OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 31 de maio de 2017

A BELEZA NASCE DA SERENIDADE DA SUA PRESENÇA

"A presença é necessária para tomarmos consciência da beleza, da majestade, do aspecto sagrado da natureza. Você alguma vez contemplou o espaço infinito em uma noite clara, estarrecido por sua calma absoluta e incrível vastião? Já escutou, de verdade, o som de um riacho numa montanha na floresta? Ou o som de um melro ao entardecer de um tranquilo dia de verão?

Para perceber tudo isso a mente tem que estar serena. Você tem que se despojar por um momento da sua bagagem pessoal de problemas, do passado e do futuro, e também do seu conhecimento. Do contrário, você olhará mas não verá, ouvirá mas não escutará. Estar totalmente presente é fundamental.

EXISTE ALGO MAIS sob a beleza das formas externas. Algo que não pode ser nomeado, que é inefável, uma essência profunda, interna e sagrada. Onde quer que exista a beleza, essa essência interior brilhará de alguma forma. Ela só se revela quando estamos presentes. 

Será possível que essa essência sem nome e a sua presença sejam coisas idênticas e uma coisa só?

Será que a essência estaria lá sem a sua presença? Vá fundo nisso. Descubra por si mesmo."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro, 2016 - p. 55/56


terça-feira, 30 de maio de 2017

DESCUBRA O PROPÓSITO DE SUA EXISTÊNCIA USANDO A INTUIÇÃO

"Se usar a intuição, você conhecerá o verdadeiro propósito de sua existência neste mundo, e quando descobrir isso, encontrará a felicidade. A Terra é um palco e Deus é o Diretor de Cena. Se todos insistissem em ser reis e rainhas, o desenrolar do drama seria impossível. Além da realeza, o servo e o herói também precisam desempenhar bem seus papéis, para o êxito da peça. Vilões são os que perturbam o drama justo do Senhor. Os que escolhem tais papéis têm de pagar caro por seu flagrante desrespeito à direção divina. Independentemente da posição material ou da riqueza que a pessoa tenha, não se pode dizer que ela é bem-sucedida se isso for conseguido por meios escusos. A verdadeira felicidade só é possível quando desempenhamos nosso papel com correção; jamais de outra maneira. Quem faz o papel de milionário e quem faz o papel de pequeno comerciante - ambos são iguais perante Deus. No dia final, Deus despe todas as pessoas de suas posses e títulos. O que sua alma adquiriu é tudo o que você pode levar consigo. 

Os grandes mestres como Jesus conhecem a verdade por causa do seu poder intuitivo. Percebem as coisas não só com os olhos e com a mente, mas também com a intuição, que é tão desenvolvida que eles conhecem tudo. Jesus, que viveu uma vida muito pura, sabia que seria traído e crucificado. Mas ele também sabia que em última instância estaria nos braços do Deus imortal. Assim, somos todos filhos de Deus, aqui enviados para desempenhar um papel. O que interessa a Deus não é o papel em si, mas o nosso desempenho. Não desanime nunca se tiver recebido um papel difícil. Quando você terminar de representá-lo, será recebido como filho de Deus. Mas enquanto não terminar, você não será totalmente livre."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a Autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 111)


segunda-feira, 29 de maio de 2017

O AMOR UNIVERSAL

"O amor é abordado pelas grandes tradições religiosas do mundo. São sublimes os comentários de São Paulo sobre o amor, na Bíblia: 'Ainda que eu falasse línguas, a dos homens e a dos anjos, se eu não tivesse amor, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine (...) Ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu nada seria.'

Paulo comentou a fala, que é um poder. As palavras são extraordinariamente potentes e suas vibrações possuem efeito muito maior do que podemos imaginar. Muitas palavras são ditas descuidadamente porque vêm de uma consciência caracterizada pelo egoísmo. De nossa parte, sem uma conexão fundamental com toda a vida, elas talvez não queiram dizer muita coisa. Até que o amor universal crie raízes em nós e comece a crescer, seremos incapazes de expressar nossa humanidade mais plenamente.

Talvez seja interessante dizer que geralmente só conhecemos uma versão limitada do amor. Podemos sentir uma afeição profunda por outra pessoa, mas o que chamamos de amor pode ainda ter em si uma mancha de egoísmo.

O relacionamento encontra sua mais elevada expressão quando existe amor genuíno. Uma máxima encontrada em várias tradições religiosas apresenta o princípio fundamental do correto relacionamento: tratar os outros exatamente como gostaríamos que nos tratassem. Essa é conhecida como 'a regra de ouro'.

É inevitável que a humanidade desenvolva um relacionamento autêntico e significativo com o espírito. Muitas pessoas sentem esse relacionamento, quer pertençam ou não a uma tradição religiosa. Os santos e sábios, ao longo da história, e alguns indivíduos inspirados dessa era, dão testemunho quanto à nobreza do espírito humano. Dentro de nós há renovação, se ousarmos olhar para nós próprios inteligentemente, e se ousarmos aquietar-nos, o que muitas pessoas têm medo de fazer. Com a renovação surge uma ética natural que se derrama em nossas atividades e relacionamentos. No relacionamento significativo há renovação. A renovação de uma massa crítica da humanidade, refletida no correto relacionamento, pode agir como uma parteira que algum dia auxiliará o parto de um renascimento espiritual na sociedade."

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 35
www.revistasophia.com.br

domingo, 28 de maio de 2017

A AUTÊNTICA ESPIRITUALIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Podemos também abordar o tema da espiritualidade considerando a polaridade fundamental da vida, que se encontra nos ensinamentos da sabedoria e é Purusha-Prakriti, ou espírito-matéria. Não estamos divididos em espírito e matéria, mas somos espírito-matéria unidos. O polo espiritual de nossa natureza revela-se gradualmente à medida que evoluímos, como uma flor que se abre. 

Entramos agora no reino da renovação. O apóstolo Paulo disse:'Não permiti que o presente empurre-vos para dentro de seu molde. Em vez disso, transformai-vos pela renovação de vossas mentes.' Ele aludia àquela renovação mental que nasce naturalmente quando nosso condicionamento é posto de lado. Uma renovação assim não pode surgir quando a mente está cheia de coisas terrenas; ocorre quando entramos na quietude não terrena. Quando silenciamos, mesmo por um curto espaço de tempo, os espaços dentro dos recessos mais elevados de nossa mente revelam-se inevitavelmente.

Associada a isso há a perda do senso do espaço físico, um tipo de leveza. Os espaços internos de nossa consciência são desatravancados e demonstram grande vitalidade. Estando mais próximos do polo espiritual de nossa natureza, eles contêm uma energia que consegue filtrar-se através de toda a nossa consciência do dia a dia, ajudando a expressar o que há de melhor em nós, da latência à potência. Os momentos de silêncio mental podem trazer clareza e liberação de energia, ajudando-nos a navegar mais facilmente através da vida, assim como de súbito o relâmpago clareia o céu escuro."

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 34/35)


sábado, 27 de maio de 2017

A AUTÊNTICA ESPIRITUALIDADE (3ª PARTE)

"(...) Quando existe uma perspectiva mais ampla e a vida é vista 'de cima', a visão muda completamente. Num avião, as coisas na Terra começam a surgir juntas, de modo que há cada vez mais conexão. Um quadro maior toma forma e precedência sobre as coisas pequenas. Um véu (uma visão limitada) é retirado e as coisas ficam às claras. 

Quando a perspectiva de nossa consciência é alterada, certas coisas que anteriormente pareciam necessárias tornam-se 'pequenas', porque são vistas em seu lugar próprio. Por exemplo, a competição, a agressão ou o acúmulo de coisas materiais podem começar a diminuir. Ocorre um novo modo de ver que é ao mesmo tempo simples e profundo. 

J. J. van der Leeuw continua: 'A simplicidade da vida real consegue verdadeiramente administrar apenas uma fração dos múltiplos estorvos e complexidades da vida moderna. (...) Não conseguimos organizar nossas vidas sabiamente a não ser que saibamos o significado da vida; continuaremos apenas a buscar riquezas onde elas não existem, a despender nossas energias onde elas só causam malefícios, esquecendo todo o tempo a sabedoria da expressão de Ruskin: 'Não há riqueza senão a vida'.'

Isso sugere que a 'verdadeira vida', experienciada por uma consciência mais elevada, é em si mesma animada pela simplicidade, o que contrasta diretamente com a complexa existência mundana de tanta gente. Será que esquecemos o que é simplicidade? Pode-se gastar muita energia com coisas que no final das contas não são tão importantes. Na genuína vida espiritual as ações tornam-se mais restritas. Mas, paradoxalmente, a vida interna da pessoa torna-se mais profunda e muito mais rica. Uma vida de 'ocupação' torna-se uma vida de plenitude. (...)"

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 33/34)


sexta-feira, 26 de maio de 2017

A AUTÊNTICA ESPIRITUALIDADE (2ª PARTE)

"(...) O desabrochar da espiritualidade requer atenção sustentada; ela não se manifesta rapidamente. É um empreendimento do tipo 'faça-você-mesmo', e não nos pode ser conferido por outra pessoa.

Quando o conhecimento é acompanhado por um sentimento da natureza interna da vida e uma vontade genuína de se autoexaminar, a espiritualidade emerge. O antigo aforismo grego 'conhece-te a ti mesmo', inscrito no frontispício do Templo de Apolo, em Delfos, é uma mensagem perene de sabedoria para a humanidade, e não algo específico de uma era ou de uma cultura.

A espiritualidade requer inteligência atenta, temperada com discernimento. Em algum estágio durante nossa jornada começamos a fazer grandes questionamentos a respeito da vida, com tanta certeza como a noite segue-se ao dia. Podemos começar a questionar os ensinamentos que cruzam nosso caminho e até mesmo buscar as assim chamadas autoridades espirituais para virem em nosso auxílio, ajudar a conhecer nosso lugar no cosmo. Durante esse processo há um natural crescimento do caráter e da força interior.

Espiritualidade significa a ativação de nossas mais elevadas qualidades, que emergem de dentro para fora. Entre essas qualidades estão a humildade e as mais nobres nuances do amor. São qualidades essencialmente abnegadas e altruístas. Não estão centradas no indivíduo, e sim no outro.

A espiritualidade torna-se cada vez mais proeminente quando descobrimos o significado da vida. Pois, sem significado, a vida permanece medíocre e até mesmo árida. A energia está focada tão somente em coisas materiais e um falso grau de importância pode ser atribuído às buscas do dia a dia. No livro The Conquest of Illusion, J. J. van der Leeuw escreveu: 'Quando compreendemos o eterno significado da vida podemos ver quanto coisa existe que é supérflua e até mesmo danosa; podemos ver quanta coisa existe que pode ser dispensada e deve ser eliminada, mas ao mesmo tempo podemos ver quanta coisa falta, o quanto precisamos.' (...)"

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 33)


quinta-feira, 25 de maio de 2017

A AUTÊNTICA ESPIRITUALIDADE (1ª PARTE)

"O que é espiritualidade? O termo tende a ser usado livremente e muitas vezes tem algo de vago. Aliás, poderia ser útil começar fazendo uma consideração sobre o que a espiritualidade não é. Primeiro, não é sinônimo de psiquismo. Hoje em dia  são oferecidas muitas buscas aparentemente espirituais, prometendo coisas maravilhosas. Essas coisas podem puxar as pessoas em muitas direções ao mesmo tempo, mas não satisfazem nossos anseios mais profundos. É provável que as fraquezas de um indivíduo que prematuramente obtém certos poderes psíquicos aumentem em tal situação, levando talvez a um senso inflado de autoimportância, à ilusão de que a pessoa é extraordinariamente especial, com mensagens de grande significação para o mundo.

Um indivíduo assim pode - ou não - ser ético. Em muitos casos, sem verdadeira preparação moral, o desenvolvimento deliberado de poderes psíquicos pode ser inútil. É mais sábio deixar que tais habilidades desabrochem naturalmente no decorrer da evolução, em vez de serem artificialmente aceleradas.

Em segundo lugar, espiritualidade não é algo que pode ser produzido rapidamente, nem pode ser conferida por outro. Em terceiro, a espiritualidade não surge automaticamente só porque a pessoa torna-se culta em questões religiosas; não é algo superficial, resultado da busca egoísta do saber.

Sendo assim, o que é espiritualidade? Primeiro, a espiritualidade autêntica transcende o reino psíquico. É um desejo profundo, genuíno, de se conectar conscientemente com o divino. Quando a espiritualidade é genuína há uma firme convicção da mais profunda sacralidade no interior de toda vida, que se expressa naturalmente num viver ético. No livro The Nature of Nature, Klaus Klostermaier cita o famoso cientista Konrad Lorenz, que via o maior perigo para a humanidade 'não na ameaça nuclear ou na crise ecológica, mas na progressiva decadência e desintegração da ética e da moralidade. (...)"

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 32/33)


quarta-feira, 24 de maio de 2017

A RENOVAÇÃO DA SOCIEDADE

"Viajamos à lua, descobrimos evidência de água em Marte, escalamos o Monte Everest e, no fundo dos oceanos, descobrimos formas de vida desconhecidas. Mas há uma outra busca que é a aventura última do ser humano. As questões que caracterizam essa busca transcendem o mundo físico, podem confundir a ciência moderna e não podem ser respondidas por meio de medições físicas, câmaras sofisticadas ou qualquer tecnologia moderna.

O professor Kurt Dressler definiu essa procura como 'a busca fundamental do ser humano por sua essência e o fim de nossa enigmática existência num mundo multifacetado'. Ela pode nos levar à religião, à filosofia ou à ciência. Mas no fim é também uma busca de nossa natureza mais profunda, refletida cada vez mais em nossa espiritualidade emergente. 

O que é uma sociedade? Falando simplesmente, é uma comunidade, um grupo de pessoas. Quando consideramos a sociedade humana podemos reduzi-la da complexidade de muitas instituições e elementos culturais aos seus alicereces essenciais, isto é, aos 6,8 bilhões de pessoas no planeta. O filósofo J. Krishnamurti descreveu a sociedade fundamentalmente como relacionamento: 'Os seres humanos em todo o mundo tentaram criar uma sociedade justa, exterior. Mas a sociedade é nosso relacionamento mútuo.'

Com relação a isso um jornalista da BBC fez um resumo oportuno do século 21, escrevendo que o maior impacto desta década, que estabeleceu o tom e definiu a era, veio de 'você'. Segundo ele, a revista Time acertou quando, em 2006, transformou 'você' na personalidade do ano, colocando um espelho na capa. 'Você', escreveu o jornalista, lutou de maneira crescente contra as instituições que supostamente lhe deveriam representar ou agir em seu interesse. Você perdeu a fé nos bancos, nos políticos e nas companhias que colocaram alimento em sua mesa.' E quando você pode fazer algo a respeito na internet, comentou ele, você floresce. O maior conflito na década que passou, segundo ele, foi entre você e suas expectativas. Em outras palavras, ele vê esta década como de autointeresse, autoexpressão e conflito nos relacionamentos - nesse caso, entre o indivíduo e as instituições sociais. Poderíamos acrescentar que o autointeresse parece ser uma característica mais ou menos perene da humanidade.

Os relacionamentos assumem várias formas. Não apenas nos movemos para o exterior rumo aos outros, como a polaridade da vida também determina que, no tempo devido, devemos nos mover para o interior, através dos campos da nossa consciência, rumo à transcendente fonte da seidade, que Helena Blavatsky chamou de realidade última. Durante milênios, usando meios destrutivos, a humanidade perdeu a inocência; talvez agora se tenha tornado sofisticada demais para seu próprio benefício. Para muitos, no entanto, um relacionamento florescente com o espiritual ajuda a trazer uma perspectiva de vida mais equilibrada."

(Linda Oliveira - A renovação da sociedade - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 30)


terça-feira, 23 de maio de 2017

LEVAR A VIDA A SÉRIO (PARTE FINAL)

"(...) Infelizmente, só uns poucos de nós fazem isso. Talvez agora devemos perguntar a nós mesmos: 'O que de fato consegui realizar na vida?' Com isso quero perguntar: o que de fato compreendemos sobre vida e morte? Fui inspirado pelos relatos obtidos nos estudos sobre a experiência de quase morte, como os dos livros do meu amigo Kenneth Ring e outros. Um número surpreendente de pessoas que sobrevivem a um acidente quase fatal ou a uma experiência de quase morte relata uma 'retrospectiva panorâmica da vida'. Com vividez e acuidade extraordinárias eles revivem os eventos de suas vidas. Às vezes vivem até os efeitos que suas ações tiveram sobre outros, e experienciam as emoções que seus atos provocaram. Um homem chegou a dizer a Kenneth Ring:

Percebi que há coisas que cada pessoa foi enviada à terra para realizar e aprender. Por exemplo, partilhar mais amor, ser mais amorosa com os outros. Descobrir que o mais importante é o relacionamento humano e o amor, e não as coisas da matéria. E entender que cada pequena coisa que se faz na vida é registrada, e mesmo que você passe por ela sem pensar na ocasião, ela sempre vem à tona mais tarde.`

Às vezes a retrospectiva de vida ocorre na companhia de uma presença gloriosa, 'um ser de luz'. O que se destaca em vários testemunhos é que o encontro com esse 'ser' revela que a única finalidade verdadeiramente séria da vida é 'aprender a amar outras pessoas e adquirir conhecimento'.

Conta a pessoa de que fala Raymond Moody: 'Quando a luz apareceu, a primeira coisa que me disse foi: 'Que fez você para mostrar-me que está quites com sua vida?', ou alguma coisa nesse sentido... E sempre assim expressando a importância do amor... Mostrou-se muito interessado também nas coisas relativas ao conhecimento...' Outro contou a Kenneth Ring: 'Alguém me perguntou - mas sem palavras, porque havia uma comunicação mental direta e instantânea - 'Que fez em benefício ou em auxílio da espécie humana?'

O que quer que tenhamos feito de nossas vidas nos faz quem somos quando morremos. E tudo, absolutamente tudo, conta."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 44/45


segunda-feira, 22 de maio de 2017

LEVAR A VIDA A SÉRIO (1ª PARTE)

"Talvez somente aqueles que compreendem como a vida é frágil saibam o quanto ela é preciosa. Uma vez fiz parte de uma conferência na Inglaterra em que os participantes eram entrevistados pela BBC. Ao mesmo tempo eles falavam para uma mulher que estava de fato morrendo. Ela estava perturbada pelo medo, porque nunca em sua vida pensara seriamente que a morte era uma realidade. Agora sabia. E tinha só um conselho para aqueles que iam seguir vivendo: levar a vida e a morte muito a sério.

Levar a vida a sério não quer dizer passar a vida inteira meditando, como se vivêssemos nas montanhas do Himalaia ou nos velhos dias no Tibete. No mundo moderno temos que trabalhar e ganhar nosso pão, mas não nos devemos enredar em uma existência das-oito-às-seis onde vivemos sem noção do significado mais profundo da vida. Nossa tarefa é chegar a um equilíbrio, encontrar um caminho do meio, aprender a não nos estendermos além do possível em atividades e preocupações irrelevantes, e simplificar mais e mais nossas vidas. A chave para encontrar um equilíbrio feliz na vida moderna é a simplicidade.

No budismo isso é o que realmente significa disciplina. Em tibetano, o termo para disciplina é tsul trim. Tsul significa 'apropriado ou justo', e trim quer dizer 'regra' ou 'caminho'. Assim, a disciplina é fazer o que é apropriado ou justo, isto é, em uma época excessivamente complexa, simplificar nossas vidas.

A paz de espírito surgirá daí. Haverá mais tempo para tratar das coisas do espírito e do conhecimento que só a verdade espiritual pode trazer, e que podem ajudar a enfrentar a morte. (...)"


(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 44


domingo, 21 de maio de 2017

A MEMÓRIA NEGA O AMOR

"É possível amar sem pensamento? O que você entende por pensamento? O pensamento é uma resposta às lembranças de sofrimento ou prazer. Não há pensamento sem o resíduo deixado pela experiência incompleta. O amor é diferente da emoção e do feeling. O amor não pode ser colocado no campo do pensamento; enquanto o felling e a emoção podem. O amor é uma chama sem fumaça, sempre fresco, criativo, alegre. Esse amor é perigoso para a sociedade, para o relacionamento. Então, o pensamento entra nele, o modifica, guia, legaliza e o coloca fora de perigo; desse modo, é possível viver com ele. Você não sabe que, ao amar alguém, ama toda a humanidade? Você não sabe que, é perigoso amar o homem? Não há barreira, não há nacionalidade; não há anseio por poder e posição, e as coisas assumem seus valores. Um homem assim é um perigo para a sociedade. 

Para o indivíduo de amor, o processo da memória deve ter um fim. A memória só aparece quando a experiência não é completamente entendida. A memória é apenas o resíduo da experiência, é o resultado de um desafio que não é totalmente compreendido. A vida é um processo de desafio  e reação. O desafio é sempre novo, mas a reação é sempre velha. Essa reação, que é condicionamento, resultado do passado, deve ser entendida, e não disciplinada ou condenada. Deve viver cada dia de maneira nova, integralmente. Esse viver completo só é possível quando há amor, quando seu coração está repleto, mas não de palavras nem com as coisas criadas pela mente. Só onde há amor a memória cessa; e, então, cada movimento é um renascimento."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 157)


sábado, 20 de maio de 2017

COMPARTILHE SUA FELICIDADES COM OS SEMELHANTES

"Seu desejo de ser feliz deve incluir a felicidade dos outros.

Quando servimos ao próximo, servimos a nós mesmos. Não pense: 'Ajudarei os outros', mas: 'Ajudarei meu próprio mundo porque de outra maneira não serei feliz'.

A lei da existência foi promulgada para nos ensinar a conviver harmoniosamente com a Natureza objetiva e com a nossa verdadeira natureza interior.

Se você tocar com os dedos uma chapa quente, eles se queimarão. A dor será uma advertência, que a Natureza ali colocou para protegê-lo de ferimentos no corpo.

Se tratar os outros sem bondade, assim será tratado tanto por eles quanto pela vida. Seu próprio coração, além disso, ficará murcho e ressequido. Desse modo a Natureza adverte os homens de que, pela maldade, eles rompem a harmonia com o Eu interior.

Conhecendo a lei e respeitando-a, as pessoas gozam de duradoura felicidade, boa saúde, e perfeita harmonia consigo mesmas e com a vida como um todo.

Há alguns anos eu tinha um belo instrumento musical, um esraj da Índia. Gostava de tocar nele música religiosa. Mas, um dia, um visitante deu mostras de apreciá-lo muito. Sem hesitar, dei-lhe o instrumento de presente. Tempos depois alguém me perguntou: 'Você não ficou nem um pouquinho triste?' 'Nem por um instante sequer!', respondi. Compartilhar com outros a própria felicidade é um modo de ser ainda mais feliz."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como ser feliz o tempo todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 71/72
www.editorapensamento.com.br

sexta-feira, 19 de maio de 2017

AUTOTERAPIA

"Você quer ter saúde?

Pois bem: evite espetáculos degradantes.

Evite tomar tóxicos (drogas, álcool, cigarros).

Evite pensamentos e emoções impuras e perturbadoras.

Evite alimentos errados (impuros, excitantes, inapropriados...)

Evite fazer, desejar e dizer maldades contra os outros.

Evite excesso de trabalho ou de preguiça.

Conserve o corpo, a mente e as emoções em 'astral muito alto' - todo o tempo.

Que meus pensamentos, sentimentos e emoções estejam sempre em sintonia com a Beleza Infinita que Tu És."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 84)


quinta-feira, 18 de maio de 2017

AMAR É CONHECER (PARTE FINAL)

"(...) No Oriente diz-se, tradicionalmente, que os cinco principais inimigos internos são o desejo, a ira (que inclui irritação e frustração), a ganância, o orgulho e o ciúme (ou inveja). Cada uma dessas palavras pode incluir muitas outras similares. E, se olharmos para elas, descobriremos que todas estão baseadas no pensamento.

Desejo é pensamento. Não existe desejo quando se experimenta algo que é agradável. O pensamento chega pouco depois, quando lembramos a sensação do sabor de um doce e dizemos para nós mesmos: 'Quero experimentar novamente.' Esse processo prossegue indefinidamene. Segundo Krishnamurti, dizer 'eu quero' é tempo. Tempo, pensamento, desejo: ficamos presos nisso, porque quando há uma sensação agradável a mente se agarra à memória da sensação.

Segundo Colin Tudge, os políticos falam que a competição é uma coisa boa, porque é natural. Isso está de acordo com o quadro mental de Darwin. Mas Ida, a fóssil quase primata, sugere que todas as criaturas surgem de uma origem comum e são aparentadas. Algumas pessoas acham  essa ideia desagradável. Alguns religiosos consideram-na uma blasfêmia. Mas São Francisco falou dos animais e das plantas como sendo seus irmãos. Tudge afirmou que todas as criaturas vivas são aparentadas. Se admitíssemos que os seres de que não fazemos caso são nossos parentes, nós os trataríamos de maneira diferente. Isso seria bom para todos. Mas os humanos gostam de pensar que são especiais.

A ideia defendida por Tudge não é nova, porque do ponto de vista da milenar filosofia Advaita, toda a vida que conhecemos deriva da mesma fonte, da verdade invisível, eternamente real. A Teosofia, ou sabedoria divina, baseia-se  nesses valores e nos leva a compreender essa verdade em nossas vidas. Quanto mais pudermos seguir esse sábio caminho, menos dores sofreremos. Os sábios não conhecem a dor porque conhecem a verdade da unidade. A unidade é o que todos os instrutores espirituais ensinam. Isso é o que significa abrir os olhos à luz." 

(Radha Burnier - Amar é conhecer - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 25)


quarta-feira, 17 de maio de 2017

AMAR É CONHECER (2ª PARTE)

"(...) Buda afirmou que os pensamentos de amor poluem a mente, enquanto o próprio amor limpa e purifica. Krishnamurti falou que quando a ação surge do pensamento não há amor. Nos seus Comentários sobre a vida, ele disse que os sentidos de tempo, espaço, separação e dor nascem do pensar, e que só quando cessa o pensamento pode haver amor.

Buda não explicou em detalhes o que é o amor, mas explicou a causa da ausência de amor na vida do ser humano. A abordagem de Krishnamurti é diferente, mas tem por meta o mesmo estado de bondade e amor. Ele nos instiga a descobrir que o que cria a servidão não é o amor verdadeiro, mas a sentimentalidade, o apego às pessoas num relacionamento emocional. Quando existe esse tipo de sentimentalismo e de autopromoção por meio de outra pessoa, a coisa pode facilmente mudar e se tornar ira, frustração ou crueldade. Podemos encontrar muitos casos semelhantes na vida comum, quando o assim chamado amor transforma-se em animosidade e depois em ódio.

Portanto, o que chamamos de amor traz consigo complicações e tumulto interior. Krishnamurti disse: 'O que vamos fazer é descobrir o valor do conhecido, olhar para o conhecido. Quando se olha para ele com pureza, sem condenação, a mente liberta-se do conhecido. Somente então podemos saber o que é o amor.' O teste talvez esteja na sensação de perda, de solidão, se essa posse não mais for possível. E o teste maior está na morte, quando ela traz o sentimento de que tudo foi perdido.

Helena Blavatsky afirmou, num de seus escritos, que, 'quando existe amor verdadeiro, não há absolutamente qualquer senso de separação'. A pessoa pode se examinar e verificar se o senso de separação é realmente compatível com o amor, ou se ele surge junto com o desejo de possuir. Quando há o sentimento de que algumas pessoas importam tremendamente e outras não, será isso realmente amor, ou alguma forma de busca egoísta? (...)"

(Radha Burnier - Amar é conhecer - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 25)


terça-feira, 16 de maio de 2017

AMAR É CONHECER (1ª PARTE)

"O Oriente preocupa-se profundamento com a questão da liberdade do ser humano. Diferentemente de muitos povos modernos, os orientais não identificam a liberdade com dinheiro, compras, viagens etc. Eles se concentram em libertar-se das compulsões que surgem do interior. O homem moderno está obcecado pela ideia de se libertar de coisas externas supostamente desagradáveis, enquanto os Upanixades, os venerados textos hindus, proclamam que tanto a liberdade quanto a escravidão são interiores. A mente cria grilhões e depois imagina que eles são externos. Só quando compreende que os problemas que enfrenta são criados por ela mesma é que se torna livre.

Não há sinônimos exatos para liberdade no Oriente, mas é fácil ver o quanto os orientais pensam e falam a respeito desse assunto. Certas escolas de pensamento orientais, que têm como foco central algo que poderia ser descrito como autoentrega, têm em mente a liberdade como seu maior objetivo. Autoentrega pode significar, para algumas pessoas, uma devoção sentimental a alguma imagem, física ou criada pela mente. Mas na verdade autoentrega é abrir mão de si próprio, libertar-se dos grilhões interiores, como caminho para a realização espiritual.

Segundo o pensamento budista, a inteligência espiritual, que é inteligência da mais elevada ordem, não existe sem compaixão. Os budistas acreditam que compaixão e inteligência constituem a sabedoria. Se não há compaixão, então a inteligência não é espiritual, mas apenas intelectual; às vezes nada mais é que um tipo de esperteza. 

Annie Besant disse, numa de suas palestras, que o amor é uma forma de conhecer. Quando existe amor verdadeiro, não um apego passageiro, existe a possibilidade de se conhecer algo além do intelecto. O conhecimento está unido ao amor. (...)"

(Radha Burnier - Amar é conhecer - Revista Sophia, Ano 8, nº 31 - p. 25)


segunda-feira, 15 de maio de 2017

O DESPERTAR DA ILUMINAÇÃO (PARTE FINAL)

"(...) Uma miragem é uma ilusão de ótica que depende das condições atmosféricas. A visão de uma poça d'água pode ser criada pela luz passando através das camadas de ar quente, acima da superfície aquecida de uma estrada. Outras miragens mais elaboradas podem surgir como cidades ou florestas. Mas tudo o que são é ilusão.

Nós, que estamos na jornada em busca do Graal, podemos estar vendo apenas a ilusão dos postes de sinalização no caminho para o despertar espiritual. Maya é a palavra usada para descrever a realidade da forma como é vista através da nuvem de fumaça das nossas mentes, emoções e personalidades.

Nossa vida é vista através das condições que nós criamos. Assim como um pedaço de pau parece partido quando visto parcialmente na água, por causa da refração, nossa visão da realidade é distorcida por nossos condicionamentos. Quando buscamos o Graal, estamos no nível da mente. Por isso, ele é visto como algo separado - existe o buscador e aquilo que é buscado. Aquilo que buscamos permanecerá como uma ilusão, que retrocede assim que nos aproximamos. 

Como disse Lao Tsé, 'moldamos a argila na forma de um pote, mas é o vazio interior que retém o que desejamos. Cortamos madeira para fazer uma casa, mas é o espaço interior que a torna habitável. Trabalhamos com o ser, mas o não-ser é o que usamos'.

Eckhart Tolle, no livro O Poder do Agora, diz que o Ser está em cada forma como sua essência mais íntima e indestrutível. É a nossa inabilidade para sentir essa conexão que dá origem à ilusão da separatividade. Não podemos tentar compreendê-la com a mente; só podemos 'pegá-la' quando a mente está quieta. Quando nossa atenção está totalmente no momento presente é possível sentir a conexão com o todo."

(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 14)


domingo, 14 de maio de 2017

O DESPERTAR DA ILUMINAÇÃO (2ª PARTE)

"(...) Quanto Parcifal chegou ao castelo do Graal, a paisagem em volta era árida e seca. Nada ali jamais crescera ou florescera. Ao conhecer o rei, viu que ele estava cheio de dor e sofrimento. Mas Parcifal ficou admirado com suas próprias visões e permaneceu como um observador, trancado em seu próprio mundo. Desse modo, nada fez para ajudar.

Este é um quadro comum em nossas vidas atuais. O meio ambiente e a sociedade são um mero reflexo do caos interno do homem. A nossa realidade individual nada mais é que um reflexo do nosso próprio mundo interior. A cura e a totalidade só são atingidas quando tocamos para diante a nossa vida interna.

Em A Voz do Silêncio, H. P. Blavatsky indaga: 'Você sintonizou seu coração e sua mente com o grande coração e a grande mente da humanidade?' Todos nós precisamos aprender a nos comunicar com empatia e compaixão, através dos nossos corações, tanto por nós mesmos quanto pelos outros. Estamos acostumados a usar a mente. Todo dia nos comunicamos com facilidade em nossos bate-papos. Discutimos esperanças e temores, problemas e sonhos. Mas, como Parcifal, que em sua primeira visita ao castelo não teve suficiente empatia com o rei ferido para fazer a pergunta que o curaria, nós falhamos em nos sentir realmente unidos aos nossos irmãos. 

Como afirma Rudolf Steiner, no livro The Holy Grail, 'somos tanto o rei ferido Amfortas quanto o cavaleiro aspirante Parcifal. Somente quando ganhamos autoconhecimento é que somos levados dessa dualidade para a unidade'.

Unidade é a chave para a compreensão do Graal e de suas propriedades transformadoras. Para atingir a totalidade, a cura e a unidade com o universo, nossos corações e mentes devem estar abertos a todas as possibilidades. Precisamos aprender a fazer as perguntas nas quais Parcifal tropeçou, que nos levarão à compreensão de uma natureza mais elevada. Estamos todos interconectados, tanto com os outros seres humanos quanto com todo o universo. (...)"

(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 12/13)


sábado, 13 de maio de 2017

O DESPERTAR DA ILUMINAÇÃO (1ª PARTE)

"Apesar dessas mudanças, a história da busca seguia linhas tradicionais. Monstros ou outros perigos sempre cercavam o viajante, e tinham que ser vencidos antes que a transformação fosse alcançada. A jornada do herói é um símbolo do ciclo da vida, morte e renascimento, uma parte essencial dos mistérios e mitos de muitas épocas e culturas.

Talvez por ser mais conhecida, essa jornada é algo com que todos nos identificamos. A busca espiritual, no entanto, é como o Graal: cercada de mistérios. Não temos como saber o nosso destino antes de chegar. A procura do Graal é como a jornada para uma nova visão do próprio eu. Por isso, as interpretações generalizadas não fazem sentido.

O reino do Graal não é um lugar geográfico, localizado no tempo ou espaço, mas um estado de consciência. É um reino que fica além da nossa consciência em vigília. representa uma transformação alquímica interior. Quando surgir o chamado para essa jornada (que surgirá para todos, porque o despertar parte do cosmo para a nossa alma), ela será diferente para cada um. Não podemos saber os detalhes da busca quando a iniciamos, mas os resultados serão os mesmos para todos: um despertar que resulta em iluminação.

Heráclito afirmou que 'os despertos têm um mundo de coisas em comum; aqueles que dormem têm, cada um, um mundo particular. A mente universal é acessada em comum por todos os indivíduos despertos.' (...)"

(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 12)


sexta-feira, 12 de maio de 2017

A MIRAGEM DO GRAAL

"A procura do Santo Graal é uma das mais famosas histórias do Ocidente. Conhecida como 'a jornada da busca', essa peregrinação é um importante símbolo místico, que representa o esforço da mente humana em sua busca por Deus. Mas um símbolo é apenas um indicador, um sinal que pode levar ao sagrado ou santificado; como tal, ainda está aberto a interpretações individuais.

A lenda do Graal foi, muito provavelmente, inspirada pelas mitologias celta e clássica. O Graal ou cálice é apenas um entre muitos exemplos de recipientes, como chifres e caldeirões mágicos, capazes de restaurar a vida. No mito celta, a taça ou caldeirão devolvia a vida, provia saúde, sustento e coragem. Essas qualidades estavam ligadas à natureza e ao ciclo das estações do ano, com suas características de regeneração e fertilidade; faziam parte de um modo simples de vida.

Durante o século XIII, quando a religião cristã substituiu grande parte dos ensinamentos pagãos, um significado espiritual novo e mais austero foi dado ao tema do Graal. Ele passou a representar a cura, a totalidade e acima de tudo a pureza através do sacrifício. Se a busca pelo Graal simboliza nossa própria busca por iluminação, isso faz sentido. Certamente a iluminação trará a cura e o completo senso de unidade com a fonte da vida, onde não há mais separação.

A interpretação cristã da busca fez também surgir um novo herói, o cavaleiro Parcifal. Ele personaliza o fato de que somente um homem de coração puro e inocente poderia encontrar o Graal. Por causa do sacrifício de Cristo por toda a humanidade, o cálice que continha o Seu sangue tornou-se o mais poderoso símbolo de pureza e de transformação para os cristãos. Jesus estabeleceu o exemplo do homem perfeito; desse modo, o Graal passou a representar o objetivo último daqueles que estão na senda espiritual.

O significado do Graal, portanto, mudou da fertilidade e da fartura dos pagãos para a renúncia e o serviço que a vida de Cristo representou. Para os cristãos, ele passou a representar o desenvolvimento espiritual por meio de longas e árduas provações, sacrifícios e sofrimento."

(Christine Lowe - A miragem do Graal - Revista Sophia, Ano 2, nº 6 - p. 11/12)


quinta-feira, 11 de maio de 2017

A META

"Visando a defender seu maior patrimônio, a saúde, descubra um motivo muito elevado, muito nobre para nele empenhar sua existência; encontre um grandioso ideal a perseguir; ache uma tarefa importante e mesmo essencial a cumprir; defina um papel sublime a desempenhar no imenso palco da vida; isto lhe aumentará a vitalidade e o poder imunológico. Quem tem algo muito significativo a fazer não se entrega à doença e à morte.

Vive doente e fraco quem não tem o motivo para viver e não se sente atraído para as alturas maiores quem não sente o apelo do mundo transcendente. Não tem resistência nem euforia vital o entediado pela carência de motivação.

Se você ainda não descobriu um objetivo, uma finalidade, uma grandiosa meta para sua existência, deixe-me lembrar mais uma vez - você é um precioso investimento de Deus.

Sou forte, sadio e feliz porque tenho algo a fazer ao qual dedico minha vida - fazer render o investimento que eu sou."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 127)


quarta-feira, 10 de maio de 2017

RELAÇÕES DE AMOR E ÓDIO (PARTE FINAL)

"(...) Todo vício surge de uma recusa inconsciente de encararmos nossos próprios sofrimentos. Todo vício começa no sofrimento e termina nele. Qualquer que seja o vício - álcool, comida, drogas legais ou ilegais, ou mesmo uma pessoa -, ele é um meio que usamos para encobrir o sofrimento.

É por isso que, passada a euforia inicial, existe tanta infelicidade, tanto sofrimento nos relacionamentos íntimos. Estes não causam o sofrimento e a infelicidade. Eles trazem à superfície o sofrimento e a infelicidade que já estão dentro de nós. Todo vício faz isso. Todo vício chega a um ponto em que já não funciona mais para nós, e, então, sentimos o sofrimento mais forte do que nunca.

Essa é a razão pela qual muitas pessoas estão sempre tentando escapar do momento presente e buscando algum tipo de salvação no futuro. A primeira coisa que devem encontrar, caso focalizem a atenção no Agora, é o próprio sofrimento que carregam, e é isso o que mais temem. Se ao menos soubessem como, no Agora, é fácil acessar o poder da presença que dissolve o passado e o sofrimento. Se aos menos soubessem como estão perto da próprio realidade, como estão perto de Deus.

Evitar se relacionar como uma tentativa de evitar o sofrimento também não é a resposta. O sofrimento está lá, de qualquer jeito. Três relacionamentos infelizes em alguns anos têm mais probabilidade de forçar você a acordar do que três anos em uma ilha deserta ou trancafiado em seu quarto. Mas, se você pudesse colocar uma presença intensa em sua solidão, isso também funcionaria para você."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., São Paulo - p.84/85


terça-feira, 9 de maio de 2017

RELAÇÕES DE AMOR E ÓDIO (1ª PARTE)

"A menos que você acesse a frequência consciente da presença, todos os seus relacionamentos, principalmente os mais íntimos, vão apresentar defeitos profundos. Durante um tempo, eles podem dar a impressão de ser perfeitos, como quando estamos apaixonados, mas, invariavelmente, essa perfeição aparente acaba destruída por discussões, conflitos, insatisfações, e até mesmo por violência física e emocional, que passa a acontecer com uma frequência cada vez maior.

Parece que a maioria dos 'relacionamentos amorosos' não leva muito tempo para se tornar uma relação de amor e ódio. O amor pode se transformar em agressões furiosas, em sentimentos de hostilidade ou, num piscar de olhos, em um completo recuo da afeição. Isso é visto como normal.

Se em seus relacionamentos você vivenciou tanto o 'amor' quanto o seu oposto - a agressão, a violência emocional, etc. -, então é provável que você esteja confundindo o apego do ego e a dependência com amor. Não se pode amar alguém em um momento e atacar essa pessoa no momento seguinte. O verdadeiro amor não tem oposto. Se o seu 'amor' tem oposto, então não é amor, mas uma grande necessidade do ego de obter um sentido mais profundo e mais completo do eu interior, uma necessidade que a outra pessoa preenche temporariamente. É uma forma de substituição que o ego encontrou, e, por um curto período, ela parece ser mesmo a salvação. 

Chega então um momento em que o outro passa a se comportar de um modo que deixa de preencher as nossas necessidades, ou melhor, as necessidades do nosso ego. As sensações de medo, sofrimento e falta, que estavam encobertas pelo 'relacionamento amoroso', voltam a aparecer. Como acontece com qualquer vício, ficamos muito bem enquanto a droga está disponível, mas chega um momento em que a droga não funciona mais.

Quando essas dolorosas sensações de medo reaparecem, nós as sentimos mais fortes do que antes e passamos a ver o outro como a causa de todas essas sensações, por isso nós o agredimos com toda a violência que é parte do nosso sofrimento. Essa agressão pode despertar o sofrimento do outro, que é induzido a contra-atacar. Nesse ponto, o ego ainda está, inconscientemente, esperando que a agressão ou a tentativa de manipulação seja suficiente para levar o outro a mudar o comportamento, de forma que possa usá-lo, de novo, para encobrir seu sofrimento. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., São Paulo - p.83/84


segunda-feira, 8 de maio de 2017

IMPERMANÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) Talvez a razão mais profunda de termos medo da morte é que não sabemos quem somos. Acreditamos numa identidade pessoal única e separada, mas se ousarmos examiná-la, descobriremos que essa identidade depende inteiramente de uma série infindável de coisas que a sustentam: nosso nome, nossa 'biografia', nossos companheiros, família, lar, emprego, amigos, cartões de crédito... É nesse suporte provisório e frágil de apoiamos nossa segurança. Assim quando isso tudo nos é retirado, será que sabemos de fato quem somos?

Sem esses sustentáculos familiares, ficamos frente a frente conosco, alguém que não conhecemos, um estranho amedrontador com o qual estivemos convivendo todo o tempo mas com quem nunca desejamos realmente nos encontrar. Não é por isso que sempre tentamos preencher cada instante de tempo com barulho e atividade, ainda que sem graça e superficial, para nos assegurarmos de nunca ficar em silêncio frente àquele estranho que há em nós mesmos?

E isso não aponta para algo fundamentalmente trágico em nossa maneira de viver? Vivemos sob uma identidade presumida, um conto de fadas neurótico menos real que a Tartaruga Zombeteira de Alice no País das Maravilhas. Hipnotizados pela emoção de construir, de areia erguemos os castelos da nossa vida. Esse mundo pode parecer maravilhosamente convincente até que a morte destrói a ilusão e nos expulsa do nosso abrigo seguro. Que nos acontecerá então, se não temos nenhuma pista de uma realidade mais profunda?

Quando morremos deixamos tudo para trás, especialmente este corpo que sempre tratamos com tanto carinho, em que confiamos tão cegamente, e que com tanto empenho tentamos conservar vivo. Mas nossa mente não é mais confiável do que nosso corpo. Olhe só para sua mente por alguns minutos. Você verá que ela é como uma pulga, saltando sem cessar de um lugar para o outro. Verá que os pensamentos surgem sem razão nenhuma, desconexos. Levados de roldão pelo caos de cada instante, somos vítimas da incostância da nossa mente. Se esse é o único estado de consciência com que temos familiaridade, então confiar em nossa mente no instante da morte é uma aposta absurda."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 35/36)


domingo, 7 de maio de 2017

IMPERMANÊNCIA (1ª PARTE)

"Não há lugar na Terra onde a morte não nos possa alcançar - mesmo que voltemos a cabeça uma e outra vez perscrutando em todas as direções, como numa terra estranha e suspeita. Se houvesse algum modo de conseguir abrigo contra os golpes da morte - não sou homem de recuar diante dela... Mas é loucura pensar que se pode vencê-la... Os homem vão, vêm, trotam e dançam, e nem um pio sobre a morte. Tudo parece bem com eles. Mas aí quando ela lhes chega e às suas mulheres, filhos e amigos, pegando-os de surpresa e despreparados, que tormentas de paixão os esmagam, que gritos, que fúria, que desespero!... Para começar a tirar da morte seu grande trunfo sobre nós, adotemos o caminho contrário ao usual; vamos privar a morte da sua estranheza, vamos frequentá-la, acostumarmo-nos a ela; não tenhamos nada senão ela em mente... Não sabemos onde a morte nos espera: então vamos por ela esperar em toda parte. Praticar a morte é praticar a liberdade. Um homem que aprendeu como morrer desaprendeu a ser escravo. (Montgaigne)
Por que é tão difícil praticar a morte e praticar a liberdade? E por que temos tanto medo da morte que evitamos por completo olhar para ela? De algum modo, no fundo, sabemos que é impossível evitar encará-la para sempre. Sabemos que, nas palavras de Milarepa, 'essa coisa chamada 'cadáver' que tanto nos apavora, vive conosco aqui e agora'. Quanto mais adiamos esse encontro, quanto mais o ignoramos, maior é o medo e a insegurança que surgem para nos perseguir.

A morte é um vasto mistério, mas há duas coisas que é possível dizer a seu respeito: é absolutamente certo que morreremos um dia, e é incerto quando e onde essa hora vai chegar. Então, a única certeza que temos é essa incerteza sobre o instante da nossa morte, a que nos agarramos para adiar encará-la diretamente. Somos como crianças que fecham os olhos no jogo do esconde-esconde e pensam que assim ninguém pode vê-las. 

Por que vivemos em tal pavor da morte? Porque nosso desejo instintivo é viver e seguir vivendo, e a morte é um selvagem fim de tudo que nos é familiar. Sentimos que quanto ela vem somos lançados em alguma coisa realmente desconhecida, ou nos tornamos algo totalmente diferente. Imaginamos que estaremos perdidos e confusos, em algum lugar terrivelmente estranho. Imaginamos que será como acordar sozinhos, numa tormenta de ansiedade, num país estrangeiro, sem conhecimento da terra ou da língua, sem dinheiro, contatos, passaporte, amigos... (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 34/35)
www.palasathena.org



sábado, 6 de maio de 2017

QUE PAPEL A EMOÇÃO TEM NA VIDA?

"Como surgem as emoções? É muito simples. Elas surgem por meio de estímulos, dos nervos. Se espetar, um alfinete em mim, eu pulo; se me adulam, eu fico encantado; se me insultam, eu não gosto. Por meio dos nossos sentidos surgem as emoções. E a maioria de nós funciona por meio das nossas emoções de prazer - isso é óbvio. Se você gosta de ser reconhecido como um hindu, então você pertence a um grupo, uma comunidade, uma tradição, ainda que velha. Você gosta disso, de ler o Gita³, os Upanishads⁴ e das antigas tradições da alta montanha. O muçulmano, por sua vez, gosta das tridições dele, e assim por diante. Nossas emoções rugem por meio de estímulos, do ambiente etc. Isso é bastante óbvio. 

Que papel a emoção tem na vida? Emoção é vida? Você entende isso? O prazer é amor? Se emoção é amor, há algo que muda o tempo todo. Certo? Você não sabe disso tudo?

...Então, é preciso entender que as emoções, o sentimento, o entusiasmo, a sensação de ser bom e tudo o mais não têm nada a ver com a afeição e a solidariedade reais. Todo sentimento, as emoções têm a ver com o pensamento, por isso conduzem ao prazer e ao sofrimento. O amor não tem sofrimento, não tem mágoa, porque ele não é o resultado do prazer ou do desejo."

³ O Gita é um texto religioso hindu que relata o diálogo de Krishna com seu discípulo Arjuna. A obra é uma das principais escrituras sagradas da cultura da Índia. (N.T.)
⁴ Os Upanishads são partes das escrituras hindus que discutem principalmente meditação e filosofia e são considerados básicos por todos os hinduístas. (N.T.)

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 147)


sexta-feira, 5 de maio de 2017

A MUDANÇA NO CORPO FÍSICO (PARTE FINAL)

"(...) Temos que manter essa atitude em tudo que fizermos na vida diária. Devemos continuamente perceber que atuamos conscientemente por meio do corpo físico e que ele não mais atua por si próprio. Para tanto, devemos submetê-lo a hábitos regulares de alimentação, sono e exercício, de sorte que seja um instrumento perfeito. Se não disciplinarmos os músculos de nosso corpo por meio do exercício físico diário, não esperemos que ele seja resistente e responsivo, pois a saúde física depende muito mais disso do que é reconhecido na prática. 

De maneira similar, devemos regular nossa alimentação de forma que seja possível ao corpo físico manter-se alerta e sensível. Em vez de comer qualquer coisa e de qualquer maneira, devemos ingerir tão somente os alimentos que o tornem um instrumento mais limpo, vigoroso e refinado para o nosso uso. E durante a refeição, devemos estar atentos ao que estamos fazendo - fornecendo nutrição ao corpo a partir do interior. Também isso é algo que temos de experimentar na prática, em lugar de tê-lo como uma abordagem intelectual. Devemos ter a percepção de comer conscientemente e de que, enquanto tomamos o alimento, construímos espiritualmente a estrutura do corpo. Os cristãos que reconheçam o valor dos Sacramentos compreendem o significado da Comunhão e sabem também o modo específico no qual os elementos consagrados são consumidos. E exatamente da mesma maneira devemos tomar todo alimento, pois toda matéria está consagrada pela presença de Cristo, cuja Vida está em todas as coisas, embora sua Presença se manifeste plenamente no Corpo e no Sangue consagrados.

Desse e de muitos outros modos podemos contribuir para a mudança dos corpos denso e etérico - tal como os filósofos herméticos tão bem a conheciam como regeneração do corpo -, tornando-os instrumentos apropriados ao Ser interno. É uma verdadeira transmutação; e uma vez realizada, fica quebrado para sempre o domínio do corpo físico sobre nossa consciência, convertendo-o em instrumento bem sintonizado ao nosso uso."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 24/25)

quinta-feira, 4 de maio de 2017

A MUDANÇA NO CORPO FÍSICO (1ª PARTE)

"Tudo muda quanto vencemos a ilusão de que somos o corpo físico e passamos a vê-lo tal qual ele é, como nosso servo ou instrumento no mundo físico. Devemos inverter, por assim dizer, a polaridade da relação: em vez de o mundo físico nos dominar por meio do corpo físico com o qual nos identificamos, devemos controlar o mundo físico por meio do corpo físico que tenhamos feito subserviente a nós. O centro de gravidade deve transladar-se do corpo físico para a nossa consciência; e devemos, por assim dizer, experimentar que retiramos dele o centro de nossa consciência e nos reconhecemos ocultos sob o corpo físico, atuando por meio dele, mas sem nos identificar com ele.

O efeito produzido por essa mudança de atitude com relação ao corpo físico é bastante profundo. Como a limalha de ferro se agrupa ao redor de um centro comum sob a ação de um imã e se distribui pelas linhas de força do campo magnético assim formado, de maneira análoga as partículas dos corpos denso e etérico, em vez de estarem caótica e indefinidamente sujeitas a toda eventual influência do exterior, tornam-se submetidas à única influência dominante da Vontade. Devemos experimentar que assim sucede; devemos notar a mudança suscitada por nossa afirmação de que não somos o corpo, mas que o corpo é que é nosso. Devemos perceber, a partir de então, que a vitalidade interna nutre e dinamiza os corpos denso e etérico muito mais que a energia externa.

Toda essa mudança deve ser muito mais explorada que pensada e discutida. Devemos vivenciar que nosso corpo físico torna-se vibrante e sensível à consciência interior, sujeito às suas leis e condições, e não às do mundo físico circundante. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 24)

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O CAMINHO PARA O EGO⁶

"Começamos por pensar acerca de nós mesmos e vejamos o que nos vem à mente. Resultará que cada qual, naturalmente, pensará de si tal como aparece fisicamente, como se vê no espelho, com o rosto que lhe é familiar e chamando-se pelo nome que é seu no presente. Essa é a primeira ilusão que se tem de fazer desvanecer pois enquanto pensarmos em nós crendo que somos o corpo físico, continuaremos identificados com esse corpo; e isso é precisamente o que não devemos fazer. 

Ao identificar-nos com o corpo físico ou com a sua contraparte sutil, o corpo etérico, nos escravizamos aos seus desejos e condições de existência. Por conseguinte, nosso corpo físico irá se contrapor a qualquer alteração nas circunstâncias a que está sujeito e seguirá seu próprio caminho, em vez do nosso. O resultado será debilidade, má saúde e certa indolência ou embotamento do corpo, que o incapacita de responder ao Ser interior."

Ego, Eu Superior ou Alma humana são sinônimos que se referem a Ãtma-Budhi-Manas ou Alma humana reencarnante, conforme menciona Helena Petrovna Blavatsky em A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica, Brasília, 1991).

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 23)


terça-feira, 2 de maio de 2017

COMPARTILHE SUA FELICIDADE COM OS SEMELHANTES

"Quando dois indivíduos egoístas se unem pelos laços formais do matrimônio, permanecem separados mentalmente porque cada qual está enclausurado no amor a si próprio. Na prisão do egoísmo, nunca alcançam juntos a felicidade e a harmonia. Amar, antes de ser amado, é a chave que abrirá as portas de seus corações, trazendo-lhes alegrias comuns.

Amar apenas a si próprio é confinar-se. Quando os casais aprendem a expandir suas simpatias e a desprender-se de si mesmos - como indivíduos, casal ou família -, transformam seu relacionamento, tanto quanto a desarmonia emocional que o egoísmo produziu, num convívio de amor divino e solidário. 

O amor abenegado é o segredo de tudo. Casais que de começo definem seu relacionamento em termos de 'eu e você', aprendem mais tarde, graças ao aprofundamento da compreensão, a pensar em conjunto. Assim, o amor humano evolui para o amor divino.

Sem Deus, o afeto humano nunca é perfeito. Nenhum casamento pode ser realmente frutífero sem o 'ingrediente secreto' do amor divino. O amor terreno, que não vai além da criatura amada para absorver a divindade, não é de forma alguma um sentimento autêntico. É mero culto do ego, pois está enraizado no desejo.

O verdadeiro amor emana de Deus. Somente corações purificados pela autoexpansão conseguem absorver a plenitude desse amor. Expandindo-se, os sentimentos do coração tornam-se canais por onde o amor de Deus flui para o mundo."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como ser feliz o tempo todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 72/73)
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