaria a dignidade, a pureza e a significação cósmica do ato. Ora, isto é imensamente difícil e sem dúvida impossível a quem não seja dotado de um grau elevadíssimo de autocontrole, pureza espiritual e santidade. A energia seminal retida é então canalizada para um nível divinizante mais sutil. 

Maithuna, quando degradado por ignorância e desejos libertinos, indiscutivelmente nada tem a ver com espiritualização. Os que gostariam de praticar a famigerada "Yoga do Sexo" - uma criação esdrúxula - que renunciem à imprudente e mal inspirada tentativa; que deixem a libertadora experiência da Unidade a quem possa. E, a rigor, raríssimos, podem. (...)" 

(José Hermógenes - Iniciação do Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 131/132)


sábado, 1 de junho de 2013

A ENERGIA DO AMOR É A CHAVE PARA A NATUREZA DE DEUS

"Só o amor é real. O amor é uma energia de poder e força inacreditáveis. Somos todos feitos desta energia, e esta energia é a chave para a natureza de Deus. (...) O amor é absoluto. O amor nunca termina, nunca para. A forma mais pura é o amor incondicional, dar amor sem esperar nada em troca. Ao distribuir amor sem restrições, você se torna um milionário espiritual.

Deus é muito real e está em todos os lugares e em cada um de nós. Deus não é um velho nos julgando, sentado numa nuvem, ou qualquer das imagens criadas pelos homens. É impossível descrever Deus através de palavras, mas a ideia de uma energia sábia, que ama a tudo e sabe de tudo, possuindo uma sabedoria e um perdão inacreditáveis, chega um pouco mais perto da verdade. Em certo nível, todas as nossas almas refletem a natureza de Deus. 

A reencarnação é real. Você pode não acreditar ainda, porque não se lembra ou porque não teve suas próprias experiências, mas a sua crença não afeta a verdade. O crescimento espiritual relaciona-se mais com o coração do que com a cabeça. Às vezes, o intelecto pode até bloquear o progresso espiritual, porque o intelecto frequentemente é influenciado pelo medo. O coração é influenciado pelo amor. 

O medo pode erguer muralhas em volta do coração. O trabalho de quem cura (médico, terapeuta, enfermeira, pastor, pessoa amada) consiste em dissolver esse muro com a energia do amor. Deixar a luz do coração bilhar, o chakra (centro de energia) do coração abrir, reconhecer a divindade dentro de nós.

Se você encontrar um líder espiritual ou religioso que não seja simples e humilde, saia correndo. Essa pessoa ainda não reconheceu que somos todos instrumentos ou veículos para a energia amorosa e curativa que o espírito envia através de nós para ajudar os outros. Esta energia não se origina no intelecto de um determinado líder. Por isso, se ele ou ela for arrogante, fuja ainda mais depressa.

Ouça seu coração, suas intuições e tente não deixar que seus medos dominem os murmúrios suaves e gentis de seu lindo coração. Sinta a liberdade de amar sem restrições, sem reservas, sem condições.

Pois sua vida neste plano é limitada. Você só está na escola. Esta não é sua casa, que é espírito. Quando você volta para casa, leva apenas seus pensamentos, seus atos e seu amor com você. 

Neste momento, quero apenas deixá-los com este pensamento: amem livre e completamente. Não tenham medo. Somos espíritos imortais e eternos e sempre somos amados. Na verdade, nós somos amor."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, São Paulo - p. 210/211)


TANTRA YOGA - AVENTUREIRISMO ARRISCADO (7ª PARTE)

" (...) Quanto à prática de técnicas visando ao "despertar de kundalini", que está se tornando lamentavelmente tão comum, o bom conselho é muita prudência!

Trata-se de uma arriscada aventura, a qual se pode aprender como começar, mas dificilmente como controlar e parar. Segundo o Pandit Gopi Krishna, que foi a maior autoridade científica em kundalini nos últimos tempos, autor de Kundalini, o processo pode terminar bem, isto é, com a gloriosa iluminação - no caso em que o processo seja rigorosamente bem conduzido, que depende da direção apta de um guru altamente capacitado e santo (o que é raríssimo), e já possuidor de uma elevadíssima condição ética espiritual. Se mal conduzido (o caso mais provável e mais frequente), o processo pode degenerar em doença mental irreversível, culminando às vezes com suicídio; pode também produzir paranormalidade. E esta hipótese, à luz do discernimento, pode não ser tão desejável como parece. Pessoas egoístas, destituídas de "poderes", causam algum mal a si e aos outros. Mas quando armadas com os chamados siddhis inferiores, tornam-se verdadeiramente diabólicas a produzir "milagres" malignos, para finalidades egoístas e imediatas, em detrimento dos outros e sempre inspiradas pelas trevas. O que estou dizendo não resulta de leituras, mas de lidar com diversos casos muito tristes. Evitemos despertar avoada e ambiciosamente a fantástica energia que a natureza sabiamente mantém em latência, enrolada, à espera de que antes nos purifiquemos, que tenhamos vencido o grande inimigo - asmita ou egoísmo. 

Em nosso último encontro em seu Centro de Estudos em Deradum (Índia), o Pandit Gopi Krishna confirmou o que eu já aprendera do Mestre Jesus sobre a aquisição de "poderes" e outros "brinquedos" e "magias":
Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e a perfeição dele, e todas essas coisas [siddhis e kundalini] vos serão acrescentados. (Mt 6:33) (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 130/131)
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