OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 16 de maio de 2013

OS INIMIGOS SUTIS


"É fácil imaginar-nos saindo para explorar algum país inóspito e desconhecido. Se vamos de navio, queremos um bote salva-vidas; caso o navio afunde, sabemos que é possível entrar no bote e ficar a salvo. Mas em muitas experiências da vida o bote parece estar furado, apesar das precauções que tomamos.

Em uma selva infestada de animais, você pode precaver-se contra eles, mas os perigos sutis são mais difíceis de vencer. Como se proteger de um ataque de germes? Milhões deles flutuam à nossa volta o tempo todo. (...) A natureza forma uma parede de células de contenção em torno dos germes, que só é eficaz enquanto o corpo consegue manter a resistência. A luta pela sobrevivência prossegue ininterruptamente na floresta invisível da vida dentro de nós!

Para caminhar com segurança pela selva da vida você deve equipar-se com as armas apropriadas. (...) O sábio bem treinado para todas as formas de combate – contra a doença, contra o destino e o karma, contra todos os maus pensamentos e hábitos – sai vitorioso dessa aventura. É preciso cautela e, além disso, a aplicação de certos métodos que garantam a derrota dos inimigos. (...)

Deus nos deu um formidável instrumento de proteção – mais poderoso que metralhadoras, eletricidade, gás venenoso ou qualquer remédio – a mente. Ela é que deve ser fortalecida. (...) Uma parte importante da aventura da vida é dominar a mente e mantê-la controlada, em constante sintonia com o Senhor. Este é o segredo de uma existência feliz e bem-sucedida. (...) É possível conseguir isso quando exercitamos o poder mental e sintonizamos a mente com Deus por meio da meditação. (...) O caminho mais fácil para vencer as doenças, decepções e desastres é estar em constante sintonia com Deus."

(Paramahansa Yogananda – Viva sem Medo – Self-Realization Fellowship - p. 04/06)


quarta-feira, 15 de maio de 2013

LAYA YOGA - LAYA, HATHA, TANTRA E KUNDALINI (4ª PARTE)

"Estes sistemas de Yoga, tendo base na energia vital da natureza (Shakti), se completam, se fundem e se identificam.

"O homem é feito à imagem e semelhança de Deus."  Esta é uma outra forma de expressar o preceito hermético - O que está em cima é igual ao que está embaixo -  que se deve entender como: o microcosmo (o homem) reproduz o macrocosmo (o Todo). O Espírito Universal (Shiva) e a Energia Universal (Shakti), que constituem o macrocosmo, também se encontram no homem, no microcosmo. 

O Supremo Senhor (Shiva) tem seu trono e domicílio num etéreo centro de força  no alto da cabeça, chakra sahasrara, também denominado lótus de mil pétalas. Shakti, sua consorte ou Kundalini, a energia que mantém e anima tanto o universo quanto o ser humano, está dormindo, em latência, num centro localizado na extremidade inferior da medula, no chakra muladhara. Laya Yoga, segundo a interpretação tântrica, consiste em despertar a energia kundalini, fazê-la subir através do naddi (conduto sutil) sushumna que corre por dentro da medula espinhal, atingindo e ativando sucessivos chakras, até que, chegando ao sahasrara se une com seu divino cônjuge, o Vidente Eterno (Shiva), eclodindo então jubilosamente o enlace nupcial do que resulta a libertação ou mukti.

Em outro livro meu, Autoperfeição com Hatha Yoga, trato de chakras e naddis com relativo desenvolvimento, mas não o bastante para orientar a prática de quem quer que seja, pois a maioria das técnicas somatopsíquicas para a purificação dos naddis e ativação dos chakras são, não somente estranhas à nossa cultura, mas difíceis e mesmo arriscadas, exigindo a assistência de um guru genuíno, de um mestre realizado, hoje raro encontrar mesmo no Índia. Aqui é bom lembrar que tais sadhanas são contraindicados aos que vivem na kali yuga. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 118)


VOCÊ JÁ FEZ UM DIAGNÓSTICO DO SEU PRÓPRIO CARÁTER?

"Na luta contra os inimigos internos, os homens diferem entre si. Cada um obtém o resultado correspondente a seu sadhana (disciplina espiritual) e que seus atos neste e em nascimentos anteriores merecem. A vida não é uma fórmula matemática onde 2 mais 2 sempre dá 4. Para alguns, pode dar 3, e para outros, 5. Depende do valor que cada um dá a 2. Além disso, na caminhada espiritual, cada um tem de mover-se para a frente, a partir de onde já se encontra, de acordo com seu próprio passo, à luz da lamparina que leva na mão. Os rakshasas eram muito soberbos para que se inclinassem diante do Senhor; punham muita fé nos braços e no número deles. Ignoravam as forças do Espírito, mais sutis e mais potentes, que poderiam transportar montanhas, atravessar oceanos e aniquilar a fúria dos elementos.

Você deve esforçar-se para diagnosticar seu próprio caráter, e identificar os erros que o estão infestando. Não tente analisar o caráter dos outros e apontar-lhe os defeitos. Este autoexame é necessário para trazer à luz os defeitos que podem prejudicar uma carreira espiritual. As pessoas compram roupas com cores escuras tanto que não revelem poeira ou sujeira; evitam roupas claras porque denunciam a condição de sujas. Não tente, entretanto, esconder, na sombra, sua sujeira. Envergonhe-se de uma natureza suja, e empenhe-se por livrar-se dela rapidamente."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 155/156)


terça-feira, 14 de maio de 2013

LAYA YOGA - LAYA, A APOTEOSE (3ª PARTE)

"No estudo dos demais capítulos, onde tratamos dos diversos sistemas de Yoga, podemos entender como e o quanto cada um está relacionado com Laya Yoga.

A prática Bhakti purifica, concentra e direciona para Deus as diferentes manifestações de nossa afetividade (sentimentos, emoções e paixões) e isto nos torna possível desfrutar a sublimidade do mais perfeito amor (prema). No altar de prema, a alma, espontânea, fácil e mesmo jubilosamente, sacrifica seu ego e seu apego à existência. Embora o devoto perfeito se contente tão somente com as delícias de amar o Senhor, renunciando mesmo a fundir-se nEle, não é impossível que o pouco que lhe restou do ego venha a se derreter e acabar.

O karma yoguin deposita, como oferenda, aos pés de lótus do Senhor, os frutos de sua atividade generosa sem nada pedir em retribuição. Com isto, ele, sem dúvida, está depositando também seu ego, consequentemente aplacando trishna na existência ilusória. Este processo evolui no sentido de desfazer a falsa convicção de ser distinto a estar distante do Ser Supremo.

A Raja Yoga, mediante a prática de meditação, procura aquietar os vrittis (fenômenos que agitam a mente), tanto que, estando a mente parada, possibilite a contemplação do Ser. Este Estado denominado samadhi é, para muitos, sinônimo de laya. O meditante, neste estado, elimina aquilo que separa e cria diferença - sua mente inquieta e incontrolável. Suprimidas a diferença e a distância, a Unidade se impõe, e o que até então parecera distante e distinto some, se extingue. Isto é laya.

A vedanta adwaita diz que é a ignorância (ajnana) que nos mantém exilados de nossa verdadeira Realidade e Essência, que é Sat-Cit-Ananda. Aniquilada a ignorância, vencida a ilusão pelo esplendor da sabedoria, você, eu e os demais assumimos o que somos - Sat, o Ser Supremo, a Suprema Verdade; alçamo-nos a Cit, a Consciência Absoluta; e desfrutamos Ananda, a Bem-Aventurança eterna. Jnana Yoga, método que nos ajuda a esgotar a ignorância, para assim abrir-nos ao "saber" Aquilo que real e essencialmente somos. O ser ilusório, que a ignorância forjou e nutriu durante muitas existências, agora se dissipa na "Verdade que liberta". O eu pessoal se consome então em Deus. Aquilo que até então somente parecia ser perde sua efêmera aparência ao extinguir-se nAquilo que em verdade e eternamente É. (...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 116/117)


HERÓIS - DE PAPELÃO

"Anteontem...
Sentia-me eu possuído dum grande idealismo.
Indômita coragem enchia-me o coração.
Estava disposto a sofrer por ti, Senhor, afrontas e ludíbrios em praça pública.
Invejava os mártires do Coliseu, dilacerados pelos leões da Mesopotâmia e pelas panteras da Numídia.
Suspirava pela sorte dos heróis que, entre hinos e sorrisos, subiam às fogueiras ou se estendiam nas rodas de suplício.
Quem me dera sair pelo mundo afora e pregar o Evangelho a povos bárbaros!
Tão grande era o idealismo e a sede de sofrimento que me ardia na alma, que insípidas e vergonhosas me pareciam essas vinte e quatro horas da vida cotidiana.
Assim foi anteontem...

Ontem...
Quando acordei, chamei a empregada para me trazer o café e o jornal.
E ela mos trouxe, mas não me disse "bom dia" - e encheu-me de ira o coração...
E por que não deu o jornal o meu nome entre os benfeitores do Abrigo Cristo Redentor? Não sabe que contribuí com dez milhões de cruzeiros?
E por que me apelida essa revista ilustrada de "senhor", quando eu sou "doutor"?
O cigarro que mandei comprar era de qualidade inferior - e transbordou-me a bílis  enchendo-me de fel as vias do sangue.
Ao sair de casa, verifiquei que faltava um botão de camisa - e tachei de relaxada a companheira de minha vida.
Ao tomar o ônibus, encontrei-o superlotado - e mandei ao inferno a empresa com todos os seus funcionários.
Assim foi ontem...

Hoje...
Fui intimado a comparecer às barras do tribunal...
Sobre a cátedra de juiz estava sentada a Consciência, calma, serena, austera.
E eu, no banco dos réus, humilde, sincero, confuso...
E, abrindo os lábios, disse a Consciência, inexorável:
"Tu, que sonhas com feitos heroicos - sucumbe a uma ninharia?
Tu, que queres lutar com leões e panteras - capitulas em face duma mosca?
Tu, disposto a derramar o sangue por amor do Cristo - ignora o á-bê-cê da caridade?..."
Eu, de olhos baixos e coração pequenino, ouvia, calado...
"Não exijo de ti - prosseguiu a Consciência - que tomes entre dois dedos o Corcovado e o jogues às águas da Guanabara - mas exijo que sejas senhor dos teus nervos, e não te reduzas a escravo dos teus escravos.
Exijo de ti o menor e o maior de todos os sacrifícios: que suportes, sereno, calmo, amável, as vinte e quatro horas de cada dia..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 71/72)