OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sábado, 30 de setembro de 2017

NÃO SE APEGAR NEM À VERDADE

"Buda ensinou que estar apegado a uma coisa, 'sob um ponto de vista', e desprezar outras coisas, 'outros pontos de vista', chama-se vínculo.

Certa vez Buda explicou a seus discípulos a doutrina de causa e efeito, e eles disseram que a viam e a compreendiam claramente. Então disse: - Ó bhikkhus, esse ensinamento, que compreendeis de uma maneira tão pura e clara, se vos apegais a ele e o guardais como a um tesouro, então não compreendeis que o ensinamento é semelhante a uma jangada que é feita para um determinado fim, e não para ser continuamente carregada às costas. - E, assim, deu o seguinte exemplo: Um homem, viajando, chega à margem perigosa e assustadora de um rio de vasta extensão de água. Então vê que a outra margem é segura e livre de perigo. Pensa: 'Esta extensão de água é vasta e esta margem é perigosa, aquela é segura e livre de perigo. Não há embarcação nem ponte com que eu possa atravessar. Acho que seria bom juntar troncos, ramos e folhas e fazer uma jangada com a qual, impulsionada por minhas mãos e meus pés, passe com segurança a outra margem.' Então esse homem executa o que imagina, utilizando-se de suas mãos e seus pés, e passa para a margem oposta sem perigo. Tendo alcançado a margem oposta, ele pensa: 'Esta jangada me foi muito útil e me permitiu chegar a esta margem. Seria bom carregá-la à cabeça ou às costas onde quer que eu vá.' 

- Que pensais, bhikkhus? Procedendo dessa forma, esse homem agiria adequadamente em relação à jangada? - Não, Senhor! - responderam os bhikkhus.

- Como agiria ele adequadamente em relação a jangada? Tendo atravessado para a outra margem, esse homem deveria pensar: 'Esta jangada me foi de grande auxílio e graças a ela cheguei com segurança; agora seria bom que eu a abandonasse à sua sorte e seguisse o meu caminho livremente.' 

Assim, lembrou aos monges, contra um dogmatismo excessivo: 'A doutrina se assemelha à jangada; deve ser considerada não como um fim, mas como um meio; da mesma forma, a jangada é um meio para atravessar, mas não para se apegar. (Majjhima-Nikaya I.)

Com esta parábola ficou claro que Gautama Buda era um instrutor prático; só ensinava o que era útil e o que poderia trazer paz e felicidade ao homem, não dando atenção à especulação intelectual. Achava indispensável ter um ponto de vista não egocêntrico e impessoal, único capaz, aos seus olhos, de amenizar os inevitáveis sofrimentos da vida."

(Dr. Georges da Silva e Rita Homenko - Budismo, Psicologia do  Autoconhecimento - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 19/20)


domingo, 23 de julho de 2017

TREINANDO A MENTE (1ª PARTE)

"Há tantas formas de apresentar a meditação, e devo ter ensinado isso milhares de vezes, mas a cada vez é diferente, de um modo direto e sempre novo.

Felizmente vivemos numa época em que pelo mundo todo muita gente se familiariza com a meditação. Tem sido cada vez mais aceita como uma prática que atravessa as barreiras culturais e religiosas e se eleva acima delas, permitindo àquele que a busca estabelecer um contato direto com a verdade do seu ser. É uma prática que a um tempo transcende o dogma e é a essência das religiões.

Via de regra desperdiçamos nossas vidas distraídos do nosso eu verdadeiro, numa atividade sem fim; a meditação é o caminho para trazer-nos de volta a nós mesmos, onde podemos realmente experimentar e provar nosso ser completo, além de todos os padrões habituais. Nossas vidas são vividas em intensa e ansiosa luta, num turbilhão de velocidade e agressão, competindo, apegando-nos possuindo e conquistando, sobrecarregando-nos sempre de atividades irrelevantes e de preocupações. A meditação é o exato oposto disso. Meditar é interromper por completo o modo como 'normalmente' operamos, em benefício de um estado isento de cuidados e tensões em que inexiste competição, desejo de posse ou apego a qualquer coisa, sem a luta intensa e ansiosa, sem fome de adquirir. Um estado desprovido de ambição onde não cabe nem o aceitar nem o rejeitar, nem a esperança nem o medo, um estado em que lentamente começamos a libertar-nos das emoções e dos conceitos que nos aprisionaram, até chegarmos a um espaço de simplicidade natural.

Os mestres da meditação budista sabem o quão flexível e maleável é a mente. Se a treinamos, tudo é possível. Na verdade, já somos perfeitamente treinados pelo samsara e para ele, treinados para ficar ciumentos, treinados para o apego, treinados para ser ansiosos e tristes e desesperados e ávidos, treinados para reagir com raiva ao que quer que nos provoque. Somos treinados, de fato, até o ponto dessas emoções negativas surgirem de modo espontâneo, sem que tentemos produzi-las. Assim, tudo é uma questão de treino e do poder do hábito. Dedique a mente à confusão e logo veremos - se formos honestos - que ela se tornará uma mestra sinistra na confusão, competente no seu vício, sutil e perversamente dócil em sua escravidão. Dedique a mente na meditação à tarefa de libertá-la da ilusão e veremos que com tempo, paciência, disciplina e o treinamento adequado, ela começará a desembaraçar-se e conhecer sua bem-aventurança e claridade essenciais. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 87/88


sexta-feira, 30 de maio de 2014

OS CAMINHOS DO AUTOCONHECIMENTO ( 2ª PARTE)

"(...) Para compreendermos a nós mesmos é preciso ter a intenção de compreender, e aí reside nossa dificuldade. Embora descontentes, quase todos nós desejamos realizar uma alteração súbita; nosso descontentamento é canalizado no sentido de chegar a um certo resultado. Quando estamos descontentes procuramos, por exemplo, uma ocupação diferente. O descontentamento, ao invés de nos encher de entusiasmo e nos fazer investigar a vida e todo o seu processo, canaliza-se para algo superficial. Em consequência disso nós nos tornamos medíocres, perdendo daquele ímpeto, aquela intensidade necessária para compreender o significado pleno da existência.

O autoconhecimento não pode ser dado por outros. O indivíduo precisa conhecer a si mesmo tal como é, e não como deseja ser, pois o que ele deseja ser é apenas um ideal imaginário. Para conhecer a si mesmo, o indivíduo precisa de extraordinária vigilância por parte da mente. Tudo está sujeito à constante mudança, por isso a mente não deve ser restringida por dogmas. Se você é ganancioso ou violento, o simples fato de nutrir um ideal de não violência ou de generosidade é de pouco valor. Mas compreender que somos violentos ou gananciosos requer um percebimento extraordinário. Requer honestidade e lucidez de pensamento, ao passo que simplesmente seguir um ideal representa uma fuga que nos impede de perceber e de atuar diretamente sobre o que somos.

A compreensão do que somos, não importa como - feios, bonitos, perversos, malignos - é o começo da virtude. A virtude é essencial, porque dá liberdade. É só na virtude que se pode descobrir e viver - mas não apenas no cultivo da virtude, que leva somente à respeitabilidade, porém não traz compreensão nem liberdade.

Há diferença entre ser virtuoso de fato e o 'vir a ser' virtuoso. O ser virtuoso vem com a compreensão do que é, ao passo que o 'vir a ser' virtuoso é adiamento, ocultação do que é pelo cultivo de um ideal. Se observarmos atentamente, verificaremos que o ideal não tem essa qualidade. A virtude é essencial numa socidedade que se está desintegrando rapidamente. Para criar um novo mundo é preciso liberdade para descobrir; e para ser livre é indispensável a virtude, porque sem virtude não há libertação do medo do que se é.(...)"

(J. Krishnamurti - Os Caminhos do Autoconhecimento - Revista Sophia, Ano 12, nº 49 - Pub. da Ed, Teosófica, Brasília - p. 06)


terça-feira, 28 de janeiro de 2014

FAÇA DA CRENÇA UMA FERRAMENTA PARA O SEU PROGRESSO ESPIRITUAL (1ª PARTE)

"'Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado.’ Esta passagem também realça o papel da ‘crença’ na condenação ou não condenação do homem. As pessoas que não compreendem a imanência do Absoluto no mundo relativo tendem a tornar-se céticas ou, então, dogmáticas, pois em ambos os casos a religião torna-se uma questão de crenças cegas. Incapaz de conciliar a ideia de um Deus bom com as aparentes crueldades da criação, o cético rejeita a crença religiosa de forma tão obstinada quando o dogmático se apega a ela.

As verdades ensinadas por Jesus estavam muito além da crença cega, que aumenta e diminui sob a influência de pronunciamentos paradoxais de clérigos e céticos. A crença é um estágio inicial do progresso espiritual, necessário para admitir o conceito de Deus. Mas tal conceito tem de ser transformado em convicção, em experiência. A crença é o precursor da convicção; é preciso acreditar em algo a fim de se proceder a uma investigação imparcial. Se, porém, alguém se satisfazer apenas com a crença, esta se converte em dogma – estreiteza mental, um impedimento para a verdade e o progresso espiritual. O necessário é cultivar, no solo da crença, a safra da experiência direta e do contato com Deus. Tal conhecimento incontestável – e não a mera crença – é o que nos salva.

Se alguém me diz: ‘Creio em Deus’, eu lhe pergunto: ‘Por que você crê? Como sabe que Deus existe? Se a resposta é baseada em suposição ou conhecimento indireto, eu lhe digo que ele não crê realmente. Para manter uma convicção, é preciso per premissas que a sustentem; de outra forma, trata-se apenas de um dogma – uma presa fácil para o ceticismo.

Se eu apontasse para um piano e afirmasse que ele é um elefante, a razão de uma pessoa inteligente se revoltaria contra tal absurdo. Da mesma maneira, quando dogmas acerca de Deus são propagados sem a validação da experiência ou percepção direta, mais cedo ou mais tarde, quando forem submetidos ao teste de uma experiência contrária, a razão questionará com especulações a verdade acerca de tais ideias. Quando os raios abrasadores do sol da investigação analítica se tornam cada vez mais ardentes, as frágeis crenças insubstanciais murcham e secam, originando um ermo de dúvida, agnosticismo ou ateísmo. (...)"

(Paramahansa Yogananda – A Yoga de Jesus – Self-Realization Fellowship – p. 75/76)


quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

OS UPANIXADES

"A herança cultural e espiritual da Índia é ao mesmo tempo vasta e rica. Mas nela nada há de sectário ou regional. Ela é tão universal em seu apelo e tão universal em sua abordagem que pertence ao mundo todo. Seus comentários, sem dúvida, são indianos, mas seu conteúdo cobre todos os aspectos da vida humana, independentemente de unidade geográficas ou expressões históricas. É tanto universal quanto atemporal e, assim, aplica-se a pessoas de todas as idades e de todos os países. Pode-se perguntar, ‘qual é realmente a fonte de onde surgiu uma herança tão vasta e rica – uma herança que permaneceu nova e vital embora muito séculos tenham passado desde que fez sua primeira aparição na vaga aurora do tempo?’ Pode se dizer sem a menor hesitação que a fonte dessa herança se encontra nos Grandes Upanixades. Os videntes e sábios da Índia Antiga, sentados debaixo de uma árvore, em uma longínqua floresta, revelavam os princípio fundamentais da filosofia perene aos estudantes que iam até eles com questões de profundas e séria investigação sobre a natureza da vida. Os Upanixades contêm os princípios essenciais dessa Imutável Filosofia Perene e não podem de modo algum ser descritos como religiosos – se à ideia de religião associamos dogmas  e credos, política clerical e autoridade, recompensas e punições. (...)

Nesta época em que a ciência e a tecnologia se movem de vitória a vitória, precisamos da mão refreadora da filosofia, pois sem ela, a ciência e a tecnologia podem nos levar a um mundo destituído de significado. Podemos ser levados a uma vasta extensão de conquistas, mas uma extensão sem profundidade é como possuir uma técnica perfeita de expressão sem ter nada para expressar. (...) O homem precisa hoje de uma filosofia significativa se quiser que as conquistas da ciência não o levem a uma destruição cada vez maior, mas sim às sublimes e majestosas alturas do viver criativo. Mas onde ele pode reunir o material necessário para a formação de uma filosofia correta da vida? A resposta para essa pergunta pode ser encontrada nos Grandes Upanixades. É na visão da vida dada pelos Upanixades que o homem pode encontrar a filosofia fundamental do Viver Criativo – uma filosofia que pode servir como um Farol Iluminador mesmo no meio da escuridão que nos cerca, uma filosofia que pode nos levar do irreal para o Real, das trevas para a Luz, da morte para a Imortalidade."

(Rohit Mehta - O chamado dos Upanixades - Editora Teosófica, Brasília, 2003 - p.07/14)


terça-feira, 7 de janeiro de 2014

ALÉM DA MENTE PENSANTE (3ª PARTE)

"(...) Os dogmas – religiosos, políticos, científicos – vêm da crença equivocada de que o pensamento pode encapsular a realidade ou a verdade. Os dogmas são prisões formadas por conceitos coletivos. O que parece estranho é que as pessoas gostam de suas prisões, pois elas lhe dão um sensação de segurança e uma fala impressão de que ‘sabem das coisas’.

Nada causou mais sofrimento à humanidade do que os dogmas. É verdade que, cedo ou tarde, todo dogma é derrubado, porque a realidade acaba mostrando que ele é falso. Mas, a menos que se descubra a ilusão básica das verdades absolutas, logo surge outro dogma para substituir o antigo. Qual é essa ilusão básica? É a identificação com o pensamento. Despertar espiritualmente é despertar do sonho do pensamento.

O reino da consciência é muito mais vasto do que aquilo que o pensamento é capaz de abranger. Quando você deixa de acreditar em tudo o que pensa, você sai do pensamento e vê claramente que quem está pensando não é quem você é essencialmente.

A mente funciona com ‘voracidade' e por isso está sempre querendo mais. Quando você se identifica com a sua mente, fica facilmente entediado e ansioso. O tédio demonstra que a mente deseja avidamente mais estímulo, mais o que pensar, e que essa fome não está sendo saciada. Quando você fica entediado, pode querer satisfazer a fome da mente lendo uma revista, dando um telefonema, assistindo à tevê, navegando na Internet, fazendo compras ou – o que é bem comum – transferindo a sensação mental de carência e sua necessidade de quero mais para o corpo e se satisfazendo temporariamente comendo mais.

A alternativa é aceitar o tédio e a ansiedade e observar como é sentir-se ansioso. À medida que você se dá conta dessa sensação, surge de repente um espaço e uma calma em volta dela. Primeiro é um pequeno espaço interno, mas, à medida que esse espaço aumenta, o tédio começa a diminuir de intensidade e de significado. Dessa forma, até o tédio pode ensinar quem você é e quem não é. Você descobre que não é uma ‘pessoa entediada’. O tédio é simplesmente um movimento de energia condicionada dentro de você. Da mesma forma, você não é uma pessoa irritada, rancorosa, triste ou medrosa. O tédio, a raiva, a tristeza e o medo não são ‘seus’, não fazem parte de sua pessoa. Eles são estados da mente humana. E, por isso, vão e voltam. (...)"

(Eckhart Tolle – O Poder do Silêncio – Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 – p. 18/20)


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

O DESEJO DE “SER” DEVE SER ANULADO

"A reencarnação tem sido ensinada como parte da filosofia de diversas religiões, devido à sua explicação para o sofrimento da vida e a justiça, ou injustiça dos acontecimentos. A crença na reencarnação sem dúvida ajuda aqueles que se desesperam especialmente quando os dogmas religiosos insistem que se não houver progresso – segundo determinadas linhas – durante uma só curta vida, haverá uma condenação eterna. (...)

A razão é clara. Embora a vida e a consciência possam se manifestar sucessivamente em diversos veículos, esse fato tem pouca importância para os que buscam seriamente se libertar da ignorância e do sofrimento.

Essa libertação é a extinção do desejo e do apego. O apego à ideia de continuidade, sob quaisquer formas, como os outros tipos de apego, é um obstáculo à liberdade. Deve-se dar atenção especial a essa forma específica de apego, pois ela é extremamente sutil e se esconde nas áreas mais profundas da mente. Ao tentar entender o eu, o ‘desejo de ser’ deve ser procurado e anulado, antes de se poder dizer que o ‘ser’ foi entregue ao ‘não ser’. Extirpar o desejo de continuidade é muito mais importante do que investigar as vidas passadas ou especular sobre a existência futura."

(Radha Burnier - O Caminho do Autoconhecimento - Ed. Teosófica, Brasília, 2000 - p. 105/108)


sexta-feira, 23 de agosto de 2013

É NECESSÁRIO COMPREENDER O SIGNIFICADO DA RELIGIÃO (PARTE FINAL)

"(...) Há numerosos tipos de religiosos no mundo e cada religião tem sua própria diversidade interna. Há aqueles cujo enfoque é totalmente emocional. Quando seus sentimentos são muito estimulados, ficam histéricos pela religião. Mas na extrema exibição de emoções, perde-se o contato com Deus. Tipos emocionalmente excitáveis querem que a religião seja uma espécie de 'droga estimulante'; se uma palestra é feita em termos intelectuais, eles caem no sono. 'É muito monótona', dizem. Porém, excitar as emoções dos outros é simplesmente criar ilusões em suas mentes; não é dar-lhes a Verdade ou Deus.

O religioso intelectual delicia-se com a discussão de várias concepções teológicas ou filosóficas, gabando-se intimamente de que está em um patamar mais elevado de compreensão divina do que o religioso emocional. Contudo, também o estímulo intelectual é apenas outra espécie de 'droga', outra forma de prestidigitação mental, e que, como a excitação emocional, não dá ao buscador o que ele realmente necessita.

Religiosos que se agarram cegamente a dogmas costumam repetir, como papagaios, o que realmente não compreendem ou não experimentaram. Quando você lhes faz perguntas, citam escrituras e dogmas, como vitrolas espirituais. É inútil raciocinar com eles, porque estão certíssimos de que sabem tudo."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 113)


domingo, 28 de julho de 2013

A VERDADEIRA RELIGIÃO SATISFAZ ÀS EXIGÊNCIAS DA ALMA

"Os religiosos dogmáticos estão convencidos de que se você não acreditar em certos pontos, estará condenado. A ciência não ensina assim; ela prova suas teses. E a verdadeira religião não satisfaz às exigências da alma com palavras e, sim, com provas. Eu jamais quis ser dogmático a ponto de deixar de usar minha razão e meu bom senso. Quando encontrei meu guru, Sri Yukteswar, ele disse: 'Muitos instrutores lhe dirão para crer; depois, fecharão seus olhos da razão e o ensinarão a seguir apenas a lógica deles. Mas quero que você mantenha os olhos da razão bem abertos; além disso, abrirei em você um outro olho, o olho da sabedoria.' Sri Yukteswarji deu-me um ensinamento cuja verdade pude comprovar pessoalmente. É por isso que segui este caminho. Ninguém me pode tirar dele.

 O liberal é o extremo oposto do dogmático. Ele segue tudo! Na crença de que tem a mente aberta, diz: 'Todos os caminhos espirituais são bons; assim, não me prenderei a nenhum.' Embora respeitando todos, é melhor aderir a um caminho do que ser uma borboleta religiosa, esvoaçando por toda parte. Evite tanto o falso liberalismo quanto o dogmatismo cego. Apegue-se à sabedoria como seu único dogma, e você encontrará Deus.

Deus notará todo esforço que alguém fizer por Ele. Contudo, se não seguirmos um caminho cientifico comprovado, o progresso é comparável a viajar em um velho carro de bois. Os buscadores sinceros alcançarão alguma realização, independentemente do caminho adotado; mas, tendo apenas fé cega e preces mecânicas, talvez levem muitas encarnações para chegar ao Senhor."

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 113/114)


sexta-feira, 19 de abril de 2013

OS ENSINAMENTOS PERDIDOS DOS EVANGELHOS

"Cristo foi muito mal interpretado pelo mundo. Mesmo os princípios mais elementares de seus ensinamentos foram deturpados, e suas profundidades esotéricas, esquecidas. Foram crucificados nas mãos dos dogmas, dos preconceitos e do entendimento restrito. Guerras de genocídio foram travadas e pessoas queimadas como bruxas ou hereges, sob uma presumida autoridade de doutrinas cristãs fabricadas pelo homem. Como resgatar das mãos da ignorância os ensinamentos imortais? Precisamos conhecer Jesus como um Cristo oriental, um supremo iogue que manifestou plena maestria sobre a ciência universal da união divina e pôde assim falar e agir como um salvador, com a voz e a autoridade de Deus. Ele tem sido excessivamente ocidentalizado.

Jesus foi um oriental - de nascimento, família e educação. Separar um mestre do contexto de sua nacionalidade significa nublar o entendimento por meio do qual ele é percebido. Independentemente do que Jesus Cristo era em sua própria alma, ele nasceu e se desenvolveu no Oriente; e assim, teve de utilizar os meios da civilização, das peculiaridades, dos costumes, da linguagem e das parábolas orientais para difundir sua mensagem. Portanto, a fim de compreender Jesus Cristo e seus ensinamentos, é preciso ter receptividade à visão oriental - particularmente no que se refere à antiga e atual civilização da Índia, suas escrituras religiosas, tradições, filosofia, crenças espirituais e experiências metafísicas intuitivas. Embora, compreendidos esotericamente, os ensinamentos de Jesus sejam universais, eles estão impregnados da essência da cultura oriental - enraizados em influências orientais que foram adaptadas ao ambiente ocidental. 

Os Evangelhos podem ser corretamente compreendidos à luz dos ensinamentos da Índia - não as interpretações distorcidas do Hinduísmo, com a opressão de castas e a idolatria, mas a sabedoria filosófica, espiritualmente libertadora, de seus rishis: o cerne, e não o invólucro exterior dos Vedas, dos Upanishads e do Bhagavad Gita. Essa essência da Verdade - Sanathana Dharma, ou princípios eternos da retidão que sustentam o homem e o universo - foi conferida ao mundo milhares de anos antes da era cristã e preservada na Índia com uma vitalidade espiritual que fez da busca de Deus a quintessência da vida, e não um entretenimento teórico."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga de Jesus - Self-Realization Fellowship - p. 16/17)


sexta-feira, 12 de abril de 2013

CRISTO-AVATAR

"Seria Jesus um Avatar?

Segundo o evangelista João, Jesus teria declarado que "... o pão de Deus é o que desce do céu e doa vida ao mundo". Logo a seguir, novamente Jesus disse claramente: "Eu sou o pão da vida. Saí do Pai e vim ao mundo." Considere tais afirmações e por si mesmo conclua. Se ainda tem dúvida, reflita sobre as palavras de Cristo no "Sermão do Monte", ao proclamar sua posição quanto à Lei. 

Não penseis que vim revogar a Lei ou os profetas: não vim revogar, mas sim plenificar. (Mt 5:17)

E querendo deixar claro que se referia não a uma lei de um povo, de uma cultura, de uma determinado hora do mundo, ou de uma dada religião, mas à Lei de validade eterna (sanathana), isto é, Lei que o tempo não altera, explicou a seguir:

Pois em verdade vos digo: até que o céu e a terra caduquem, de modo algum caducarão nem um i, nem um til da Lei, até que tudo evolua. (Mt 5:18)

Agora sim: temos como afirmar que Jesus proclamou ser o Avatar daqueles dias - o "Verbo feito carne", com a suprema incumbência de resgatar o Sanathana Dharma. Isto ainda mais se evidencia quando, com "olhos de ver" e "ouvidos de ouvir", vencendo velhos preconceitos e dogmas, alcançamos a significação verdadeira e profunda de todo seu Evangelho. 

Todas as religiões que existiram, existem e virão a existir, divergem, mas somente em aspectos, preceitos e práticas superficiais. Na profundidade e não na epiderme, nos fundamentos, na essência, as religiões são uma só. Coincidem. A essência de toda as religiões é uma e a mesma, por ser eterna. Esta imutável essência do cristianismo, budismo, judaísmo, islamismo, bahaísmo, zoroastrismo, sikhismo, jainismo... não é outra que a Lei da Vida, isto é o Sanathana Dharma."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 26/27)


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

RELIGIÃO E ESPIRITUALIDADE


“Creio que há uma importante distinção a ser feita entre religião e espiritualidade. Julgo que a religião esteja relacionada aos ensinamentos ou dogmas religiosos, rituais, orações e assim por diante.

Considero que a espiritualidade esteja relacionada àquelas qualidades do espírito humano – tais como amor e compaixão, paciência, tolerância, capacidade de perdoar, contentamento, noção de responsabilidade, noção de harmonia – que trazem felicidade tanto para a própria pessoa quanto para os outros.

É por isso que às vezes digo que talvez se possa dispensar a religião. O que não se pode dispensar são essas qualidades espirituais básicas.”

(Delai-Lama - O Caminho da Tranqüilidade – p. 34)

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

OS CRÉDULOS


“Chegou à praia do Mar da Verdade e encheu seu copinho furado. Exultante, voltou depois para a multidão dos crédulos.

Com o quase nada que conseguira, e contando com a superstição dos tolos, fundou uma “nova seita” para “salvar o mundo”. Criou ridículos rituais, inventou paramentos pomposos e estúpidos, firmou dogmas, impôs disciplina, criou “mistérios” só para os “iniciados”, ridicularizou as religiões anteriores, exigiu o dízimo, estabeleceu hierarquia. Criou um rebanho de prosélitos, que acreditavam ser os “eleitos”; os “únicos a serem salvos e possuidores da Verdade...”

E da Verdade o astuto só levara um copinho e, assim mesmo, o copinho estava sujo a ponto de contaminar o precioso conteúdo.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 146/147)