OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 8 de outubro de 2017

CARIDADE

"As ideias da Teosofia acerca da caridade significam esforço pessoal para os demais; compaixão e bondade pessoais; interesse pessoal no bem-estar e prosperidade dos que sofrem; previsão e ajuda pessoais em suas penas e necessidades. Os teósofos não acreditam na eficiência do sistema de dar dinheiro por intermediários; acreditam aumentar cem por cento o poder do dinheiro e sua eficácia pelo nosso contato e simpatia pessoais com os que o necessitam. Creem no alívio da alma tanto, se não mais, que aquele do estômago; porque o agradecimento promove maior bem naquele que o expressa que naquele que o fez sentir. Onde está o agradecimento que vossos milhões de libras esterlinas deveriam ter despertado ou os bons sentimentos provocados por eles? Por ventura no ódio que o pobre do East-End sente pelo rico? No aumento do partido da anarquia e da desordem ou nessas centenas de operárias, vítimas do sistema 'do suor' obrigadas a andar pelas ruas, diariamente, para ganhar o sustento? Acreditamos que um bom livro que oferece às pessoas matéria para pensar que fortalece e torna mais clara sua mente facilitando-lhes o entendimento de verdades sentidas de maneira vaga, porém sem que as pudessem formular, produz um bem real e substancial. 

Relativamente ao que chamais de atos práticos de caridade em favor de nossos semelhantes, fazemos o pouco que podemos, porém, como já disse, a maior parte de nossos irmãos é pobre e a Sociedade, por si mesma, não tem recursos suficientes para contratar gente dedicada a seu serviço. (...). Os poucos que reúnem condições de fazer o que se chama vulgarmente atos de caridade seguem os preceitos budistas e trabalham por si próprios, porém não por procuração ou subscrevendo publicamente a obras caritativas. O teósofo deve antes de mais nada esquecer sua personalidade." 

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 86/87)


sábado, 7 de outubro de 2017

O SACRIFÍCIO

"A Teosofia considera o sacrifício individual pelo bem de muitos como muito superior à abnegação por uma ideia sectária, como por exemplo a de 'salvar os pagãos da condenação'.

Em nossa opinião o Padre Damião (aquele jovem de trinta anos que sacrificou sua vida inteira para aliviar os sofrimentos dos leprosos de Molokai e que viveu durante dezoito anos sozinho com eles, sendo atacado pelo mal e morrendo) não se sacrificou inutilmente. Aliviou e proporcionou uma relativa felicidade a milhares de pobres desgraçados. Consolou-os mental e fisicamente, derramou um raio de luz na tenebrosa noite terrível de uma existência, cuja amargura não é comparável a nenhuma outra nos anais do sofrimento humano. Era um verdadeiro teósofo e sua memória viverá eternamente em nós. Consideramos esse pobre sacerdote belga incomensuravelmente mais elevado que, por exemplo, aqueles sinceros, porém insensatos e inúteis missionários que sacrificaram suas vidas nas ilhas dos mares do Sul ou na China. Que bem lograram fazer? Nas primeiras lidavam com seres ainda inaptos para a recepção de qualquer verdade e no segundo caso, tratava-se de uma nação cujos princípios de filosofia religiosa são tão elevados como quaisquer outros, se quisessem, aqueles que os possuem, seguir o modelo de Confúcio e outros sábios de sua raça. Morreram vítimas de canibais e de selvagens, ou do fanatismo e ódio populares; enquanto que se tivessem ido aos tugúrios de Whitechapel ou outra daquelas localidades que param e apodrecem sob o brilhante sol de nossa civilização, cheias de selvagens cristãos e de lepra mental, teriam podido executar um verdadeiro bem e ter conservado sua vida para uma causa melhor e mais digna.

Se dispuséssemos de meios para tanto, erigiríamos uma estátua do padre Damião, santo verdadeiro e prático, perpetuaríamos sua memória para sempre como exemplo vivo de heroísmo teosófico, de compaixão e autossacrifício budista e cristão...

Porém uma distinção deve ser estabelecida. Nenhum homem tem direito de deixar-se morrer de fome para que outro possa alimentar-se, a não ser que a vida deste último seja, de maneira evidente, de maior utilidade aos outros do que a sua. Porém é seu dever sacrificar seu próprio bem-estar e trabalhar pelos demais se estes são incapazes de fazê-lo. É seu dever dar tudo quanto tenha, completamente, se não tem serventia a ninguém além de si mesmo, no caso de guardá-lo egoisticamente. A Teosofia ensina a abnegação, porém não o autossacrifício impulsivo e inútil, nem justifica o fanatismo."

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 84/86)


segunda-feira, 4 de julho de 2016

O ABSTRATO E O CONCRETO

"A Sociedade é uma grande corporação de homens e mulheres, composta de elementos os mais heterogêneos. A Teosofia em sua significação abstrata é a Sabedoria Divina, ou a síntese da ciência e sabedoria que sustém o universo - a homogeneidade do eterno bem; e em seu sentido concreto, é somente a soma total do mesmo, concedida ao homem pela natureza nesta Terra. Alguns membros se esforçam sinceramente em viver verdadeiramente a Teosofia, objetivando-a; enquanto que outros desejam apenas saber, sem praticar; e há ainda os que entraram na Sociedade unicamente por curiosidade ou por interesse passageiro, ou talvez porque algum amigo fazia parte dela. Como se pode, portanto, julgar o sistema com o critério dos que querem ostentar o nome sem nenhum direito a ele? Devemos julgar a poesia apenas pelos que pretendem ser poetas mas só nos ferem os ouvidos? Somente em seus objetivos e motivos abstratos, a Sociedade pode ser julgada como representação exterior da Teosofia; jamais poderá pretender ser seu veículo concreto, enquanto todas as debilidades e imperfeições humanas se encontrem nela; de outro modo a Sociedade não faria mais do que repetir o grande erro e os sacrilégios das chamadas Igrejas de Cristo. Se nos for permitida uma comparação oriental, diremos que a Teosofia é o oceano infinito da verdade universal, do amor e sabedoria que se reflete na Terra, enquanto que a Sociedade Teosófica é tão só uma bolha visível desse reflexo. A Teosofia é a natureza divina, visível e invisível, e a Sociedade que leva seu nome, a natureza humana esforçando-se em se elevar até à primeira. A Teosofia, enfim, é o sol fixo e eterno, e a Sociedade o cometa que trata de entrar em sua órbita para converter-se em planeta, girando eternamente sob a atração do sol da verdade. Foi formada para ajudar a demonstrar aos homens que existe uma coisa chamada Teosofia, dando meios de alcançá-la, elevando-se até ela pelo estudo e assimilação de suas verdades eternas."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 70/71)
http://www.editora3.com.br/


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

UM DIA DE VIDA

"(...) Temos o hábito de pensar que o transcurso de uma existência é um longo período de tempo, mas, na realidade, é apenas um dia de uma vida maior. Não podemos concluir um trabalho realmente grande num dia só; ele talvez requeira muitos dias, e o trabalho de um dia, às vezes, não mostra um resultado apreciável; não obstante, o trabalho de cada dia é necessário à complementação da grande tarefa, e se o homem se entregar à preguiça, dias após dia, porque a concretização do trabalho lhe parece tão distante, não conseguirá que o trabalho seja feito.

Muitos são aqueles para os quais a Teosofia chega tarde na vida, que se sentem um tanto ou quanto desalentados pela perspectiva, julgando-se agora demasiado velhos para empreenderem alguma coisa com seriedade, ou para fazerem algum trabalho de valor, e acham que o máximo que podem fazer agora é chegar tranquilamente ao fim desta encarnação, com a esperança de ter, na próxima, uma oportunidade melhor.

Eis aí um triste erro, e por várias razões. Não sabemos que espécie de encarnação de carma se estará preparando para nós na próxima vez que voltarmos à terra. Não sabemos se, por alguma ação anterior, merecemos a oportunidade de nascer num ambiente teosófico. Seja como for, o modo que mais parece capaz de assegurar um nascimento assim consiste em utilizar a oportunidade que nos chegou agora, visto que, de tudo o que aprendemos a respeito do funcionamento da grande lei de causa e efeito, destaca-se com suma clareza o fato de que o resultado de agarrar uma oportunidade é, invariavelmente, oferecer-se outra oportunidade mais ampla. Se, portanto, descurarmos da oportunidade colocada diante de nós pelo nosso encontro com a Teosofia agora, é possível que, na próxima encarnação, a oportunidade não nos procure outra vez. 

Se o homem se puser a trabalhar com afinco e impregnar o seu espírito, o máximo possível, de ideias teosóficas, isso as construirá muito bem no ego, e lhe dará uma atração tão grande por elas que ele, com toda a certeza, mesmo que não consiga recordá-las com minúcias, as procurará instintivamente e as reconhecerá em seu nascimento seguinte. Todo homem, portanto, deve encetar o trabalho filosófico assim que ouvir falar nele, porque, seja o que for que consiga realizar, por menor que seja, será para o bem, e ele começará, no dia seguinte, do ponto em que o deixou. (...) Assim sendo, não se perde esforço algum, e nunca é tarde demais, em qualquer vida, para ingressar no longuíssimo caminho ascendente e dar início ao trabalho glorioso de ajudar os outros. (...)"

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 120/121)


quarta-feira, 9 de abril de 2014

TEOSOFIA

"A teosofia é a sabedoria que resulta do estudo da evolução da vida e da forma. Essa sabedoria não é nova, pois o estudo dos mistérios da natureza tem estado em evolução desde idade imemoriais por investigadores credenciados para tanto. Esses investigadores – os Mestres da Sabedoria, como são chamados, são almas humanas que no decorrer do processo evolutivo passaram do estágio humano ao período seguinte, o de ‘Adepto’. Elevando-se até o adeptado, o homem adquire conhecimento, por suas investigações e por suas experiências. Os conhecimentos obtidos até aqui por uma série ininterrupta de Adeptos constituem a Teosofia, a Sabedoria Antiga.

O homem que se tornou Adepto cessa de ser um simples instrumento no processo evolutivo; exerce, então, nesse processo, a função de um mestre e de um diretor, sob a inspeção de uma alta consciência chamada em Teosofia o Logos. Como colaborador do Logos, pode ver a natureza sob o ponto de vista do Logos, e observá-la, não na qualidade de criatura, mas, por assim dizer, como seu Criador. O resultado dessa observação é que constitui a Teosofia atual."

(C. Jinarajadasa - Fundamentos de Teosofia – Ed. Pensamento, Rio de Janeiro - p.01)


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A TEOSOFIA COMO RELIGIÃO

"Se se conceber a religião como a compreensão e a adoração de Deus e como o código supremo de preceitos morais, a Teosofia pode ser considerada religião, porém sem ritos nem dogmas e sem imposição cega de crenças.

O seus ensinamentos são apresentados a título de hipótese.

A observação direta, e conhecimento mais profundo de sua vastíssima e lógica concepção de Deus, do Universo e do Homem, mostrarão a verdade de suas afirmações.

A sua doutrina, o seu espírito de máxima tolerância, fazem com que ela não seja uma religião sectária, exclusivista, combatendo as demais religiões ou impondo-se como a única depositária de todas as verdades.

Pelo contrário, ela acolhe sob sua égide todas as religiões, pois acha que cada uma possui parte da Grande Verdade, apresentada sob as formas, os ritos, os dogmas mais ao alcance da compreensão de um povo e que mais facilitem sua evolução.

A Teosofia nem mesmo quer que o indivíduo abandone sua religião, se esta o satisfaz; ela até o ajudará a compreendê-la e senti-la mais profundamente.

A Teosofia constitui um padrão moral, porque dá a esperança, para não dizer a certeza, de um futuro melhor; demonstra que tudo pertence à Vida única que preside e anima o Universo; desperta, de modo natural, o sentimento de fraternidade em seus estudantes, ao mostrar que todos são irmãos, uns mais adiantados na senda da evolução, mas todos devendo chegar à meta final; e prova racionalmente que só o Bem, o Belo e a Verdade fazem o indivíduo atingir as culminâncias da Divindade!"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 22)
www.editorateosofica.com.br/loja


domingo, 12 de janeiro de 2014

A TEOSOFIA NA CIÊNCIA

"A Teosofia, que estuda sem cessar os fatos do Universo, não é outra coisa que a continuação da ciência. Entretanto, a diferença entre uma e outra é que a Teosofia dispõe de um maior número de fatos em que se basear, e mostra também como o indivíduo pode descobrir por ele mesmo a diagonal da vida, que é a verdadeira filosofia da conduta. Os fatos da Teosofia foram recolhidos exatamente do mesmo modo como o geólogo ou o físico reúne os seus, isto é, por meio de uma faculdade de observação cuidadosamente formada, que leva à indução e à dedução, comprovados repetidamente em cada novo fato observado. A Teosofia possui a tradição de uma antiga Sabedoria cuidadosamente construída, de acordo com o método já citado, por grandes Inteligências científicas, denominadas Mestres de Sabedoria; e são justamente seus conhecimentos científicos os proclamados pela Teosofia Moderna. O ponto principal, que distingue esta ciência antiga da moderna, é a conclusão, deduzida dos fatos observados pelos antigos cientistas, de que o processo evolutivo consiste num duplo desenvolvimento de vida e forma. Cada objeto, além da forma que aparece ter, está animado de uma vida que mantém a matéria nessa forma, mas é capaz de ter uma existência independente, uma vez ocorrida a dissolução da matéria. Esta vida pode apenas aparentar as características da vida, tal como um pedaço de mineral ou pode mostrar os primeiros germes do que chamamos vida, como um fungo. Assim como a ciência nos mostra uma magnífica escada na evolução da forma, a Teosofia nos mostra que existe uma escada semelhante na evolução da vida e da consciência, que principia no átomo e atinge o Criador do Universo. Os Mestres de Sabedoria opuseram ao alcance da observação científica os mundos invisíveis, cujos limites alguns cientistas modernos estão agora começando a atingir, em várias de suas experiências."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 62/64)


sexta-feira, 1 de novembro de 2013

LEI DA CICLICIDADE

"De acordo com a Teosofia, o universo e tudo o que nela existe, seja grande ou pequeno, é cíclico. Todas as coisas têm uma fase de manifestação voltada para fora, seguida de uma fase voltada para dentro, de silêncio e escuridão, como no dia e na noite, no estado de vigília e de sono, no florescer das plantas e na germinação das sementes. O ciclo natural na senda espiritual é uma alternância entre o alimento interior fornecido pela meditação, o estudo, e a ação voltada para fora, através do serviço.

Segundo a filosofia esotérica, estamos crescendo na direção de um mundo mais nobre à medida que desabrocha a consciência humana e que desenvolvemos os nossos aspectos mais puros, mais espirituais. A partir desse ponto de vista, bem como a partir da tradicional visão científica da evolução, os seres humanos são encarados como agentes da evolução. Somos nós que criamos a sociedade e que podemos mudá-la. Isso acontece quando a nossa consciência reflete uma parcela maior das realidades existentes na Vida Una, em um nível espiritual. Damos vida àquilo que exprimimos em nossas vidas, àquilo que desejamos e pelo que trabalhamos, tanto individualmente como também em sociedade.

Para mudar a sociedade, com a finalidade de que haja mais cooperação e apoio recíproco, e que haja menos dor, fome e medo, com mais cuidados e preocupações pelo bem-estar do planeta e dos seus sistemas ecológicos, um número suficiente de pessoas terá de estar consciente dos temas importantes, trabalhando pelas melhorias. (...)"

(Shirley Nicholson - A Vivência da Espiritualidade - Ed. Teosófica, Brasília, 1996 - p. 90/91)


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS TEOSÓFICOS

"Compare as vidas não apenas das massas, mas também daquelas que são chamadas classes média e alta, com o que elas deveriam ser sob condições mais saudáveis e nobres, onde a justiça, a benevolência e o amor fossem supremos, ao invés do egoísmo, indiferença e brutalidade que hoje parecem reinar de maneira absoluta. Todas as coisas boas e más na humanidade têm suas raízes no caráter humano, e esse caráter é e tem sido condicionado pela cadeia interminável de causa e efeito. Mas esse condicionamento aplica-se ao futuro da mesma forma que ao presente e ao passado. O egoísmo, a indiferença e a brutalidade nunca poderiam ser o estado normal da raça – acreditar nisso seria perder as esperanças na humanidade – e isso nenhum teósofo pode fazer. O progresso somente pode ser alcançado pelo desenvolvimento das qualidades mais nobres. Ora, a verdadeira evolução nos ensina que, alterando o ambiente do organismo, podemos melhorar e alterar o organismo; e no sentido mais estrito isso é verdade em relação ao homem. Todo o teósofo, portanto, está comprometido a dar o melhor de si para ajudar, por todos os meios possíveis, todo esforço social sábio e bem direcionado que tenha como objetivo o melhoramento da condição dos pobres. Tais esforços devem ser feitos tendo em vista a emancipação social definitiva, assim como o desenvolvimento do senso do dever naqueles que agora, com tanta frequência, o negligenciam em quase todos os aspectos da vida."


(H. P. Blavatsky - A Chave para a Teosofia - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 205)



quinta-feira, 26 de setembro de 2013

O QUE É SER UM TEÓSOFO

"É fácil tornar-se um teósofo. Qualquer pessoa com mediana capacidade intelectual e com certa inclinação para a metafísica; que leve uma vida pura e altruísta, que encontre mais alegria em ajudar o seu próximo do que em receber ajuda para si mesmo, que esteja sempre pronta a sacrificar os seus prazeres pessoais em benefício dos outros; que ame a Verdade, a Bondade e a Sabedoria simplesmente pelo que são em si mesmas, e não pelo benefício que delas possa auferir – é um teósofo. 

Algo completamente diferente, porém, é trilhar o caminho que conduz ao conhecimento do que é bom fazer, assim como ao reto discernimento entre o bem e o mal; um caminho que também conduz um homem até aquele poder através do qual ele pode fazer o bem que deseja, muitas vezes sem precisar, aparentemente, levantar um dedo sequer."

(H. P. Blavatsky - Ocultismo Prático - Ed. Teosófica, Brasília - p.108/109)


quinta-feira, 1 de agosto de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (PARTE FINAL)

(...) Sendo como é origem e base de todas as religiões, a Teosofia não se opõe a nenhuma delas. Ao contrário, purifica-as, revelando a alta significação interior de inúmeras doutrinas, tornadas errôneas em sua forma exterior, pervertidas pela ignorância e superstição. Em cada uma destas formas a Teosofia se mostra e se afirma e procura em cada uma delas revelar sua sabedoria oculta. Para nos tornarmos um teósofo não há necessidade de deixarmos de ser cristão, ou budista ou hinduísta. Basta que o homem penetre mais profundamente no coração de sua própria fé, abraçando mais firmemente as suas verdades espirituais e analisando com um espírito mais amplo os seus ensinamentos sagrados. Depois de ter outrora dado nascimento às religiões, a Teosofia vem hoje justificá-las e defendê-las. É o bloco no qual todas foram talhadas, é como a escavação profunda da pedreira donde todas foram extraídas. Diante do tribunal da crítica moderna, ela vem justificar as mais profundas aspirações e as mais nobres emoções do coração humano. Confirma as esperanças que depositamos no homem e nos restitui, mais enobrecida, nossa fé em Deus.

A verdade desta asserção torna-se cada vez mais evidente, à medida que estudamos as diversas Escrituras sagradas do mundo e o que analisemos dentre a riqueza do material disponível basta para verificar o fato e guiar o estudante na investigação de novas provas.

As verdades espirituais fundamentais da religião podem resumir-se no seguinte:
I. Uma existência real, eterna, infinita, incognoscível;
II. Do Todo, procede o Deus manifestado, desdobrando-se de unidade em dualidade, de dualidade em trindade;
III. Da Trindade manifestada procedem inumeráveis Inteligências espirituais, guias da atividade cósmica;
IV. O homem, reflexo do Deus manifestado, se compõe, por isto, de uma trindade fundamental, sendo eterno o seu Ser interior e real, e forma uma unidade com o Ser do universo.
V. Ele evolui por encarnações repetidas para as quais é atraído pelo desejo; e das quais se liberta pelo conhecimento e sacrifício, tornando-se divino em realidade, como sempre o fora em potencialidade.

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


quarta-feira, 31 de julho de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (2ª PARTE)

(...) A segunda explicação da base comum das religiões humanas postula a existência de um ensinamento original, sob a custódia de uma Fraternidade de grandes Instrutores espirituais. Estes Mestres, frutos dos ciclos passados da evolução, tiveram por missão instruir e guiar a humanidade infantil em nosso planeta. Transmitiram às suas raças e nações, sucessivamente, as verdades fundamentais da religião, sob a forma mais adaptada às necessidades especiais daqueles que deviam recebê-las. Segundo esta opinião, os fundadores das grandes religiões são membros desta Fraternidade Una, e foram ajudados, em sua missão, por uma plêiade de outros membros menos elevados que eles, iniciados e discípulos de diversos graus, eminentes por sua intuição espiritual, por seu saber filosófico, ou pela pureza de sua sabedoria ética. Estes homens dirigiram as nações nascentes, guiando-as no caminho da civilização e dotando-as de leis; monarcas, eles as governaram; filósofos, eles as instruíram; sacerdotes, eles as guiaram. Todos os povos antigos têm reminiscências destes homens poderosos, heróis e semideuses, e a arquitetura, a literatura e a legislação desses povos antigos conservam de tais homens traços indeléveis.

Parece difícil negar a existência desses homens, diante da tradição universal, dos documentos escritos ainda existentes e dos vestígios pré-históricos, em ruínas em toda a parte, sem mencionar outras evidências que o ignorante recusaria. Os livros sagrados do Oriente são fiéis testemunhas da grandeza daqueles que os escreveram; pois quem, em dias posteriores, ou nos tempos modernos, pode mesmo aproximar-se da grandiosidade espiritual do pensamento religioso daqueles seres, do esplendor intelectual de sua filosofia, da amplitude e pureza de sua ética ? E quando percebemos o que estes livros encerram sobre Deus, o homem e o Universo, ensinamentos em substância idênticos, sob uma múltipla variedade de aparência exterior, não parece irracional relacioná-los a um único corpo fundamental de doutrina, ao qual damos o nome de Sabedoria Divina, ou sob a forma grega: Teosofia. (...)

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


terça-feira, 30 de julho de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (1ª PARTE)

O pensamento correto é imprescindível à conduta correta, a compreensão correta é imprescindível ao correto viver. E a Sabedoria Antiga – quer se nos apresente sob seu antigo nome sânscrito de Brahma Vidya, ou sob a designação moderna Teosofia, extraída do grego Theosofhia, apresenta-se ao mundo ao mesmo tempo como uma filosofia adequada e uma religião e uma ética oniabarcantes. Um devoto sincero disse certa vez que nas Escrituras Cristãs havia baixios que uma criança poderia atravessar facilmente, e abismos onde um gigante seria obrigado a nadar. O mesmo pode ser dito da Teosofia, pois alguns de seus ensinamentos são tão simples e práticos, que qualquer pessoa de inteligência mediana pode compreender e aplicar, enquanto que outros são tão elevados e profundos, que o indivíduo mais competente exaure seu intelecto na tentativa de assimilá-los, quedando-se exausto com o esforço. (...)

Há um consenso de que um levantamento cuidadoso das grandes religiões do mundo mostra que elas têm muitas ideias religiosas, morais e filosóficas em comum. Embora o fato seja universalmente admitido, a explicação do fato e controversa. Muitos alegam que as religiões vicejaram sobre o solo da ignorância humana, cultivadas pela imaginação, e que foram gradualmente elaboradas, a partir das formas grosseiras do animismo e do fetichismo: as suas analogias são atribuídas aos fenômenos universais da Natureza, imperfeitamente observados e explicados de uma maneira caprichosa. Uma corrente de pensamento dá como chave universal o culto ao Sol e aos astros; para outra, a chave, não menos universal, é o culto fálico. O medo, o desejo, a ignorância e o assombro levaram o homem primitivo a personificar os poderes da Natureza e depois os sacerdotes exploraram os seus terrores e suas esperanças, suas imaginações obscuras e suas indagações desnorteadas; e os mitos foram se transformando em escrituras e os símbolos em fatos; e como a base deles era a mesma em toda a parte a semelhança dos resultados era inevitável. Assim falam os doutores da "mitologia comparada" e, sob a avalanche de provas, as pessoas simples são levadas ao silêncio, embora não convencidas. Elas não podem negar as analogias, mas não deixam de se interrogar com uma vaga inquietação: “as mais sublimes concepções do homem, suas mais caras esperanças são apenas o produto dos sonhos do selvagem e das dubiedades da ignorância? Todos os grandes condutores da humanidade viveram, trabalharam, sofreram, e morreram na ilusão, pela simples personificação de fatos astronômicos, ou pelas obscenidades dissimuladas dos bárbaros? (...).

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga - Ed. Teosófica, Brasília - p. 11/14)


sábado, 27 de julho de 2013

TEOSOFIA E ÉTICA

"Nos estágios mais iniciais da vida moral, o altruísmo terá de ser o objetivo que colocamos diante de nós. Deveríamos esforçar-nos para aprimorar o serviço prestado aos outros. Porém o altruísmo é mais um estágio de progresso do que um objetivo. Enquanto o serviço é realizado conscientemente na qualidade de serviço a outros que estão separados do nosso próprio eu, nossa ética ainda não estará completa; haverá alguma falta de espiritualidade em nossa alma.

Existe um belo poema persa no qual o amante, procurando a sua bem-amada, encontra fechada a porta do seu quarto. Ele bate, implorando ser admitido. Do quarto fechado ouve-se uma voz perguntando: ‘Quem pede ingresso?’ Acreditando em seu amor como a melhor justificativa para entrar, ele responde: ‘É o teu bem-amado que bate.’ Mas houve silêncio no quarto, e a porta permaneceu fechada.

"Ele foi pelo mundo afora e aprendeu lições mais profundas da vida e do amor. Retomando mais uma vez à porta fechada, ele ali bateu e pediu ingresso. Novamente ouviu-se uma voz: ‘Quem bate?’ Mas a resposta desta feita não mais foi ‘o teu bem-amado’. ‘És tu quem bate,’ ele disse. A porta abriu-se, e ele a atravessou.

Todo o verdadeiro amor tem a sua raiz na unidade, onde ele não é dois, porém um. Assim, na ética mais elevada, esta é a verdadeira característica que devemos atingir. Para aquele a quem amamos não existe algo como o serviço considerado altruísta, porque a alegria mais profunda e o prazer mais elevado surgem no serviço ao melhor eu de cada um. À medida que crescemos na vida espiritual e compreendemos a verdadeira unidade da humanidade, verificamos ser a própria humanidade aquela a quem mais amamos. Servimos ao nosso Eu Superior ao servi-la. E assim retornamos àquilo do qual nos originamos, ao Invisível, ao Uno e ao todo.

O altruísmo, glorioso como possa ser nos estágios inferiores de moralidade, perde-se na Unidade Suprema da alma humana, na indivisibilidade absoluta do Espírito. Enquanto ainda estamos conscientemente separados, o altruísmo pode ser considerado como a Lei da vida, baseada em nossa origem comum no Divino. Compartilhamos do treinamento comum na peregrinação que terá de ser cumprida em cada alma, experiência comum no aprendizado de cada lição, adquirindo todo o conhecimento, compartilhando as diferentes possibilidades da sorte humana e construindo um caráter sublime da matéria comum. O nosso destino é um: a perfeição de uma humanidade divina que é una na origem e una no treinamento. Que valor terá a separação de uma pessoa da outra, a construção de muros divisórios entre irmãos e irmãs?"

(Annie Besant - A Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília - p. 109/110).
www.editorateosofica.com.br/loja


sábado, 13 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (PARTE FINAL)

"(...) Os animais domésticos que vivem em nosso lar não são criaturas tão insignificantes, como as pessoas geralmente acham. A Vida Divina, que se encontra no homem, está igualmente no animal, mas nele se encontra num estado mais primitivo e, por conseguinte, menos evoluída. Esta vida deve acelerar o seu desenvolvimento pelo contato com o homem. 

O dever do homem para com seus animais domésticos é o de suavizar a sua natureza selvagem e implantar neles os atributos humanos do pensamento, do afeto e da dedicação. Portanto, enquanto o animal nos dá sua força, trabalhando para nós, devemos usar essa força com a finalidade de humanizá-lo, porque há de chegar o dia em que conseguirá ser um homem. Ao treinarmos um cão para desenvolver sua inteligência, não devemos fazê-lo de modo a reforçar seus instintos animais, como quando treinamos nossos cães para a caça. Um gato doméstico pode ser "um bom caçador de ratos", mas não foi por essa razão que Deus o guiou para a família onde vive. Quando treinamos cavalos, não deveríamos procurar apenas desenvolver a velocidade para participarem de corridas; os serviços que eles nos prestam deveriam ser recompensados, pela tentativa de desenvolver neles as qualidades que contribuirão mais para sua evolução em direção à humanidade do que a velocidade.

O princípio geral referente a nossas relações com os animais domésticos é que eles foram realmente enviados para junto de nós a fim de que, na medida do possível, os seus atributos animais de selvageria fossem substituídos por atributos humanos, porque o que hoje é um animal, algum dia será um homem, assim como no futuro o homem de hoje tornar-se-á um Deus. Aquele que contribui para que a Vida Divina progrida mais rapidamente pelo caminho ascendente, esse ajuda, com maior eficiência, a sua própria evolução."

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 22/23)


sexta-feira, 12 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (5ª PARTE)

"(...) Quando alguém compreende que esse elevado objetivo espiritual existe na vida familiar, as responsabilidades e os privilégios que essa vida nos concede aparecem-nos debaixo de uma nova luz, porque através dos pequenos deveres do lar vislumbramos a luz da Eternidade. O nascimento de crianças ou a sua morte, as preocupações e os cuidados que são necessários para criá-los e educá-los, as satisfações e as dores que eles nos proporcionam, são outras tantas experiências que nos conduzem à grande Descoberta. O lar não é somente um ponto de reunião em que os viajantes se encontram, vivem juntos durante alguns anos e separam-se em seguida para sempre. Podemos comparar melhor o lar com um teatro ou com uma sala de concertos, onde se ensaia um drama ou uma sinfonia, para que todos os indivíduos aprendam a executar seu papel com dignidade e beleza, para a alegria dos homens e de Deus. 

No lar há também diferença na relação entre o patrão e o empregado. Geralmente quando existe essa relação, o empregado é menos instruído do que o patrão; ele, por conseguinte, aparece na família para que possa ser ajudado a crescer por uma pessoa mais velha. Podemos contratar um empregado, mas a sua vinda até nós não é por acaso; podemos pagar-lhe um salário, mas nosso "vínculo kármico" não cessa com o dinheiro que lhe damos. O criado é uma alma irmã do patrão; ele geralmente é o irmão mais moço, mas o contrato financeiro entre eles nunca pode tornar menos real o importante fato de que são irmãos.

Os empregados vêm até nós para que lhes mostremos um ideal de vida mais elevado do que aquele que eles normalmente teriam percebido se não tivessem tido contato com seus tutores. A limpeza, o espírito metódico, a conscientização, a generosidade, a cortesia, as boas maneiras e a cultura são exemplos de comportamento que o dono da casa deve colocar diante dos olhos de seu irmão menor, o empregado. Mas ao apresentar-lhe nosso exemplo, não podemos exigir que atinja o mesmo padrão de comportamento, por se tratar de nosso irmão mais moço. É nossa obrigação de patrões, sermos pacientes e compreensivos, enquanto procurarmos despertar o melhor do potencial de nossos criados, através de um espírito de cooperação voluntária. Um indivíduo, na sua situação de servidor, pode assimilar muitas virtudes que numa futura encarnação, em que suas possibilidades serão maiores, deverão capacitá-lo para executar atos nobres; ao passo que o patrão de hoje, se não tiver ainda adquirido essas virtudes, terá que voltar à Terra como empregado para aprendê-las. 
Quem sofreu como escravo poderá voltar como príncipe,
Por suas gentis virtudes e méritos adquiridos;
Quem mandou como Rei, pode errar pelo mundo andrajoso,
Por suas indignas ações e deveres não cumpridos. (...)"
(C. Jinarajadasa - Teoosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/22)


quinta-feira, 11 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (4ª PARTE)

"(...) Quando os pais e os professores compreenderem que todas as experiências de vida não devem ser condensadas no curto espaço de tempo de uma única existência; que a alma tem diante de si uma eternidade de crescimento; que ela tem o direito de fazer suas próprias experiências em sua existência, desde que não obstrua o desenvolvimento dos demais; que cada ser é individualmente responsável pelo mal ou bem que fizer; que os outros são responsáveis por ele, apenas pelo fato de serem seus irmãos e semelhantes; então teremos uma visão mais clara sobre este tema da educação e bem-estar da criança, e não haverá dificuldade para se estabelecerem métodos de disciplina infantil que dominem sua natureza animal sem prejudicar em nada sua natureza superior como alma. 

Se estudarmos à luz da Teosofia as relações dentro da família, como entre marido e mulher, veremos que a Teosofia afirma que ambos têm responsabilidades e direitos iguais. O que os uniu nessa relação familiar foi uma série de deveres e direitos que se denomina Lei do Karma ou Lei de Ação e Reação. Não é a primeira vez que se encontram nessa longa existência; já se encontraram anteriormente em numerosas ocasiões e produziram karma entre elas e com as outras almas com as quais devem tornar a viver, quer como filhos ou como outro qualquer membro da família. É pois o karma engendrado entre elas e aqueles que os cercam no lar, que junta duas almas neste mundo como marido e mulher. 

Muitas vezes este karma traz consigo o florescimento de afetos e simpatias e, neste caso, teremos o matrimônio ideal. Todavia pode também acontecer, que após a aproximação de duas pessoas, o karma existente entre elas produza sofrimento. Nas duas situações, o Plano Divino é que estas duas pessoas venham a se conhecer em suas respectivas naturezas Divinas e possam descobrir qual é a sua obra comum, obra que faz parte do trabalho Divino. As almas podem descobrir-se umas as outras por meio do amor, mas nos casos em que não queiram aplicar o amor, as forças da vida agirão de maneira que possam descobrir-se por meio do ódio; porque o ódio, que no princípio repele, acaba por atrair no fim. Há homens e mulheres que descobrem esses mistérios da vida fora da relação matrimonial, mas esta relação foi planejada como uma das maneiras de alcançar essa revelação, essa descoberta. Nenhuma outra relação nos proporciona maiores oportunidades do que esta para se descobrir o eu dos outros, como também para descobrirmos o nosso próprio eu; e o homem ou a mulher que aproveita estas oportunidades, quando o karma se apresenta, cresce em espiritualidade e aproxima-se mais da descoberta de Deus e de toda a Humanidade. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 17/19)


segunda-feira, 8 de julho de 2013

A TEOSOFIA NO LAR (1ª PARTE)

"O que é a família à luz das verdades teosóficas? A família é um ponto de encontro de almas, com o objetivo de se ajudarem reciprocamente no caminho da perfeição. Nenhum indivíduo chega a uma família, simplesmente, por acaso. Os mais velhos e os mais jovens, os donos da casa e os seus auxiliares, os hóspedes e até os próprios animais domésticos encontram-se reunidos numa família, porque cada um desses seres deve ajudar os demais e necessita, por sua vez, do auxílio deles. No Plano Divino, nada existe que se pareça com o que denominamos sorte; todos os indivíduos de uma família fazem parte dela, por um longo ou curto período, porque podem cooperar para o bem-estar dos demais membros. Cada um tem um papel definido na família, e o desenvolvimento de sua alma está condicionado à maneira como desempenhar esta missão, utilizando o máximo de sua capacidade. O lar é um lugar de crescimento e o lar ideal é aquele em que as condições são tais que permitam aos que nele habitam atingir sua perfeição, o mais rapidamente possível.

No lar existem vários aspectos da vida e cada um deles é afetado pelos princípios teosóficos. O que pode dizer a Teosofia, com referência às relações que existem entre os pais e os filhos, entre o marido e a mulher, entre o dono da casa e os empregados, entre o anfitrião e o hóspede?

Analisemos, em primeiro lugar, a relação entre pais e filhos. A criança possui uma dupla natureza: em primeiro lugar, como uma alma e, em segundo, como um corpo. Os pais proporcionam somente o corpo; a alma da criança vive sua vida independentemente e toma posse desse corpo somente porque espera evoluir através dele. É apenas em relação ao corpo da criança que os pais são os mais velhos; mas, como alma, ela é igual a seus pais, e, em muitas ocasiões, mais preparada, mais evoluída, mais sábia que eles. Portanto, a criança não pertence a seus pais; eles são apenas os guardiões de seu corpo, enquanto a alma não puder dirigi-lo plenamente durante a infância e a adolescência.

As palavras "meu filho" não lhes dão direito algum sobre o destino da criança, mas apenas o privilégio de colaborar na evolução de uma alma irmã. À medida que os pais evoluem, aprendendo a auxiliar os seus semelhantes, uma alma irmã lhes é enviada como filho.

Durante o tempo da infância, o dever dos pais é ajudar a alma da criança a dominar plenamente o seu corpo e capacitá-la assim a cumprir sua missão. Essa alma traz muitas experiências de vidas passadas e ela está se preparando para um grande trabalho no futuro distante. Ela nasce numa determinada família, porque esse ambiente é ao mesmo tempo o que ela merece e o que vai lhe proporcionar as experiências necessárias a seu desenvolvimento. O dever dos pais é ajudar a criança a adquirir essas experiências. (...)"

(C. Jinarajadasa - Teosofia Prática - Ed. Teosófica, Brasília - p. 11/13