OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 7 de abril de 2020

ROUPAGENS INSEPARÁVEIS DO HOMEM

Resultado de imagem para corpos DO HOMEM espiritual"Convém saber que para além dos cinco mundos já referidos, existem outros dois, o âdi e o anupâdaka, sob os quais se sucedem em ordem de sutilidade material, de mais para menos, os mundos átimico, búdico, mental, astral e físico, que nas Escrituras hinduístas são denominados por Akâsha (mundo etéreo), Vâyu (aéreo), Aqui (ígneo), Apas (aquático) e Prithivi (terrestre). Os três aspectos da Consciência humana: Vontade, Sabedoria e Inteligência se correspondem com a matéria respectiva dos mundos átmico, búdico e mental, cujas matérias constituem três roupagens ou corpos que relacionam a Consciência do homem com os referidos mundos e persistem durante o curso da larga série de reencarnações, embora cresçam, se desenvolvam e compliquem à medida que o Espírito vai atualizando suas qualidade inerentes. Os três corpos referidos de chamam átmico, búdico e causal, e durante sua evolução nos cinco mundos são tão inseparáveis dele como a pele do corpo físico. Constituem o veículo de manifestação do Espírito imortal, que sem eles não poderia manifestar-se.⁹"

⁹ Os corpos átmico, búdico e causal constituem a tríade superios do homem, designada teosoficamente por Ãtma-Buddhi-Manas. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 17/18)

quinta-feira, 2 de abril de 2020

ROUPAGEM DO HOMEM

Resultado de imagem para ROUPAGEM DO HOMEM espiritual"O Fragmento divino que no mundo dos seres viventes aparece como Espírito Imortal, atrai inteiramente a mente e os demais sentidos velados da matéria. A fim de ser um Espírito imortal no mundo dos viventes, deve revestir-se de matéria, e segundo nos ensinam os Puranas, a matéria de nosso 'Quíntuplo universo'⁴ é de cinco classes: etérea, aérea, ígnea, aquosa ou líquida e terrestre ou sólida.⁵  Entretanto existem no Universo divino dois graus de matéria mais sutil com os quais nada temos que ver no momento.

O grau mais denso de cada uma das mencionadas classes de matéria corresponde em nosso mundo físico ao que denominamos terra, água, fogo e éter ou ar, muito embora tenha sido reconhecida a triplicidade deste último. Todos estes graus ou estados de matéria compõem nossa terra, ou seja, o mundo de nossas relações quotidianas. Os outros quatro mundos, chamados nos Puranas de oceanos, interpenetram e envolvem o terrestre. Pondo de lado os símbolos e alegorias, são mundos compostos de outras classes de matéria, cada uma delas com suas diversas densidades, do mesmo modo que encontramos no mundo terrestre as modalidades de matéria física, nirvânica, búdica, mental, astral e terrestre.⁶ 

Na Antiguidade, chamavam-se 'elementos' os diversos graus de matéria. O nome era conveniente porque todas as densidades de cada elemento se distinguiam por uma característica comum; assim como a água, o leite, o azeite, a terebentina, o álcool, etc., têm distinta densidade, muito embora todos eles sejam líquidos pela característica comum de se derramarem em todas as direções quando em liberdade, e tomarem a forma da vasilha em que sejam colocados. 

A química moderna deu novo significado à palavra 'elemento' e assim não podemos empregá-la em sua antiga acepção⁷ muito embora seja um vocábulo muito adequado para distinguir os diferentes estados ou graus de matéria que possuam certas características comuns. 

A química só estuda as substâncias que encontra no mundo físico e as resultantes das suas combinações procedidas nos laboratórios, e sem qualquer preocupação aplica, a seu bel-prazer, os nomes antigos, dizendo depois com a maior sem cerimônia que os sábios de outrora não empregavam as palavras com acerto. A química esqueceu que veio muitos séculos mais tarde ao mundo, e deu novos significados às palavras usadas na Antiguidade. Conheciam os filósofos antigos a existência de outros mundos além do físico e empregavam vocabulário apropriado ao seu mais amplo conhecimento; e assim não se lhe pode vituperar de quem em uso de seus direitos classificassem a matéria do universo de conformidade com suas especiais características e designassem cada uma das classes com o nome de 'elemento'.⁸"

⁴ A autora escreve esta frase entre aspas para dar a entender que os hinduístas consideram quíntuplo nosso universo, apesar de sétuplo, porque prescindem por inexequíveis à compreensão humana dos dois planos superiores: o anupâdaha (segundo) e âdi (primeiro). (N. do T.)
⁵ Convém advertir que esta classificação não corresponde ao significado corrente das palavras que a expressam, e sim equivalem respectivamente à matéria nirvânica (etérea), búdica (aérea), mental (ígnea), aquosa (astral) e terrestre (física). Sem esta distinção entre as nomenclaturas purânicas e teosíficas, resultaria para o leitor amigo destes estudos lamentável confusão. (N. do T.)
⁶ Analogamente no mundo astral se encontram as modalidades astrais das matérias nirvânica, búdica e mental; no mundo mental, as modalidades mentais de matéria nirvânica e búdica; e no mundo búdico, a modalidade búdica da matéria nirvânica e assim indefinidamente. (N. do T.)
⁷ Muitos cientistas e eruditos modernos incorreram no grave erro de designar os antigos de ignorantes porque consideravem como elementos a terra, a água, o fogo e o ar. Se a ciência acadêmica não fosse tão presumida e pretensiosa, e em vez de papaguear nas cátedras, indagasse o verdadeiro espírito da antiga sabedoria, certamente compreenderia que a elementalidade da terra, água, fogo e ar, nada tem que ver com sua constituição química. (N. do T.)
⁸ Esta palavra não significava naquele tempo simplicidade de substância considerada, e sim diversidade de graus de condensação. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 15/17)

quinta-feira, 26 de março de 2020

QUE É O HOMEM

Resultado de imagem para o homem espiritual"Que é o homem - Uma inteligência espiritual, uma porção da Divindade revestida de matéria. Diz o Bhagavad-Gîtâ: 'Uma porção de Meu próprio Ser se transforma, no mundo da vida, no Espírito Imortal, e atrai inteiramente a mente e os demais sentidos velados na matéria.'  Tal é a sumária descrição do homem expressa no imortal Canto do Senhor. Demonstra que a natureza íntima do homem é um fragmento ou porção da Divindade, um Espírito imortal revestido de invólucros, de agregados de matéria, de corpos, ou como se queira chamar esta parte temporária e mutável, em contraste com sua eterna natureza dimanante do mesmo Deus.

Para compreendermos o que é o homem, devemos considerar a continuidade de sua vida, porque continuadamente está desenvolvendo sua Divindade íntima e modelando seus corpos mutáveis, de sorte que expressem sempre suas capacidades crescentes.

Na semente está potencialmente contida a árvore do futuro, e plantada na terra absorve do solo sua nutrição, ao passo que o sol, a chuva e o ar a nutrem, determinando pouco a pouco sua germinação, até que cheia de raízes, brota o talo e despontam as folhas, convertendo-se em rebentos que a cada estação vão crescendo e por fim alcançam a altura da árvore progenitora de onde procedeu a semente. No inverno caem as folhas e a árvore fica desnuda, para na primavera revestir-se de nova folhagem em sucessivas renovações, sem prejuísos e sim com grande proveito para a árvore. Tudo isto também ocorre com o homem, a divina semente plantada pela mão do Eterno na matriz da matéria, que desta absorve sua nutrição e se alimenta com o sol do júbilo, a chuva da tristeza e o ar do ambiente das circunstâncias. Em cada estação ou ciclo de vida, reveste-se de folhagem que lhe proporciona experiência e depois caem as folhas, enquanto a árvore vai crescendo até assemelhar-se ao seu pai e passar da humanidade à supra-humanidade, para viver em campos mais amplos, numa vida sempre crescente, mais plena, abundante e divina.

Portanto, que é o homem? Um fragmento divino; a Divindade latente em vias de atualização; a reiterada maravilha que o cristianismo simboliza no Deus feito homem, porque o filho do homem é verdadeiramente o Filho de Deus. O hinduísmo nos fala do sacrifício de Purusha, no Deus que se sacrifica para ser homem em benefício dos homens e do seu mundo. O processo desta atualização, os meios deste desenvolvimento, o segredo da evolução, chama-se transmigração se considerarmos o passo da inteligência espiritual de uma à outra forma, e chama-se palingenesia ou reencarnação se nos referirmos aos corpos mortais de que se reveste o espírito em cada ciclo ou período de vida."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 12/14)

quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A ILUSÃO É PASSAGEIRA

"O homem pode usar equivocadamente seu livre-arbítrio por algum tempo, considerando-se mortal, mas essa ilusão passageira nunca conseguirá apagar em seu íntimo a marca da imortalidade e a imagem divina da perfeição. A morte prematura de uma criança talvez não lhe haja permitido usar seu livre-arbítrio para a virtude ou para o vício. Mas a Natureza trará sua alma de volta à Terra, dando-lhe a oportunidade de usar o livre-arbítrio a fim de redimir o karma passado, que a fez morrer tão jovem, e praticar as boas ações que propiciam a libertação.

Se uma alma imortal não conseguiu, ao longo de uma existência, eliminar as ilusões que a subjugam, precisa de mais períodos de aprendizado para tomar conhecimento de sua imortalidade inata. Só então poderá retornar ao estado de consciência cósmica. As almas comuns reencarnam compelidas por seus desejos mundanos; as almas superiores, ao contrário, apenas em parte vêm à Terra para cumprir o karma, pois seu principal objetivo é atuar como filhos nobres de Deus e apontar às criaturas perdidas o caminho para a morada celeste do Pai."

(Paramhansa Yogananda - Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2009 - p. 16)


quinta-feira, 29 de junho de 2017

A PROMESSA DE ILUMINAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) A iluminação, como já disse, é real; cada um de nós, seja quem for, pode nas circunstâncias certas e com o treinamento adequado realizar a natureza da mente, e assim conhecer em si mesmo o que é imortal e eternamente puro. Essa é a promessa de todas as tradições místicas do mundo, e ela foi e está sendo cumprida em milhares e milhares de vidas humanas.

Essa promessa é ainda mais maravilhosa porque não se trata de alguma coisa exótica ou fantástica, nem para uma elite, mas para toda a humanidade. E quando nós a realizamos, dizem os mestres, é inesperadamente comum. A verdade espiritual não é algo elaborado e esotérico, mas é um profundo bom senso. Quando você tem a realização da natureza da mente, camadas de confusão são removidas. Você de fato não 'se torna' um buda, mas simplesmente deixa pouco a pouco de viver no engano e na ilusão. E ser um buda não é ser um onipotente super-homem espiritual, mas tornar-se um verdadeiro ser humano.

Uma das maiores tradições budistas chama a natureza da mente de 'a sabedoria do ordinário'. Por mais que se diga, não é o bastante: nossa verdadeira natureza e a natureza de todos os seres nada têm de extraordinárias. A ironia é que este mundo que chamamos de ordinário é que é extraordinário, uma alucinação fantástica e complexa da visão enganosa do samsara. É essa visão 'extraordinária' que nos deixa cegos para a natureza 'ordinária', natural e inerente da nossa mente. Imagine se os budas estivessem olhando agora para nós, aqui embaixo: como eles se admirariam, com tristeza, da letal engenhosidade e complexidade da nossa confusão!

Às vezes, porque somos tão desnecessariamente complicados, quando a natureza da mente é introduzida por um mestre ele parece simples demais para que acreditemos nela. Nossa mente ordinária nos diz que não pode ser, que deve haver alguma coisa a mais do que isso. Com certeza deve ser alguma coisa mais 'gloriosa', com luzes fulgurando no espaço ao nosso redor, anjos de cabelos doirados esvoaçantes vindo ao nosso encontro e a voz profunda de um Mágico de Oz anunciando: 'Agora você foi introduzido à natureza da sua mente'. Não há esse drama todo. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 82/83

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PENSAMENTO E SENTIMENTO ESTÃO SUJEITOS A MUDANÇA (1ª PARTE)

"Assim, existe uma mudança sutil quanto à ênfase do papel predominante da vida para um papel como forma. Como a transformação ocorre dentro de nós ao longo de muitas encarnações e é repetida no processo de desenvolvimento de uma criança ao longo de toda nossa evolução humana, primeiramente nos identificamos e à nossa vida com nossos corpos físicos. Leva algum tempo antes que compreendamos que estes corpos são formas que irão passar. Depois quando vemos o corpo como uma forma passageira, são os nossos sentimentos que parecem ser duradouros. Quando adolescentes, juramos amizade eterna ou amor eterno. Posteriormente compreendemos que nossos sentimentos estão também sujeitos a transformação constante, e são nossas ideias que agora consideramos como duráveis. A essa altura somos muito dogmáticos. Isso também passa e podemos adquirir uma certa flexibilidade de pensamento até que compreendamos que até mesmo o pensamento é apenas uma vestimenta, e que algo mais profundo interiormente representa para nós a vida eterna.

O processo pode continuar - o que sentíamos ser uma alma imortal compreendemos ser, por sua vez, um simples veículo temporário ou uma forma, como os outros, sujeito a transformação. Até mesmo Buddhi é um veículo de Atma, não no sentido de um corpo ou de uma forma como os vemos, mas talvez como um tipo de véu tênue - mais sutil do que o mais sutil que conseguimos imaginar. À medida que o homem evolui, a personalidade torna-se cada vez mais a expressão direta do Ego, que é uma forma que reflete verdadeiramente a vida interior. O homem está agora cônscio como um Ego imortal sensibilizando a personalidade como sua forma. Dizem que, com o tempo, até mesmo o Ego deixa de existir como tal, pois, afinal de contas, ele é simplesmente o veículo ou a forma externa da Mônada. Assim, também ele está sujeito a transformação e parece desaparecer. Podemos começar a nos perguntar se, de um certo ponto de vista, a distinção entre vida e forma não é uma ilusão - se vida e forma são, depois de tudo, não duas coisas distintas, mas realmente duas funções da mesma coisa divina.

Voltemos ao nosso estado atual - a nossa condição presente - em relação ao mundo objetivo, onde estamos apegados a formas materiais e sofremos quando elas são transformadas. Como vimos até certo ponto com relação à nossa própria constituição, logo que deixamos de nos identificar com certas formas, toda nossa atitude com relação a elas muda. Ao mesmo tempo nossa atitude com relação à transformação dessas formas muda. Essa mudança é em si mesma uma transformação em nós, uma transformação na consciência até onde a consciência seja forma, até onde esteja cercada, modelada pela forma. Talvez, realmente, seja mais uma questão de ir além das formas do que atravessá-las. Em outras palavras, quando vemos as formas aprisionando nossas consciências, nossos lamentos e preconceitos com relação a elas desaparecem e nossa consciência torna-se correspondentemente livre. Uma expansão de consciência ocorre quando não mais estamos pessoalmente e, portanto, dolorosamente, apegados a elas. (...)"

(Mary Anderson - Transformação - TheoSophia - Outubro/Novembro/Dezembro de 2009 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 32/33)

sábado, 12 de novembro de 2016

O BEM E O MAL

"(...) Há tanto mal no mundo! Sim, mas é feito principalmente pelo homem. Diz o Mestre: 'O mal não existe per se e não é senão a ausência do bem. Ele existe somente para aquele que é transformado em sua vítima. O mal procede de duas causas - e assim como o bem, não é uma causa independente na natureza. A natureza é destituída de bondade ou maldade; ela segue somente leis imutáveis quando dá vida e alegria, ou envia sofrimento e morte, e destrói o que criou. A natureza tem um antídoto para cada veneno, e suas leis têm uma compensação para cada sofrimento... O verdadeiro mal procede da inteligência humana, e sua origem está inteiramente no homem pensante que se dissocia da natureza. Só a humanidade é então a verdadeira fonte do mal. O mal é o exagero do que é bom, produto do egoísmo e da ganância humanos. Pense profundamente e você verificará que, salvo a morte, que não é um mal, mas uma lei necessária, e acidentes que sempre encontrarão sua compensação numa vida futura, a origem de todo mal pequeno ou grande, está na ação humana, no homem cuja inteligência faz dele um agente livre na natureza.' (C.M.)

O homem, preso ao jogo de 'par dos opostos', foi dotado de livre-arbítrio e livre escolha, e deve aprender 'como escolher o bem e rejeitar o mal' e finalmente se erguer àquele Amor fundamental que ultrapassa tanto o chamado bem, quanto o mal. (...)

O Amor é o poder construtivo, o poder unificador do Universo. Seu oposto, o ódio, é destrutivo. Então, posto que o Universo continua em seu caminho belo, organizado, o Amor deve estar no coração dele e ser o seu propósito. O mal tem o seu propósito cósmico no esquema das coisas, e até mesmo a suprema corporificação do mal, os Irmãos da Sombra, o caminho da mão esquerda. Há uma admirável história nas escrituras hindus. Ela conta como a roda que agitou o oceano da existência foi movimentada tanto pelos anjos bons, os Devas, quanto pelas anjos maus, os Asuras. Um empurrou a roda numa direção, e o outro na direção oposta, mas ambos fizeram a roda girar.

O homem imortal, que na verdade somos nós, nunca pode ser destruído, e tudo que lhe acontece, mesmo trágico, desastroso, terrível, é para nossa futura bênção e aperfeiçoamento. Entretanto, estritamente falando, não existe algo como 'mau carma.' Todas as coisas trabalham juntas para um bom final. (...)'

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios, O Discipulado na Nova Era - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 79/81)


quarta-feira, 16 de março de 2016

O PROPÓSITO DA EXISTÊNCIA HUMANA (PARTE FINAL)

"(...) A sabedoria Eterna afirma que a realização dessa culminação do desenvolvimento humano é absolutamente certa para todo homem. A ordem: 'Portanto, sede perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celeste' (Mt 5:48), será literalmente obedecida pelo eu espiritual de todos os seres humanos. Uma Alma Espiritual perdida é uma impossibilidade na natureza, pois o verdadeiro Eu do homem é imortal, eterno e indestrutível. Na verdade, nada há a ser salvo, nem pode ser perdido, pois Deus, como a vida que envolve e habita o universo, é onipresente. O homem necessita apenas estar em guarda contra os defeitos de seu próprio caráter e as transgressões a que eles conduzem, pois todos os seus sofrimentos surgem (carmicamente)¹ - educativamente, ademais - de tais transgressões.

O processo evolucionário é perpétuo, não tendo começo concebível ou fim imaginável. Além da perfeição humana há uma realização ainda superior, alcançada durante a passagem pelos reinos da natureza super-humana, seguida por uma ascensão geral rumo à estatura espiritual do Logos de um universo. Além disso o progresso continua outra vez na direção do maior grau possível de desenvolvimento alcançável até o fim do período cósmico de manifestação maior. Mesmo depois, no ressurgimento do cosmo que sucede ao caos, da atividade a partir da quietude, o desenvolvimento continuará do ponto alcançado previamente e prosseguirá a alturas ainda maiores. A perfeição não é assim provavelmente a melhor palavra, pois que sugere finalidade. De fato, ela é atingível apenas num sentido relativo, pois deve dar lugar a mais perfeição, segundo um padrão superior de excelência no período seguinte de atividade - da mesma forma como uma flor perfeita deve deixar de ser uma flor perfeita e morrer, a fim de transformar-se num fruto perfeito, se for permitida tal forma de expressão.² O homem é um ser espiritual em evolução e, um dia, tornar-se-á como Deus é agora. O homem é um Deus em formação, um deus peregrino."

¹ Carma (sansc.) - a lei de causa e efeito.
² 'A Doutrina Secreta', Ed. Adyar, Vol. 1, p. 115.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada, Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 56)


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

CRESCENDO EM CONHECIMENTO E CAPACIDADE

"A vida é um mistério, e nós a conhecemos em suas manifestações. Podemos pensar na vida como a existência e atividade do Eu por trás de tudo, que é um, imortal, eterno, e ilimitado, eternamente belo e criativo. Tem-se imaginado a natureza desse Eu como sendo Luz, Fogo, Som. A morte assiste-a em cada forma exceto em sua plenitude. Pois o processo de sua manifestação deve precisar ser uma limitação e uma retirada. Existem o pravritti marga e o nivritti marga, as sendas de ida e de retorno, uma atividade cíclica que é uma tentativa sucessiva de autodefinição da entidade ou consciência em questão, uma passagem da imperfeição para a perfeição relativa. A vida no mundo é vida numa prisão; a vida em qualquer forma deve inevitavelmente estar imensamente circunscrita. Mas em cada estágio o dharma é tornar a vida tão perfeita, tão bela quanto possível.

Assim, a medida que passamos de estágio a estágio crescemos em conhecimento e capacidade, e, eventualmente, quando o quadro perfeito tiver sido desenhado, ele será belo em cada parte e como um todo, e toda a confusão trabalho, sofrimento e exaustão parecerão não apenas maravilhosamente vantajosos para realização tão gloriosa, mas talvez até mesmo diferentes do que parecem aos nossos olhos atualmente. Talvez mesmo agora, de algum modo misterioso, inimaginável, seja um processo de desabrochar de uma imagem oculta de beleza perfeita em sua sabedoria, força e amor."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p.35/36)


sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

VIDA E MORTE

"A morte não rompe os laços humanos mais do que cancela obrigações mútuas. É um evento dramático na vida como nascer ou apaixonar-se, como o desabrochar de um botão em flor, ou o nascer e o pôr do sol. A morte não rompe o laço dourado do amor ou o elo férreo do ódio, embora a ligação física possa ser rompida durante certo tempo. Apesar de a morte estar sempre à nossa volta, batendo as asas, por assim dizer, para que não negligenciemos sua existência, ela mantém domínio sobre a vida essencial no homem, o espírito que é imortal porque é divino. A imortalidade é uma ideia que é proeminente na sabedoria religiosa hindu. Não somente os deuses atingiram-na ao participarem do néctar, como é poeticamente colocado; mas é também um feito heroico que pode ser alçado pelo mortais que tenham a coragem intrépida e a perseverança necessária para o propósito.

(...) Seja essa imortalidade objetiva um estado desejável, ou até mesmo suportável, é uma questão a ser considerada por aqueles que, no sentido literal, aceitam essas histórias de sabedoria sagrada hindu a respeito de Markandeya e de outros que se diz terem superado a morte. É certamente uma clemência que sejamos capazes de iniciar a encarnação recém-banhados nas águas do Lehte, em esquecida inocência. Toda vez que nos retiramos para dentro de nós mesmos é para nos expor ao mundo externo para obter maior vantagem. A lousa está limpa, de modo que podemos desenhar sobre ela um quadro mais perfeito. Se tivéssemos de escrever sobre uma lousa já cheia de inúmeros caracteres indeléveis, estaríamos correndo o risco certo de criar ‘confusão ainda pior’ até que estivéssemos irremediavelmente perdidos numa confusão de doces e amargas memórias, alimentando remorso e reacendendo paixões. Na melhor das hipóteses nossa vida seria uma confusão, mais parecida com um pesadelo."

(N. Sri Ram, O Interesse Humano, Editora Teosófica, Brasília, 2015 - p. 34/35)


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

LÓGICA DA REENCARNAÇÃO

"Meditemos. As pessoas são apenas formas passageiras, utilizadas pela alma imortal, e tudo nos parecerá bom e natural. O Homem não é um corpo servido por uma alma, e sim uma alma que se serve de corpos sucessivos.

Uma hecatombe como a última guerra é apenas a desaparição de formas, de personalidades, que reaparecerão mais perfeitas e depuradas pelo sofrimento.

Os materialistas poderão repelir estas teorias e dizer que tudo se faz por acaso, que não existe Deus e sim a Natureza cruel e caprichosa; o homem nasce e morre, goza e sofre pelas leis do acaso, mas procura iludir-se com brilhantes teorias.

Seria vontade de se iludir, se os fatos parapsicológicos não viessem demonstrar que existe algo mais do que o corpo físico e de que há sobrevivência da personalidade após a morte física. 

Como diz muito bem Carlos du Prel: 'Os espíritas têm razão para ficarem admirados, porque seus adversários só contrapõem argumentos a fatos cem vezes provados e verificados e argumentos sem fundo nem razão.'

E o estudo e a contemplação do Universo mostram ao homem que obra tão perfeita não poderia ter surgido por acaso ou como resultado de forças, cegas e inconscientes."

(Alberto Lira - O ensino dos mahatmas - IBRASA, São Paulo, 1977 - p. 189/190)


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ORIGEM E NATUREZA DO SOFRIMENTO HUMANO (1ª PARTE)

"Ainda que o sofrimento seja um fenômeno universal na natureza dos seres vivos, a fim de promover a sua evolução, contudo, no mundo da humanidade, existe um sofrimento diferente, que é antes doentio do que sadio. O homem não sofre apenas para promover sua evolução natural, sofre também, e sobretudo, porque existe nele algo que não devia existir, algo creado pelo livre-arbítrio, que pode produzir fenômenos positivos e bons, e pode também produzir fenômenos negativos e maus. 

Na humanidade atual, prevalecem os fenômenos menos negativos e maus. Não vivemos numa humanidade definitiva e ideal, vivemos ainda numa humanidade provisória e imperfeita. Os grandes videntes do passado têm falado e escrito sobre esta humanidade negativa, que deu origem ao sofrimento doentio.

Cerca de seis séculos antes da Era Cristã, um famoso príncipe hindu, Gautama Siddartha - mais conhecido pelo seu nome iniciático Buda -, resumiu esse fenômeno negativo nas chamadas 'quatro verdades nobres'. Estas verdades dizem o seguinte:

1 - a vida do homem é essencialmente sofrimento,
2 - a causa deste sofrimento é a ilusão tradicional em que vive o homem identificando-se com o seu ego periférico (Aham),
3 - a abolição do sofrimento doentio está no conhecimento da verdade sobre o seu Eu central (Atmam),
4 - o método para passar da ilusão do ego à verdade do Eu é a meditação.

Cerca de mil anos antes de Buda, por volta de 1500 antes de Cristo, um grande vidente hebreu-egípcio, Moisés, escreveu as primeiras páginas do Gênesis sobre a origem e o motivo do sofrimento humano.

Segundo Moisés, o corpo do homem perfeito seria imortal e não sujeito a doenças. Mas este homem perfeito não existia ainda, a não ser esporadicamente. O grosso da humanidade atual representa ainda a velha humanidade, cheia de males e sujeita à morte. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 22/23


quarta-feira, 27 de maio de 2015

A UNIVERSIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Uma verdadeira Universidade deveria preparar o homem de tal modo que, depois de terminados os estudos, ele tivesse sempre durante toda sua vida uma serena clareza de espírito como se um imortal estivesse desenvolvendo um trabalho temporal; tal é o verdadeira objetivo de qualquer cultura digna deste nome. Diz-se que a missão de uma Universidade é formar homens educados e sábios; pois bem, do ponto de vista teosófico, a Universidade deve produzir homens servidores e imortais. É justamente na Universidade onde os mais altos ideais da vida deveriam projetar-se como beleza e serenidade; e o mais alto ideal que se pode ensinar ali ao homem, nos tempos atuais, deveria ser a alegria de cooperar com todos os homens e com todas as nações, para conseguir o bem-estar da Humanidade. (...)

Todos aqueles que foram beneficiados com o que as nossas Universidades modernas podem ensinar, sabem quanta gratidão se deve ter por esses centros de educação; mas ao mesmo tempo é mister reconhecermos que se esses ensinamentos nos preparam de algum modo mentalmente, não os puseram em condições de compreender o problema da vida que enfrentamos ao deixarmos a Universidade. Tivemos que desaprender, lenta e dolorosamente, muitas lições do passado e aprender numerosas lições, estranhas e difíceis, das quais os nossos professores não nos haviam falado. Se pudéssemos mudar tudo isso radicalmente, se a Universidade pudesse transformar-se  num lugar onde nos indicassem o trabalho próprio para alimentar a nossa alma; se ali nos fizessem ver que, à medida que vamos executando esse trabalho espiritual, mais e mais nos aproximamos da Eternidade, então, estou seguro, a vida universitária se tornaria a parte principal da existência do indivíduo. Mas na situação atual, muitas pessoas que não passaram pelas aulas universitárias são Almas mais nobres e Servidores mais dedicados, do que aqueles que estudaram muitos anos na Universidade. Tudo isso há de mudar, seguramente, quando os princípios fundamentais da Teosofia permearem a educação e nossos professores ensinarem acima de tudo as grandes verdades que revelam ao homem sua natureza Divina e como essa natureza se desenvolve através do serviço à Humanidade."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 41/43)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

AS FERIDAS DA ALMA SÃO MAIORES DO QUE AS FERIDAS DA GUERRA

"Quando menino, eu tinha um gênio terrível. Mas um dia disse a mim mesmo: 'Se você quiser fazer o bem aqui, não pode se descontrolar'. Prometi a mim mesmo que destruiria os inimigos de minha alma, e até hoje nunca feri ninguém por raiva ou rancor. As feridas da alma são maiores do que as feridas da guerra. Não permita que a alma seja ferida pelo ódio e pela raiva. Embora seja terrível ver pessoas incapacitadas e mortas nesta guerra, existe um certo consolo: por um lado, sabem que são almas imortais e que apenas o corpo foi ferido. As cicatrizes físicas perecem com o corpo, mas as feridas que a alma sofre no campo de batalha espiritual são terríveis, pois a tortura que infligem é muito mais mortífera. Os que perdem a batalha da vida, sucumbindo ao ódio e à mesquinhez, perdem a si mesmo. As cicatrizes permanecem na alma e os acompanham no além-túmulo por muitas encarnações. Se você é uma pessoa que sente raiva ou ódio, quem sabe poderá retornar à Terra por muitas encarnações, ferindo as pessoas e sendo ferido por elas.

Nada se logra com o ódio e a raiva. O amor compensa. Você pode derrubar alguém, mas depois que a pessoa se reerguer, ela tentará destruí-lo. Você acha que venceu? Não, não venceu. A única vitória é pelo amor. E quando não conseguir vencer, fique em silêncio ou vá embora, e ore pela pessoa. É assim que se deve amar. Se praticar isso, terá paz além do imaginado. E saberá que Cristo existe. Seja vitorioso desta maneira. Vença as qualidades obscuras que causam grandes sofrimentos e ferem a alma. Livre-se delas; pulverize-as. Eu destruí esses inimigos; agora estou livre. Destrua-os você também."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 270)


quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

O ÚNICO CAMINHO PARA A FELICIDADE

"Precisamos compreender que somos a alma perfeita, imortal. As imperfeições que manifestamos por meio de nossos hábitos e humores, por meio da doença e do fracasso, não são parte de nossa verdadeira natureza. Identificamo-nos tão profundamente com a consciência mortal que, irrefletidamente, aceitamos suas limitações. Acho que deveríamos orar: 'Senhor, ajuda-me a perceber que não sou este corpo, nem meus humores e hábitos. Faz-me saber que sou sempre teu filho, feito à Tua imagem perfeita.'

Um dia, durante a meditação, eu lamentava o fato de haver tanta imperfeição em mim quando, de repente, ouvi a doce voz da Mãe dizendo: 'Mas tu me amas?' Imediatamente, todo o meu ser ficou transbordando de amor por Ela. Desse dia até hoje, minha mente tem se absorvido num único pensamento: 'Estou cheia de amor por minha Mãe Divina, e nesse amor minha vida se entrega a Ela, para arranjar-se como Ela deseja'. Nela tenho completa fé; sei que Seu amor nunca me faltará.

Deus ama a todos vocês da mesma maneira. A luz do sol brilha igualmente no carvão e no diamante. Não se pode dizer que o sol é parcial, porque o diamante reflete mais luz do que o carvão. De modo semelhante, a luz solar do amor de Deus brilha igualmente em todos. Precisamos nos tornar como o diamante que recebe e reflete a luz Dele.

Incessantemente, cante o nome do Divino, não de forma distraída, mas com atenção total. A comunhão com Deus exige nossa concentração máxima. Não importa o que estejamos fazendo externamente, nossa mente mais profunda pode absorver-se apenas no Único, sussurando sempre: 'Tu és meu único amor'."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 150/151)


terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O FENÔMENO "HOMEM" (2ª PARTE)

"(...) Ora, para crear uma estação emissora e receptora da potência do cérebro humano, são necessários cerca de 21 anos. Mas como a história do indivíduo é a recapitulação da história da raça ('a ontogênese é a repetição da filogênese'), segue-se que a espécie humana como tal levou cerca de 7 vezes mais tempo para a sua atual evolução do que qualquer animal.

Há milhões de anos e de séculos, já vivia sobre a face da terra a espécie 'homem', não na sua forma atual, e claro, mas em forma potencial.

O homem-ameba era homem.
O homem-molusco era homem.
O homem-peixe era homem.
O homem-lemur era homem.

E se, algum dia, o homem-hominal de hoje transformar o seu corpo material e visível em um corpo imaterial e invisível, ainda será homem. O corpo luz do homem imortalizado é verdadeiro corpo humano.

O Cristo, cujo corpo era ora material, ora imaterial, ora visível ora invisível, era verdadeiro homem, era até o 'filho do homem', quer dizer, o 'homem por excelência', o 'pleni-homem', o 'homem-cósmico'.

De resto, os dados da biogenética confirmam a tese da biologia: o corpo humano, durante os 9 meses da sua via intrauterina, percorre, rapidamente, todas as fases da sua evolução racial, desde a ameba unicelular, através das formas orgânicas de verme, molusco, invertebrado, peixe, mamífero, até atingir a forma do corpo humano atual. (...)"

(Huberto Rohden - Setas para o Infinito - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 82/83)


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A MORTE É UM INFORTÚNIO OU UMA BÊNÇÃO DISFARÇADA? (1ª PARTE)

"A morte é um fenômeno peculiar, que significa a cessação de todas as funções vitais do corpo, sem possibilidade de ressuscitação. É o fim da residência da alma naquela forma física. O próprio termo 'morte' suscita terror no coração dos seres humanos, por causa das seguintes associações:
a) o predomínio do pensamento aterrorizante de dor corporal muito intensa que supostamente acompanha a morte;
b) a dor psicológica de ter que enfrentar a separação da família e dos amigos, das alegrias da vida e das posses terrenas;
c) o medo de perder a existência individual.
Mas não há que se temer a morte natural. A alma residente é imortal. A morte natural é uma bênção, pois oferece à alma a oportunidade de trocar uma moradia já trôpega e dilapidada por um corpo novo e resistente. A alma requer os sucessivos instrumentos de organismos novos e melhores para uma expressão plena. Se o eu individualizado, envolto pela ilusão e enviado para evoluir e voltar a Deus, não tivesse a oportunidade de se expressar - para afirmar sua natureza - através de várias mudanças de corpo, ele teria que continuar num estado não corpóreo nascente ou latente. E imagine se a alma imortal tivesse que viver para sempre num corpo encurvado, pálido e enrugado! Não se imaginaria castigo maior para este grande ser, a alma, do que contemplar e se expressar para sempre por meio de um organismo decrépito. Em vez disso, o organismo habitado passa pela disciplina da alma à medida que esta faz experiências com ele. Quando a alma termina o trabalho numa forma específica, inicia-o em outra. (...)"

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 215)


quarta-feira, 30 de julho de 2014

RECORDANDO: A CHAVE PARA A FELICIDADE NESTA VIDA

"Recordar que somos almas, que somos imortais e que existimos sempre, num vasto oceano de energia, é a chave para a alegria e para a felicidade. Nesse oceano energético, uma legião de espíritos-guias nos levam a seguir o caminho a que estamos destinados, nossa jornada de evolução até a consciência de Deus. Não estamos competindo com outras almas. Temos nosso próprio caminho e elas têm o delas. Não há disputa, somos companheiros de jornada cooperando, dirigindo-se para a luz da consciência. Almas mais avançadas ou evoluídas voltam por amor e compaixão para ajudar aquelas que estão mais atrás. A última alma a completar a jornada não vale menos do que a primeira.

Um problema peculiar desta escola que chamamos de Terra é que aqui é muito difícil lembrar que somos almas e não corpos físicos. Constantemente somos distraídos pelas ilusões e desilusões deste planeta tridimensional. Ensinaram para nós que dinheiro, poder, prestígio e bens materiais são extremamente importantes e mesmo o objetivo de nossas vidas. Ensinaram que devemos conquistar o afeto dos outros e seu respeito, para sermos felizes. E nos disseram que ser sozinho é ser infeliz.

Na verdade, somos criaturas imortais que nunca morrem e que nunca são separadas daqueles que amamos. Temos almas gêmeas e famílias espirituais eternas. Somos sempre guiados e amados por nossos espíritos-guias. Nunca estamos sós.

Não levamos nossas coisas conosco, quando morremos. Levamos nossas ações, frutos da sabedoria de nossos corações. Quando despertamos outra vez para o conhecimento de que somos criaturas espirituais, nossos valores se modificam e finalmente podemos conquistar a paz e a felicidade. Qual a diferença entre nós, nessa vida, se você é rico e eu não sou? Apenas os tesouros do espírito podem nos acompanhar. Qual a diferença se você é poderoso e famoso e eu não sou? A felicidade não está enraizada nem no poder nem na fama, mas apenas no amor. Qual a diferença se você é mais estimado e respeitado pelos outros do que eu? Talvez eu esteja ousando viver a verdade e a verdade raramente é popular. A felicidade vem do íntimo, não de fora de nós, não da preocupação sobre o que pensam a nosso respeito." (...)

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 104/105)

sexta-feira, 18 de abril de 2014

JOVENS PARA SEMPRE (2ª PARTE)

"(...) Em diferentes épocas as pessoas tentaram descobrir o elixir da vida. Os Vedas indianos falavam a respeito do soma, um suco que os deuses apreciavam. A alquimia pesquisou esse assunto; encantamentos foram criados, poções foram preparadas e severas rotinas foram adotadas, na tentativa de preservar o corpo e evitar que ele envelheça. Mas nada disso parece ter dado certo, porque ninguém passou adiante o segredo da juventude.

Poderá o tempo ser conquistado com tais atividades? Para descobrir, precisamos pesquisar qual é a essência da juventude, qual a sua fonte. Ela é inerente ao corpo? Sri Ramana Maharishi pergunta: ‘quem sou eu?’ Quem é o ‘eu’ que quer ser jovem? Essa é uma pergunta crucial; sem uma resposta verdadeira é impossível descobrir o segredo de permanecer jovem.

Somente o habitante do corpo é imortal e invulnerável. A não ser que compreendamos que o ‘eu’ não é o corpo, e sim aquele elemento misterioso que o utiliza, e que o abandona quando necessário, não descobriremos o segredo da existência eterna e imortal.

A maioria de nós sente algo profundamente dentro de nós mesmos, que não é o corpo, que sabemos estar separado do ‘ser’, ou do ‘eu’. Também observamos as emoções, as memórias, os pensamentos e outras atividades internas. O senso de ‘ser’ não é nenhuma dessas coisas. Subjacente a todas as mudanças existe um senso de ser que podemos perceber nos nossos momentos de quietude. (...)"

(Radha Burnier - Jovens para sempre - Revista Sophia, Ano 5, nº18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 25)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

JOVENS PARA SEMPRE (1ª PARTE)

"De acordo com as antigas tradições, todos os imortais são jovens. Não conseguimos imaginar um imortal tornando-se eternamente mais velho. Uma entidade assim dificilmente seria um anjo inspirador. Os anjos, ou imortais, não envelhecem; eles são não apenas sempre jovens, mas também alertas, felizes e radiantes de luz.

De acordo com a literatura teosófica, os Adeptos, seres que transcenderam a servidão do carma, podem viver muitos anos no corpo físico, se desejarem, sem parecerem mais velhos. Quando Charles Johnston perguntou a idade de seu mestre, Helena Blavatsky respondeu: ‘Eu não sei. Mas eu o conheci quando tinha vinte anos, em 1851. Ele estava no auge de sua masculinidade. Agora sou uma velha, mas ele não envelheceu um dia sequer” (Biografia de H. P. Blavatsky por Sylvia Cranston, Ed. Teosófica).

O carma afeta todos nós nos níveis físico, emocional e mental. O corpo que temos e as condições nas quais ele vai mudando, devido às nossas ações, emoções e pensamentos, são partes da ação de forças cármicas. Nascemos com traços genéticos e características raciais; isso também é resultado do carma.

Mas é nossa responsabilidade, pela qualidade da nossa vida no presente, dotar o corpo de graça ou envelhecê-lo. O corpo muda de acordo com as nossas condições mentais. A ansiedade produz rugas no rosto; a ambição o endurece. O desejo e o egoísmo causam estresse, e afetam não apenas a saúde, mas também a aparência do corpo. Portanto, algumas pessoas tornam-se graciosas com a idade, enquanto outras ficam sem atrativos mesmo na meia-idade. (...)"

(Radha Burnier - Jovens para sempre - Revista Sophia, Ano 5, nº18 – Pub. da Ed. Teosófica - p. 24/25)