OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 14 de julho de 2017

A IMPORTÂNCIA DE CONTROLAR OS SENTIDOS

"A filosofia vedanta ensina que, desde que reconheçamos a base essencial de tudo que vemos, desnecessário se torna qualquer outro sadhana (disciplina). Se você tem um pote com um furo, jamais o encherá de água. Da mesma forma, se o pote de nossa mente tem alguns furos, na forma de desejos sensuais, todo trabalho que fizermos será inútil; nunca a plenificaremos com pensamentos sagrados. Somente quando já hão haja orifícios, suas tentativas serão eficazes e você poderá elevar-se ao Divino.

Rancor, orgulho e outras paixões reduzem o homem ao nível de um lunático e algumas vezes o degradam ao nível da besta. Portanto, é necessário que devamos reconhecer vijnana, prajnana e sujnana⁶⁹, que latentes no homem, o dirigem, por canal apropriado, para assim atingir o estado mais alto da felicidade suprema. A causa de todos os problemas, confusões e desordens é o fato de que perdemos o domínio sobre nossa sensualidade. Permitimos que tudo ocorra de maneira selvagem. Por deixar liberados e descontrolados os sentidos, tornamo-nos incapazes de apropriadamente discernir, de pensar de forma fria, calma e racional. É assim que, muitas vezes, somos arrastados a ações errôneas. A ira é igual a um tóxico. Induz-nos internamente a fazer coisas erradas. Esta é a fonte de todos os pecados. É um imenso demônio. Ela nos conduz a cometer os demais pecados. No caso de Viswamitra⁷⁰, sabemos que todo bem que adquiriu praticando thapas⁷¹ foi anulado por este único mal - a ira. O mérito que acumulara mediante thapas, que durara muitos anos, foi perdido num momento de ira."

⁶⁹ Vijnana, prajnana e sujnana - vi, praj e su são três prefixos acrescentados à palavra jnana (conhecimento), atribuindo a esta três graus diferentes, expressando três espécies de conhecimento. As diferenças são demasiadamente sutis para a mente ocidental, e explicá-las não caberia num simples rodapé. Podemos acrescentar que se trata de níveis diversos e progressivos, que transformam o simples conhecimento em sabedoria suprema unitiva.
⁷⁰ Um celebrado sábio, que, tendo nascido na varna (casta) dos guerreiros, através de pesadas e prolongadas austeridades (thapas), ascendeu à varna dos mentores - os brahmanas ou brahmins.
⁷¹ Duras práticas ascéticas.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 179)
www.record.com.br


segunda-feira, 2 de maio de 2016

ATRAENTE É O CAMINHO DO PECADO

"'Um homem que caminhava numa região do pais em que diamantes foram encontrados chegou a uma área coberta de cacos de vidro, que reluziam à luz do sol.

'Diamantes!', pensou, animado. Abaixando-se para pegar um deles, percebeu que se tratava apenas de um caco de vidro. Desapontado, atirou-o longe e estendeu o braço para apanhar outro. Mas este, também, era apenas um caco de vidro. E assim ele prosseguiu a apanhar um caco de vidro atrás do outro. Algumas vezes, ele se cortava com os cacos mais afiados. Todo caco que apanhava era tão enganador quanto os anteriores. 

'Assim é o caminho do pecado. Atraente é o seu falso brilho, mas a experiência mostra no final não se tratar de outra coisa senão de um 'caco de vidro'. Por vezes, esse caco de vidro faz com que a pessoa que o apanha se corte. Ele sempre causa decepção.

'Os prazeres sensuais só podem terminar em fastio, em marasmo angustiante e em desgosto. Por quê? Pelo simples fato de que os seus sentidos físicos não são o seu verdadeiro Eu.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63


quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A ATIVIDADE DO DESEJO (PARTE FINAL)

"(...) O desejo, se é desejo sexual, atua sobre o sistema nervoso. Toda sensação é uma excitação dos nervos, isto é, de todo o corpo. Quando a mente relembra essa excitação, quando se demora sobre ela na memória, o desejo sobe à cabeça e a excitação aumenta até alcançar o clímax. A mente torna-se escrava dessa excitação e não consegue funcionar separada dela. Ela se torna ativa e reúne os sentidos por meio de todo artifício possível, com o objetivo de aumentar o desejo e alimentá-lo.

Vemos isso ilustrado num show erótico ou numa revista erótica. O produtor representa a mente. É a sua mente que elabora e desenha cada detalhe que atrai os espectadores ao atuar sobre as associações em suas mentes, incita-lhe o desejo sexual, que por sua vez intensifica as antigas associações e se espalha para sensações novas. Cada detalhe torna-se uma corrente que aumenta o fluxo do desejo e da excitação, resultando num estado de interação, um vicioso círculo de ação entre a mente, instigada pelo desejo, e os nervos.

Quanto maior a excitação dos nervos, maior a vivificação do corpo e o desfrute da sensação corporal. Quanto maior o gozo, maior o apego ao gozo e ao anelo por sua repetição. A ‘arte’ em qualquer romance erótico ou em qualquer tipo de apelo sexual consiste igualmente na ênfase de associações.

Assim grande número de pessoas se deixa influenciar por uma luxúria intensificada e crescente que, eventualmente, as torna autômatos existindo para a satisfação da luxúria, ‘monstros’ a quem nada deterá sob sua tirania incessante. Na ocasião oportuna a autoindulgência sufoca e destrói todo instinto altruísta. Pois a mente está entrincheirada na sensação. A luxúria torna-se crueldade, sadismo. Mesmo em sua forma débil, luxúria e indulgência produzem indiferença para com os outros, destroem o amor no único sentido verdadeiro, expansivo e belo do termo.

É através da mente que o desejo pode ser controlado e dominado. O homem sábio é aquele que não diz: ‘eu desejo’, pois é capaz de se separar do desejo. Logo ele aprende que ‘sua’ mente é um amplo processo de pensar que ele contraiu.

Quando o coração está pleno de amor que busca dar e não arrebatar ou desfrutar, que não busca intensificação do eu pela sensação enraizada no eu, todos os anelos devem morrer. Onde o sexo é um problema, o amor é o antídoto. Quando existe a sacralidade do amor puro – no qual existe ausência do eu – pode-se olhar, sem interesse (como através dos olhos de uma criança inocente), para todas as coisas que poderiam ser excitantes a uma mente afetada pelo sexo. Na vida moderna, ‘amor’ está associado a posse e prazer. Mas seu verdadeiro relacionamento é com a ausência de desejo sob qualquer forma, sutil ou grosseira."

(N. Sri Ram – O Interesse Humano – Ed,. Teosófica, Brasília, 2015 – p. 28/29)


sábado, 13 de junho de 2015

CONTROLE TEUS SENTIMENTOS

"Você deve sacrificar, não o carneiro balindo ou um cavalo, ou uma vaca, mas sua própria animalidade - a luxúria e a ambição, o ódio e a malignidade bestiais. Sacrifique tudo isto, e o céu de paz imperturbável será seu. Matar um carneiro (sheep) é um truque barato (cheap) que não aproveitará a ninguém. O que lhe é solicitado é que mate o carneiro que tem dentro de você - o animal covarde que se diverte dentro da massa e que acompanha a fúria cega e violenta do rebanho. 

Os desejos que se grudam à mente são os responsáveis pelas manchas na interna consciência do homem. Controle seus sentimentos (a sensualidade). Não se submeta a suas insistentes demandas em prol de serem gratificados. Quando um cadáver é colocado sobre uma pira, e depois esta é acesa, tanto o cadáver quanto a pira serão reduzidos a cinza. Assim também, quando nos negamos à sensualidade, a mente também é aniquilada. Quando a mente desaparece, morre a ilusão, e assim a libertação acontece."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p.155)


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

UM CONCEITO FALSO (2ª PARTE)

"O homem colérico, o sensual e o ganancioso esquecem sua posição e sua relação à sociedade, cometendo grandes erros que arruinam suas vidas e as dos outros. Muitos desses alcoólatras mentais pensam que, se exteriorizarem seus hábitos psicológicos, sentirão algum alívio. Mas o hábito autocomplacente de ceder aos maus impulsos é extremamente prejudicial, pois é através da repetição de expressões negativas que o indivíduo se torna um alcoólatra mental crônico, caindo no ridículo em qualquer tempo e lugar.

Se as crianças forem expostas a maus ambientes enquanto suas mentes ainda são maleáveis, desenvolverão hábitos errôneos que, se não controlados, podem levar ao alcoolismo mental crônico. Ao notarem súbita mudança no filho - por exemplo, se um garoto de temperamento calmo passa a ter frequentes acessos de raiva - os pais devem agir o quanto antes. Deve-se identificar e remover as causas das frustrações, procurando novos meios para o emprego construtivo das energias.

Aqueles que habitualmente mostram qualquer uma das características aqui mencionadas são alcoólatras mentais. Por imprudência, despencam pelas 'Cataratas do Niagara' dos constantes maus hábitos, despedaçando sua felicidade, ao mesmo tempo em que, desamparada mas voluntariamente, permitem a expressão descontrolada de suas piores características. Não é aconselhável censurar alcoólatras mentais que, frequentemente, têm violentos acessos de desgosto e tédio pelo mundo. Sua atitude resulta da contínua repetição de hábitos nocivos. Devem ser tratados como pacientes psicológicos que sofrem de doenças mentais crônicas."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 198)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

ASANGA (PARTE FINAL)

"(...) Negue-se a alimentar a sensualidade. Evite as oportunidades do excitamento sensual. Não se comporte como um gozador inveterado. Evite transformar-se num fascinado pelos sentidos. Não se deixe perder no gosto, na miragem e na obsessão da sensualidade. Conserve-se sóbrio. Não quer dizer que quem não é um eremita austero tem de forçosamente ser um neurótico. Não é nada disso. Mas sobriedade e autodomínio pacífico nunca fazem mal a ninguém. Ao escolher um divertimento, leve em conta que a necessidade obsedante de correr a eles é um sinal de que a eles você está se prendendo, de que se está esvaziando, se alienando e tornando cada vez mais difícil a equanimidade, a imperturbalidade e, consequentemente, a saúde. Cada vez que você vai ver um filme de horror, de violência, de ódio e vingança, de erotismo e suspense, a título de divertimento, o que está de fato fazendo é introjetar no insconsciente vásanas e samskaras nocivas que são como germes patogênicos psíquicos do medo, da agressão, da brutalidade, da ira e da luxúria. Ao mesmo tempo estará, automaticamente, danificando organismo com fortes emoções mórbidas que a película lhe propicia. 

Aprenda a ser dono de sua sensibilidade. Divinize-a, alimentando-a de pura beleza. Aprenda a melhorar-se com imagens, sentimentos, melodias, sons, perfumes e emoções que sejam condizentes com a aspiração de transformar sua vida mediante a conquista da mente.

O erotismo está expulsando do mundo a poesia. A violência está destruíndo a ternura. A sensualidade grosseira está vencendo a capacidade de gozar o sutil. Isso causa dores e desquilíbrios.

Despertemos. Comecemos a reagir. Aprendamos a cultivar poesia, ternura e gozo espiritual. Sutilizemos, refinemos nossa sensibilidade. Espiritualizemos nosso sentir. Tornemo-nos capazes para os prazeres não compráveis, invulgares, indescritíveis - os sublimes; e para as perfeitas vivências no Espírito Onipresente da Beleza Absoluta. Harmonizemo-nos esteticamente. Harmonizemo-nos capazes de sintonia com a Suprema Beleza, que o Divino Artista nunca deixou de nos oferecer. Abramos nossos olhos para a beleza de Deus." 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 196/197)


domingo, 21 de dezembro de 2014

ASANGA (1ª PARTE)

"Em muitos de seus versículos, a Gita alerta o aspirante ao yoga, o candidato à saúde e à integração psicossomática, que não se deixe dominar pelos objetos dos sentidos. Quem vive a gratificar os sentidos, cada vez mais, vai se tornando escravo do prazer e do desejo de maior prazer. Não pode haver libertação para aquele que se deixa dominar pela sede dos sentidos (indriyas), pela sensualidade. Quem aspira à conquista da mente, tem de manter-se alerta, a fim de não cair vítima da obsessão sensual. A psicologia e a higiene mental do Ocidente também recomendam que não se deve atender à sede de sensualidade, e mostram não ser sadio gratificar os sentidos. 

Sanga quer dizer o gozo dos prazeres sensuais ou a gratificação dos sentidos. O yogui pratica asanga, isto é, a negação de sanga. Asanga é liberdade. Sanga, servidão.

A maioria dos homens vulgares, tentando, de maneira vã, um alívio para seus dramas, buscando, sem resultado, um preenchimento para o vácuo de seu viver sem rumo, querendo um lenitivo para seu tédio e buscando uma felicidade mítica, persegue novos e mais excitantes prazeres sensuais. O que consegue é apenas perseguir miragens, disfarçar a infelicidade, com o consequente agravamento dessa infelicidade e maior desgaste de sua energia nervosa. Se ansiedades e frustrações são como fogueira a queimar, as concessões à sensualidade são como a tentativa de apagá-la jogando mais gasolina em cima. Os sentidos indiscutivelmente são insaciáveis. Nenhum prazer, por mais intenso e inusitado que seja, conseguirá satisfazê-los. Quem tenta provar o contrário - e são quase todos - comete imprudência e só consegue desengano. É um recomeçar desalentador... 

Se a mente é uma fogueira, asanga é negar-lhe o combustível. A dieta e o jejum dos sentidos, que a psiquiatria e a higiene mental de hoje recomendam, é este sábio procedimento aconselhado pela yoga há muitos milhares de anos. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 195/196)


quinta-feira, 30 de maio de 2013

TANTRA YOGA - MÃO DIREITA E MÃO ESQUERDA (5ª PARTE - III)

" (...) Todos os Avatares e Grandes Mestres mostram que satisfazer aos desejos com o objetivo de vencer a pressão com que eles "imperiosamente" se impõem é tão inteligente quanto tentar apagar fogueira lançando combustível sobre as labaredas. Na Bhagavad Gita, o Senhor Krishna descreve, com precisão e dramaticidade, como um homem que se entrega à gratificação dos desejos sensuais, conforme proposto acima, ao contrário do prometido, a sublimação, desce num tobogã para a própria ruína. Declarou o Avatar:
Quando um homem se demora a pensar nos objetos (sensórios) cria apego por eles; do apego, o desejo nasce; do desejo surge o ódio; o ódio produz o embuste; a partir da ilusão perde-se a memória; desta perda sobrevém a destruição da capacidade de discernir; perdido o discernimento, a ruína acontece. (II:62,63)
O "assuma" e "libere-se", tão receitado por certa classe de "terapeutas" modernosos, como se vê, não é uma novidade. Vetustos textos e gurus tântricos (da "mão esquerda") já preceituavam tal sadhana (?!!!). Mas somente a seus discípulos pasubhava (tipo animalesco). Um velho guru tântrico - esclareça-se - tinha bastante sabedoria para orientar o discípulo a fim de evitar promiscuidades, abusos, aberrações e distorções, e ainda mais, tendo progredido para a condição de viryabhava (tipo heróico), percebia quando o sadhana do discípulo deveria ser modificado. Recomendava então rituais apropriados a seu novo status espiritual, os da "mão direita", isto é, Bhakti, Kriya, Karma, Hatha e Jnana Yoga.

O mesmo Haridas Chaudhuri, que tão convincentemente defende o "vale tudo" para atender aos desejos, sob o pretexto de o Tantra ser uma "abordagem afirmativa da natureza", em páginas seguintes da mesma obra propõe valiosas advertências:
...tem-se frequentemente a tendência de levar muito longe o espírito de afirmação (...) Quando uma pessoa se torna muito afirmativa no seguir o caminho da natureza, é preciso que se lhe fale sobre a glória transcendente do espírito. Doutra forma, ela pode perder-se no labirinto do desejo e vir a transviar-se no autoembuste em nome da religião. (...) Algumas vezes a promiscuidade sexual é sancionada como um modo de religião. (...) A magia negra então se mascara de religião."  
 (José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 128/129)


sábado, 17 de novembro de 2012

VENCER A VULGARIDADE




“O gozo sensual e vulgar não pode ser antídoto para a angústia existencial. Se assim fosse, as cortesãs, os milionários, os libertinos não praticariam suicídio.

A angústia só se vence com a realização do que é essencial em nós, isto é, o Espírito Uno e Real, que cada um de nós É. E isto se consegue com persistência, fé, prática, renúncia, humildade, meditação e transformações psicológicas profundas que nos levam para além da vulgaridade.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – 129/130).