OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador livre-arbítrio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador livre-arbítrio. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 17 de novembro de 2022

POR QUE O AMOR TRIUNFA ONDE O CIÚME FRACASSA

"Ciúme, ira, temor e todos os impulsos físicos e mentais negativos  que impelem os seres humanos a errar - de onde eles vêm? Muitos afirmam que tem origem psicológica. Mas eu digo que provêm da Força Maligna. Neste mundo há duas forças: o bem e o mal.  Onde existir o bem também existirá o mal. O ser humano, dotado de independência e livre-arbítrio, sofre as consequências de seus erros, mas não é o criador dos agentes que o influenciam a errar. As plantas não fazem o mal, mas sucumbem a doenças. Os animais, que são governados pelo instinto e não têm consciência do mal, também sofrem. Lado a lado com cada coisa boa há um mal correspondente. Deus cria a a luz do sol, e a Força Maligna cria as secas e tempestades destrutivas. A linda flor se abre e é destruída pelos insetos. Deus diz para amar; a Força Maligna diz: 'Seja ciumento; você tem justificativa para ferir e debilitar um oponente'. Não dê ouvidos a esse poder trevoso. Não é você. Ciúme, ira e temor são criações da Força Maligna. Reconhecendo essa força como um poder consciente, Jesus disse: 'Vai-te, Satanas'.¹

Cada vez que a voz do ciúme, do temor ou da ira falar, lembre-se que essa não é a sua voz. Ordene que ela se vá, mas você não será capaz de expulsar esse mal, por mais que tente, enquanto abrigar em sua mente esses sentimentos negativos. Erradique de dentro de você o ciúme, o temor e a ira, de modo que quando um impulso maligno mandá-lo odiar e ferir, uma outra voz interna mais forte lhe diga: ame e perdoe. Escute esta voz.

Imagine só: se pudéssemos retirar o egoísmo, o ciúme e a ira do mundo, as guerras não existiriam. Mas esses perpetradores da destruição são tenazes e lutam constantemente para ter supremacia sobre a bondade. Deus fala de paz e a Força Maligna incita à inquietude e à discórdia. Deus tenta estimular você a agir com amor; a Força Maligna tenta atraí-lo para brigar. Você é um ser livre e pode escolher o que quiser. Sempre que sentir ciúme, você é cúmplice da ilusão cósmica de Satã. Sempre que estiver com raiva, é Satã quem o guia. A voz do medo é a força maligna de Satã. Mas sempre que você está repleto de amor e perdão, Deus está ao seu lado. Ajude-O a trabalhar através de você; Ele não conseguirá nada se você não O ajudar."

¹ Lucas 4.8.

(Paranahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 159/160)
Imagem: Pinterest.


terça-feira, 23 de novembro de 2021

A ENTREGA A DEUS (PARTE FINAL)

"(...) As tentativas de encontrar um meio termo entre esses dois mundos não dão certo. Apesar do alerta de Jesus, os seres humanos insistem em tentar servir a Deus e aos interesses materiais ao mesmo tempo (referidos nos Evangelhos como Mamon, ou o dinheiro). A razão para isso é a infantil crendice das pessoas nas promessas do ego. No entanto, verificamos, ao custo de muita dor, que não se pode confiar nas promessas do nosso inimigo sedutor, tais como: 'a vida é curta, vamos aproveitar as boas coisas da vida enquanto somos jovens e deixar a vida espiritual para quando ficarmos velhos'; 'essa coisa de ética é uma bobagem - vou aproveitar agora que ninguém está vendo e, além do mais, o que eu quero não faz mal a ninguém'; e muitas outras propagandas enganosas do nosso inimigo interior.

Uma escolha clara e firme tem que ser feita por quem almeja progredir na senda. O progresso acelerado só ocorre quando voltarmos as costas para o mundo. O ensinamento de Jesus ainda reverbera depois de dois milênios:

'Entrai pela porta estreita, porque largo e espaçoso é o caminho que conduz à perdição. E muitos são os que entram por ele. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho que conduz à Vida. E poucos são os que o encontram'.

Apesar de saber que precisamos viver no mundo material, ainda é válido o alerta de Paulo de que 'devemos estar no mundo sem ser do mundo.' Como é possível viver no mundo sem estarmos envolvidos nos valores e nos costumes deste mundo? Os místicos descobriram como resolver esse aparente impasse: entregando-se a Deus. Jesus já havia ensinado essa solução na parte mais espiritual da oração que ele mesmo nos ensinou: 'Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, SEJA FEITA A VOSSA VONTADE, ASSIM NA TERRA COMO NO CÉU'. No céu, ou seja, na consciência da unidade que reina nos planos superiores, a Vontade de Deus ocorre naturalmente como se fosse o alento eterno dos Logos. Mas na Terra, tudo deve ser feito de acordo com as decisões do ser humano, em virtude do seu livre-arbítrio: ele decide e colhe as consequência de suas escolhas. 

Jesus deu seu próprio exemplo no Getsêmani, quando ciente do sofrimento que o aguardava, mas movido pelo senso do dever, disse: 'Meu Pai, se é possível, que passe de mim este cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres'.

Por que os 'buscadores espirituais' não seguem esta recomendação e insistem em fazer as coisas pela metade? Existem várias razões  para isso. A primeira é o poder limitante de nossos condicionamentos. Ao longo da vida desenvolvemos uma série de crenças que passam a agir em nós como um programa de computador. Elas tornam-se comandos automáticos e inconscientes para nossa mente. Passamos a agir como se nossa vida estivesse programada e depois, quando as coisas não dão certo, racionalizamos que aquilo realmente tinha que ser feito. Nosso desafio é quebrar esses condicionamentos negativos.

A tradição hinduísta dá grande importância à entrega a Deus . Nos Yoga-Sütras, um dos deveres ou observância (miyama) é referido como entrega a Deus (Ishvara-pranidhãna) ou, como preferem alguns autores, como Aspiração ao Alto, ou seja, a constante orientação para a meta escolhida."

(Raul Branco - A Essência da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2018 - p. 101/103)


quinta-feira, 22 de abril de 2021

EM SUA VIDA: PARTICIPAÇÃO ÍNTIMA (1ª PARTE)

"Uma vez no jogo da vida, você deve jogar para ganhar. Você deve se entregar por inteiro. Conhecer as diretrizes do plano divino lhe dá enorme vantagem sob esse aspecto. Não conhecê-las é como participar de um jogo em que as regras vão sendo reveladas uma a uma e só quando você as infringe. A vida transcorre dessa maneira para a maioria das pessoas. Elas aprendem a viver por meio de tentativa e erro. Outras recorrem a algum livro-guia de uso geral que cubra todas as contingências - A Bíblia é um desses livros, mas existem muitos outros. Na Índia, esses guias para a vida (reunidos em textos conhecidos como os Puranas) chegam a milhares de páginas, com descrições minuciosas das mais enigmáticas situações e combinações de comportamento. O certo é que ninguém jamais viveu uma vida exemplar, seguindo algum tipo de receita.

Entre não ter regra alguma e impor regras rígidas, o universo deixou espaço para diretrizes dinâmicas que impõem a mínima resistência ao livre-arbítrio. Para uma total participação, cada diretriz permite máxima realização. Realização não significa sucesso material. Significa total compreensão de como funciona a consciência. 

Seu melhor jogo
  • Deixe a consciência fazer o trabalho.
  • Não interfira no fluxo.
  • Enxergue a todos como uma extensão de você.
  • Fique alerta à mudança e use-a com sabedoria.
  • Reúna informação de todas as fontes.
  • Espere até que sua intenção fique clara. 
  • Compreenda que nada é pessoal - o universo está agindo através de você.
  • Peça por nada menos que inspiração.
  • Considere cada passo como parte do processo.
Essas táticas têm um fator em comum: estão de acordo com o plano invisível que forma a base da vida de todos. Mas em função de a participação ser voluntária, há um forte contraste entre pessoas que se alinham voluntariamente com o plano e as que não. Vamos ilustrar esse fato item por item." ...continua

(Deepak Chopra - Reinventando o Corpo, Reanimando a Alma - Ed. Rocco Ltda., Rio de Janeiro, 2010 - p. 256/257)


terça-feira, 29 de setembro de 2020

ATRAÇÃO E REPULSÃO

 "A natureza da matéria é atração e repulsão. A estrutura atômica se mantém pelo equilíbrio dessas duas forças: o positivo e o negativo. Também no espaço infinito os satélites e planetas formam sistemas sob o comando de uma estrela, graças à atração e repulsão. Na vida da natureza esse jogo está presente, significando harmonia. Somente no reino humano o equilíbrio se desfaz. Por quê? Graças ao livre-arbítrio.

Ao mesmo tempo em que a liberdade para agir eleva o homem na escala da natureza - desenvolvendo poderes divinos dentro dele -, pesa-lhe a condição de sofrer enquanto atuar menos racionalmente que seus próprios irmãos menores, os animais. 

O Budismo refere-se ao 'caminho do meio', que é a opção do equilíbrio, a ser alcançada pelo exercício da moderação em tudo que fazemos. Por essa razão, no texto conhecido como Óctupla Senda, Buda menciona uma das principais fontes de dualidade e sofrimento: o desejo, que é movido por atração e repulsão.

Ao entrar em contato com algo que nos desagrada, o que acontece? Buscamos imediatamente o lado contrário, à semelhança do vaivém do pêndulo de um relógio. Esse impulso se alimenta do desejo (corpo emocional) e também da reatividade (corpo mental), funcionando como 'almas gêmeas' dentro de nossa própria alma. Tudo aquilo que repelimos é o oposto que não queremos ver - mas obviamente continua a existir - e segue nossos passos. Temo algo que aprender ali. 

Fruto da mente em estado de excitação, apego e temor, a reatividade não deixa margem à reflexão. Nossa incapacidade de ouvir começa por aí, especialmente se o argumento do outro contraria a 'verdade' que é simplesmente o nosso interesse. Enquanto fingimos prestar atenção ao que o outro diz, estamos arquitetando a resposta. A grande dificuldade experimentada nos relacionamentos - sob o nome de 'incompatibilidade de gênios' - tem nessa característica mental sua principal origem. 

Quanto ao desejo, sua direção obviamente é o prazer. Nosso movimentos são baseados na expectativa do prazer, seja emocional ou mental - o que acontece no corpo físico é somente um reflexo. Por trás do prazer, no entanto, há o fatalismo da dor, assim como as duas faces de uma moeda: uma não existe sem a outra.

Na questão dos vícios que envolvem atos físicos (alcoolismo, tabagismo), o oposto do prazer é visível no corpo, que reage e adoece ao longo do tempo. O reverso do prazer está ali, mas não conseguimos vê-lo. E se por acaso vemos - mantendo o vício -, naturalmente achamos que o sacrifício compensa, não percebendo a real extensão da dor pelo bloqueio na consciência. Dentro do jogo de atração e repulsão, fechamos os olhos ao sofrimento em gestação, escolhendo o prazer fatídico de agora. 

Em outros tipos de vício, ligados ao pensamento e aos sentimentos, a dificuldade de enxergar o oposto ainda é maior. Sendo ações repetitivas fora de nosso controle, os vícios geram automatismos energéticos impostos à nossa maneira de sentir e de pensar, facilitando o retorno daqueles pensamentos e sentimentos com mais força.

O vício, portanto, não é só uma questão física. Pensamentos repetidos de inveja, maledicência, luxúria e mentira são comportamentos viciosos, cujo prazer tem como oposto a angústia, falta de autoconfiança, o vazio interior e outros reflexos da ausência de amor e de comprometimento em nossa vida. Às vezes chamamos isso de 'má sorte', ignorando que a sorte - seja ela qual for - é criação exclusiva de nossa mente, e está em nossas próprias mãos." 

(Walter S. Barbosa - Atração e repulsão - Revista Sophia, Ano 14, nº 59 - p. 9)


sexta-feira, 17 de novembro de 2017

O SENTIDO DA VIDA, SEGUNDO MOISÉS, BUDA, CRISTO (2ª PARTE)

"(...) Cerca de mil e quinhentos anos depois de Moisés e seiscentos anos depois de Buda apareceu o maior gênio humano sobre a face da Terra, Jesus de Nazaré, que cristalizou numa parábola esta mesma verdade: que o homem que vive e age na ilusão sobre si mesmo é um 'servo mau e preguiçoso' e perde até a sua natureza humana, ao passo que o homem que conhece e vive a verdade sobre si Mesmo é um 'servo bom e fiel', que entra no gozo da verdade Libertadora.

Esta verdade cósmica, reduzida a termos modernos, resulta nas palavras seguintes: quem pode, deve; e quem pode e deve, e não faz, cria débito – e todo o débito gera sofrimento.

Quando as eternas leis cósmicas dão a uma creatura uma potencialidade, esperam delas a atualização dessa potencialidade. Se o homem faz o que pode e deve, ele se realiza, faz a sua realização existencial; mas, quando o homem não faz o que pode e deve, sucumbe ele à sua frustração existencial.

Sendo o homem essencialmente o seu Eu racional (espiritual), ele pode e deve realizar esse Eu divino, esse seu Logos; é esta a sua realização existencial, que as leis cósmicas esperam dele. O homem é, potencialmente, o 'sopro de Deus', diz o Gênesis, que pode e deve atualizar-se na 'imagem e semelhança de Deus'; esta realização é a razão de ser da sua existência. O homem é dotado do poder do livre-arbítrio, e não há evolução sem resistência; por isto crearam as leis cósmicas no homem o ego mental, que o Gênesis chama a serpente, que deve manifestar-se e ser superado para que o homem se realize plenamente pelo poder do seu livre-arbítrio. Deus creou o homem o menos possível (sopro divino), creou o homem perfectível, para que o homem se possa crear o mais possível (imagem e semelhança de Deus) no estado do homem perfeito.

Enquanto o homem não atualizar a sua potencialidade, está ele sujeito ao sofrimento, porque não faz o que pode e deve; torna-se devedor e culpado em face das leis cósmicas. E a reação dessas leis contra o culpado é o sofrimento. 

Até hoje, quase toda a humanidade é culpada perante as leis cósmicas, porque todos os homens são realizáveis, e poucos são realizados. A humanidade sofre porque é culpada e devedora em face das eternas leis do Universo, e sofrerá sempre, enquanto não estiver quite com as leis da justiça cósmica.

Enquanto o servo não duplicar os talentos recebidos, as potencialidades que de Deus recebeu, continua ele devedor e sofredor, porque as leis cósmicas não distribuem potencialidade a esmo, mas exigem que o homem duplique por esforço próprio o que recebeu; quem apenas devolve o que recebeu é um servo mau e preguiçoso. (...)"

(Huberto Rohdem - O Homem, sua Natureza, sua Origem e sua Evolução - p. 38/39)

sexta-feira, 2 de junho de 2017

A ALMA É LIVRE

"As almas foram 'feitas' à imagem e semelhança de Deus. Nem o pecador mais empedernido pode ser condenado para sempre. Causas finitas não geram efeitos infinitos. Por uso inadequado de seu livre-arbítrio, o homem talvez se julgue mau; mas, no íntimo, é uma criatura de Deus. O filho de um rei pode, sob a influência do álcool ou de um pesadelo, julgar-se mendigo; todavia, quando se recupera do estado de intoxicação ou acorda, constata que se iludiu. A alma perfeita, sempre livre de pecado, acaba por despertar em Deus quando recorda sua natureza real, eternamente virtuosa.

O homem, feito à imagem de Deus, só se ilude por pouco tempo. Esse engano passageiro o induz a julgar-se mortal. E, na medida em que se identifica com a mortalidade, ele sofre.

O equívoco da mortalidade, cultivado pela alma, às vezes se estende a várias encarnações. Contudo, graças ao esforço pessoal - sempre influenciado pela lei divina -, o Filho Pródigo aguça o tirocínio, recorda sua morada em Deus e obtém a sabedoria. Pela iluminação, a alma desgarrada evoca sua imagem eternamente divina e se reúne à consciência cósmica. Então o Pai lhe serve o 'gordo bezerro' da imorredoura bênção e sabedoria, libertando-a para sempre."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 14/15)
www.editorapensamento.com.br

sábado, 12 de novembro de 2016

O BEM E O MAL

"(...) Há tanto mal no mundo! Sim, mas é feito principalmente pelo homem. Diz o Mestre: 'O mal não existe per se e não é senão a ausência do bem. Ele existe somente para aquele que é transformado em sua vítima. O mal procede de duas causas - e assim como o bem, não é uma causa independente na natureza. A natureza é destituída de bondade ou maldade; ela segue somente leis imutáveis quando dá vida e alegria, ou envia sofrimento e morte, e destrói o que criou. A natureza tem um antídoto para cada veneno, e suas leis têm uma compensação para cada sofrimento... O verdadeiro mal procede da inteligência humana, e sua origem está inteiramente no homem pensante que se dissocia da natureza. Só a humanidade é então a verdadeira fonte do mal. O mal é o exagero do que é bom, produto do egoísmo e da ganância humanos. Pense profundamente e você verificará que, salvo a morte, que não é um mal, mas uma lei necessária, e acidentes que sempre encontrarão sua compensação numa vida futura, a origem de todo mal pequeno ou grande, está na ação humana, no homem cuja inteligência faz dele um agente livre na natureza.' (C.M.)

O homem, preso ao jogo de 'par dos opostos', foi dotado de livre-arbítrio e livre escolha, e deve aprender 'como escolher o bem e rejeitar o mal' e finalmente se erguer àquele Amor fundamental que ultrapassa tanto o chamado bem, quanto o mal. (...)

O Amor é o poder construtivo, o poder unificador do Universo. Seu oposto, o ódio, é destrutivo. Então, posto que o Universo continua em seu caminho belo, organizado, o Amor deve estar no coração dele e ser o seu propósito. O mal tem o seu propósito cósmico no esquema das coisas, e até mesmo a suprema corporificação do mal, os Irmãos da Sombra, o caminho da mão esquerda. Há uma admirável história nas escrituras hindus. Ela conta como a roda que agitou o oceano da existência foi movimentada tanto pelos anjos bons, os Devas, quanto pelas anjos maus, os Asuras. Um empurrou a roda numa direção, e o outro na direção oposta, mas ambos fizeram a roda girar.

O homem imortal, que na verdade somos nós, nunca pode ser destruído, e tudo que lhe acontece, mesmo trágico, desastroso, terrível, é para nossa futura bênção e aperfeiçoamento. Entretanto, estritamente falando, não existe algo como 'mau carma.' Todas as coisas trabalham juntas para um bom final. (...)'

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios, O Discipulado na Nova Era - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 79/81)


sábado, 13 de agosto de 2016

RETORNANDO

"Não é por acaso, nem por coincidência que nascemos em nossas famílias. Escolhemos as condições em que nascemos e as possibilidades que temos pela frente. Estabelecemos um plano para nossas vidas antes de nascermos, antes mesmo de sermos concebidos. Nosso plano é supervisionado pelos amorosos seres espirituais que nos protegem e orientam, enquanto ocupamos nossos corpos físicos, desenvolvendo esse plano estabelecido para nossas vidas. Destino é o nome que se dá para os acontecimentos e situações que escolhemos antes de nascer.

Existe um considerável número de evidências provando que podemos ver os principais acontecimentos de nossas vidas, as marcas predestinadas, na etapa de planejamento anterior ao nosso nascimento. As pessoas-chave com quem nos encontraremos são mapeadas, a reunião com almas gêmeas, com almas companheiras, e mesmo o lugar concreto em que esses eventos poderão ocorrer. Alguns casos de déjà vu - a sensação de familiaridade, como se já tivéssemos estado naquele lugar, vivendo aquela mesma situação - também podem ser explicadas pela visão antecipada da vida que teremos na existência física. 

O mesmo se aplica aos casos de adoção. Apesar de as condições de reprodução estarem bloqueadas por algum motivo, os pais adotivos são escolhidos, tal como os pais biológicos. Há razões para tudo, e não existem coincidências na trilha do destino.

Nunca somos privados do livre-arbítrio. Nossas vidas e a vida de todas as pessoas com quem interagimos no estado físico serão afetadas por nossas escolhas, mais ainda assim as marcas predestinadas ocorrerão. Encontraremos as pessoas que planejamos encontrar, enfrentaremos obstáculos e circunstâncias e teremos as oportunidades que planejamos muito antes de nascer. A forma de lidar com esses encontros, as nossas reações e decisões dependerão de nosso livre-arbítrio. Destino e livre-arbítrio coexistem e interagem o tempo todo. São forças complementares, e não contraditórias."

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeirao, 1999 - p. 44/45)


quinta-feira, 9 de junho de 2016

O PLANO DIVINO (PARTE FINAL)

"(...) O Plano Divino, que se pode dizer ser eterno dos céus, é uma esquema de evolução no tempo. Ele atua em e através das mentes e vontade dos homens, cuja evolução prossegue segundo seu livre-arbítrio em vários graus e pensamento individual. Mas, se toda nossa liberdade é compreendida por sua onisciência, e embora sejamos livres para escolher. Aquele que tudo sabe, sabe como escolheremos. Do nosso ponto de vista inferior temos de planejar o melhor, e tudo que é aceitável desse melhor é abarcado e descoberto como sendo parte de seu plano em florescimento.

Assim como a intelecção ou vontade do Manu - para ele os dois atos devem ser um - é um baixar do depósito infinito de pensamento divino, a perfeição que é alcançada aqui em baixo por nossos melhores esforços é a corporificação de uma perfeição divina que está sempre esperando para descer. O movimento ascendente da matéria é interceptado e mistura-se com a corrente descendente do espírito que, quando reflete a natureza da matéria, é fragmentada numa infinidade de formas e ideias divinas - e na união dessas forças, de baixo e de cima - é gerada aquela perfeição que é tanto objetiva quanto subjetiva."

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 104)


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (PARTE FINAL)

"(...) Para todos os efeitos, não temos livre-arbítrio - ele está apenas no processo de formação; e só estará formado quando o Ser tenha dominado completamente seus veículos e os use para seus próprios propósitos; quando cada veículo for apenas um veículo, completamente responsivo a cada impulso seu, e não um animal que se debate, indomado, com desejos próprios. Quando o Ser tiver transcendido a ignorância, subjugando hábitos que são as marcas da ignorância passada, então é livre. E assim será compreendido o significado do paradoxo, ‘em cujo serviço está a perfeita liberdade’, pois compreenderá que não existe separação, que não existe vontade desagregada, que em virtude de nossa Divindade inerente nossa vontade é parte da Vontade Divina, que foi ela que nos deu, ao longo de nossa evolução a força para seguir adiante, e que a compreensão da Vontade una é a realização da liberdade.

Foi ao longo dessas linhas de pensamento que alguns encontraram o fim da antiga controvérsia entre livre-arbítrio e determinismo. Mesmo reconhecendo a verdade pela qual lutou o determinismo, também preservaram e justificaram o sentimento inerente: ‘Eu sou livre, não escravo’. Essa ideia da energia espontânea, do poder espontâneo oriundos dos recessos internos de nosso ser, está baseada na própria essência da consciência, sobre o ‘eu’ que é o Ser - aquele Ser que, por ser divino, é livre."

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 234/235)


quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

A CONQUISTA DA LIBERDADE PELA VONTADE (1ª PARTE)

"É inútil falar de livre-arbítrio em um homem que é escravo dos objetos à sua volta. Ele é um eterno escravo, não consegue exercer escolhas; pois embora possamos pensar que tal pessoa elege seguir o caminho ao longo do qual as atrações o arrastam, na verdade não está havendo escolha nem pensamento de escolha. Enquanto as atrações e repulsões determinarem o caminho, qualquer discurso sobre liberdade é vazio e tolo. Muito embora um homem sinta que está escolhendo o objeto desejado, o sentimento de liberdade é ilusório, pois ele é atraído pela atividade do objeto e tem dentro de si, o anseio pelo prazer. Ele tem tanta - ou tão pouca - liberdade de movimento quanto o ferro em presença de um ímã. O movimento é determinado pela força do ímã e pela resposta da natureza do ferro à sua atração. (...)

Vendo então que a vontade é determinada pelo motivo condicionado a partir dos limites da matéria que envolve o Ser separado, e pelo Ser de quem é parte o Ser exercendo a vontade - o que queremos dizer por ‘livre-arbítrio’? Certamente queremos dizer que a vontade é determinada a partir do interior; a escravidão, a partir do exterior. A vontade é livre quando o Ser, querendo agir, extrai seu motivo de volição de fontes que estão dentro dele mesmo, sem ser posto a agir por motivos atuando sobre ele a partir de fontes externas. (...)"

(Annie Besant - Um estudo sobre a Consciência - Ed. Teosófica, Brasília - p. 230/233)


sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

SOFRIMENTO SUBSTITUTIVO (1ª PARTE)


"Além do sofrimento evolutivo, que abrange toda a natureza dos seres vivos, há um sofrimento substitutivo, que é próprio da humanidade.

Onde há livre-arbítrio, pode haver, e, onde há culpa, deve haver reação em forma de pena ou sofrimento. É esta a expressão das leis cósmicas, que exigem reequilibramento de qualquer desequilíbrio.

Por isto, sofre o justo pelo pecador. O justo não desequilibrou o equilíbrio das leis cósmicas, mas, como o pecador as desequilibrou, e não as reequilibrou, deve o justo ajudar a fazer o que o injusto não fez.

É esta a justiça do Universo - a sua justeza, o seu ajustamento.

A humanidade é um todo orgânico e solidário; deve a parte justa da humanidade sofrer pelo que a parte injusta pecou.

Não há nisto injustiça. Injustiça seria, se o justo, sofrendo pelo pecador, se tornasse também pecador, o que é impossível. A sofrência do inocente não diminui em nada o valor dele, podendo mesmo aumentá-lo. Pode o justo aumentar o seu próprio crédito, enquanto ajuda a pagar débito alheio. 

A finalidade da existência do homem aqui na terra não é sofrer nem gozar, mas é realizar-se - e isto é possível tanto no gozo como no sofrimento. Gozo e sofrimento são fenômenos facultativos da vida, o necessário é somente a realização do homem, como dizia o Mestre: 'Uma só coisa é necessária' (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Marin Claret, São Paulo, 2004 - p. 26)

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (3ª PARTE)

"(...) No meu livro recente A Nova Humanidade expliquei detalhadamente as duas fases evolutivas da velha e da nova humanidade.

Da velha humanidade, diz o Cristo: 'O príncipe deste mundo, que é o poder das trevas, tem poder sobre vós'. Da nova humanidade diz ele: 'Sobre mim ele não tem poder algum, porque eu venci o mundo'.

O príncipe deste mundo é o poder da serpente, da inteligência, que é um poder tenebroso, causador de maldades e de males de toda a espécie.

Jesus não teve pecado nem sofreu doenças e morte compulsória, porque tinha vencido o mundo adâmico da serpente intelectual, e estava num mundo cósmico do sopro espiritual.

Os nossos males não terão fim enquanto não nos libertarmos do poder do príncipe deste mundo, a que a humanidade se entregou inicialmente, e da qual se deve libertar finalmente.

As leis cósmicas são inexoráveis: o que o homem faz pelo poder do seu livre-arbítrio pode ele desfazer pelo mesmo poder. 

Por ora, o grosso da humanidade está dominado pelo poder das trevas, que se manifesta pelo ego intelectual: o triunfo da inteligência e a derrota do espírito. Nenhuma medicina, nenhuma psicologia, nenhuma psiquiatria podem melhorar substancialmente o estado calamitoso da nossa humanidade sofredora, porque pecadora. Tudo o que estamos fazendo são paliativos, camuflagens, charlatanismos, que tentam remover sintomas do mal, mas não erradicam a raiz do mal. Todos os nossos paliativos são ditados pelo próprio príncipe deste mundo, que é responsável pelo estado calamitoso da humanidade, sobre a qual ele tem poder.

Em face desse tenebroso círculo vicioso, deverá a maior parte da humanidade atual passar por tragédias, talvez pelo extermínio. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 24


terça-feira, 6 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (2ª PARTE)

"Por que não apareceu a humanidade perfeita?

Moisés serve-se de uma parábola intuitiva para indigitar a causa desse fenômeno. Essa parábola intuitiva, porém, quando analisada intelectualmente por nós, não nos dá clareza. Quando os exotéricos profanos interpretam a visão esotérica de um iniciado, aparecem muitas obscuridades. Moisés fala simbolicamente do 'sopro de Deus' e da 'voz da serpente' para designar as duas potências que regem todo o homem: o espírito e a inteligência. O homem planejado pelo espírito do sopro de Deus seria um homem perfeito, o Atmam de Buda e da filosofia oriental, o Ish do Talmud judaico.

Mas a voz da inteligência, simbolizada pela serpente, desde o início, barrou a evolução do homem, desviando a evolução espiritual para uma pseudo-evolução intelectual. O sopro de Deus é a 'árvore da vida' - a voz da serpente é a 'árvore do conhecimento do que é bom e do que é mal'.

À primeira vista, parece que a serpente derrotou Deus, que a inteligência derrotou o espírito - e é esta a explicação que os intérpretes profanos e exotéricos dão do Gênesis.

Na realidade, porém, não houve, nem podia haver essa suposta derrota; o espírito de Deus, havendo creado uma criatura de livre-arbítrio, não podia impedir que o homem fosse o senhor do seu destino e se creasse assim como ele queria. O livre-arbítrio, porém, se revela, inicialmente, pela inteligência, eclipsando por muito tempo o espírito - porquanto a evolução principia na periferia e demanda o centro.

Por enquanto, a evolução do homem é meramente intelectual, e não espiritual; a inteligência, em vez de se integrar no espírito, tenta suplantar o espírito. Diz a sabedoria milenar da Bhagavad Gita que 'o ego (inteligência) é o pior inimigo do Eu (espírito), embora o Eu seja o melhor amigo do ego'.

Até hoje, através de séculos e milênios, o ego intelectual (serpente) guerreia o Eu espiritual (Deus). Em consequência dessa prevalência da inteligência negativa sobre o espírito positivo, a humanidade está sujeita a doenças e à morte. Mas, quando o Eu divino integrar em si o ego humano, realizar-se-á o que Moisés vislumbrou num futuro longínquo: O aparecimento do homem perfeito, sem males nem morte. O homem da presente humanidade, dominada ainda pela serpente intelectual, é chamado por Jesus 'filho de mulher' ao passo que o homem da nova humanidade denominado pelo espírito de Deus, é chamado 'Filho do homem', do qual era Jesus o representante antecipado. Possivelmente, Moisés foi também um precursor da nova humanidade, razão porque a teologia judaica o chama Ish (Atmam, Eu), e não Adam (Aham, ego). (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 23/24


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (1ª PARTE)

"Ainda que o sofrimento seja um fenômeno universal na natureza dos seres vivos, a fim de promover a sua evolução, contudo, no mundo da humanidade, existe um sofrimento diferente, que é antes doentio do que sadio. O homem não sofre apenas para promover sua evolução natural, sofre também, e sobretudo, porque existe nele algo que não devia existir, algo creado pelo livre-arbítrio, que pode produzir fenômenos positivos e bons, e pode também produzir fenômenos negativos e maus. 

Na humanidade atual, prevalecem os fenômenos menos negativos e maus. Não vivemos numa humanidade definitiva e ideal, vivemos ainda numa humanidade provisória e imperfeita. Os grandes videntes do passado têm falado e escrito sobre esta humanidade negativa, que deu origem ao sofrimento doentio.

Cerca de seis séculos antes da Era Cristã, um famoso príncipe hindu, Gautama Siddartha - mais conhecido pelo seu nome iniciático Buda -, resumiu esse fenômeno negativo nas chamadas 'quatro verdades nobres'. Estas verdades dizem o seguinte:

1 - a vida do homem é essencialmente sofrimento,
2 - a causa deste sofrimento é a ilusão tradicional em que vive o homem identificando-se com o seu ego periférico (Aham),
3 - a abolição do sofrimento doentio está no conhecimento da verdade sobre o seu Eu central (Atmam),
4 - o método para passar da ilusão do ego à verdade do Eu é a meditação.

Cerca de mil anos antes de Buda, por volta de 1500 antes de Cristo, um grande vidente hebreu-egípcio, Moisés, escreveu as primeiras páginas do Gênesis sobre a origem e o motivo do sofrimento humano.

Segundo Moisés, o corpo do homem perfeito seria imortal e não sujeito a doenças. Mas este homem perfeito não existia ainda, a não ser esporadicamente. O grosso da humanidade atual representa ainda a velha humanidade, cheia de males e sujeita à morte. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 22/23


quinta-feira, 5 de março de 2015

A LEI DA CAUSA E EFEITO

"Por que é que muitos dos nossos desejos não são atendidos e que numerosos filhos de Deus sofrem intensamente? Deus, com sua divina imparcialidade, não poderia fazer alguns de Seus filhos melhores que os outros. Ele fez, originalmente, todas as almas iguais, e à Sua imagem. Elas receberam, também, os maiores dons de Deus: livre-arbítrio e o poder de raciocinar e agir segundo a razão.

Em algum ponto, em algum momento no passado, [elas] violaram as diversas leis de Deus e produziram, consequentemente, resultados consoante as leis. (...)

O homem usou mal essa independência que Deus lhe deu e, desse modo, trouxe a si próprio a ignorância, o sofrimento físico, a morte prematura e outros males. Ele colheu o que semeia. A lei de causa e efeito [carma] aplica-se a todas as vidas."


(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Self-Realization Fellowship - p. 12)


quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (PARTE FINAL)

"(...) Geralmente afirma-se que o sofrimento é um mal e é comumente associado à ideia de castigo, pois predomina a concepção cristã de que o sofrimento é uma punição. Será preferível equiparar o sofrimento à experiência; boa se contribuir para a melhoria espiritual e má se não forem tiradas do mesmo lições proveitosas, ou se for acolhido com revolta.

O conhecimento da natureza humana, segundo a Teosofia, leva o homem a considerar tudo sob o ponto de vista da Mônada ou do Ego, em vez de olhar pelo prisma da personalidade, ou seja, do homem terreno. Com efeito, para o homem físico existe o dualismo: Bem - Mal. Já para o Ego, só existe experiência, propriamente dita, porque para o Ego não há bem nem mal. As experiências serão agradáveis ou desagradáveis, para a personalidade, facilitadoras ou não da evolução.

A Mônada, ou espírito divino em germe, não tem experiências a colher. Ela tem ambiente para expansão, para suas manifestações de Vida, de Ação, de Atividade ou de Trabalho cósmico nos planos inferiores. Em resumo:

Para a Personalidade : Bem e Mal.
Para o Ego                 : Experiência.
Para a Mônada           : Manifestação.

Um problema complexo, que se liga muito de perto ao do Bem e do Mal, é o do deterministo e do livre-arbítrio. Como espírito (Mônada), somos livres porque estamos identificados com Deus, mas como homem terreno, como personalidade, não o estamos (Segundo Fichte, o ego individual faz parto do Ego absoluto e, como este, é livre).

Sabemos, entretanto, que quanto mais evoluirmos, mais livres seremos, porque dominaremos maior porção do universo e que, quando melhor conhecermos e respeitarmos as leis cósmicas, menos sofreremos, porque evitaremos as consequências cármicas desagradáveis ou dolorosas." 

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 225/226)
www.editorateosofica.com.br/loja


sexta-feira, 24 de outubro de 2014

A SEMEADURA ESPIRITUAL

"Disse Jesus: saiu o semeador. Encheu a mão e lançou a semente. Alguns grãos caíram no caminho; vieram as aves e os cataram. Outros caíram sobre os rochedos; não deitaram raízes para dentro da terra nem mandaram brotos para o céu. Outros ainda caíram entre espinhos, que sufocaram a semente e o verme a comeu. Outra parte caiu em terra boa, e produziu fruto bom rumo ao céu; produziu sessenta por uma, e cento e vinte por uma.

Comentário: Esta parábola do semeador é quase igual à dos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas, à exceção de divergências insignificantes. O que é notável em todos os textos é o fato de ter o semeador - que é o filho do Homem - lançado a semente da palavra de Deus indistintamente em terrenos bons e maus. Segundo a nossa agronomia, não devia ter semeado no caminho, no rochedo e nos espinhos, mas exclusivamente em terra boa. Mas, como o principal da parábola não é o símbolo material, e sim o simbolizado espiritual, o procedimento do semeador é correto; não concorda com a agronomia material, mas condiz com o agronomia espiritual, em que o campo é a alma humana dotada de livre-arbítrio. O solo físico não pode modificar a sua receptividade; mas o solo metafísico, humano, é responsável por sua receptividade, maior ou menor. Sendo a semente a própria palavra de Deus, sempre ótima, a sua diferença de produção não corre por conta da semente, mas por conta do terreno em que é semeada, isto é, a alma humana.

A parábola visa, portanto, a advertir os homens da sua responsabilidade em face da semeadura espiritual; os terrenos improdutivos da humanidade são culpados por sua improdutividade. O livre-arbítrio humano é responsável pelo fato de produzir nada, pouco ou muito.

Aqui está mais uma apoteose do livre-arbítrio do homem, sempre de novo negado por certos cientistas incompetentes. O livre-arbítrio existe potencialmente em todo o ser humano normal; mas a sua atualização depende do desenvolvimento da consciência de cada um. As leis cósmicas produzem não somente creaturas creadas, mas também creaturas creativas. Estas últimas podem crear-se melhores ou piores do que Deus as creou. A semente da palavra de Deus é ótima, mas o terreno humano é variável: mau, bom, ótimo."

(O Quinto Evangelho - A Mensagem do Cristo - Tradução e Comentários: Huberto Rohden - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 29/30)

sábado, 28 de junho de 2014

FUI RAPTADO AO TERCEIRO CÉU

"Que disseste, Paulo? Foste raptado ao terceiro céu? E eu, que nem conheço o primeiro e o segundo céu...

Ah! já sei, já sei...

Foste raptado para além do primeiro céu dos sentidos e para além do segundo céu da mente.

Foste raptado ao terceiro céu do espírito.

Eu conheço bem o primeiro céu, conheço também o segundo céu - nada sei do terceiro céu.

Creio no céu do espírito, que espero para depois da morte.

Mas tu entraste no terceiro céu, em plena vida.

E lá no terceiro céu tu ouviste 'ditos indizíveis' - que transformaram a tua vida terrestre.

'Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus preparou àqueles que o amam.'

Para além dos sentidos e da mente do meu ego humano - eu me deixarei raptar para o terceiro céu do meu Eu divino.

Enquanto eu me identificar com o ego, que não sou, não sou raptável.

Enquanto eu viver satisfeito no primeiro céu dos sentidos e no segundo céu da mente, ninguém me pode raptar para o terceiro céu do espírito, que sou.

'Transmentalizai-vos, porque o Reino dos Céus está ao vosso alcance'.

Se eu não me transmentalizar, não ultrapassar o meu ego do aquém, não serei raptado para as regiões do Além.

Deus respeita o meu livre-arbítrio.

Enquanto eu não abrir a porta para que alguém possa entrar no recinto do meu ser...

Raptar-me não está em meu poder - em meu poder está somente abrir as portas para ser raptado.

E os 'ditos indizíveis' do meu terceiro céu ecoarão através do meu primeiro e segundo céu."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2005 - p. 157/158)


domingo, 22 de junho de 2014

CAMINHOS PARA A TRANSFORMAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) Algumas tradições antigas postulavam que o universo era regido por leis e que a natureza, com suas leis rígidas, impunha aos seres humanos uma espécie de escravidão. Do ponto de vista filosófico e espiritual, não há nada de novo a respeito da questão do determinismo versus livre-arbítrio. Nenhuma luz radicalmente nova foi lançada sobre ela com o desenvolvimento da mecânica quântica. O determinismo de um efeito que resulta de uma causa é uma noção que é parte integrante do conceito de lei. Se existe lei, existe determinismo.

Mas é importante que seja enfatizado que, precisamente porque existe a lei, existe a possibilidade de liberdade. Uma lei pressupõe a existência de um preço a ser pago para que se consiga a libertação das condições que ela impõe. É muito romântico imaginar que podemos adquirir imortalidade, salvação ou liberdade para nossa alma sem pagar o preço cobrado pela lei que nos mantém natural e legalmente acorrentados. Mas as viagens espaciais teriam sido impossíveis sem a compreensão da lei da gravitação universal, que nos mantém presos a Terra. Para viajarmos pelo espaço precisamos calcular com precisão a velocidade de escape que é necessária para vencer o efeito da lei de gravidade, e precisamos ter o combustível e a tecnologia adequados para adquirir essa velocidade.

Mas certamente, em todas as partes do mundo, pode-se encontrar alguma forma de religião que vende indulgências baratas, físicas ou doutrinárias, para assegurar àqueles que são crédulos que foram especialmente escolhidos para a graça agora e para a glória por todo o sempre. (...)"

(Ravi Ravindra - A conquista da Liberdade -  Revista Sophia, Ano 8, nº 32 - p.10/12)