OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 5 de maio de 2020

O CORPO FÍSICO

TRANSFORMANDO O SEU CORPO FÍSICO EM UM SAGRADO CORPO DE LUZ ..."O homem não intervém na construção deste corpo. Os devas vivificam o átomo físico permanente, assimilando nele substância terrestre mineral, vegetal ou animal e o misturam entre os alimentos do pai escolhido para o próximo nasciturno. Do pai passa para o átomo permanente à mãe eleita, e no momento da concepção, começa o deva encarregado do serviço a construir o corpo físico, regulando-se pela planta ou esboço que os Senhores do Karma lhes confiaram para modelar a matéria física em forma adequada ao esgotamento do karma de forma regulada durante a vida física. Desta matéria elaboram-se os órgãos sensorias relacionados com os centros do corpo astral, e o cérebro ou órgão da mente relacionados com o corpo mental. O corpo físico é o que vive menos, pois fica abandonado e inutilizado com a morte física. Assemelha-se a um abrigo, manta, capa ou gibão de contínuo de repartição, porque todas as noites nos desprendemos dele durante o sono, muito embora mantendo com ele um magnético laço de relação; e enquanto o corpo físico dorme, podemos atuar revestidos dos corpos astral e mental no mundo astral, donde vemos os nossos amigos, auxiliamos os desvalidos, consolamos aos tristes e praticamos o amor e a misericórida, ou também, o ódio e a crueldade se estivermos sob o domínio de paixões.

O homem pode aprender a viver livremente no mundo astral e aumentar a receptividade do cérebro às vibrações superfísicas, porque o corpo de carne não constitui forçosamente um cárcere, e sim pode ser uma habitação cuja chave o homem possua. O corpo físico é o único que a maioria das pessoas está constantemente tomando e desejando, muito embora não se apercebam dele em sua rotineira vida terrena."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 37/38)

terça-feira, 14 de abril de 2020

DESTINO DOS CORPOS

Resultado de imagem para corpos espirituais do homem"Os corpos têm de ser utilizados, gastos e, por último, abandonados. O homem utiliza seu corpo mental durante todo o ciclo de evolução nos três mundos, desde o nascimento no mundo físico até que deixa o mundo celeste para renascer na terra. É o primeiro corpo do qual se reveste em cada ciclo de vida e o último que abandona. Depois do corpo mental, se reveste do astral para descer do mundo mental ao mundo das emoções e o abandona quando deste mundo emocional ascende ao mental. Finalmente se reveste do corpo físico ou de ação, que abandona ao morrer na terra, ou seja, quando do mundo físico ascende ao astral em seu caminho para o mental.

Portanto, vemos que o homem está revestido de três corpos ou roupagens inseparáveis durante a série de reencarnações, e sobrevestido de outros três corpos ou roupagens transitórias e separáveis, que nascem e morrem e cuja matéria componente reverte à massa geral de seu respectivo mundo, para fazer parte de outras agregações de matéria mineral, vegetal, animal e humana. Pode-se dizer que durante cada uma das três etapas de sua vida o homem tem seus copos em arrendamento, e também assim não são sempre as mesmas as partículas que os contituem, mas que estão em contínuo fluxo e refluxo de assimilação e desassimilação. Daí o contágio das enfermidades e da saúde; o das covardias e dos heroísmos; das superstições e dos nobres pensamentos. Continuamente passam de uma a outra pessoa partículas dos três corpos mental, astral e físico, e cada um de nós é responsável pela índole mórbida ou saudável de suas próprias emanações físicas, astrais e mentais.

As partículas de matéria adequada aos elevados pensamentos, nobres emoções, pura e límpida conduta se aglomeram ao redor de nós formando uma atmosfera de saúde moral, mental e física, enquanto que as partículas de matéria adequada aos baixos pensamentos, emoções grosseiras e conduta libertina criam um ambiente mórbido repleto de germes patogênicos de toda espécie. Há micróbios morais e mentais, como os há físicos."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 20/21)

terça-feira, 11 de julho de 2017

EVOLUÇÃO VERSUS INVOLUÇÃO

"Quando Deus viu que havia projetado os elementos da criação para fora de Si mesmo - das formas mais sutis às mais grosseiras -, o processo de involução entrou em funcionamento. Do ponto de vista do assunto de hoje, pense na evolução como o que viaja para longe de Deus, e na involução como o que volta para Ele. Para cada processo de evolução há um processo de involução. Quando os pensamentos criadores de Deus assumiram uma forma mais densa na matéria, teve início a involução, que está ocorrendo o tempo todo. A consciência onírica divina se manifesta primeiro nas pedras ou minerais inertes. Depois começa a vibrar na sensibilidade das plantas, mas não possui autoconsciência. E depois vêm todas as formas de vida sensiente do reino animal. A consciência e a vitalidade inata, então, encontram expressão no homem, com o seu poder inteligente superior de pensar e discernir. E finalmente a superconsciência divina se reflete plenamente no super-homem. Assim, a criação realmente se afasta de Deus e depois volta para Ele. Deus dará salvação não apenas ao homem mas também aos planetas, à Terra, às estrelas - a todos os que trabalham tão arduamente há bilhões de anos fornecendo os cenários para o drama cósmico onírico.

Voltar a Deus pelo processo involutivo da Natureza é um processo muito longo. Um dia, o homem de discernimento pergunta: 'Por que esperar milhões de anos antes de poder voltar para Deus?' Ele raciocina que, primeiramente, não pediu para ser criado - que Deus o criou sem pedir sua permissão e portanto o Próprio Deus devia libertá-lo. E se recusa a esperar mais. Quando chega este desejo o ser humano deu o primeiro e definitivo passo para voltar a Deus.

Quando você realmente quer ser libertado do sonho terreno, não há poder que possa impedi-lo de alcançar a libertação. Nunca duvide disto! Sua salvação não precisa ser alcançada - já é sua, pois você é feito à imagem de Deus; mas é preciso saber disso. Você esqueceu. O cervo almiscareiro busca desesperadamente o perfumado almíscar em todos os lugares. Nessa busca frenética, ele descuidadamente escorrega para a morte nas encostas das altas montanhas. Se o tolo cervo virasse o nariz para a bolsa de almíscar que está dentro de si mesmo, encontraria o que buscava. Da mesma forma, só precisamos interiorizar e encontrar a salvação na percepção de que a alma, nosso verdadeiro Eu, é feita à imagem de Deus."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 57/58)


quarta-feira, 8 de março de 2017

OS CORPOS IMORTAIS DO HOMEM (1ª PARTE)

"'Temos uma casa de Deus, uma casa que não é feita com as mãos, e que é eterna nos céus' – disse o grande Iniciado cristão São Paulo, 'porque neste (corpo) gememos, desejando ardentemente sermos providos com a nossa morada que está no céu.' Essa casa celeste é a que se constrói com os corpos imortais do Homem, a habitação do Espírito através de eras infinitas, a morada do próprio homem, através de nascimentos e mortes, através do incomensurável período de sua vida imortal em manifestação.

O Espírito, que é 'o fruto de Deus', reside sempre no seio do Pai, como verdadeiro filho de Deus, e compartilha a Sua vida eterna. Deus fez o homem para ser 'a imagem da Sua própria eternidade'. A esse Espírito chamamos Mônada, porque é uma unidade, a verdadeira essência da Personalidade. A Mônada, quando desce para a matéria, a fim de conquistá-la e espiritualizá-la, apreende para si própria um átomo de cada um dos três mundos superiores, para deles fazer os núcleos dos seus três corpos superiores – o superespiritual, o espiritual e o intelectual. A esses corpos, com um fio de matéria espiritual (búdica), liga-se também uma partícula de cada um dos três mundos inferiores, núcleos dos seus três corpos inferiores.

Por longas, longas eras, ele paira sobre esses núcleos, enquanto seus futuros corpos mortais, apenas tocados com a sua vida, escalam vagarosamente a subida através dos reinos mineral, vegetal e animal, enquanto pequenas agregações da matéria dos três mundos superiores (a 'morada de Deus... nos céus') formam um canal para a sua vida, começando a manifestar-se naqueles mundos; e quando a forma animal atinge o ponto em que a vida que sobe faz um forte apelo ao superior, ele envia através dela, em resposta, uma pulsação de sua vida, e o corpo intelectual subitamente é completado, tal como a luz lança raios entre os carvões de um arco elétrico. O homem então está individualizado para a vida nos mundos inferiores. (...)"

(Annie Besant - O Enigma da Vida - Ed. Pensamento

terça-feira, 29 de novembro de 2016

SOMENTE A FORMA MUDA

"(...) Nada consegue ferir-nos. Nada consegue assombrar-nos logo que compreendermos que o que muda é apenas a forma - a forma é que é passageira e temporária - e que somente a vida perdura. 'O espírito [poderíamos dizer 'a vida'] jamais nasceu; o espirito jamais deixará de ser'. Dito filosoficamente, o lótus individual estiola-se, mas um arquétipo, a ideia platônica do lótus é eterna, dando origem a outras formas de lótus. Dito de maneira teofófica, o lótus estiola-se, mas o perfume de sua vida retorna à alma-grupo para enriquecer as formas das gerações futuras de lótus. O corpo de nossa mãe, de nosso marido, de nossa esposa, de nosso filho, de nosso amigo morre, mas ele ou ela permanece como um ser vivo, assumindo outras formas, tal como a borboleta deixa pra trás a forma morta da lagarta que era. 'Morri como mineral e me tornei vegetal; morri como vegetal e me tornei animal; morri como animal e me tornei um homem. Quando fui diminuído por isso?'

Pois morte é transformação - é o cruzar a forma ou ir além dela. Reciprocamente, transformação é morte e é uma coisa grande e gloriosa quando ocorre naturalmente, quando a hora é chegada, quando a forma está gasta. Mas quem somos nós para julgar quando é o momento adequado; e quem somos nós para julgar quando a forma está gasta? A morte das formas faz com que soframos por nos identificarmos com essas formas. Dizem que a vida jamais existe sem a forma, ou a forma sem a vida. Onde há forma, há vida interior mesmo que seja tão sutil que seja invisível para nós. Mesmo na assim chamada matéria morta, a vida elemental está ativa. Uma vez que vida e forma, então, estão tão intimamente ligadas, às vezes é difícil traçar a linha divisória entre elas. Como no caso de tantos pares de opostos, não podemos dizer 'isto é vida' e 'aquilo é forma'. Podemos dizer, 'a vida parece predominar aqui' e 'ali parece predominar a forma'. O que num caso parece ser a sensibilização da vida é visto no outro caso como a forma externa. Se algo que pensávamos ser a vida desaparece na transformação, será que essa coisa não era forma o tempo todo? Ou não poderia, por meio de uma mudança sutil - uma retirada da vida -, ter-se tornado predominantemente forma?

O Dicionário Oxford define 'transformar' como 'efetuar mudança (especialmente considerável) na forma, na aparência exterior, no caráter, na disposição etc. de alguma coisa'. Nosso caráter e disposição também podem mudar, mas não pertencerão eles realmente em tal caso ao nosso lado forma em vez de ao nosso lado vida? Num ser vivo um princípio pode mudar sua função. Dizem que no momento da individualização a alma animal torna-se um corpo causal. Para citar Jinarajadasa em Fundamentos de Teosofia (Ed. Pensamento): 'Na individualização tudo que foi o mais elevado do animal torna-se agora simplesmente um veículo para uma descida direta de um fragmento da divindade, a Mônada [...]'."

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 31/32)


sexta-feira, 9 de setembro de 2016

FRAGMENTOS DA SABEDORIA ETERNA

"Todo poder no mundo é resultado da harmonia entre o homem e a natureza. O homem que ergue a vela num barco para navegar contra o vento não está vencendo o vento, mas harmonizando sua vontade com a lei. Não é por lutar contra as leis que o homem pode ganhar, mas por cooperar com elas.

O ocultista sabe que o mesmo princípio rege todos os planos, e não apenas em relação à matéria de cada mundo, mas também nas formas de vida que aí habitam, quer superiores ou inferiores na escala da evolução. Portanto, o conhecimento das leis mecânicas da natureza, que trouxeram tanto poder e riqueza para os seres humanos, representa apenas um aspecto da harmonia que deve existir entre eles. Um sentimento de carinho e simpatia pelos animais, plantas e até pelos minerais, pelos espíritos da natureza e pelos anjos é igualmente importante, se não for mais ainda, para o progresso do homem. A natureza se compõe de vida e de matéria, e é mediante um sentimento de simpatia que esta vida torna-se conhecida e harmonizada com os homens. Olhar o mundo como um lugar cheio de entidades ameaçadoras é o costume infeliz de nossa época, mas o homem que enfrenta a vida com um sentimento de benevolência com todas as coisas vivas, não apenas verá e aprenderá mais do que os outros, mas terá uma passagem mais suave no mar da vida. Há uma tradição indiana da 'boa mão' de certas pessoas que tem esta simpatia, e para quem as plantas crescem bem enquanto para outras pessoas não o fazem. Autoridades em ciência oculta disseram muitas vezes que, pelo seu amor por todos os seres, o verdadeiro iogue ou sanyasi poderia andar nas montanhas e na selva sem ser atacado por répteis ou animais selvagens.

Essa simpatia é perfeitamente natural. Se você sente admiração e amor por certa pessoa, por sua vez há a tendência de que ela se interesse por você e lhe retribua a afeição. Da mesma maneira, se você se afeiçoa a um animal, este se torna muito ligado a você. Assim também nos reinos vegetal e mineral impera a mesma regra, embora com efeitos menos óbvios. Daí a regra de que flores e plantas crescem melhor com certas pessoas do que com outras, e de pessoas de sorte. É o magnetismo pessoal que as estimula, e é assim que em nível elevado estimulamos a afeição."

(C.W. Leadbeater - Fragmentos da Sabedoria eterna - TheoSophia - Ano 101, Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 32)
http://www.sociedadeteosofica.org.br/


sábado, 26 de dezembro de 2015

A EVOLUÇÃO DA INTELIGÊNCIA

"Deus não quis que a matéria fosse diferente Dele Próprio. Por isso, impregnou-a de inteligência onírica que, por um processo de evolução, despertaria gradualmente, compreendendo que matéria e mente (as vibrações da ideia divina) são uma só coisa. A primeira expressão da inteligência inata, na criação material, é também a primeira porta por onde passa a matéria para escapar da ilusão, ou maya, retornando à liberdade da consciência divina. Confinada em elementos e minerais, a inteligência dorme. Assim, para que se manifestasse uma expressão mais livre, a vida vegetal passou a existir. Da espuma formada no mar, criaturas vivas surgiram na água e algumas gradativamente desenvolveram a capacidade de viver em terra. O que parecia ser matéria inerte começou a assumir forma viva. 

Formas mais frágeis de vida eram indefesas diante das mais fortes e agressivas, e da luta pela sobrevivência surgiu o processo de evolução para formas mais elevadas, mais eficientes. A 'lei do mais forte' parece uma lei terrível mas, em última análise, não é. Os animais que matam uns aos outros são apenas diferentes manifestações do pensamento de Deus. Enquanto aprisionados nas formas, não entendem que são imagens mentais. Mas depois que o peixe pequeno é morto pelo peixe grande, sua forma onírica se dissolve de novo na consciência divina, e a centelha individualizada de Deus nele existente encarna em outra forma de vida, de valor evolucionário superior ao da sua existência anterior como peixe, dando à alma maior potencial de expressão. 

Portanto, a morte é o modo pelo qual a matéria onírica volta à consciência divina, libertando a alma que nela existe para o próximo passo na fornada progressiva de volta a Deus. Assim, a morte é uma parte do processo de salvação. O ciclo ascendente de inteligência, que evolui em instrumentos de expressão com um potencial de eficiência cada vez maior, continua até atingir a forma suprema no ser humano. Só este tem a capacidade de expressar sua divindade inata e de tomar plena consciência de Deus, transcendendo o sonho divino de maya.¹"

¹ O corpo humano, com seus singulares centros ocultos na coluna vertebral e no cérebro (...), foi uma criação especial de Deus para equipar a alma com um veículo capaz de expressar seu potencial divino.

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 21/22)


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

PURIFICAÇÃO DO CORPO ASTRAL¹ (PARTE FINAL)

E o que são esses elementais que interagem conosco dificultando o nosso trabalho de purificação dos nossos corpos físico, astral e mental? Por que muitas vezes reagimos de determinada forma a algo com ira, inveja, palavras ásperas e até agressões físicas, se já sabemos que essas atitudes não são as corretas?

Antonio Geraldo Buck, no Manual Básico de Teosofia, nos informa: “É de fundamental importância o entendimento sobre o funcionamento dos reinos elementais da natureza, porque eles estão no homem, fazendo parte da sua constituição mental e astral. Ora, tais reinos estão numa evolução descendente e, portanto, necessitam de vibrações mais grosseiras para se densificarem (...)”.

Os elementais não são nem bons e nem maus, simplesmente provenientes do Segundo Aspectos do Logos. Esse fluxo de vida ao adentrar no plano mental Superior após construir formas, passa a habitá-las. Esse é chamado de primeiro Reino Elemental, o qual com a finalidade de alcançar o reino mineral, passa a densificar-se, uma vez que está numa evolução descendente. Continuando nesse processo de involução, a essência elemental ao chegar no plano mental inferior é denominada de Segundo Reino Elemental e ao “descer” um pouco mais, habitando o plano Astral é conhecida como Terceiro Reino Elemental, ou elemental do desejo.

Se pararmos para refletir que esses elementais estão sendo impulsionados para uma densificação no arco descendente e nós estamos buscando purificação de nossos corpos através do arco ascendente, concluiremos que enquanto não despertamos para a necessidade de nos tornarmos melhores, vamos não só interagindo com esses elementais do desejo, mas também alimentando-os e nesse processo simbiótico é que vai sendo gerado uma ligação a qual perdura mesmo após o desencarne. Segundo C. W. Leadbeater em A Vida Interna, no momento do desencarne o elemental do desejo sabe que com o fim do corpo físico seguir-se-á também a morte do corpo astral e o fim das suas sensações densas, por isso ele procura preservar o corpo astral, dispondo-o em camadas, as mais densas e grosseiras na parte externa. Isso, fará com que a pessoa só perceba o subplano correspondente à camada mais externa, impedindo de transitar por todos os subplanos do astral como o fazemos enquanto encarnados. É uma prisão até que termine a vida astral. Esse processo pode ser evitado quando através da purificação do corpo astral controlamos o elemental do desejo não só enquanto encarnados, mas após a morte. 
   
No processo de evolução ao buscarmos responder às sensações menos densas, mais sutis, temos que ir cortando os vínculos formados com esses elementais. E é aí que começa o conflito interior, a luta entre o bem e o mal dentro de nós mesmos. (Jinarajadasa, Fundamentos de Teosofia)

Esse conflito humano impulsionado pelos elementais de um lado e pelo Ego do outro, é muito bem mencionado pelo apóstolo Paulo, em Romanos VII-19 a 23: Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e, sim, o pecado que habita em mim. Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim. Porque no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus; mas vejo nos meus membros outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Tendo conhecimento desse lado oculto da nossa constituição, só nos resta arregaçarmos as mangas e partirmos para um trabalho interior, onde fortificados pela auto-observação, meditação e estudo, conscientizemo-nos de que somos seres espirituais em busca da autorrealização.

¹  Comentários sobre o parágrafo 8º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.23/24

Tirza Fanini


terça-feira, 26 de novembro de 2013

A EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

"À medida que estudamos mais o Universo, descobrimos que suas variedades diferem em idade. (...) Este mundo não veio à luz em sua condição atual através de uma única palavra criadora. Brâhma criou o mundo lenta e gradualmente em prolongada meditação. As formas de vida vieram umas após outras. As sementes de vida foram semeadas umas após outras. Se olharmos para qualquer Universo em qualquer tempo dado, descobrimos que a variedade daquele Universo tem o Tempo como fator principal. A idade da semente em desenvolvimento assinala o estágio em que esta semente apareceu. Em um Universo, em um único e mesmo tempo, há sementes de várias idades e vários estágios de desenvolvimento. Há sementes mais jovens que os minerais, perfazendo o que chamamos de reinos elementais. As sementes em evolução chamadas de reino mineral são mais velhas que aquelas. As sementes que evoluem como reino vegetal são mais velhas que as dos minerais, isto é, elas têm um passado evolutivo mais longo atrás de si; os animais são sementes com um passado ainda mais longo, e as sementes que chamamos de humanidade têm o passado mais longo de todos estes.

Cada grande classe tem sua diversidade em relação ao seu surgimento no tempo. Assim igualmente a vida individual separada em uma pessoa - não a vida essencial, mas a vida individual e separada - é diferente da de outra, e diferimos na idade de nossas existências individuais assim como diferimos na idade de nossos corpos. A vida é uma só - uma só absolutamente; mas ela se desdobra em diferentes estágios de tempo, tomando em consideração o ponto de partida da semente que está crescendo. Devemos compreender esta ideia claramente. Quando um universo se aproxima de seu fim, haverá nele entidades em todos os estágios de crescimento. Já disse que os mundos estão interligados, e os Universos se interligam mutuamente. No início algumas entidades estarão em fases iniciais de evolução; algumas muito cedo estarão prontas para se expandir na consciência de Deus. Neste Universo, quando seu tempo de vida encerra, haverá todos os diferentes níveis de crescimento, que dependem de diferenças de tempo. Há uma só vida em todas as formas, mas o estágio de desenvolvimento de uma vida particular depende do tempo em que ela passou se desenvolvendo separadamente. Aqui compreendemos a verdadeira raiz de nosso problema - uma só vida, imortal, eterna, infinita no que tange à sua fonte e sua meta; mas esta vida se manifesta em diferentes graus de evolução e em diferentes etapas de desenvolvimento, diferentes parcelas de seu poder inerente se expressando de acordo com a idade de cada vida separada. (...)"

(Annie Besant - Dharma - Três palestras proferidas na 8ª Convenção Anual da Seção Indiana da Sociedade Teosófica, ocorrida em Varanasi (Benares), em 26, 27 e 28 de outubro de 1898, The Theosophical Publishing Society, 161 New Bond Street, W. London - p.  6/7)