OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 22 de outubro de 2020

O OBSERVADOR E O OBSERVADO (5ª PARTE)

"19. As manifestações dos gunas ocorrem em função do passivo ou do ativo, do tosco ou do sutil.

Isso significa que os gunas, em suas manifestações, podem ser passivos ou ativos, toscos ou sutis, em sua natureza qualitativa. As palavras sânscritas utilizadas são visesa, avisesa, linga-mãtra e alinga. Avisesa é geral, vago e amorfo e, portanto, passivo, enquanto visesa tem uma forma e um comportamento particulares e é, portanto, ativo. Analogamente, linga-mãtra é diferenciado logo, tangível e tosco, enquanto alinga é não diferenciado e, portanto, intangível e sutil. Aqui é dada uma descrição das expressões normais na atividade dos gunas, quando não houver distorção e modificação por causa dos impactos dos sentidos. Mas, quando o pensamento intervém em seu próprio funcionamento, ocorre uma distorção e, com isso, os impactos dos sentidos são modificados. É então que o real não é visto devido à sobreposição do observado. Ao discutirmos o tríplice samãdhi na primeira seção, examinamos a questão das distorções causadas pela intervenção do pensamento na atividade dos gunas. Essas distorções aparecem quando, dentro da consciência do homem, são formados centros de hábito psicológico, de vir a ser psicológico e de identidade psicológica. Através deste tripla distorção, o observado vem à existência, impedindo-nos de ver o real ou o verdadeiro. Patañjali, no próximo sutra, discute a natureza deste mesmo observador, pois, apenas ao compreendermos o fenômeno observador-observado nos habilitamos a compreender a Realidade."

(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 95/96)


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

O ESTADO DE NÃO AÇÃO

"(3:5) Ninguém pode permanecer inativo sequer por um momento; todos somos compelidos (pela Natureza), de bom ou mau grado, a agir motivados pelos gunas (as três qualidades) da Natureza. 
(3.6) Aquele que refreia seus órgãos da ação, mas deixa revolutearem na mente pensamentos voltados para objetos dos sentidos, é (com justeza) considerado hipócrita e a si mesmo se ilude. 

Imagine-se a ausência total de movimentos: nenhuma brisa; nenhuma nuvem a cruzar o céu; nenhuma onda a agitar o oceano; nenhum Sol ou Lua a surgir e desaparecer no horizonte; nenhuma mudança de estação; nada que cresça; nada que decaia; sopro algum de vida; nenhum pensamento; nenhum átomo a vibrar; e, à falta de movimento, inexistência de espaço e, consequentemente, de tempo. 

Que sandice dos pretensos filósofos, sofisticados pensadores e aspirantes à verdade, imaginar que o estado de não ação do Espírito Supremo possa ser alcançado por mera omissão! Conseguirão deixar de respirar simplesmente não respirando? Poderão impedir-se de pensar não pensando? Atingirão o silêncio não falando? É de se estranhar que um aspirante à sabedoria conceba semelhantes absurdos!

Toda a criação existe em estado vibratório. Os próprios átomos estão em perpétuo movimento. Prakriti (Natureza) força o homem a ser ativo. Quem tentar ser inativo só se torna preguiçoso. Quem finge desapegar-se do mundo à sua volta não passa de um hipócrita.

Para alcançar o estado de não ação é imprescindível agir conscientemente - não movido apenas pela Natureza, mas com intenção e inteligência, como um surfista acompanhando as ondas das circunstâncias."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 141/142)


terça-feira, 4 de agosto de 2015

OS TIPOS DE NERVOSOS (2ª PARTE)

"(...) Cada ser, objeto e até mesmo cada fenômeno ou estado de ser resultam do jogo dos gunas. Há sempre um dominante, enquanto os dois outros são secundários e concomitantes. Quando numa pessoa sattva domina, ela é boa, feliz, sábia, sóbria, tranquila, harmoniosa, sã e santa, embora em todo santo reste ainda vestígios de intranquilidade ou de indolência, alguma coisa ainda não santa. Rajásico é o homem bruto, inquieto, conquistador, insatisfeito, lutador, agressivo, sem paz, sem pouso, ansioso, incalmo... No entanto, o mais rajásico dos ditadores é a custo que sufoca raros sátvicos impulsos de generosidade e, vez por outra, sente a tamásica necessidade de repouso e solicitações à indolência. Ninguém, de igual modo, é totalmente tamásico, isto é, inerte, indiferente, parado, amorfo, abatido e sem força. 

As pessoas são, assim, de três tipos, sattvicas, rajásicas e tamásicas. São normais quando sua fórmula triguna se mantém em razoável estabilidade. O equilíbrio do tamásico é de nível inferior. É um homem vencido, normalmente desanimado. O equilíbrio do combativo rajásico é uma oitava acima, mas é tenso, instável e sofrido. O homem sattvico é o próprio símbolo de maturidade, da calma e do equilíbrio.

As práticas de yoga aumentam a dimensão rajásica do tamásico, tirando-o do equilíbrio inferior, sacudindo-o para um viver menos estagnado, levando-o a produzir algo. No começo, isso acarreta sofrimento, pois nada mais doloroso para o indolente do que o toque do despertador a retirá-lo da inércia. Ele perde um pouco da cômoda negatividade, a fim de que possa caminhar para a frente. Ao sempre agitado homem rajásico, as práticas do yoga aumentam a dimensão sattvica, dando-lhe maior clareza e harmonia ao agir.

No sentido contrário ao do yoga, o viver inconsciente e desarvorado esvazia o homem de sua dose de satividade, comunicando-lhe agitação febril ou fazendo-o cair na inércia ou na depressão, e ele assim é apanhado pela desarmonia e pela enfermidade. O rajásico, de tanto exaurir-se na ação sem inteligência, por sua vez acaba se fatigando e adoece em tamas. (...)" 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 98/99)

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

OS TIPOS DE NERVOSOS (1ª PARTE)

"Há muitas maneiras de tratar uma pessoa nervosa. Podemos dizer que o ideal seria um tratamento específico, isto é, cada nervoso sendo cuidado de uma forma diferente, de acordo com seu caso particular, com sua constituição física, suas condições e sintomas individuais, sua história de vida e, conforme sua posição na sociedade e na família. (...) Aqui visamos a dar umas linhas gerais e comuns às várias espécies de tratamentos, e que são eficazes na maioria dos casos. Para evitar erros decorrentes de uma excessiva generalização, precisamos pelo menos fazer uma classificação dos nervosos, visando a apontar uma orientação geral e adequada a cada tipo. 

Os distúrbios mentais e de personalidade, as alterações do comportamento e as enfermidades psíquicas têm recebido classificações várias. A que desejamos observar, segundo a psicologia yogue e tendo em vista a orientação do tratamento, divide os 'nervosos' em duas categorias: os rajásicos e os tamásicos. 

Classifico-os assim, tendo por critério os gunas. E que vem a ser isso?

Gunas são as forças, os atributos ou qualidades componentes de cada ser, bem como de todos os mundos. Há milênios, os sábios e as escrituras hindus dizem que Prakriti (a natureza) é triguna, isto é, formada por três atributos: sattva, rajas e tamas

Sattva é a qualidade de sabedoria, harmonia, luz, paz, leveza, tranquilidade, equilíbrio, sobriedade, saúde, santidade, liberdade, coerência, imperturbabilidade, contentamento...

Rajas é o atributo da força, luta, domínio, conquista, energia, ação, paixão, dinamismo, violência, agitação, inquietude, agressividade...

Tamas é o guna de inércia, preguiça, estagnação, indolência, pobreza, ignorância, treva, lerdeza, depressão, negatividade, desânimo, astenia... (...) 

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 97/98)