OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS

"(...) 'UM FELIZ ANO NOVO PARA TODOS! Isto parece bastante fácil de dizer, e todos esperam ser saudados deste modo. No entanto, é mais difícil saber se o desejo será cumprido, mesmo que venha de um coração sincero, e ainda no caso dos poucos. De acordo com os nossos princípios teosóficos, cada homem e mulher tem uma potencialidade magnética maior ou menor, que, quando reforçada por uma vontade sincera e especialmente intensa e inquebrantável, é a mais eficaz das alavancas mágicas colocadas pela Natureza nas mãos humanas, para o bem ou para o mal. Que nós, teosofistas, usemos então esta vontade para mandar uma saudação sincera e um voto de boa sorte no Ano Novo a cada uma das criaturas sob o Sol - inclusive os inimigos e os traidores. Devemos ter um sentimento especialmente amável e inspirado pelo perdão em relação aos nossos inimigos e perseguidores, honestos ou desonestos, para evitar que alguns de nós mandem uma saudação com maus pensamentos, subconscientemente, ao invés de uma bênção.' 

Quando devemos fazer isso?

Desde o ponto de vista esotérico, o mais indicado não é necessariamente o dia primeiro de janeiro. O dia três de janeiro, por exemplo, era nos tempos antigos dedicado a Minerva-Atenas, a deusa da sabedoria.   E existe a data especial de 4 de janeiro:  

'… É o dia 4 de janeiro que deveria ser selecionado como Ano Novo pelos teosofistas - e entre eles especialmente os esoteristas. Janeiro está sob o signo de Capricórnio, o misterioso Makara dos místicos hindus. Os 'Kumaras', afirma-se, encarnaram na humanidade sob o décimo signo do Zodíaco. Durante eras, o dia quatro de janeiro tem sido sagrado para Mercúrio-Buda, ou Thot-Hermes. Assim, tudo se combina para fazer deste dia uma celebração a ser observada pelos estudantes da Sabedoria antiga.'

Seja qual for o dia exato da nossa escolha, cada Ano Novo nasce e termina sob o signo de Capricórnio, cujo regente é Saturno. Este é o planeta do Carma. É o mestre do tempo, que constrói, mantém, destrói, e reconstrói as estruturas materiais e sutis da vida. É o Senhor dos Anéis, e o corregente da era de Aquário que agora lentamente nasce."

 'Collected Writings', TPH, H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 67. Texto intitulado '1890! On the New Year’s Morrow'.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 75.
 'Collected Writings', H.P. Blavatsky, volume XII, TPH, p. 76.

(Carlos Cardoso Aveline - Sobre o Natal e o Ano Novo, Como Se Cria Uma Atmosfera Correta para o Futuro)

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

CORAGEM: UMA QUALIDADE INATA DA ALMA

"Aquele que busca com sinceridade, na prática, ao contrário daquele que 'busca' na poltrona e desperdiça a vida ruminando teorias intelectuais, entusiasma-se ao pensar na dura tarefa que tem pela frente. O guerreiro autêntico, mesmo que sinta medo, atira-se corajosamente à batalha quando a força do braço se torna necessária. O alpinista de verdade, embora apreensivo diante da encosta íngreme que deverá escalar, prepara-se resolutamente para conquistá-la. E o homem sincero na busca da verdade diz a si mesmo: 'Sei que alcançar a perfeição é uma tarefa árdua, mas farei de tudo para alcançá-la. (...)' Meditando incansavelmente dia após dia, ele finalmente toma consciência do corpo e recupera a percepção da divina bênção interior, que há muito perdera.

Ânimo, devoto! Não importa quão árido, duro e ressequido tenha se tornado o solo de seu coração durante os anos de fome da indulgência sensual, do fracasso e do desapontamento, ele pode ser regado e fertilizado novamente pelas águas vivificantes da comunhão interior. Seu entusiasmo espiritual, há muito arrefecido, pode ganhar vida nova. Basta que você beba de novo o vinho antigo da comunhão com Deus. No campo do empreendimento espiritual fervoroso, lance novamente à terra macia das percepções renovadas da alma as sementes do sucesso espiritual e veja-as transformar-se numa seara de alegrias divinas. 

Em vez de se sentir vencido e desencorajado diante daquilo que supõe ser uma tribulação, agradeça a Deus a oportunidade de descobrir o que precisa aprender, e de juntar forças e sabedoria para enfrentar o desafio."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 17/18


quinta-feira, 29 de setembro de 2016

MATA A AMBIÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Nenhum ambicioso jamais é feliz porque o que ele quer está no futuro, e assim existe sempre um senso de que algo está faltando no presente. E, quando finalmente alcança sua meta, ela não o satisfaz, e ele fica desapontado, frustrado. 'A distância empresta encantamento à visão', e, quando verdadeiramente chegamos à cena, descobrimos que a grama não é tão verde quanto pensávamos ser. A satisfação cessa e então queremos algo mais. Finalmente, todas as nossas ambições azedam, por 'trabalhar para o eu é trabalhar para o desapontamento'. É muito importante que compreendamos isso, pois nas muitas coisas que fazemos existe a autobusca por adulação, elogio e adiantamento. 

Assim, o comentário diz: 'Mas, embora esta primeira regra pareça tão simples e fácil, não a ultrapasse muito rapidamente'. Podemos pensar que estamos livres da ambição, mas é muito difícil que assim seja. Esse trabalhar para o eu é realmente o produto de nossos apegos, que podem ser as coisas em diferente níveis - físico, astral, mental. Assim, podemos estar apegados a uma pessoa, a nossas posses, ou a nossas ideias. Qualquer que seja a natureza do apego, seu centro é o eu, e trabalhar para o eu é estar descontente porque sua própria natureza é buscar mais. 

O artista puro que ama sua arte, simplesmente gosta de praticá-la, e ele o faz. Mas muito raramente encontramos alguém assim. Muitos artistas são muito autoenvolvidos, intolerantes e têm ciúmes de outros que atingiram a mesma eminência. Certamente, existem artistas que pintam ou compõem desinteressadamente e não para a glória do eu e seus componentes. Mas podemos enganar-nos ao acreditar que estamos fazendo tudo para a glória de Deus com a implicação de que o que quer que façamos tenha sua aprovação; ou podemos pensar que o fazemos em nome do Mestre, carimbando assim nossas ações com seu nome. A mente pode enganar-se extraordinariamente. Devemos estar cônscios de todas essas sutilezas, dos vários processos de autodecepção, antes que possamos dizer que somos verdadeiramente sinceros."

(N. Sri Ram - Mata a ambição - Revista Theosophia, Ano 100, Outubro/Novembro/Dezembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 16) 


terça-feira, 20 de setembro de 2016

PERCEPÇÃO ESPIRITUAL

"Esta é a preparação fina e sutil para a verdadeira percepção interior que resulta de um coração purificado e de um pensamento profundo e firme. Um aspecto dela é a meditação, mas este tema tornou-se tão em moda que quase se tornou um embuste. Talvez a melhor descrição da meditação, de qualquer forma, em seus estágios primitivos, seja a história da Mãe do Senhor no Novo Testamento. Quando coisas admiráveis aconteciam ao seu redor, e outras pessoas ficavam pasmas e comentavam, Maria serenamente 'ponderava todas estas palavras em seu coração.' (Lucas 2:19)

É uma boa palavra, 'ponderar'; George Arundale gostava muito dela. É a forma primária mais fácil e mais saudável de meditação. Diz-nos o Velho Testamento: 'Pondera a vereda de teus pés, e que todos os teus caminhos sejam corretos.' (Provérbios 4:26) O sucesso da meditação depende da pureza, generosidade e sinceridade do coração humano. Não é saudável meditar tendo em vista um objetivo egoísta, a aquisição de poder, a aquisição de conhecimento, conforto e segurança para si próprio. Demore no pensamento de modo que, lentamente, sem esforço, possa surgir a compreensão. 

Demore no pensamento sobre a vida, nos problemas e acontecimentos da vida, nos esplêndidos pensamentos que podemos ler ou ouvir. Percepção espiritual não é apreensão intelectual; é mais uma percepção de 'valores', princípios universais, significados eternos. Um pouco de tempo devotado todos os dias para 'demorar em pensamento' acarreta grandes mudanças no caráter e na perspectiva. Isto trará 'a visão constante para o ideal de progresso e perfeição humanos que nos mostra a Ciência Secreta.' Este ideal deve tornar-se a tendência e o objetivo sinceros do homem em sua totalidade. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1999 - p. 169/170)


sábado, 16 de janeiro de 2016

O CONTROLE DOS SENTIDOS

"(3:7) Mas o êxito absoluto, ó Arjuna, espera aquele que disciplina seus sentidos por um esforço da mente, permanece no íntimo sem apegos e usa os órgãos da ação em atividades que nos lembram Deus.

Consideremos isto: que são 'atividades que nos lembram Deus'? Elas incluem todo ato ou pensamento que direciona a mente para a supraconsciência. Simples pietismo expresso em orações na igreja, templo ou sinagoga; sentimentos meramente 'sagrados', exibidos para impressionar os outros (ou proclamados com fervor para 'impressionar' Deus) - em suma, toda mostra de religiosidade só é aceitável se, por dentro, formos sinceros. A ânsia de impressionar trai o desejo de colher resultados, nunca a sinceridade dos sentimentos.

A expressão de Krishna '...disciplina seus sentidos por um esforço da mente' revela a importância de não se adotarem apenas meios exteriores de autodisciplina: por exemplo, ficar de pé ou sentado com a mão erguida até que ela se atrofie pelo desuso; nunca se sentar nem deitar como forma de penitência; estirar-se numa cama eriçada de pregos; isso, mais os jejuns intermináveis, a privação do sono e outras formas de embotamento dos sentidos adotadas para obter o autocontrole, sem a contrapartida de um discernimento inteligente, não é o que Krishna recomenda aqui. Austeridade do mesmo tipo, em outras religiões, incluem autoflagelação, inanição e outras que lembram muito as empregadas na Índia. Mencioná-las todas seria inútil, pois todas se destinam a subjugar os sentidos sem o uso adequado da vontade. Esta tem de dar seu consentimento ativo para a libertação interior: de nada vale mortificar o corpo para obrigá-lo à submissão.

Controlar os sentidos não é tiranizá-los. O que se tem a fazer é retirar deles a energia, porquanto a vontade age diretamente sobre ela. Yogananda declarou: 'Quanto mais forte a vontade, mais abundante o fluxo de energia.' A direção desse fluxo pode ser tanto para dentro quanto para fora, tanto para cima quanto para baixo.

Por isso Krishna fala também em desapego interior. Privar-se de coisas materiais pode, e frequentemente o faz, alimentar o fogo dos vínculos ocultos! Nenhuma atividade voltada para impressionar os semelhantes (ou até Deus) dará, no fim, frutos divinos. A evolução espiritual se consegue, acima de tudo, desejando-a intensamente, não infligindo disciplina violenta ao corpo.

Com boa vontade, alegria e devoção, é possível encontrar Deus. Sem o pleno consentimento da vontade e da consciência total da pessoa, este que é o mais nobre dos objetivos - a consciência pura da Bem-aventurança - não será nunca atingido."

((A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 143/144)


segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

GROSSERIA

"Palavras grosseiras são assassinos impiedosos das amizades antigas e da harmonia dos lares. Tire-as de seus lábios para sempre e deixe sua vida familiar livre de tribulações. Palavras doces e sinceras são néctar para almas sedentas. 

Faça-se sedutor envergando o traje elegante da linguagem genuinamente cortês. Em primeiro lugar, seja bem-educado com seus parentes próximos. Quem age assim normalmente é gentil com todas as pessoas. A verdadeira felicidade doméstica tem por base o altar da compreensão e das frases polidas.

Para ser gentil, não é necessário concordar com tudo; mas, se não concordar, permaneça calmo e cortês. É fraqueza humana ceder à cólera e à irritação; é força divina conseguir refrear os cavalos selvagens do temperamento e da fala. Não importa qual seja a provocação, contenha-se e, apelando para a calma do silêncio ou para a gentileza autêntica das palavras, mostre que seu cavalheirismo é mais forte que o destempero do agressor. Frente à luz suave de seu perdão, todo o ódio reunido de seus inimigos se dissolverá."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Realacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 27)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE REZAR

"Nós sabemos que a quase totalidade das rezas se perde nos vãos das igrejas ou dos quartos de dormir em todos os cantos da Terra. Rezar é uma arte, tão sutil quanto meditar. O que é rezar senão a procura de Deus? (...)

O uso do Terço ou do Rosário vem do início das religiões. O Terço é encontrado em todas elas. O Terço é como um gabarito para que não se perca o cunho da reza. Se alguém deve rezar 30 Padres-Nossos e 30 Ave-Marias, vale-se do Terço ou do Rosário para não se perder. Cada Padre-Nosso rezado é uma conta avançada que fica para trás. Com o uso do Terço a reza ficou mecânica, automática, sem sentimento. Se o Terço é um gabarito, é o caso de se pensar que o fiel religioso não é obrigado a rezar mais ou menos um Padre-Nosso ou uma Salve-Rainha. Isso significa mais manifestação de automação ou de macanicidade. As rezas programadas e decoradas estão na mesma linha da mecanicidade, portanto alheias ao sentimento e por isso inócuas quanto aos objetivos. (...)

Sempre que procurar Deus, dê-se conta de que Ele está bem pertinho de você, na casa D'Ele, em você, no lugar que você já conhece de sobra - seu Kama Rupa - A Casa de Deus no Homem.

Portanto, quando tiver de procurar Deus, achando que é pela reza sua maneira mais efetiva de encontrá-lo, tome algumas providências básicas: Isole-se - concentre-se - pronuncie sua própria oração com palavras ou pensamentos que vai você arrancar do fundo da sua alma. Seja sincero. Se sentir Vontade, chore com sinceridade e à Vontade. Faça com que sua tristeza, que é real, chegue a Ele lá no fundo onde se encontra dormindo. Sua reza franca e sentida vai despertá-Lo e Ele virá em seu socorro desde que você mereça ser socorrido. Não reze em vão, sem necessidade, por falsidade, pois a Lei do Carma está à sua espreita em cada um dos seus movimentos ou atitudes. (...)"


(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 178/179)

sábado, 24 de outubro de 2015

O CIÚME PROVÉM DE UM COMPLEXO DE INFERIORIDADE

"O ciúme provém de um complexo de inferioridade e se expressa por meio da suspeita e do medo. Significa que a pessoa tem medo de não poder se manter no seu relacionamento com os outros, seja ele conjugal, filial ou social. Se sentir motivo para ter ciúme de alguém - por exemplo, se teme que a pessoa amada transfira sua atenção a outrem -, primeiro empenhe-se em compreender se lhe falta alguma coisa interiormente. Aprimore-se. Desenvolva-se. A única maneira de conservar o afeto ou o respeito de outra pessoa é aplicar a lei do amor e merecer o reconhecimento dela mediante o autoaprimoramento.

O amor e seus complementos jamais podem ser conquistados ou mantidos com exigências, súplicas ou chantagens. Tenho observado como algumas pessoas se comportam quando estão perto de pessoas ricas ou influentes. Certa vez eu disse a um príncipe indiano: 'O senhor acredita que essas pessoas que buscam obter seus favores realmente o amam?' Ele respondeu que sim. Mas eu as tinha visto sob uma luz diferente e avisei ao príncipe: 'Pare de lhes dar dinheiro e presentes e descobrirá que não são sinceras. Elas zombam de você quando o bajulam.'

O verdadeiro amor não pode ser comprado. Para receber amor devemos dá-lo gratuitamente, sem condições. Mas em vez de seguir esta regra, a pessoa insegura recorre ao ciúme. Isso faz com que o ser amado se zangue, o que acaba com o propósito original do amor. Então o ciumento reage à raiva do ser amado com o desejo de vingança. Mas sempre que alguém quer ferir alguém, em última análise fere mais ainda a si mesmo. Atos maus procedem de pensamentos maus, são parasitas corrosivos que devoram a fibra mais íntima do ser, pois queimam e destroem a paz interior - a maior riqueza que se pode ter."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 162/163)


quinta-feira, 15 de outubro de 2015

O PODER ESPIRITUAL DA PALAVRA DO HOMEM

"A palavra do homem é o Espírito no homem. Palavras são sons produzidos por vibrações de pensamentos. Pensamentos são vibrações emitidas pelo ego ou pela alma. Toda palavra que sai de nossos lábios deve estar carregada com a genuína vibração da alma. As palavras da maioria das pessoas carecem de peso porque são proferidas automaticamente e não vêm impregnadas da força da alma. Tagarelice, exagero ou falsidade enfraquecem nossas palavras. Por isso, as preces ou pedidos dessas pessoas não produzem as mudanças desejadas. Cada palavra que você disser deve representar não apenas a Verdade, mas também um pouco de sua percepção da força da alma. Sem isso, as palavras são meras aparências. 

Palavras saturadas com sinceridade, convicção, fé e intuição lembram bombas cuja vibração pode pulverizar as rochas das dificuldades e produzir a mudança desejada. Evite palavras desagradáveis, ainda que sejam verdadeiras. 

Palavras ou afirmações sinceras, repetidas com compreensão, sentimento e boa vontade, sem dúvida motivam a onipresente Força Vibratória Cósmica a nos ajudar em nossas dificuldades. Apele para essa Força com confiança infinita, deixando de lado todas as dúvidas. Se suas afirmações forem proferidas com descrença ou visando apenas aos resultados pretendidos, sua atenção se desviará do objetivo almejado. Não semeie a prece vibratória no solo da Consciência Cósmica, ficando a escavá-lo o tempo todo para ver se o resultado germinou."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 85/86


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

VERDADE

"O que é a verdade? Será meramente o que é conhecido como 'falando a verdade', evitar o fingimento, honestidade absoluta consigo próprio e com os outros? Estará ela no seguir uma linha de ação que se concebe como sendo correta, independentemente das consequências para si próprio? Será apenas uma abstração na qual buscamos amparo em meio ao insatisfatório fluxo do tempo? Haverá uma visão da verdade que abranja tanto nós quanto todas as outras coisas?

Quando dizemos 'Verdade', pensamos talvez num elemento do absoluto, na noção de que a verdade é primária, e não secundária ou derivada.

Quando uma pessoa se expressa como ela é, e parece como é, então, sem sombra de dúvida, ela é verdadeira em ação e verdadeira consigo mesma. Isto é fazer, que é o outro lado de ser. O que ela é dentro de si é a verdade de seu ser, e o que ela faz e parece aos outros deve fluir dessa verdade e ser modelado por ela. Sinceridade - toda falta de duplicidade - é, pelo menos, um elemento na expressão dessa Verdade que jaz no mais recôndito do ser, e não surge nas coisas externas.

Existe uma verdade em cada coisa, e essa é a verdade de seu ser; pode não ser a mesma como o que parece ser, ou mesmo o que parece fazer. É esta verdade em nós próprios que, primeiramente, temos de descobrir antes que possamos ver a verdade nos outros.

Toda virtude é uma forma de verdade. A virtude é essencialmente aquela qualidade por meio da qual uma coisa produz seu efeito, como quando dizemos. Há muita virtude nisto. É um efeito procedente da natureza mesma de uma coisa. Se a verdade é a natureza da coisa, então a virtude é a força que pertence a ela e a ela está relacionada, assim como Deus e Shakti (ou Poder) estão relacionados na filosofia indiana. Essa visão está em consonância com a raiz da palavra virtude, que é virtus ou vir, significando energia. É por meio desta construção que a virtude tem sido declarada (por Tuskin, por exemplo) como significando valor varonil. A virtude jaz no reto emprego e disposição de energia.

Se a Verdade é da natureza de nosso ser, e todas as virtudes são modos nos quais a energia desse ser opera, então todas as virtudes são formas de Verdade. Verdade é ser; virtude é fazer ou ação. Mas ser e fazer não podem ser separados, pois não se pode fazer ou agir senão como se é, em qualquer nível."

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 63/64)


quarta-feira, 8 de julho de 2015

REFLEXÕES SOBRE O AMOR (1ª PARTE)

"O amor é a mansão dourada na qual o Rei da Eternidade abriga toda a família da criação. E, por ordem divina, o amor se torna um fogo místico capaz de derreter a densidade do cosmos, tornando-a a invisível substância do Amor Eterno. 

Como um rio, o amor flui continuamente nas almas humildes e sinceras, mas passa ao largo das empedernidas almas de pessoas egoístas, egocêntricas e presas aos sentidos, pois não consegue atravessá-las.

O amor é um manancial onipresente com incontáveis fontes. Quando uma de suas aberturas, em um coração, fica obstruída pelo entulho do mau comportamento, vemos que o amor brota em outro coração. Mas pensar que o amor morreu em qualquer coração é ignorar a sua onipresença. Jamais bloqueie, com ações erradas, o canal do amor em sua alma: assim, você beberá, com incontáveis lábios de sentimento espiritual, diretamente da divina fonte de amor que flui infinitamente em todos os corações abertos.

O amor pode até existir na presença da paixão; entretanto, quando a paixão é confundida com amor, este vai embora. A paixão e o amor, juntos, formam um coquetel agridoce que produz muita alegria mas que, depois, traz tristeza. Quando o amor puro é servido, o gosto pela paixão se funda na doçura do verdadeiro sentimento.

Gotas de amor brilham nas almas verdadeiras, mas o oceano do amor só é encontrado no Espírito. É loucura esperar perfeição no amor humano, a não ser que se busque aperfeiçoar esse amor sentindo dentro dele o amor de Deus. Primeiro, encontre o amor de Deus; depois, com o amor Dele, ame quem você quiser. (...)"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 303)
http://www.omnisciencia.com.br/o-romance-com-deus/p


sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O RESULTADO FINAL DA VERDADE É SEMPRE BOM

"Somente a aplicação de métodos religiosos pode trazer felicidade duradoura. Um dos princípios espirituais mais importante é o da sinceridade. O significado da verdade não é claramente compreendido pela maioria das pessoas. A verdade tem relação direta com a Realidade e, por isso, seu resultado final é sempre positivo. Quem tem o hábito de contar pequenas mentiras, o tempo todo, encontrará dificuldade em ser totalmente sincero em qualquer coisa que diga. Esses mentirosos crônicos nunca consideram a importância de falar a verdade; nem percebem que estão mentido. Sua própria imaginação passa a ser autêntica para eles, e assim não conseguem mais ver a verdade plena, em nenhuma situação.

Muitos que não compreendem a importância de dizer a verdade justificam seus engodos dizendo: 'Bem, se eu sempre falar a verdade, certamente serei passado para trás, porque o resto do mundo não age assim. Uma mentirinha aqui e ali me possibilita viver muito bem.' É lamentável!

Para ser sempre sincero, é necessário entender a diferença entre fato e verdade. Se ao ver um deficiente e, raciocinando ser seu defeito físico um fato óbvio, você o cumprimenta dizendo 'Como vai, sr. Deficiente?', irá ofendê-lo. Aqui, a sinceridade em apontar o defeito alheio só causou mágoa; não fez bem nenhum. Portanto, não se deve falar desnecessariamente de fatos desagradáveis, ainda que verdadeiros."

(Paramahansa Yogananda - O Romance Com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 37/38)

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

O PODER ESPIRITUAL DA PALAVRA HUMANA

"Palavras impregnadas de sinceridade, convicção, fé e intuição são como bombas vibratórias altamente explosivas que, quando detonadas, desintegram as rochas das dificuldades e produzem a mudança desejada. Evite dizer palavras desagradáveis, mesmo que sejam verdadeiras. Palavras ou afirmações sinceras, repetidas com compreensão, sentimento e vontade seguramente farão com que a Força Vibratória Cósmica Onipresente o auxilie em sua dificuldade. Apele a esse Poder com infinita confiança, lançando fora toda dúvida; do contrário, a flecha de sua atenção se desviará do alvo.

Depois de haver plantado a semente da vibração de sua prece no solo da Consciência Cósmica, não a desenterre frequentemente para ver se germinou ou não. Dê às forças divinas a oportunidade de trabalharem sem interrupção."

(Paramahansa Yogananda - Afirmações Científicas de Cura - Self-Realization Fellowship - p.20/21)

sábado, 11 de outubro de 2014

A DEVOÇÃO DEVE SE APENAS PARA DEUS, NÃO PARA IMPRESSIONAR OS OUTROS

"O devoto que segue o caminho de bhakti, ou devoção, pode passar por uma fase de sentimentalismo por certo tempo. Se, porém, ele é profundamente sincero, esse fervor externo se dissipará gradualmente, e em seu lugar haverá um profundo estado de consciência devocional interior. Você já leu a respeito disso na vida de muitos santos que seguiram a senda de bhakti. Há um período de grande emotividade; lágrimas escorrem e o devoto às vezes chega a perder a consciência. Mas se ele perseverar e for profundamente sincero, se não tentar impressionar os outros, sua mente ficará, de modo gradual, tão absorta interiormente que haverá muito pouca exposição de seus sentimentos.

Alguns aspirantes, ao experimentarem uma pequena devoção, fazem muito alarde na presença dos outros com o desejo consciente ou subconsciente de impressioná-los. Com tal exibição, perdem todo o verdadeiro sentimento devocional. Quando alguém entra nessa fase emocional de início, deve perguntar-se: 'Estou sendo sincero?' Lembre sempre disso. O devoto deve analisar-se com honestidade: 'Estou tentando impressionar alguém? Sou tão profundamente emotivo, em meu sentimento por Deus, quando estou só, onde ninguém pode observar-me, como quando estou com os outros?' Essa é a primeira coisa que ele deve fazer: ser honesto consigo. Se vê que seus sentimentos são igualmente profundos, que as lágrimas escorrem não menos abundantemente quando está só, então sua devoção está na trilha correta. Se, por outro lado, ele vê que sua emoção é muito mais forte quando está com os outros, deve se afastar mentalmente, por um momento, e se perguntar se de fato está esperando impressionar, com seu 'grande adiantamento espiritual', as pessoas que estão à sua volta. Se verificar que é assim, não perca tempo e ore profundamente a Deus: 'Ó Senhor, por favor, não permitas que eu profane esta centelha de devoção que sinto por Ti! Ajuda-me a remover esta exibição, para que ninguém possa ver meu amor por Ti. Deixa-me conservá-la oculta, sagrada entre Ti e mim.' Dessa maneira muda-se a direção dos pensamentos e sentimentos que fluem para fora, conduzindo-os para dentro.

Quando o devoto ama a Deus sinceramente, quando sua devoção se torna profunda e pura, ele esquece o mundo. Já não se importa que o mundo o julgue um louco ou um santo, que o mundo o aceite ou rejeite. Só quer sentir o amor de Deus e absorver-se nesse amor. Nessa consciência, quando as lágrimas escorrerem de sua face, se sua mente acaso exteriorizar-se por um instante, seu desejo é que ninguém a não ser Deus veja essas lágrimas. Esse devoto talvez saiba que está no caminho certo; e que sua devoção se tornará gradualmente mais profunda, mais recolhida, mais interiorizada - mas mesmo então ela poderá, de vez em quando, se exteriorizar."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 182/184)
http://www.omnisciencia.com.br/so-o-amor.html

quinta-feira, 19 de junho de 2014

VIVA PARA OS OUTROS E ELES VIVERÃO PARA VOCÊ (1ª PARTE)

"Há os que dizem: 'Sou um homem religioso'. Contudo, se outra pessoa se sentasse no banco em que costumam sentar-se, na Igreja, estariam prontos para cortar a cabeça do intruso! De vez em quando vejo, em minhas classes, esse tipo de incidente. Se outra pessoa quer o seu lugar, ceda-o, mesmo que tenha de ficar em pré. Se tiver um comportamento exemplar, terá, todos os dias, alguém pensando em você com respeito. Quando aprender a viver para os outros, eles viverão para você. Enquanto viver egocentricamente, ninguém se interessará por você. O melhor modo de atrair as pessoas é com boas ações. 

Se olhar ao redor, durante uma festa, quase sempre notará alguns convidados que são claramente invejosos do que os outros têm. Ninguém gosta de estar com gente desatenciosa e egoísta. Mas todos têm prazer em estar com uma pessoa de tato e consideração.

Pratique a consideração, tanto no uso da linguagem quanto nas ações; e quando se sentir tentado a falar com aspereza, controle o impulso e, em vez disso, fale com calma. Que ninguém ouça palavras duras de sua boca. Não tenha medo de dizer a verdade quando solicitado, mas não imponha suas ideias aos outros. Lembre-se também de que pode ser verdadeiro chamar um cego de cego, ou uma pessoa doente de doente, mas é melhor evitar essa rudeza. Com bondade e consideração nas palavras que pronunciar, você eleva as pessoas e as torna melhores.

Entretanto, nem sempre são as palavras que os outros ouvem, mas a força e a sinceridade que existe por trás delas. Quando um homem sincero fala, o mundo se move. Quando ele diz algo, os outros escutam. Algumas pessoas falam sem parar, esperando convencer o ouvinte pelo constante jorro de palavras. O ouvinte prisioneiro, porém, só pensa: 'Por favor, deixe-me ir!' Quando falar, não fale muito de você mesmo. Procure falar de um assunto que interessa ao interlocutor. E ouça. Essa é a maneira de ser atraente. Verá como sua presença será solicitada. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 142/143)


terça-feira, 10 de junho de 2014

ALCANCEM A GRAÇA DIVINA

"Repetir o nome de Deus purifica o corpo e a mente. Tenham intensa fé no poder do nome de Deus e meditem sobre Ele. Se repetirem Seu nome, todas as correntes serão rompidas, vocês se tornarão pessoas destemidas e encontrarão a imortalidade.

O único objetivo das disciplinas espirituais é conhecer Deus - é alcançar Sua graça. A mente deve livrar-se das máculas provocadas por sentimentos como a luxúria e a cobiça. Sem que o coração seja purificado, a graça de Deus não pode revelar-se.

Sri Ramakrishna costumava dizer: 'Enquanto a agulha estiver recoberta de lama, não será atraída pelo ímã; se a lama for retirada, porém, sua atração pelo imã será algo natural.' Se alguém pensar em Deus, meditar e orar com sinceridade no coração, a lama que recobre a mente será imediatamente eliminada. Da mesma forma que a agulha é atraída pelo ímã, se a mente do homem sentir atração por Deus e purificar-se, a graça divina fluirá sobre ele e Deus se revelará. Sri Ramakrishna costumava usar o exemplo do policial e sua lanterna. Embora permaneça oculto nas sombras, com a ajuda da lanterna o policial pode ver qualquer um sobre quem apontar sua luz. Quem quiser ver o policial, deve pedir que ele vire a luz da lanterna para si mesmo. O mesmo acontece com a graça divina. Deus é a Luz do Conhecimento; para receberem a graça de vê-Lo, devem orar sinceramente e pedir que Ele aponte a lanterna sobre Si mesmo. Somente dessa forma vocês serão capazes de enxergá-Lo.

Enquanto o homem desejar as coisas do mundo, não lhe será possível sentir qualquer vontade sincera de conhecer Deus. Enquanto permanece distraída com seus brinquedos, a criança se esquece da mãe, mas assim que se cansa deles, começa a chorar e não ficará feliz enquanto não a encontrar. De forma semelhante, quando o homem se cansa dos brinquedos do mundo, seu coração passa a ansiar por Deus e ele empenha toda sua mente e vontade para encontrá-Lo."

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro - Ed. Vedanta, São Paulo, 2011 - p.270/271)
www.vedanta.org.br


domingo, 9 de fevereiro de 2014

O QUE CONTA É A SINCERIDADE E A INTENSIDADE DE ESFORÇO

"A consciência espiritual está no sincero empenho interno para ascender rumo à verdadeira e duradoura felicidade. Muitos dizem que seguem um curso correto, mas pouquíssimos estão realmente fazendo um esforço sincero. Não se exige que você se torne um anjo de imediato. Uma vez que só o Absoluto é perfeito, podemos dizer que, perante Deus, até o melhor dos anjos é um pecador. Mas santos são pecadores que nunca se deram por vencidos. Independentemente das dificuldades, se você não desistir, progredirá em sua luta contra a corrente. Lutar é obter o favor divino; faça o supremo esforço. Não deixe que a vida o leve correnteza abaixo, flutuando passivamente.

Você não pode enganar a Deus, pois Ele vê o que você pensa. Deus não vai contar quanto tempo você trabalhou pela realização espiritual; o que conta é a intensidade. Não importa quantas encarnações de mau karma você possa ter; se sua devoção e sinceridade forem suficientemente profundas para trazer a luz de Deus à consciência, todas as trevas do mal de encarnações passadas se dissiparão.

Assim, não importa se seus pecados são mais profundos do que o Oceano Atlântico: faça um constante esforço mental para ser bom. Durante umas poucas encarnações você foi um ser humano, mas ao longo da eternidade tem sido, é e será um filho de Deus. Nunca se considere pecador, porque o pecado e a ignorância são apenas pesadelos mortais. Quando despertamos em Deus, descobrimos que a alma, isto é, a consciência pura, nunca fez nada de errado. Imaculados pelas experiências mortais, somos e sempre fomos filhos de Deus. Somos como o ouro na lama: quando a lama da ignorância é removida, aparece no íntimo o reluzente ouro da alma, feito à imagem divina.

A consciência espiritual nasce da firme determinação mental. Não importa como as pessoas a seu redor agem ou se comportam em relação a você; você é que tem de ser bom. Seu maior inimigo é você mesmo, pare de adiar a decisão de ser bom. Eu costumava me enredar em rotinas mentais de tal modo que muitos meses de passavam sem que eu conseguisse meditar profundamente. Entretanto, continuei a fazer o esforço mental. O progresso veio logo que percebi, um dia, que eu deveria ter mais determinação para controlar todos os meus hábitos e exercitar minha espiritualidade. Da mesma forma, você precisa assumir o controle do seu comportamento e da sua consciência. Faça o que sabe que deve, e não realize nada contrário à consciência espiritual."

(Paramahansa Yogananda – O Romance com Deus – Self-Realization Fellowship – p. 91/92)


quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

A MOTIVAÇÃO INTERNA DA AÇÃO

"Quando você clama com absoluta sinceridade, infalivelmente a resposta vem. Descarte todos os desejos inferiores, e clame a partir do coração angustiado. Não ore apenas com os lábios, como faz agora, sentado em seu quarto de puja (adoração), que em realidade não passa de um recanto da cozinha. Você adora o Senhor, mas sua atenção está na comida do forno, com o nariz farejando gulosamente os quitutes. Seus pensamentos para Deus acham-se viciados por apego aos objetos sensoriais (vishaya vasana). Existe um grande abismo entre o que você diz e aquilo que faz; entre o que você é capaz de fazer e aquilo que efetivamente realiza. Você escutou que Uttarakumara era um covarde de fato, embora pudesse vencer, num instante, as forças inimigas. Ele poderia dissertar horas e horas sobre a teoria das batalhas, mas, das batalhas, como prática, nada sabia. A motivação interna que instiga à ação é o que o Senhor pesa."

(Sathya Sai Baba – Sadhana O Caminho Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989, p. 154)


segunda-feira, 8 de abril de 2013

DESENVOLVER UMA PERSONALIDADE HARMONIOSA (1ª PARTE)

"Seja genuinamente amistoso quando estiver com os outros. Nunca seja "desmancha-prazeres". Você não precisa gargalhar como uma hiena, mas também não fique de cara fechada. Simplesmente sorria. Seja amável e gentil. Contudo, sorrir exteriormente quando, na verdade, sente raiva ou mágoa interiormente, é hipocrisia. Se quiser ser digno de estima, seja sincero. A sinceridade é uma qualidade da alma que Deus deu a todo ser humano, mas nem todos a manifestam. Acima de tudo, seja humilde. Mesmo que tenha admirável força interior, não oprima os demais com a força de sua natureza. Seja calmo e tenha consideração com eles. Essa é a maneira de desenvolver o magnetismo que fará com que gostem de você. 

Não tente dar-se bem com os outros adotando atitudes artificiais. Simplesmente seja afetuoso, sempre pronto para ajudar, e sature-se de comunhão divina. Logo você descobrirá que está se dando bem com todos em seu ambiente.

No seu relacionamento com os outros é extremamente necessário reconhecer e apreciar as características que eles esculpiram em si próprios. Se analisar as pessoas com a mente aberta, você as compreenderá melhor e terá mais facilidade em se dar bem com elas. Instantaneamente será capaz de dizer com que tipo de pessoa está tratando e saberá como lidar com ela. não converse sobre corridas de cavalo com um filósofo, nem de problemas domésticos com um cientista. Descubra o que interessa ao indivíduo, e converse com ele sobre isso, não sobre o que interessa a você, necessariamente. 

Quando conversar com alguém, não fale demais sobre você mesmo. Procure falar de um assunto que interessa à outra pessoa. E ouça. Esse é o modo de ser atraente. Você verá como a sua presença será solicitada. (...)"

(Paramahansa Yogananda - Onde Existe Luz - Self-Realization Fellowship - p. 134/135)


sexta-feira, 5 de abril de 2013

BHAKTI YOGA - DEVOÇÃO AO ONIPRESENTE (5ª PARTE)

"O amor a Deus não se desenvolve e expressa exclusivamente diante dos altares. O bhakta não se contenta com isto. Para ele o altar de Deus é onipresente e seu templo, o universo inteiro. Eis por que procura adorar seu Amado em todas as pessoas e em cada forma de vida, em todos os fenômenos e aspectos da natureza, em todos os níveis existenciais, a todo tempo, em toda a parte, pois que, embora tenha eleito uma determinada Forma e um determinado Nome para cultuar, nunca se esquece de que Deus é Um só, uma onipresente e onipenetrante Realidade e Essência Única de tudo que existe. Seu amor é assim, majestoso, total, vertical, sem limites e sem máculas de desejo, sem interesses egoísticos, sem quaisquer sinais da vulgaridade escravizante, sem os resíduos das impurezas do fanatismo e superstição.  
Desculpa Deus meu se não me ajoelho cada vez que Te vejo, Preciso trabalhar. Não posso viver ajoelhado.(Hermógenes, In Yoga, Caminho para Deus)
Há devotos incultos que só conseguem realizar uma forma nada filosófica de culto. Que continuem. Desde que seu culto, embora primitivo e sua adoração ingênua sejam expressões do verdadeiro prema, Deus não o deixa à míngua de resposta. Ele ajuda seu humilde e simplório adorador. Deus não é elitista. E só leva em conta a pureza, a sinceridade, a autodoação e o verdadeiro amor que inspiram o culto.(...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 86/87)