OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 3 de junho de 2021

A BUSCA DA VERDADE - excertos 8 e 9

"8.  Sadaprarudita, que buscava seriamente o verdadeiro caminho da Iluminação com o risco da própria vida, havia abandonado toda a tentativa ao lucro ou honra. Certo dia, uma voz vinda do céu lhe disse: 'Sadaprarudita! Vá direto ao leste. Não se preocupe com o calor ou com o frio, não dê atenção ao louvor ou desprezo mundanos, não se preocupe com as discriminações entre o bem e o mal, apenas se preocupe em ir para o leste. Neste longínquo leste, encontrará um verdadeiro mestre e alcançará a Iluminação.

Sadaprarudita, contente por ter tido esta precisa instrução, imediatamente, encetou viagem rumo ao leste. Quanto a noite chegava, dormia onde se encontrasse, em um ermo campo ou nas agrestes montanhas. Sendo forasteiro em terras estranhas, sofria as mais diversas humilhações; vendeu-se como escravo, desgastou, por causa da fome, a sua própria carne, mas, finalmente, encontrou o verdadeiro mestre e lhe pediu instruções.

'Boas coisas custam muito caro', eis um ditado que se assenta bem no caso de Sadaprarudita, pois ele teve muitas dificuldades em sua viagem à procura do caminho da Iluminação. Sem dinheiro para comprar flores e incenso para oferecer ao mestre, tentou vender seus serviços, mas não encontrou ninguém que o empregasse. O infortúnio parecia rondá-lo em toda a parte que fosse. O caminho do Iluminação é muito árduo e pode custar a vida a um homem.

Finalmente, Sadaprarudita conseguiu chegar à presença do procurado mestre, mas aí teve nova dificuldade. Não possuía papel nem pincel ou tinta para escrever. Então, feria o punho e com o próprio sangue tomava notas do ensinamento dado por este mestre, Desta maneira, conseguiu a preciosa Verdade.

9.  Havia, certa feita, um menino de nome Sudhana, que também desejou a iluminação e procurou seriamente o seu caminho. De um pescador aprendeu as tradições do mar. De um médico aprendeu a ter compaixão dos doentes em seus sofrimentos. De um homem rico aprendeu que a poupança é o segredo de toda a fortuna; e com isso concluiu que é necessário conservar tudo aquilo que se obtém no caminho da Iluminação, por mais insignificante que seja.

De um monge que medita aprendeu que a mente pura e tranquila tem o miraculoso poder de purificar e tranquilizar outras mentes. Certa vez, encontrou uma mulher de extraordinária personalidade e ficou impressionado com sua benevolência, dela aprendeu que a caridade é o fruto da sabedoria. Certa ocasião, encontrou um velho viandante que lhe contou que, para chegar a um certo lugar, teve de escalar uma montanha de espadas e atravessar um vale de fogo. Assim, com suas expêriencias, Sudhana aprendeu que sempre há um verdadeiro ensinamento a ser colhido e assimilado em tudo aquilo que se ver ou ouvir.

Ele aprendeu paciência de uma pobre mulher, fisicamente imperfeita; aprendeu a pura felicidade, observando as crianças brincarem na rua; e de um gentil e humilde homem, que nunca desejou aquilo que os outros desejavam, aprendeu o segredo de viver em paz com todo o mundo.

Ele aprendeu uma lição de harmonia, observando a composição dos elementos do incenso, e uma lição de gratidão estudando arranjo de flores. Certo dia, passando por uma floresta, parou à sombra de uma árvore, para repousar. Enquanto descansava, viu, perto de uma velha árvore caída, uma minúscula plantinha; deste fato aprendeu uma lição da incerteza da vida.

A luz solar do dia e as cintilantes estrelas da noite constantemente refrescavam sua mente. Assim, Sudhana aproveitou bem as experiências de sua longa jornada.

Aqueles que buscam a Iluminação devem fazer de suas mentes uns castelos e decorá-los. Devem abrir, de par em par, os portões do castelo de suas mentes, para, respeitosa e humildemente, convidar Buda a entrar em sua recôndita fortaleza, aí lhe oferecendo o fragrante incenso da fé e as flores da gratidão e alegria."

(A Doutrina de Buda, Bukkyo Dendo Kyobai, Terceira edição revista, 1982, p. 317/323)


 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

COMO CONTROLAR A MENTE? (PARTE FINAL)

"(...) A perspectiva pessoal é como uma chaga na mente, uma fonte de irritação. A experiência mostra que se aprendermos a ser impessoais (ou melhor, não-pessoais, porque a palavra impessoal sugere falta de sentimento, enquanto os bons sentimentos caracterizam a mente não-pessoal), descobrimos que há muito menos agitação mental. Então, há também menos necessidade de pensar em controlar a mente, porque as agitações são criadas pelas reações pessoais.

Um outro aspecto do problema aparece quando observamos a nós mesmos sem querer ser ou fazer algo. Isso resulta no abandono das trivialidades e da superficialidade. No contexto profissional uma pessoa precisa trabalhar cuidadosamente e lidar com detalhes. Mas existem incontáveis atividades superficiais da mente que não têm propósito, e que seguem em frente mecanicamente. (...)

A mente se aquieta quando seu foco de atenção passa do pessoal para o impessoal, do trivial e superficial para o real e significativo. O estado de quietude torna-se natural quando pensamos na natureza universal das experiências – dor, alegria, luta,  etc. – porque o foco muda.

H. P. Blavatsky aconselhava os estudantes de questões espirituais a reviverem constantemente as verdades universais. Como o foco muda, o interesse também muda.”

(Radha Buernier - Como manter a mente em paz - Revista Sophia nº 12 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 28


quinta-feira, 20 de junho de 2013

O SER É SEU SALVADOR

" (...) verdades profundas não se destinam a inspirá-lo por um breve momento, mas devem ser assimiladas e postas em prática para seu maior proveito. Se ao menos as pessoas soubessem o que é melhor para elas! Para quem se comporta mal, o Ser é um inimigo. Ajude o Ser e Ele o salvará. Não há outro salvador, além do seu Ser.¹ Os grilhões da ignorância e dos maus hábitos o escravizam. Você sofre porque teima em seguir os maus hábitos. Se ao menos pudesse imaginar como seria sua vida um pouco mais adiante, para que o tempo, o precioso tempo que lhe resta, não seja gasto infrutiferamente! Os hindus costumam dizer: "A criança está ocupada com folguedos; o jovem, com sexo; e o adulto, com preocupações. Quão poucos se ocupam com Deus!"

Expulse a esperança ilusória de que a felicidade virá de aquisições mundanas. Prosperidade não é tudo, "boa vida" não basta. Você quer ser eternamente feliz. Apodere-se de Deus dentro de você e saiba que o Ser é a Divindade. Você deve ser capaz de responder, sem hesitar, à suprema indagação de sua inteligência: "De onde vim?"

Deus e imortalidade não são mitos. O mais grave insulto ao Ser dentro de você é morrer acreditando ser uma criatura mortal. Até quando se permitirá - você, filho de Deus - ser ceifado, indefeso, pela foice da morte, porque nunca tentou, durante a vida, vencer maya, ² a ignorância?"

¹ "Que o homem eleve o eu (ego) pelo eu, que o eu não se degrade. Para aquele cujo eu (ego) foi conquistado pelo Ser (a alma), o Ser é o amigo do eu; mas, em verdade, o Ser comporta-se de maneira hostil, como um inimigo, para com o eu que não foi subjugado" (Bhagavad Gita VI:6).

² Ilusão cósmica: "a medidora". Maya é, na criação, o poder mágico que apresenta, visivelmente, limitações e divisões no Imensurável e Indivisível. No plano e jogo (lila) de Deus, a única função desse poder ilusório é lançar um véu de ignorância sobre o homem, a fim de desviar sua percepção do Espírito para a matéria, da Realidade para a irrealidade. 

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 09/10)


sexta-feira, 7 de junho de 2013

SOMBRA E LUZ - O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO (2ª PARTE - I)

" (...) É a fixação do olhar na luz - na vida una que tudo permeia - que purifica nossas percepções, ampliando assim nossa visão. A disciplina requerida é bem conhecida: autopurificação, estudo e reflexão profundos, e o serviço altruísta que se segue naturalmente. Cada um desses passos é importante, mas são apenas passos e não fins em si mesmos, como às vezes se pensa. Por exemplo, o aprendizado e o desenvolvimento dos poderes de compreensão são necessários e úteis, mas não devemos permitir que se tornem desproporcionalmente importantes. 

Com relação a isso, lembro-me de uma história sobre Shankaracharya. Numa manhã bem cedo, quando seguia para o Ganges para o banho diário e as orações, ele ouviu um estudante repetindo em voz alta as regras da gramática sânscrita. Shankaracharya sentiu que aquela decoreba naquela hora gloriosa era perda de tempo que poderia ser mais bem utilizado para a contemplação das verdades da vida ou da natureza. E assim ele compôs o chamado Hino da Renúncia, que diz que sem jnana, ou sabedoria, nem o estudo nem o aprendizado assegurará a liberdade de alguém, mesmo em cem vidas. As regras de gramática não trazem proveito algum - contempla Govinda, o eu supremo que reside em tudo. 

Quando a sabedoria começa a raiar, chega a luz - a luz da compreensão e da compaixão, da unidade, da síntese e do amor que vê não as peças individuais, mas o quadro total no qual as peças se encontram.

A realização de nossa divindade, mesmo que seja parcial, pode não ocorrer durante muito tempo, mas na medida em que tentamos viver uma vida mais pura, e portanto menos egoísta, podemos pelo menos começar a entender que a felicidade duradoura está na consciência, não na satisfação dos nossos desejos. (...)"

(Surendra Narayan - Revista Sophia nº 43 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 34)


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

A CIÊNCIA SAGRADA


Ao se referir sobre o objetivo do livro "Ciência Sagrada", Swami Sri Yukteswar disse:

“(...) é demonstrar tão claramente quanto possível que existe uma unidade essencial entre todas as religiões; que não há diferença entre as verdades inculcadas pelos diversos credos; que não existe senão um método por meio do qual o mundo, tanto exterior como interior, tem evoluído; e que há apenas um único Objetivo reconhecido por todas as escrituras. Entretanto, essa verdade básica é algo que não se compreende facilmente. A discordância existente entre as diferentes religiões e também a ignorância dos homens tornam quase impossível levantar o véu e perceber essa grande verdade. Os credos alimentam um espírito de hostilidade e dissensão; a ignorância alarga o golfo que separa um credo do outro. Apenas umas poucas pessoas especialmente dotadas podem colocar-se acima da influência dos credos que professam e descobrir unanimidade absoluta nas verdades pregadas por todas as grandes religiões.”