OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 26 de maio de 2022

FORTALECENDO O SISTEMA IMUNOLÓGICO

"Existe uma técnica de meditação simples e poderosa que pode ser usada sempre que você sentir necessidade de reforçar seu sistema imunológico. Funciona, em especial, quando usada assim que você sente os
primeiros sintomas de uma doença, mas também pode surtir efeito com doenças que já se instalaram, se você usá-la a intervalos frequentes e com uma concentração intensa. Ela também vai neutralizar qualquer ruptura do seu campo de energia causada por alguma forma de negatividade. (...)

QUANDO VOCÊ NÃO TIVER o que fazer por alguns minutos, 'inunde' o seu corpo com a consciência. É um excelente exercício para fazer à noite antes de dormir e assim que acordar de manhã, antes mesmo de se levantar. Feche os olhos. Deite-se de costas. Escolha partes diferentes do corpo para dirigir a sua atenção por alguns momentos, como mãos, pés, braços, pernas, abdômen, peito, cabeça. Sinta o campo de energia dessas partes tão intensamente quanto puder. Detenha-se mais ou menos por 15 segundos em cada lugar. 

Deixe sua atenção percorrer o corpo, como uma onda, dos pés à cabeça e da cabeça aos pés. Leva apenas cerca de um minuto. Depois disso, sinta seu corpo em sua totalidade, como um campo de energia único. Mantenha esse sentimento por alguns segundos. Esteja intensamente presente em cada célula do seu corpo durante esse tempo. 

Não se preocupe se a mente, por vezes, conseguir desviar a sua atenção para fora do corpo e se você se perder em algum pensamento. Assim que você perceber que isso aconteceu, retorne a sua atenção para o seu corpo interior."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2016 - p. 64/65)
Imagem: Pinterest.


quinta-feira, 14 de outubro de 2021

A INVESTIGAÇÃO POR PRAZER - IV

"O que os homens desejam é saber como mudar a dor pelo prazer; ou, por outras palavras, encontrar por meio de que procedimento pode regular-se a consciência, com o fim de que a sensação mais agradável, seja e que se experimente. Se é possível descobrir-se isto para o esforço do pensamento humano, é pelo menos uma questão digna de se ter em conta.

Se a mente do homem permanece fixa sobre algum assunto determinado com a concentração suficiente, obtém a iluminação com relação ao mesmo, mais cedo ou mais tarde. O indivíduo em quem a iluminação final aparece, é chamado um gênio, um inventor, um inspirado. Porém, ele é unicamente a síntese de uma grande obra mental verificada em seu redor por homens desconhecidos, dos quais alguns estão separados dele por grandes distâncias; sem ele houvera carecido de material necessário para sua empresa. Do mesmo modo o poeta precisa o alimento de inumeráveis poetastros.

Ele é a essência do poder poético do seu tempo e dos tempos anteriores a ele. É impossível separar um indivíduo de qualquer espécie, dos seus congêneres. 

Portanto, se em vez de aceitar o desconhecido como incognoscível, os homens, de comum acordo, a ele dirigissem seus pensamentos, estas Portas de Ouro não permaneceriam tão inexoravelmente fechadas. Só se necessita de uma mão forte para empurrá-las e abri-las. A coragem para entrar nelas é a mesma que se necessita para penetrar no mais secreto da nossa própria natureza, sem medo nem vacilação. Na mais delicada porção, a essência, o perfume dos homens, se encontra a chave com a qual estas grandes portas se abrem. E uma vez abertas, o que é que ali se encontra? Vozes existem aqui e ali, que, no meio do grande silêncio dos séculos, a esta pergunta respondem; todos os que por elas passaram têm deixado atrás de si palavras à maneira de legados para os que são como eles. Nestas palavras podemos encontrar definidas algumas indicações referentes daquilo que se vê mais além das portas. Porém, unicamente aqueles que desejam empreender este caminho podem ser o significado oculto que por trás das palavras se escondem. Os sábios, ou melhor, os comentadores, leem os livros sagrados de diferentes nações, os de poesia e de filosofia, devido a encumeadas inteligências e neles unicamente encontram mero materialismo. A imaginação, glorificando as legendas da natureza, ou exagerando as possibilidades físicas do homem, lhes explica tudo quanto eles encontram na bíblia da humanidade. 

Tudo quanto existe nas palavras destes livros, existe em cada um de nós e é impossível encontrar, tanto na literatura, como em qualquer das direções em que a inteligência se lance, o que não existe no homem que estuda. Isto é, sem dúvida, um feito evidente conhecido por todos os verdadeiros estudantes. Mas tem que ser especialmente recordado, com referência a este assunto obscuro e profundo, desde o momento em que com tanta facilidade acreditam os homens que nada para os demais pode existir, ali onde encontram eles o vazio unicamente. 

Uma coisa logo percebe o homem que lê. Todos os que se adiantarem, não têm achado que as Portas de Ouro conduzam ao esquecimento. Ao contrário, logo que o limiar das mesmas se cruzou, pela primeira vez, a sensação é real. Mas pertence a uma nova ordem, a uma ordem desconhecida para nós na atualidade e que não podemos apreciar sem que, pelo menos, possuamos alguma indicação a respeito do seu caráter. Esta indicação pode indubitavelmente ser obtida por qualquer estudante que se familiarize com toda a literatura que para nós é acessível. Os livros e manuscritos místicos existem, mas permanecem inacessíveis, simplesmente porque não existe homem algum em disposição de ler a primeira página de qualquer deles, que não se convença como aqueles que têm estudado o assunto suficientemente. Deve existir uma linha contínua através destes conhecimentos; vemos nós passar da mais densa ignorância à sabedoria; é natural, unicamente, que possamos obter o conhecimento intuitivo e a inspiração. Possuímos alguns raros fragmentos destes grandes dons do homem; onde, pois, está o todo do qual devem eles constituir uma parte? Escondido atrás do sutil e, ao parecer, infranqueável véu, que o oculta de nós, como oculta toda a ciência, toda arte, todos os poderes do homem, até que este tem a coragem suficiente para rasgá-lo. Esta coragem procede  unicamente da convicção. Uma vez que um homem crê que aquilo que deseja existe, tratará de obtê-lo a todo custo. A dificuldade neste caso estriba-se na incredulidade do homem. É necessário muito tempo e grande concentração do pensamento, para se poder lançar na direção da região desconhecida da natureza do homem, com o objeto de que as portas se possam abrir e ser suas gloriosas perspectivas exploradas.

Que merece a pena fazer-se isto, aconteça o que acontecer, tudo deve conduzi-lo a crer ao que fez a triste pergunta do século corrente... É a vida digna de ser vivida? Certamente é o suficiente para incitar o homem a um novo esforço, a suspeita de que mais além da civilização, mais além da cultura mental, mais além da arte e da perfeição mecânica, existe alguma coisa de novo, outro vestíbulo que nos admite às realidades da vida." 

(Mabel Collins - Pelas Portas de Ouro - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 19/22


quinta-feira, 23 de julho de 2020

A YOGA

Como começar a meditar e acalmar sua mente"O terceiro método para tornar insensível o corpo físico e atuar o ego independentemente no astral, é a prática da yoga, aprendendo-se a concentrar o pensamento. A vantagem deste método é que o ego, livre de suas ataduras físicas, pode recordar ao tornar ao corpo físico tudo quanto fez e o que aconteceu fora deste. Ao contrário, no êxtase artificialmente conseguido, a pessoa, ainda que em completa consciência no mundo astral e capaz de responder a perguntas e transmitir informes por meio do inerte corpo físico, não recorda, em geral, ao volver ao corpo físico, o que lhe sucedeu no mundo astral durante o êxtase."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 85)

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

ATENÇÃO COMPLETA

Resultado de imagem para homem admirando uma flor"O que é atenção? Existe atenção quando estou forçando minha mente a se ocupar? Quando digo para mim mesmo: 'Eu preciso prestar atenção, controlar minha mente e pôr de lado todos os outros pensamentos' - você chamaria isso de atenção? Certamente não é. O que acontece quando a mente se obriga a prestar atenção? Ela cria uma resistência para evitar que outros pensamentos se infiltrem; está preocupada com a resistência, com o afastamento. Por isso, é incapaz de atenção. Isso é verdade, não é?

Para entender algo totalmente você precisa estar completamente atento. No entanto, logo descobre como isso é extraordinariamente difícil, porque a mente é usada para ser distraída. Então, você diz: 'Por Deus, é bom prestar atenção, mas como vou fazer isso?'. Você está novamente com o desejo de obter algo, então nunca estará completamente atento... Quando você vê uma árvore ou um pássaro, por exemplo, estar completamente atento não é dizer 'Essa árvore é um carvalho' ou 'Esse é um papagaio', e sair andando. Ao dar um nome você já deixou de prestar atenção... Enquanto estiver totalmente consciente, totalmente atento ao olhar par algo, você vai descobrir que ocorre uma transformação absoluta, e essa atenção completa é a legítima. Não há outra, e você não consegue atentar-se totalmente mediante a prática. Com a prática você consegue a concentração, ou seja, você constrói muros de resistência - e dentro deles está a concentração. Mas isso não é atenção, é exclusão."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 191)


terça-feira, 23 de julho de 2019

CONTEMPLAÇÃO

"No verdadeiro trabalho espiritual, a realização intelectual por si só é inadequada. A mente deve tirar as suas conclusões do coração, o local das emoções. As emoções, por sua vez, devem produzir atos reais. 

O estudo das escrituras pode nos trazer tanto satisfação quanto humildade. A sublimidade das palavras da verdade trará prazer e inspiração para as nossas mentes e corações. Seremos estimulados a continuar com o nosso estudo. A humildade virá quando compreendermos as limitações inerentes à tentativa do intelecto de integrar e compreender totalmente a Natureza da Verdade. A Palavra pode ser uma amostra, mas humildemente compreendemos que a 'palavra' não é a coisa em si. Nossas mentes ficarão continuamente inspiradas, humildes e desabrocharão à medida que avançarmos em nossos estudos.

Quando nos concentrarmos, sempre nos concentraremos sobre um objeto produzido pela nossa própria mente. Contudo, quando uma pessoa for calma o suficiente e pura o suficiente, o ato da concentração pode, como diz Aldous Huxley, mergulhar no 'estado de abertura e passividade alerta no qual a verdadeira contemplação torna-se possível'. A verdadeira contemplação é a oração verdadeira, um estado de união com o divino. A contemplação em suas formas inferiores é um pensamento discursivo. Não se percam nas forma inferiores. (...)"

(Ram Dass - Caminhos para Deus - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 295)


quinta-feira, 18 de julho de 2019

O CAMINHO

"O primeiro e mais importante ponto neste antigo e eterno Caminho é a Meditação. Sem a meditação diária, paciente, persistente nunca poderá ser encontrado o Caminho. Isso parece, para algumas pessoas, uma atividade difícil e fatigante. Entretanto, dentro de certa medida, todos nós 'meditamos'. Se estivermos empenhados no pensamento de um esquema de trabalho, ou mesmo num novo trabalho, estamos de certo modo 'meditando'. O homem de negócios, que aprende a concentrar o pensamento e a fazer um planejamento bem dirigido de suas atividades, está aprendendo algo que será de valor quando começar, em uma vida futura, a meditar de verdade. Planejar e pensar no que pode ser feito de melhor são formas de 'meditação'.

Permita-me dar uma lista de estados meditativos da mente na ordem de sua intensidade:
  1.  Aspiração, ânsia do coração para a Estrela, o Ideal, o Verdadeiro.
  2. Prece, levando ao reconhecimento de um 'mundo interior', e de que o homem é uma alma, bem como um corpo.
  3. Concentração direta ou pensamento em sequência. Isso, com o tempo, integra a personalidade.
  4. Pensamento concentrado num ideal, que acarreta a união do pensador com sua vida superior.
  5. Adoração e veneração. a mente tendo criado a forma, o coração é estimulado e brilha para o alto.
  6. Um apelo ao Eu Superior, pondo em atividade a Vontade Espiritual.
  7. A conscientização do Mestre e da 'Presença de Deus'."
(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 67/68)
www.editorateosofica.com.br


quinta-feira, 29 de março de 2018

ENTUSIASMO: A CHAVE PARA O SUCESSO (PARTE FINAL)

"(...) A habilidade de se concentrar naquilo que se tem em mãos até que a tarefa esteja terminada sempre foi um dos segredos vitais do sucesso, em qualquer campo.

Quando Toscanini chegou aos oitenta anos, perguntaram ao seu filho qual o momento que aquele grande homem considerava o mais feliz de sua vida. 'O que quer que ela esteja fazendo no momento é a coisa mais importante de sua vida, seja reger uma orquestra ou descascar uma laranja', respondeu o filho.

O entusiasmo cresce à medida que disciplinamos a nós mesmos para nos concentrarmos naquilo que temos em mãos. O entusiasmo é o segredo de tornar a rotina agradável. É o segredo de um ajustamento saudável às tarefas das quais não podemos escapar.

Ponha toda a sua energia na terefa do momento. 'Onde os homens estão retamente ocupados, o prazer surge do trabalho como as pétalas coloridas surgem de uma flor', escreveu Ruskin. 

Se, por outro lado, fracassamos em encontrar uma ocupação satisfatória no emprego, é mais do que urgente achar um interesse que nos absorva em outras esferas. Se a nossa tarefa diária é um trabalho de rotina, então depende de nós encontrar uma saída para combater a estagnação mental. É importante que esses interesses sejam criativos.

Depende de nós estimular o interesse e o entusiasmo. O devaneio não leva a lugar algum. O entusiasmo nasce quando despertamos e compreendemos que, exatamente agora, muitas coisas estão esperando para serem desfrutadas."

(J. Lloyd Woodhouse - Entusiasmo: a chave para o sucesso - Revista Sophia, Ano 7, nº 26 - p. 11)


quinta-feira, 1 de março de 2018

CORAGEM: UMA QUALIDADE INATA DA ALMA

"Sucesso, saúde e sabedoria são atributos naturais da alma. A Identificação com pensamentos e hábitos debilitantes, bem como a falta de concentração, perseverança e coragem, são responsáveis pelas tribulações devidas à pobreza, à má saúde etc.

Você paralisa sua faculdade de buscar o sucesso com pensamentos de medo. O sucesso e a perfeição tanto da mente quanto do corpo são qualidades inerentes ao homem porque ele foi feito à imagem e semelhança de Deus. Para reivindicar esse direito de nascença, porém, devemos primeiro nos livrar da ilusão de nossas próprias limitações.

Deus possui tudo. Saiba, pois, em qualquer situação, que como filho de Deus você possui tudo que pertence ao Pai. Sinta-se sempre contente e satisfeito sabendo que tem acesso a todas as posses do Pai. Seu quinhão natural é a perfeição e a prosperidade, mas você prefere ser imperfeito e pobre. A consciência de possuir tudo deve ser um hábito de cada pessoa."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 13/14)
www.editorapensamento.com.br


sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (PARTE FINAL)

"(...) À medida em que subis os degraus, esforçai-vos com todos os poderes de vossa vontade, procurando livrar vossa alma do invólucro de carne, como se devêsseis ultrapassar a própria abóbada celeste, à procura de luz. A palavra-chave, que todos os que entram no Templo devem conhecer, e que deve ser objeto de contínua meditação, é: 'O brilho e a Luz são UM',  ou 'A centelha e a Chama são UMA'. Da concentração sobre este ponto passai à meditação, onde todo o conhecimento do mundo externo é obliterado; da meditação passai à contemplação, onde todo o conhecimento do eu é obliterado, onde só a luz persiste. 

Assim passareis pela porta do Templo, e, tendo passado, não precisareis mais de nenhum guia, pois vos encontrareis na presença d'Aquele que vos tem guiado através de cada vida, desde vossa primeira encarnação humana: vosso Eu Superior, que é uma encarnação da luz. Ao vos ajoelhardes ante o altar onde arde a sagrada chama, ele vos alimentará com alimento espiritual, colocará em vossas mãos a espada com a qual, doravante, rasgareis todos os véus, e vos dará uma tocha, por meio da qual todas as trevas se dissiparão. 

Finalmente, donde estais, junto do altar, olhareis para baixo, a terra onde viveis, e começareis a saber. A luz que agora é vossa vos desvelará os segredos que outrora foram ocultos, e podeis retornar a vossos estudos agora com a certeza do sucesso, pois a chave do conhecimento está em vossas mãos, e o cálice do eu inferior está repleto do vinho da sabedoria. Diariamente devereis ajoelhar-vos diante do sacrário, para que o cálice possa ser novamente enchido. Tendo posto vossos pés no caminho, marchai mais e mais fundo em vosso eu interior, não descanseis jamais, até que o clarão se torne de novo a Luz, e a centelha novamente se torne a Chama. 

Em vossa busca por conhecimento, aprendei a arte da meditação; colocai diante de vós o objeto de vossa pesquisa, seja uma jóia, um flor, um animal ou um homem; fixai vossa atenção e meditai neste objeto como sendo uma viva e prefeita expressão d'Aquele que é imanente nele. Vós não podeis descobrir perfeita verdade a menos que a forma que vos serve de moto seja perfeita e viva. Meditai sobre a imanência, procurai a alma que mantém a forma viva; encontrando a alma, meditai sobre ela, do mesmo modo como meditastes sobre a forma, e procurai nela o conhecimento do modo como vive, e achando o modo, procurai qualquer outro conhecimento de que tenhais necessidade. O passado, ainda que remoto, pode ser revelado ante vós, para que possais entender os caminhos percorridos; com este estudo o processo de desenvolvimento pode ser estimulado. Tendo discernido o passado, olhai reverentes o futuro, procurando obter a visão do todo. Não podeis meditar sobre uma flor cortada ou seca, pois já não têm conexão com sua alma, e a flor já não sabe por que meios vive: este conhecimento reside na alma da flor. 

Evitai os escuros caminhos da pesquisa com animais como se evitásseis o pior dos infernos, e não há pior inferno em toda a criação do que a mesa de vivissecção, não há maior cegueira do que aquela dos que pensam que empregar crueldade contra outra parte da vida de Deus pode trazer iluminação para si. Apenas soubessem que estão construindo véus tão densos sobre si mesmos que uma centena de vidas não bastaria para os redimir!, e mesmo assim a verdade ocultaria sua face brilhante de seus olhos, envergonhada do que terão feito usando seu doce nome. Procurai a verdade entre os vivos, e encontrareis a verdade viva, e o vasto tesouro de conhecimento da Natureza será vosso. Este é o ensino a respeito da via meditativa."

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

O CAMINHO DO CONHECIMENTO (2ª PARTE)

"(...) Tendo se tornado uma criancinha, prontamente lance fora tudo que pensa conhecer ou saber, tudo que é prezado pelos homens, e deixemo-lo buscar o caminho que leva da carne ao espírito. A entrada para o caminho está no coração; do coração, deve encontrar uma passagem para o cérebro, e, através do cérebro, para os mundos do pensamento e sentimento, nos quais as fundações do Templo da Luz estão lançadas. O Templo está adiante, e a partir do mundo do pensamento ele deve construir uma firme escadaria que o levará até os portões do Templo. Esta escadaria é construída pelo estudo, pela concentração de pensamento, e pela incansável busca de conhecimento. 

Esta é a maneira de encontrar e trilhar o caminho do conhecimento, construir a escadaria e chegar aos portões do Templo. Deixe-se que o estudante lance fora seus livros, seus tubos de ensaio e suas réguas para trás, pois ele deve aprender a ler nos livros da natureza, entesourar suas descobertas no tubo de ensaio de sua mente, e aferir suas descobertas na balança de sua mais alta intuição. Emancipando-se destes instrumentos superficiais, que se retire para algum lugar onde possa desfrutar de algum tempo de paz imperturbada. Uma cela de retiro, um jardim, as florestas, os campos, alguma praia recôndita, algum refúgio na montanha, qualquer um destes poderá ser suficiente para lançar-se à viagem de descoberta. Deixe-se que trilhe o caminho que todos os sábios e mestres do mundo trilharam em sua busca pela luz, luz que ora brilha através daqueles olhos, gloriosa e resplandecente. 

Que não tema a estranheza desta procura, não tema despojar-se de todos os suportes até então considerados essenciais; não tema o ridículo imposto pelos que ainda sentem-se dependentes dessas coisas, e que cegamente disfarçam sua ignorância numa ilusão de conhecimento. Para a luz que buscais, tal conhecimento é como trevas, pois todo aquele que alto pusestes em vosso apreço não possui senão a pele, a penugem, a casca, e o cerne sempre lhe foge; então eles montam sobre as cascas e a oferecem como conhecimento. Talvez haja apenas um punhado, dentre vossos homens de conhecimento, que não esteja cego pelo preconceito, que não confunda aprendizado com conhecimento. 

Tomai como guia esta voz que vos ensina agora, a voz de um anjo que conquistou a meta através destes mesmos caminhos na busca de conhecimento, e agora oferece-se àqueles que buscam uma luz maior da que brilha em universidades, pois é professor mais sábio que qualquer professor mortal pode ser; traz a luz do conhecimento espiritual para iluminar as trevas do mero aprendizado terreno, e pode conduzir o estudante até a verdadeira cátedra do conhecimento, a qual jaz no fundo de vosso Eu mais verdadeiro. Vinde, irmão humano, aceitai minha direção, e eu vos guiarei até vosso destino. (...)"

(Geoffrey Hodson - Sede Perfeitos - Canadian Theosophical Association



segunda-feira, 6 de novembro de 2017

O EMPREGO DA VONTADE

"Quando M. Coué, tratando do poder da imaginação ou do poder criador do pensamento, diz que na luta entre a imaginação e a vontade vence sempre a imaginação, está com a razão, contanto que por 'vontade' tomemos essa resistência frenética e ansiosa, que para a maioria das pessoas é o substituto da verdadeira vontade. Assim, quando aprendemos a andar de bicicleta e ao vermos uma árvore no meio do caminho nos precipitamos diretamente contra esse obstáculo, com risco de acidente, o erro provém da indisciplinada imaginação, pois formamos a temerosa imagem de que vamos nos chocar contra a árvore, representamos a nós mesmos no ato do choque, e vigorizamos a imagem pela emoção de temor. Então começamos a resistir à imagem. Mas essa relutância inquieta não merece o nome de 'vontade'. Ao contrário, essa resistência fortalece seguramente a imaginação, e mesmo ajuda a provocar o acidente que procuramos evitar. Mas se empregássemos a genuína Vontade, não consentiríamos absolutamente que a imaginação reagisse à árvore. Com efeito, ao ver a árvore e ao registrar calmamente sua existência, não temos de consentir que influa em nossa consciência, e sim, ao contrário, temos que manter nossa imaginação ocupada com o caminho claro e aberto que desejamos seguir. Então será como se a árvore não existisse para nós, e só veremos o caminho sem barreiras.

Antigo é o conto dos três arqueiros que apostaram qual deles poderia flechar um pássaro pousado numa árvore longínquea. O primeiro acertou na árvore e não no pássaro; o segundo apontou para o pássaro abstraindo-se da árvore e só feriu a avezinha; o terceiro, objetivando o pássaro (por certo devia ser um pássaro muito acomodado), não se preocupou nem com a árvore e nem com o pássaro, mas tão somente com sua intenção, e foi bem sucedido. (...)

É pelo poder da verdadeira Vontade que podemos manter concentrada a imaginação no objetivo que nos tenhamos determinado alcançar. A função especial da Vontade não é fazer algo nem lutar contra alguma coisa, mas manter um propósito na consciência, com exclusão de tudo o mais."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 31/32)


quarta-feira, 6 de setembro de 2017

DANDO UM TEMPO

"As pessoas perguntam sempre: 'Por quanto tempo devo meditar? E quando? Devo praticar vinte minutos pela manhã e à noite, ou é melhor fazer várias sessões curtas, ao longo do dia?' Sim, é bom meditar durante vinte minutos, mas isso não significa que vinte minutos é o limite. Nunca li nada sobre vinte minutos nas escrituras; acho que essa é uma noção que foi inventada no Ocidente, e costumo chamá-la de 'Tempo-Padrão Ocidental de Meditação'. A questão não é por quanto tempo você vai meditar, a questão é saber se a meditação de fato lhe traz certo estado de presença mental em que você está um pouco aberto e pode entrar em contato com a essência do seu coração. E cinco minutos de prática sentado, plenamente consciente, têm valor muito maior do que vinte minutos de cochilo!

Dudjom Rinpoch dizia que um iniciante devia praticar em sessões curtas. Praticar por quatro ou cinco minutos e então fazer uma pequena pausa de apenas um minuto. Durante a pausa deixar o método de lado, mas não abandonar o estado desperto de sua consciência. É curioso que às vezes, quando você está lutando para praticar corretamente, no exato momento em que descansa do método - se ainda está alerta e no presente - é que a meditação de fato acontece. Por isso a interrupção é parte tão importante da meditação quanto o sentar-se em si. Às vezes digo a alunos que estão tendo problemas com a prática para praticarem durante a interrupção e descansarem durante a meditação!

Sente-se por um curto período de tempo, então descanse, um pequeno descanso de cerca de trinta segundos ou um minuto. Mas mantenha-se consciente do que faz, e não perca sua presença e seu relaxamento natural. Então ponha-se desperto e sente-se outra vez. Se fizer muitas sessões curtas como essas, os intervalos frequentemente farão sua meditação mais real e mais inspiradora; elas podem livrar sua prática da rigidez, solenidade e artificialismo toscos e maçantes, trazendo mais concentração e leveza. De modo gradativo, através dessa ação recíproca do descanso e do sentar-se, a barreira entre a meditação e a vida cotidiana desmoronará, o contraste entre elas se dissolverá e você se encontrará cada vez mais em sua pura presença natural, sem distração. Então, como diz Dudjom Rinpoche, 'mesmo que o meditador deixe a meditação, a meditação não deixará o meditador'."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 110/111


sexta-feira, 21 de julho de 2017

TRAZENDO A MENTE PARA CASA (1ª PARTE)

"Há cerca de 2.500 anos, um homem que estivera procurando a verdade por muitas e muitas vidas chegou a um lugar tranquilo na Índia setentrional, e se sentou sob uma árvore. Continuou sentado ali com imensa determinação e jurou não se levantar até que tivesse encontrado a verdade. Ao anoitecer, conta-se, ele havia dominado todas as forças escuras da ilusão. E cedo na manhã seguinte, quando a estrela Vênus brilhou no céu do alvorecer, o homem foi recompensado por sua infinita paciência, disciplina e perfeita concentração, atingindo a meta final da existência humana, a iluminação. Nesse momento sagrado, a própria terra estremeceu, como que 'embriagada de felicidade', e segundo dizem as escrituras 'ninguém mais em parte alguma estava irado, doente ou triste; ninguém mais fazia o mal, ninguém mais era orgulhoso; o mundo ficou muito quieto como se tivesse atingido a plena perfeição'. Esse homem ficou conhecido como o Buda. Aqui, o mestre vietnamita Thich Nhat Hanh dá uma bela descrição da iluminação do Buda:
Gautama sentiu como se uma prisão que o confinava há milhares de vidas tivesse se rompido. A ignorância fora seu carcereiro. Devido à ignorância sua mente estivera obscurecida, como a lua e as estrelas ficam escondidas atrás de nuvens de tempestade. Enevoada por infinitas ondas de pensamentos ilusórios, a mente tinha dividido, de maneira falsa, a realidade em sujeito e objeto, o eu e os demais, existência e não existência, nascimento e morte, e dessas discriminações surgiram concepções erradas - as prisões dos sentimentos, do desejo, do apego, do vir-a-ser. O sofrimento do nascimento, da velhice, da doença e da morte apenas engrossou as paredes da prisão. A única coisa a fazer era pegar o carcereiro e olhar seu verdadeiro rosto. O carcereiro era a ignorância... Quando ele se foi, o cárcere desapareceu e nunca mais se reconstruiu.¹ (...)"
¹ Thich Nhât Hanh, Old Path, White Clouds (Berkeley, Califórnia: Parallax Press, 1991), 121.

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 85/86


sábado, 29 de outubro de 2016

O QUE DEVEMOS PRATICAR (1ª PARTE)

"No Sutra das Quatro Nobres Verdades, Buda diz: 'Deves praticar o caminho'. Neste contexto, 'caminho' não significa um caminho exterior que conduz de um lugar a outro, mas um caminho interior, uma realização espiritual que nos conduz à felicidade pura da libertação e da iluminação. A prática das etapas do caminho à libertação pode ser condensada nos três treinos de disciplina moral superior, concentração superior e sabedoria superior. Esses treinos são chamados de 'superiores' porque são motivados por renúncia. Eles são, portanto, o verdadeiro caminho à libertação que precisamos praticar. 

A natureza da disciplina moral é a determinação virtuosa de abandonar ações inadequadas. Quando praticamos disciplina moral, nós abandonamos as ações inadequadas, mantemos um comportamento puro e fazemos toda ação corretamente, com uma motivação pura. A disciplina moral é muito importante para todos, porque ela evita problemas futuros para nós e para os outros. Ela nos torna puros porque torna nossas ações puras. Precisamos ser limpos e puros; ter um corpo limpo, apenas, não é suficiente, pois o nosso corpo não é o nosso self. Disciplina moral é como um vasto solo que sustenta e nutre o plantio das realizações espirituais. Sem praticar disciplina moral, é muito difícil fazer progressos no treino espiritual. Treinar disciplina moral superior é aprender a tornar-se profundamente familiarizado com a prática de disciplina moral motivada por renúncia. 

O segundo treino superior é treinar em concentração superior. A natureza da concentração é ser uma mente virtuosa estritamente focada. Enquanto mantivermos essa mente, experienciaremos paz mental e, consequentemente, seremos felizes. Quando praticamos concentração, impedimos distrações e nos concentramos em objetos virtuosos. É muito importante treinar concentração, pois, com distrações, não conseguimos realizar nada. Treinar em concentração superior é, com a motivação de renúncia, aprender a nos tornarmos profundamente familiarizados com a habilidade de parar as distrações e de nos concentrarmos em objetos virtuosos. Com relação a qualquer prática de Dharma, se a nossa concentração for clara e forte será muito fácil fazer progressos. Normalmente, distração é o principal obstáculo à nossa prática de Dharma. A prática de disciplina moral impede as distrações densas, e a concentração impede as distrações sutis; juntas, elas produzem resultados rápidos em nossa prática de Dharma. 

O terceiro treino superior é treinar em sabedoria superior. A natureza da sabedoria é ser uma mente inteligente virtuosa que atua compreendendo objetos significativos, como a existência de vidas passadas e futuras, o carma e a vacuidade. Compreender esses objetos traz grande significado para esta vida e para as incontáveis vidas futuras. Muitas pessoas são muito inteligentes em destruir seus inimigos, cuidar de suas famílias, encontrar aquilo de que necessitam e assim por diante, mas isso não é sabedoria. Até os animais têm uma inteligência assim. A inteligência mundana é enganosa, ao passo que a sabedoria nunca irá nos enganar ou desapontar. A sabedoria é o nosso Guia Espiritual interior que nos conduz aos caminhos corretos, e é o olho divino através do qual podemos ver as vidas passadas e futuras e a conexão especial entre as nossas ações em vidas passadas e as nossas experiências nesta vida, conhecida como 'carma'. O carma é um assunto muito extenso e sutil e somente podemos compreendê-lo através de sabedoria. Treinar em sabedoria superior é aprender a desenvolver e aumentar nossa sabedoria que realiza a vacuidade por meio de contemplar e meditar sobre a vacuidade, com uma motivação de renúncia. Essa sabedoria é extremamente profunda. O seu objeto, a vacuidade, não é um nada, mas a verdadeira natureza de todos os fenômenos. (...)"

(Geshe Kelsang Gyatso - Budismo Moderno, O Caminho de Compaixão e Sabedoria - Tharpa Brasil, São Paulo, 2016 - p. 61/62)
Fonte: https://cienciaespiritualidadeblog.wordpress.com


quinta-feira, 5 de maio de 2016

CONTROLE DA MENTE E AÇÃO CORRETA (PARTE FINAL)

"(...) No sonho não há escolhas - é preciso aceitar o papel que o sonho nos incumbe. A percepção sem escolha só ocorre quando a mente viu a futilidade de suas próprias escolhas. O estado de sonho é na verdade um estado de concentração, pois a concentração só é possível quando cessam todas as lutas para escolher. Essa é uma condição relaxada da mente; representa atenção sem distração.

Enquanto no estado de vigília há o focar da mente, no estado de sonho há a observação da mente. À medida que observamos a mente, chegamos ao terceiro estado de percepção - o sono profundo. Nesse estado não há perturbação causada pelos movimentos do sono - na verdade, não há nem mesmo o meneio de pensamentos. Isso é verdadeiramente a não percepção na percepção - a pessoa não está sequer perceptiva de que está perceptiva. Essa condição está bem descrita no livro Luz no Caminho (Mabel Collins, Ed. Teosófica): 'Embora luteis, não sejais o guerreiro.' No sono profundo, a dualidade de sujeito e objeto desaparece. Onde essa dualidade não está, há perfeita quietude. Nesse quietude ocorre o quarto estado - o estado de pura percepção. E a pura percepção é realmente o conhecimento do ser.

O autoconhecimento é o ponto de partida da ação correta - não uma ação imitada, mas ação autoiniciada. Quando o movimento da mente cessa, somente então começa o movimento na mente. Quando há movimento na mente, e não da mente, ela se torna um instrumento perfeito. E somente quanto a mente está na condição de ser um instrumento perfeito é que surge a ação correta. No Bhagavad Gita, Krishna exorta Arjuna a se tornar um canal perfeito (Nimitta). Quando Arjuna compreende a profundidade desse ensinamento, ele se dirige a Krishna e declara: 'Seja feita a vossa vontade.' Quando a pessoa se torna um canal para a realização da vontade divina, é iniciada nos mistérios da correta ação. 

Isso é o yoga prático - o yoga praticado nas ocupações diárias da vida. Somente os praticantes desse yoga agem com sabedoria, pois estão livres da cadeia de reações. Eles se movem livremente na vida, pois nada consegue retê-los. Hoje em dia precisamos de homens e mulheres assim, pois é através deles que irá surgir a transformação fundamental na sociedade. Eles servirão como núcleos para a nova ordem das coisas nos diferentes ramos da atividade humana. O yoga não é a fuga da ação, como pensam muitos no Ocidente. Yoga e, na verdade, a base e o terreno para a correta ação."

(Rohit Mehta - Yoga prático - Revista Sophia, Ano 9, nº 36 - p. 8


quarta-feira, 30 de março de 2016

O TEMPERAMENTO DE VONTADE-PODER

"O estudo da energia, a prática da concentração e da união das partes do nosso ser requerem muita paciência. Às vezes nos enganamos, achando que 'já sabemos', pelo simples fato de termos acumulado conhecimentos teóricos, que ficam gravados na memória superficial do nosso cérebro, sem a verdadeira incorporação e aprofundamento deles. Isso só se dá após repetidas experiências em diferentes encarnações - realidade de que nem todos se dão conta. Quando percebemos em nós um eco favorável ao que escutamos, como se aquilo fosse conhecido, já devemos tê-lo ouvido antes, centenas de vezes.

Enquanto uma atitude não é posta em prática nas três dimensões: física, emocional e mental, ela não está ainda assimilada. Nesse caso é necessário continuarmos trabalhando em torno dela. Quando algo se repete na nossa vida, é sinal de que ainda precisamos disto para daí tirar algum aprendizado. O carma nos coloca diante do que mais necessitamos.

A energia do primeiro raio, que é também persistência inabalável, trabalha neste sistema solar sem, entretanto, ter-se incorporado nele realmente até agora - é a própria energia da paciência, de que precisamos para agir e evoluir aqui no mundo das formas. (...)"

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 36)


segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

OS RESULTADOS DO KARMA NA MEDITAÇÃO

"446 - Os Vedas dizem que, mesmo aquele que estiver entregue a uma profunda meditação, está sujeito à dependência dos objetos externos devido aos resultados do [prããhabdha] karma que está em operação. 

COMENTÁRIO - É muito difícil, durante a prática da meditação, libertar a mente dos objetos externos e internos (pensamentos). Eles são como moscas a voar e pousar naquele que medita, perturbando a sua concentração. Uma das técnicas a ser adotada (e há várias) é manter-se imperturbável na posição física escolhida e ficar plenamente atento aos pensamentos sem se fixar neles. Observá-los como quem olha as águas de um rio que constantemente corre diante de nós. Esse não apego às sensações físicas, emocionais e mentais gradualmente irá minimizar a sua ação sobre nós, conseguindo desta forma neutralizar o seu efeito perturbador."

(Sankara - Viveka-Chudamani a Joia Suprema da Sabedoia - Comentários de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 167)


sexta-feira, 27 de novembro de 2015

SIGA O SADHANA DO GURU

"O sadhana ensinado por nosso gurudeva, Paramahansa Yoganada, mostra-nos como aplicar o 'Caminho Óctuplo da Yoga" delineado pelo sábio Patânjali. Vem primeiro yama-niyama, os preceitos morais e espirituais que todos os seres humanos precisam seguir a fim de levar uma vida em harmonia com a lei divina. Depois, vem asana ou postura correta para meditação, com a coluna vertebral ereta. O asana correto é importante para impedir que o corpo distraia a mente enquanto ela procura ir em direção a Deus. 

A seguir vem pranayama, ou controle da força vital, que é necessário para que a respiração não mantenha a consciência amarrada ao corpo. Logo depois, a interiorização da mente, ou pratyahara, que nos liberta das distrações mundanas que nos chegam através dos cinco sentidos. Então, estamos livres para a concentração e a meditação, dharana e dhyana, que levam ao samadhi: a experiência superconsciente da união com Deus.

O Senhor não tem prediletos; Ele ama a todos igualmente. O sol brilha da mesma forma no carvão e no diamante, contudo o diamante recebe e reflete a luz. Quase todas as pessoas têm mentalidade semelhante ao 'carvão'; eis por que pensam que Deus não as abençoa. O amor e as bênçãos estão aí; o homem só precisa recebê-los. Por meio de bhakti, ele pode transformar sua consciência em mentalidade diamantina para receber e refletir plenamente o amor e a graça de Deus. Então, terá paz e satisfação em sua vida. Mesmo uma pequena meditação e amor sincero por nosso Criador Divino trarão paz aos corações dos homens, e consequentemente as condições do mundo irão realmente melhorar. 

Ao oferecer a devoção de nossos corações ao guru e ao receber dele, em troca, o amor divino e a amizade incondicionais, aprendemos o que é amar a Deus sinceramente. O guru desperta dentro de nós o verdadeiro amor por Deus, e nos ensina de que maneira amá-Lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 179/180)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE REZAR

"Nós sabemos que a quase totalidade das rezas se perde nos vãos das igrejas ou dos quartos de dormir em todos os cantos da Terra. Rezar é uma arte, tão sutil quanto meditar. O que é rezar senão a procura de Deus? (...)

O uso do Terço ou do Rosário vem do início das religiões. O Terço é encontrado em todas elas. O Terço é como um gabarito para que não se perca o cunho da reza. Se alguém deve rezar 30 Padres-Nossos e 30 Ave-Marias, vale-se do Terço ou do Rosário para não se perder. Cada Padre-Nosso rezado é uma conta avançada que fica para trás. Com o uso do Terço a reza ficou mecânica, automática, sem sentimento. Se o Terço é um gabarito, é o caso de se pensar que o fiel religioso não é obrigado a rezar mais ou menos um Padre-Nosso ou uma Salve-Rainha. Isso significa mais manifestação de automação ou de macanicidade. As rezas programadas e decoradas estão na mesma linha da mecanicidade, portanto alheias ao sentimento e por isso inócuas quanto aos objetivos. (...)

Sempre que procurar Deus, dê-se conta de que Ele está bem pertinho de você, na casa D'Ele, em você, no lugar que você já conhece de sobra - seu Kama Rupa - A Casa de Deus no Homem.

Portanto, quando tiver de procurar Deus, achando que é pela reza sua maneira mais efetiva de encontrá-lo, tome algumas providências básicas: Isole-se - concentre-se - pronuncie sua própria oração com palavras ou pensamentos que vai você arrancar do fundo da sua alma. Seja sincero. Se sentir Vontade, chore com sinceridade e à Vontade. Faça com que sua tristeza, que é real, chegue a Ele lá no fundo onde se encontra dormindo. Sua reza franca e sentida vai despertá-Lo e Ele virá em seu socorro desde que você mereça ser socorrido. Não reze em vão, sem necessidade, por falsidade, pois a Lei do Carma está à sua espreita em cada um dos seus movimentos ou atitudes. (...)"


(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 178/179)

terça-feira, 15 de setembro de 2015

A MENTE NA MEDITAÇÃO

"Muito pouco progresso pode ser feito para entrar na consciência elevada, permanecer ali e desenvolver a faculdade de entrar nela à vontade, até que a mente tenha sido submetida a um controle razoável. Não existe uma fórmula fácil para isto, apesar de algumas pessoas terem mais facilidade natural do que outras.

Passa-se por diferentes condições de mente quando é utilizada uma fórmula semelhante a da Ioga da Luz. No início da meditação, a mente deve ser focalizada claramente e sem tergiversar no procedimento preliminar. Naquele momento, a concentração é muito importante. Não se deve permitir que a mente oscile durante as afirmações de dissociação e verdadeira identidade. Quando afirmamos, 'Eu não sou o corpo físico', deveríamos nos despojar positivamente do corpo em pensamento concentrado. As três dissociações afirmadas sobre os três veículos pessoais e a autoidentificação com o Eu Interior por meio das palavras, 'Eu sou o Eu Espiritual', deveriam ser feitas sem nenhuma interrupção no pensamento. Em cada uma delas, efetua-se uma ascensão em consciência, como se por uma linha vertical contínua em direção ao Ego no corpo Causal. Algo interessante e objetivo está sendo tentado então, e a mente não deveria vaguear durante este procedimento. Deveria haver uma crescente dissociação real e realização da afirmação.

O controle da mente, que é necessário, deve ser desenvolvido pela prática e pelo exercício da vontade. Todos os poderes da vontade e da mente devem ser utilizados para alcançar a capacidade requerida. Se a mente vaguear, é uma boa prática trazê-la à força de volta pelo caminho que ela se extraviou. Com o tempo isto a trará sob controle, estabilizando-a. Não existe nenhum substituto para esta concentração preliminar. Devemos praticá-la até que seja aprendida; se não for assim, a condição meditativa continuará a nos frustrar. 

O interesse é a chave para a concentração bem-sucedida. A mente não vagueia quando lendo um livro interessante ou vendo um filme. Na verdade, ocorre pouco ou nenhum esforço neste caso. A pessoa bem pode praticar a concentração da mente sobre algo profundamente interessante. Deixe então que o assunto torne-se cada vez mais abstrato à medida que a habilidade mental for desenvolvida. No seu devido tempo, será atingido o poder de mantê-la sobre uma ideia, em vez de sobre uma forma."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 98/99)