OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 3 de agosto de 2021

NÃO JULGUEIS - E NÃO SEREIS 'JULGADOS!' - NÃO CONDENEIS - E NÃO SEREIS CONDENADOS!

"Com estas duas frases lapidares enuncia o divino Mestre a lei universal e infalível de causa e efeito, ou, como diz a filosofia oriental, a lei do 'karma'. Se os homens compreendessem praticamente essa lei, não haveria malfeitores sobre a face da terra, porque o homem compreenderia que fazer mal a seus semelhantes é fazer mal a si mesmo, e, como ninguém quer ser objeto de um mal, ninguém seria autor do mal; cada um compreenderia que ser mau é fazer mal a si mesmo.

O universo é um 'kosmos', isto é, um sistema de ordem e harmonia, regido por uma lei que não admite exceção, ou no dizer de Einstein, o universo é a própria Lei Universal. Dentro desse sistema cósmico, a toda ação corresponde uma reação equivalente. Pode essa reação tardar, mas ela vem com absoluta infalibilidade.

Objetivamente, ninguém pode perturbar o equilíbrio do universo, embora, subjetivamente, os seres conscientes e livres possam provocar perturbação. A ação do perturbador provoca infalivelmente a reação do perturbado, e esses dois fatores, ação e reação, atuando como causa e efeito, mantêm o equilíbrio do Todo. A ação do perturbador chama-se culpa ou pecado, a reação do perturbado chama-se pena ou sofrimento. Ser autor de uma culpa é ser mau, ser objeto de uma pena é sofrer um mal. Por isso, é matematicamente impossível que alguém seja mau sem fazer mal a si mesmo. Se tal coisa fosse possível, o malfeitor teria prevalecido contra o universo e ab-rogado a Constituição Cósmica; teria, por assim dizer, derrubado o Himalaia com a cabeça.  

Compreender praticamente essa lei inexorável é ser sábio, e ser sábio é deixar de ser mau ou pecador. Se todos os homens fossem sábios ou sapientes, não haveria mau sobre a face da terra. Mas os homens são maus porque são insipientes, ignorantes. 'Disse o insipiente no seu coração: Não há Deus!' Todas as vezes que os livros sacros se referem ao pecador, usam o termo 'insipiente', isto é, 'não sapiente', ou ignorante.

O grande ignorante é o pecador. O grande sábio é o santo.

Quem conhece experiencialmente a ordem cósmica não comete a loucura de querer destruí-la com seus atos maus, porque sabe que isto é tão impossível como querer derrubar o Himalaia com a cabeça ou apagar o sol com um sopro.

O verdadeiro homem santo é um sapiente. E sua sapiente santidade consiste em manter perfeita harmonia com a lei do universo. A própria palavra 'santo' quer dizer 'universal' ou 'total'. O homem santo é o homem univérsico, integral, cósmico, aquele que não procura uma vantagem parcial contrária à ordem total."

(Rohden - O Sermão da Montanha - Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 1997 - p. 151/153)


segunda-feira, 19 de março de 2018

A ORAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Quando entrasse no seu longo repouso no mundo celeste, estaria inteiramente fora de qualquer possibilidade de ser perturbado por coisas terrenas; no entanto, até num caso desses, uma oração que lhe fosse dirigida talvez não ficasse sem efeito. Um homem assim estaria quase certamente despejando uma torrente constante de pensamentos de amor sobre a humanidade, e esses pensamentos seriam um verdadeiro e poderoso chuveiro de bênçãos, tendendo geralmente ao auxílio espiritual daqueles sobre os quais viesse a cair; e não há dúvida que o homem que estivesse pensando com fervor no santo, ou rezando para ele, estabeleceria relação com ele, e atrairia, por consequência, sobre si grande quantidade daquela força, se bem que inteiramente à revelia do santo de que ela provinha. Se o santo fosse suficientemente adiantado para ter entrado numa série especial de nascimento, que se seguissem, rápidos, uns aos outros, o caso seria igualmente diverso. Ele estaria então, durante o tempo todo, ao alcance da terra, ou vivendo no plano astral, ou numa encarnação no físico, e, se a oração fosse tão forte que lhe chamasse a atenção a qualquer momento em que estivesse fora do corpo, é provável que ele desse toda a ajuda de que fosse capaz.

Mas, felizmente para os muitos milhares que estão constantemente derramando suas almas em orações - na mais cega ignorância, porém com perfeita boa-fé - há ainda alguma coisa da qual podemos depender, mas que independe de todas essas considerações. Diz-nos Sri Krishna, no Bhagavad Gita, que todas as orações sinceras chegam a ele, sejam quais forem e a quem elas possam ter sido ignorantemente oferecidas; existe uma consciência suficientemente ampla para abranger tudo, que nunca falha em sua resposta a todo esforço sincero na direção de uma espiritualidade maior. Opera através de muitos meios; às vezes, talvez, dirigindo a atenção de um deva para o suplicante, às vezes através da mediação dos auxiliadores humanos, que trabalham no plano astral ou mental pelo bem da humanidade. Um deva ou auxiliador nessas condições, se se mostrasse, seria tomado inevitavelmente, pelo peticionário, como o santo ao qual ela orara, segundo o ilustram muitas histórias que se contam a respeito. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 80/81)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 18 de março de 2018

A ORAÇÃO (1ª PARTE)

"É difícil dizer alguma coisa sobre a oração que se aplique universalmente, porque existem espécies diferentes de oração, e porque estas são dirigidas a seres que diferem amplissimamente na evolução. Os fundadores da maioria das grandes religiões nunca estimularam, de maneira alguma, os seus seguidores a rezarem para eles, e, via de regra, estes últimos têm sido esclarecidos demais para fazerem alguma coisa desse gênero. Se um pensamento muito forte, endereçado a eles, os alcançaria, ou deixaria de alcançá-los, depende da linha de evolução que tivessem seguido desde então - na realidade, se continuam, ou não, em contato com a terra. Se eles ainda estivessem ao alcance dos interessados, e se um pensamento dessa natureza os atingisse, é provável que, vendo que seria bom para o emissor de pensamento que alguma nota fosse tomada nesse sentido, eles voltassem para a sua direção a atenção de alguns discípulos que ainda se encontrassem na terra. Mas é totalmente inconcebível que um homem tivesse alguma concepção da obra magnífica e de grande alcance, realizada em prol da evolução, pelos Grandes em planos superiores, sonhasse sequer impor suas próprias e mesquinhas preocupações à atenção d'Eles; não poderia deixar de saber que todo e qualquer tipo de ajuda de que ele necessitasse lhe seria prestada de modo muito mais apto por alguém que se achasse mais próximo do seu próprio nível. Aqui, neste plano físico, somos mais inteligentes, pois não desbaratamos o tempo dos maiores eruditos das nossas universidades ajudando criancinhas às voltas com as dificuldades do alfabeto.

No que concerne aos santos de qualquer Igreja, a posição é diversa, pois até, em se tratando deles, a capacidade de ouvir orações dependerá da sua posição na evolução. O santo comum, que é simplesmente um homem virtuoso e bom, levará sua vida celeste como de costume, e a levará provavelmente longa. Tudo faz crer que a sua existência no plano astral seria breve, e somente durante essa vida poderia uma oração alcançá-lo e atrair-lhe a atenção. Se, durante esse tempo, ela o alcançar, não há dúvida de que ele fará o possível para satisfazer o suplicante; mas não é certo, de maneira alguma, que ela lhe atraísse a atenção, pois ele andaria, naturalmente, muitíssimo ocupado com o novo ambiente. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 80)


sábado, 2 de setembro de 2017

A RELIGIÃO DA BELEZA (PARTE FINAL)

"(...) A resposta à beleza transmuta a consciência. Quando vemos a luz do sol se derramando sobre as folhas ou sentimos a beleza do entardecer, algo se abre dentro de nós. Há um sentimento de alívio e deleite, pois a beleza nos libera, nos põe em contato com o eu, com a nossa natureza mais profunda, onde está o sujeito que não pode ser visto ou ouvido, mas que é todo percepção. A beleza é uma ponte entre o eu e a essência daquilo que vemos. A experiência da beleza nos transporta ao universal.

Tudo que é belo abre uma vereda para o sagrado e o santificado, porque é um fragmento manifestado das verdades divinas. Segundo Hugh l'Anson Fausset, 'pela visão espiritual daqueles que viram a beleza celestial, podemos descobrir a realidade à qual pertencemos e participar de seu mistério.'

Por isso, os Upanishades aconselham: aprenda a olhar, ouvir, penetrar em você mesmo e meditar, pois é assim que a consciência universal é conhecida. Krishnamurti também recomendou, com insistência, que as pessoas observassem e escutassem.

A verdade se mantém aberta a todas as formas de beleza. Beleza é ordem. Por isso há um sentimento de santidade na contemplação da ordem natural. Há uma beleza aterradora na progressão ordenada das estrelas e no crescimento de todas as coisas de acordo com sua natureza própria. Há uma grande beleza na ordem que não foi criada por nós. Isso cria uma sensação de confiança, de que tudo está bem; nos diz que existe justiça o tempo todo, porque a ordem celeste governa o universo."

(Radha Burnier - A religião da beleza - Revista Sophia, Ano 2, nº 7 - p. 5/6)


terça-feira, 29 de julho de 2014

AS RELIGIÕES

"O ideal de todas as religiões é o diálogo e o  mútuo respeito e reverência por todos os verdadeiros santos e caminhos de todas as religiões. Isso não significa que elas perderão suas individualidades desmanchando-se como o açúcar para formar uma única religão. Não! Cada religião é única. Representa um aspecto da Divindade que não pode ser diluído.

Porém, Deus não pode ser limitado ou enclausurado senão no Amor. O Amor é a única armadilha capaz de aprisionar o Senhor. Portanto, todas as religiões representam, cada uma, aspectos diferentes do Divino. Assim como a luz branca revela sete diferentes cores e inúmeros matizes quando passa pelo prisma, também as religiões representam facetas de Deus que não podem ser aprisionadas entre os sectários muros das ideologias criadas pelos homens.

Cada religião, assim como cada cor do arco-íris, possui sua intrínseca e insubstituível individualidade e, ainda assim, cada uma deve saber, reverenciar e respeitar todas as outras como individualidades pertencentes à mesma Fonte. Se o diamante, o rubi e a esmeralda entrassem em conflito, não veríamos a beleza natural de cada uma dessas valiosas pedras. 

O ideal de reverência a todos os santos de todas as verdadeiras religiões é o que Paramahansa Yogananda levou à America. Ele ensinou a seus discípulos a reverenciarem aos santos de todas as verdadeiras religiões. Ensinou que cada religião é capaz de produzir santos de elevado quilate. Ensinou, também, a visitarem as mesquitas, as viharas, as sinagogas, as igrejas e os templos das diferentes ideologias. Mas apesar disso, foi verdadeiramente fiel à sua divina linhagem de Gurus. Sem essa fidelidade, as religiões perdem suas identificações exotéricas que são necessárias e belas.

O homem verdadeiramente religioso deve ser fiel àquele caminho que escolheu para trilhar. Uma analogia é a do barqueiro. Ele sabe que todos os rios desembocam no mar, mas também sabe que não pode seguir por mais de um curso ao mesmo tempo. Para não se perder, deve escolher um único curso de rio e não dois ao mesmo tempo." (...)

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 412/413)

quinta-feira, 10 de julho de 2014

ENCONTRE A VERDADE EM SEU INTERIOR

"Nada é 'oculto' àquele que investiga seu interior encontrando no mais recôndito de sua alma, respostas para os mais intrigantes mistérios. Nenhum santo em nenhuma época ou religião encontrou qualquer verdade senão dentro de Si mesmo (Self ou Atman). Deus ou Espírito não está fora do homem. Os grandes santos, tais como Krishna, Shankara, Jesus ou Budha, afirmaram a existência do Reino de Deus dentro do homem.

Tais homens, renunciantes do mundo, do luxo ou da luxúria, da ganância e de tudo o que diz respeito às relatividades e subjetividades da vida mundana, vivem em plena comunhão com a Divindade. Sentem-se na concavidade de suas almas preenchendo-os como o vinho preenche o cálice até a borda. Cada vórtice de energia (chackra), como os sete candelabros de ouro em plena força, brilham como sóis de vida e força em sua potência. Caminham com o Espirito, percebendo-O em Sua graça e majestade. (...)

'Ébrios' de Deus, do mais doce néctar, vivem absortos n'Ele. Não há maior ventura que essa. Nem mesmo toda a riqueza do mundo, nem toda a fama, nem todo o bem mundano poderia equiparar-se a ser um 'Rei' no trono da suprema liberdade interior, um príncipe, ou príncipes da eternidade, filhos do Patrono do Universo. Tendo como teto as estrelas do céu, como alimento a energia vital oferecida profusamente das mãos do Dador da vida, não têm necessidade de nada, a não ser de Deus, Deus, Deus.

Tais homens-deuses, super-homens, 'riem-se' do mundo, porque não são eles os renunciantes. Os grandes renunciantes somo nós. (...) Nós renunciamos ao maior dos tesouros, a maior das felicidades: Deus. Porque não O conhecemos, não conhecemos a nós mesmos. O que sabemos a respeito do mundo e, de nós mesmos, é mera especulação e, frivolidades, relatividades, dualismos. A única realidade, a única permanente em todo o Cosmos é Ele, nada mais." (...)

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 312/314)

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ATEUS E MATERIALISTAS (2ª PARTE)

"(...) Alguém de espírito crítico poderá arguir que conhece indivíduos que são ateus e, no entanto, vendem saúde. Assim como existem carolas, neurastênicos, irascíveis, estressados, sofrendo de úlceras, aerofagia, asma, insônia... É certo que muitos que parecem religiosos andam por aí como verdadeiros 'poços de doença', em contraste com 'materialistas' cheios de saúde e paz. 

Como reconhecer tal verdade e ainda manter a tese de que saúde e paz são riquezas dos que mais amam a Deus e O servem? Para começar, é preciso definir o ateu.

Costuma-se dizer que ateu é aquele que diz não acreditar em Deus. Entretanto, conheço muitos que negam existir Deus, mas vivem como o melhor dos crentes. Efetivamente existem 'santos ateus'. Conheci um assim. Dr. Luis Antônio dos Santos Lima, natalense, médico dos cancerosos, inteiramente devotado ao serviço inegoístico (Karma Yoga) e seu mais ardente desejo era encontrar Deus, mas um Deus que não aquele que tem sido ensinado ao público. Ele queria um Deus que escapasse ao antropomorfismo, e, com isso, parecia ateu.

Sri Ramana Maharshi foi um divino santo da vedanta. Sidharta, o Buda, é considerado um avatar, isto é uma encarnação da própria Divindade. Vedanta e budismo são escolas de ascetismo ateu. Existem santos, que, por muito amor a Deus, não aceitam Deus, aquele que os homens conceberam. Muitos sábios silenciaram sobre um Deus pessoal, preso ao tempo, às formas e aos nomes. Não definiram nem descreveram Deus. A meta de um vedantino é mukti e a de um budista, o nirvana, e para ambos o meio de alcançar tal libertação é a iluminação. Esta não se consegue sem uma disciplina muito austera, que lhes dá a aparência religiosa. Seriam portanto, religiões sem Deus, pelo menos um Deus tecido pela mente humana. 

Quando se é ateu, se é em relação a determinado Deus, a um Deus concebido por uma mentalidade primitiva. É-se ateu, às vezes, por sábia insatisfação. À medida que se galga um maior grau de consciência, as noções mais primitivas que se fazem da Divindade vão sendo deixadas para trás, para as mentes que ainda as aceitam. E as noções mais altas, as mais libertadoras e grandiosas, as menos antropomorfizadas vão sendo alcançadas somente pelos que mais se aprofundam em ciência, em filosofia e meditação. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 165/167)


sábado, 20 de julho de 2013

SOMOS BORBOLETAS DA ETERNIDADE

"O dia amanheceu e Bupendra, desde as cinco da manhã, estava submerso em meditação (...) Após deliciar-se no infinito, saiu para caminhar (...) Enquanto caminhava (...) um dos moradores se aproximou (...) Trocaram cumprimentos com um pronam e o homem disse:
- Senhor, poderia me ajudar tirando uma grande dúvida do coração?
- Se puder, será um prazer - respondeu Bupendra.
-Esta noite tive um sonho. Jamais fui capaz de crer que os homens pecadores fossem capazes de se livrar do pecado e realizar Brahman, contudo, em meu sonho, vi o diálogo entre uma borboleta e uma lagarta.
-A borboleta dizia: "Querida lagarta, você, um dia, será como eu e deixará de se rastejar pelo solo."
- Incrédula, a lagarta apenas ria da borboleta sem crer naquilo. Não era capaz de compreender como ela, um simples inseto rastejante, pudesse algum dia, criar asas e voar livremente pelo azul do céu.
-Mas, um belo dia, a lagarta passou muito mal e se enclausurou num casulo (...) Então, após algum tempo, aquela lagarta saiu do casulo e era uma linda borboleta com asas de intenso azul.
-Esse sonho despertou em mim a ideia da possibilidade de uma alma pecadora se tornar um grande santo e, contudo, não consigo compreender, filosoficamente falando, como isso é possível. Será que o senhor poderia me ajudar esclarecendo melhor esse processo? Como é possível a um pecador tornar-se um santo? Rindo, disse Bupendra:
- Meu querido amigo, seu sonho foi fabuloso. Ele revelou a você que até mesmo uma pobre lagarta pode se transformar numa linda borboleta com asas azuis. Qual o problema no fato de um pecador tornar-se santo? Assim como a essência da borboleta é a mesma da lagarta e vice-versa, também a essência do santo é a mesma do pecador, a diferença está tão somente nos diferentes estágios de cada um.
- O santo algum dia, foi um pecador. Na alma não há diferença de uma pessoa para outra. Somos todos borboletas da eternidade, mas enquanto chafurdarmos no lodaçal da ignorância, não seremos capazes de alçar voo aos alcantilados cumes da sabedoria.
- E, diga-me, senhor Bupendra, como a alma realiza a santidade?
- Submergindo no Si mesmo. A lagarta enclausurou-se para mutar sua forma. Semelhantemente deve o homem desejoso de sua própria realização divina enclausurar-se no Si mesmo, o Atman dentro de você. 
- A lagarta fez o esforço permanecendo em profundo silêncio nela mesma, fechando as portas dos sentidos e ouvindo seu próprio coração, a canção interior da alma. Após longo período de quietude, silêncio e paz, descobriu sua real identidade, não mais como um inseto rastejante e sim como o mais sublime ser da natureza.
- Toda "lagarta humana" deve praticar a introspecção dos sentidos, pratyahara, a aquietação da respiração, pranayama, a profunda concentração, dharana, a mais sublime meditação, dhyana, despertando na beleza da forma interior, o samadhi.
Se é que deseja transformar-se na borboleta radiante da eternidade, deve submeter-se à eliminação do pequeno "eu". Humildade, amor e entrega são necessários. Não haverá beleza interior enquanto continuarmos agindo como a lagarta rastejante do orgulho.
- Devemos ser a bela borboleta da compaixão, encarnando as qualidades da alma que nos tornarão divinamente atraentes."

(Alexandre Campelo - O Encantador de Pessoas - Chiado Editora - p. 161/163)
http://www.chiadoeditora.com/


sexta-feira, 15 de março de 2013

A VIRTUDE DO AMOR

"O amor natural do coração é o principal requisito para se alcançar uma vida santa. Quando aparece no coração, esse amor, a dádiva celestial da Natureza, remove todas as causas de excitabilidade do organismo, acalmando-o até um estado de perfeita normalidade; e, ao revigorar os poderes vitais, elimina todas as matérias estranhas - germes das doenças - por meios naturais (transpiração, etc.). Desse modo ele torna o homem perfeitamente saudável no corpo e na mente e o capacita a compreender acertadamente a orientação da Natureza.

Quando se torna desenvolvido no homem, esse amor o capacita a compreender a verdadeira posição de seu próprio Eu, como também a dos outros em seu redor.

Com a ajuda desse amor desenvolvido, o homem tem a felicidade de obter a companhia divina de santos personagens e está protegido para sempre. Sem esse amor, o homem não pode viver de maneira natural, nem pode se manter em companhia da pessoa adequada para o seu próprio bem-estar; ele fica frequentemente agitado pelas matérias estranhas que entram em seu organismo devido aos erros em compreender a orientação da Natureza, e por consequência sofre no corpo e na mente. Jamais pode ele encontrar alguma paz, e sua vida torna-se um fardo. Por tal razão, o cultivo desse amor, a dádiva celestial, é o principal requisito para se alcançar a salvação sagrada; sem esse amor, é impossível ao homem avançar um passo em direção a ela."

(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship -p. 55/56)


domingo, 27 de janeiro de 2013

A MENTE DESTEMIDA E O CORPO SADIO

Versão de uma fábula tradicional

"Enquanto meditava, tarde da noite, um santo viu o fantasma da terrível doença da varíola entrando na aldeia em que vivia, e exclamou:

- Pare, sr. Fantasma! Vá embora. Não deve molestar a cidade em que cultuo a Deus.

O espectro respondeu:

- Só levarei três pessoas, de acordo com meu dever cósmico determinado pela karma. - Ao ouvir isso, o santo consentiu, com tristeza.

No dia seguinte, três pessoas morreram de varíola. Contudo, um dia depois, mais pessoas morreram, e a cada dia outras mais eram vencidas pela temerosa doença. Considerando-se vítima de um grande engodo, o santo meditou profundamente e invocou o fantasma. Quando este chegou, o santo o repreendeu:

- Sr. Fantasma, o senhor me enganou e mentiu quando disse que só levaria três pessoas com a sua varíola.

Mas o espectro respondeu:

- Em nome do Grande Espírito, eu lhe falei a verdade.

O santo insistiu:

- O senhor prometeu levar apenas três, mas um grande número de pessoas sucumbiu à doença.

- Só levei três - disse o fantasma. - As outras deixaram-se morrer por causa do medo.


Ressuscite a mente da consciência de doença - do pensamento de doença. Você é o Espírito invulnerável; mas agora o corpo governa a mente. É a mente que deve comandar o corpo.

De que tem medo? Você é um ser imortal. Não é homem, nem mulher, como talvez acredite, mas é alma, jubilosa e eterna."

(Paramahansa Yogananda - Viva sem Medo - Self-Realization Fellowship - p. 27/28)
http://www.omnisciencia.com.br/colecao-yogananda/viva-sem-medo.html


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O SIGNIFICADO DO ATO DE "DAR"


“Atirando a moeda ao mendigo, pensava um homem:

- Com isto, afasto do meu destino vir a ser igual a ele.

Era um covarde.

Um outro deu a esmola, convencido de que “dar aos pobres é emprestar a Deus”.

Era um mercenário.

Um homem ajudou ao mendigo porque via na esmola, no mendigo, no ato de dar, e em si mesmo o próprio Ser Supremo.

Era um santo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – Nova Era, Rio de Janeiro – p. 156)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

NÃO SOU O QUE PENSAVA SER


Eis a canção que escutei o Sábio cantar:

“Não sou o que pensava ser.

O que julgava Real era apenas sombra.

O que cria valer, valor não tinha.

O consciente revelou-se-me não ser.

Vi a impermanência do que eterno me parecia.

Vi mentiras escondidas em reposteiros de verdades.

Ao desiludir-me, vi sorrisos disfarçando prantos.

Em meu desencanto descobri maldades nos que supusera santos.

Quando me desenganei, constatei a estultícia de quem supusera ser sábio.

Vi tibieza nos que pareciam fortes.

Assim como o Real se veste de aparências, os homens se vestem de ilusões.

O mal não está em o Real vestir-se de maya, nem no homem que se veste de hipocrisia.

O mal está no engano, no encanto, nas ilusões que minha própria ignorância engendrava e nutria.

Desiludido, desenganado, desencantado, agora estou salvo.

Agora vejo.

Agora sei.

Agora Eu Sou”.

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 193)