OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 30 de junho de 2016

AS DIFERENTES FACES DO SABER (1ª PARTE)

"Cientistas e pensadores lutam durante anos com problemas sem encontrar solução; de súbito, como num flash, a resposta se revela por si mesma. Isso pode indicar que há níveis em nossa consciência que não são acessados normalmente; em determinadas ocasiões, o caminho se abre.

Em níveis profundos de consciência a compreensão não é impedida pelos processos da mente, que dependem muito de experiências anteriores, raciocínios falhos e métodos enganosos para chegar a conclusões. Quando estas atividades estão sob controle e não há perturbações geradas pela ambição, o conhecimento que é fruto do contato com níveis mais profundos de consciência aflora com clareza.

Karan Singh, ex-governador do estado Jammu e Kashmir e embaixador da Índia nos Estados Unidos, relata que, quando visitou o nobel Chandrashekhar, perguntou-lhe como os antigos profetas indianos tinham insights espantosos em matérias que apenas recentemente foram reveladas pelos cientistas. Não recebeu resposta.

Há muitos séculos esses profetas mencionavam galáxias e universos e concebiam teorias que hoje estão respaldadas pelas descobertas da ciência moderna. Outros povos como os egípcios detinham conhecimentos de leis só recentemente confirmadas pela ciência.

Até hoje não se sabe como os egípcios colocaram no lugar as enormes pedras das pirâmides. Mas H.P,. Blavatsky deu a entender que o conhecimento das forças da natureza pode capacitar a pessoa a levantar objetos à vontade, mesmo pedras gigantescas.

Remédios usados há séculos por médicos do sistema ayurvédico contêm substâncias processadas de maneira complexa. Não são produzidos por métodos modernos; resultam de um conhecimento obtido de outras maneiras. (...)"

(Radha Burnier - As diferentes faces do saber - Revista Sophia, Ano 10, nº 38 - p. 28)


quarta-feira, 29 de junho de 2016

RENASCIMENTOS SUCESSIVOS

"P: Que necessidade há de renascimentos sucessivos, uma vez que em nenhum se consegue alcançar a paz permanente?

T: A meta final só pode ser atingida pelas experiências da vida, e a massa dessas experiências é formada pela dor e o sofrimento. 

É só graças a eles que podemos aprender. 

Os gozos e os prazeres nada podem nos ensinar; são passageiros, e, em abundância, apenas produzem a saciedade. 

Além disso, nossa constante impossibilidade de encontrar satisfação permanente na vida, capaz de satisfazer as necessidades de nossa natureza mais elevada, claramente nos demonstra que estas só podem ser satisfeitas em seu próprio plano, isto é, o espiritual."

(Blavatsky - A Chave da Teosofia - Ed. Três, Rio de Janeiro, 1973 - p. 215)


terça-feira, 28 de junho de 2016

LIBERTE-SE DA ILUSÃO

"82 - Somente aquele que mata o 'tubarão' do desejo com a espada do supremo desapaixonamento atinge, sem obstáculo, o outro lado do oceano da existência condicionada.

COMENTÁRIO - O desejo deve ser morto com a espada do desapaixonamento. Esta é uma condição essencial. Aquele que deseja atingir o alto pico de uma montanha tem de se aliviar de todo o peso desnecessário. 

Só a extinção do desejo permitirá que alcancemos a outra margem, onde encontraremos a paz profunda. Enquanto estivermos presos pelo desejo ao objeto dos sentidos, estaremos irremediavelmente escravos do ilusório."

(Viveka-Chudamani - A Joia Suprema da Sabedoria - Comentário de Murillo N. de Azevedo - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 42)


segunda-feira, 27 de junho de 2016

A VISÃO RELIGIOSA DE EINSTEIN

"Einstein teve uma enorme influência sobre o pensamento e as ideias que dominaram grande parte do pensamento científico durante a maior parte do Século XX. A mente inovadora de Einstein inspirou aqueles que buscavam um modo de pensar que abrisse novas avenidas nos campos da ciência, filosofia e visão espiritual. Ele escreveu inúmeros artigos e livros durante a sua vida e outras pessoas escreveram muito mais comentários sobre seus conceitos e sua vida. Talvez seus livros mais importantes tenham sido Relativity: The Special and General Theory (publicado em alemão em 1916 e em inglês em 1920); The World As I See It (1949) e Cosmic Religion (1931).

É nos dois últimos livros que encontramos sua filosofia de vida. Ele inicia The World As I See It assim: 'Qual é o significado da vida humana, ou da vida orgânica como um todo? Responder a essa pergunta sob qualquer condição implica uma religião. Haverá sentido então, você indaga, em se fazer essa pergunta? Eu respondo que o homem que considera sua própria vida e a de seu próximo como sem sentido, não apenas é infeliz, mas está quase que desqualificado para a vida.' Ele continua: 'Cada um de nós está aqui para uma curta estadia, cujo propósito desconhecemos (...). Existimos para os nossos próximos (...) a quem o nosso destino está preso.' Nas primeiras páginas desse livro ele se revela um ardoroso humanista, e, na obra Cosmic Religion, começa a contemplar o significado da vida nos níveis religioso e espiritual.

Nesse livro ele escreveu que 'tudo que a raça humana fez e pensou diz respeito à satisfação de necessidades profundamente sentidas e ao alívio da dor. Deve-se manter isso o tempo todo na mente para entender os movimentos espirituais e seu desenvolvimento. Sentimento e desejo estão entre as forças motivadoras por trás de todo esforço e de toda criação humana.'

Einsten descreve sua visão da religião dizendo que ela preenche três necessidades humanas básicas: libertação do medo e da dor; aceitação social; e transcendência psicológica. 'A primeira religião está baseada no medo, quando a humanidade tenta apelar para um Deus que ajudará a evitar a doença, a fome e a morte. No homem primitivo, é o medo de tudo que evoca noções religiosas. Esses medos estão baseados no instinto de sobrevivência. A segunda religião está baseada na necessidade humana de aceitação social e no desejo de ser amado, apoiado e orientado por alguém ou algo que seja de algum modo superior e que possa proteger. Assim, os indivíduos criam uma concepção social e moral de Deus.' Para Einstein, a religião mais importante inclui essas duas abordagens, mas também as transcende. Este é 'o terceira estágio da experiência religiosa, e pode ser chamado de sentimento religioso cósmico. Os gênios religiosos de todas as épocas distinguiram-se por esse tipo de sentimento, que não conhece dogma nem Deus concebido à imagem do homem.'"

(Barry Seabourne - A visão religiosa de Einstein - Revista Sophia, Ano 12, nº 52 - p. 11)


domingo, 26 de junho de 2016

DIFICULDADES DA IOGA

"Três forças que militam contra a iluminação são:

1. Inércia - fadiga mental e física.

2. Humor - instabilidade mental e emocional.

3. A ação satânica da mente - quando a mente nos diz que todos os nossos esforços são inúteis e que  nunca conseguiremos fazer progresso ou ter êxito na ioga; que o melhor mesmo é desistirmos nesta vida, gozarmos a vida e recomeçarmos outra vez numa data futura.

Assim jogamos fora nossas brilhantes linhas de comunicação com os estados de alegria e paz permanentes e usamos outra vez as amarras do pensamento objetivo, justamente a felicidade momentânea da vida pessoal no universo material.

Os Mestres nos asseguraram, dizendo: 'Cada um de Nós teve que lutar contra a completa inércia da matéria física. Alguns homens morreram e outros ficaram loucos nesta tentativa.' Podemos confiar piamente nos Mestres, pois Eles guiam os aspirantes fiéis ao longo de todos os perigos até que alcancem a segurança. Lembrem-se de que os Mestres têm registros e memórias de muitos milhares de casos de insanidade em vários graus que afetaram aqueles que procuraram forçar seu caminho aos mundos Causal e mais elevados em plena consciência de vigília. Na verdade, é provável que alguns dos Mestres passaram por esta experiência em vidas anteriores."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 156
www.ediorateosofica.com.br


sábado, 25 de junho de 2016

OS NOVE OBJETIVOS DA PRÁTICA DA IOGA

"Os verdadeiros objetivos da prática da ioga podem ser descritos e resumidos como se segue:

  1. Acelerar a evolução do iogue, incluindo a dos átomos e assim das células do seu cérebro.
  2. Aumentar a capacidade para o pensamento concentrado e prolongado das células do cérebro, tornando-as mais flexíveis e, portanto, mais responsivas ao Ego.
  3. Despertar e elevar a Kundalini ao cérebro, sempre de forma sábia e sob a orientação de um instrutor confiável. Quando isto ocorre, torna ainda mais sensíveis os órgãos que o compõe bem como suas células.
  4. Estimular os chakras do coração, da garganta e frontal a uma maior atividade, oferecendo desta forma canais adicionais pelos quais o Ego pode alcançar o cérebro. Consequentemente:
  5. Permitir a entrada, no cérebro e na coluna dorsal, de forças dos níveis mental inferior, mental superior, Búdico e Átmico. Estas influências, juntas com o prana, recebidas diretamente e por meio dos chakras, aceleram ainda mais a evolução das células do cérebro, tornando-as ainda mais responsivas ao Ego.
  6. Acelerar a atividade de certas partes do cérebro. Estas incluem a base do cérebro e o tálamo, o cerebelo, as glândulas pineal e pituitária e outras áreas de sensibilidade.
  7. Ativar o Brahmarandra ou Chakra coronário que, plenamente realizado, deifica o iogue e abre o caminho para as Iniciações pós-Adeptado.
  8. Transmutar em criatividade intelectual a força e o impulso sexual, controlando-os deste modo.
  9. Realizar a identidade do Eu Átmico com todos os outros Eus Átmicos e com o Logos do Sistema Solar. Este grande Ser é uma síntese de todos os Atmas, cada Mônada sendo como uma 'célula' em Seu corpo ou um fóton de Sua luz e energia solar. O coroamento desta última realização é ajudado e ocorre como resultado de todas as outras práticas ióguicas. o retiro é necessário nos estágios avançados porque o desenvolvimento alcançou níveis consideráveis e a sensibilidade foi aumentada enormemente. Para isto temos o ashram, a caverna e a cela."
(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 31/32)


sexta-feira, 24 de junho de 2016

O SOFRIMENTO EVOLUTIVO DA NATUREZA E NA HUMANIDADE (PARTE FINAL)

"(...) O destino do homem, aqui na terra, é iniciar a relação de uma natureza, que é sua felicidade. Esta felicidade é compatível tanto com o gozo como com o sofrimento, porque gozo e sofrimento são atributos do ego periférico, ao passo que felicidade (ou infelicidade) estão no Eu central.

O que mais deve preocupar o homem não é gozo ou sofrimento, mas felicidade ou infelicidade. Feliz é todo o homem cuja consciência está em harmonia com a Consciência Cósmica, com a alma do Universo, com Deus. Gozo e sofrimento, como já dissemos, vêm das circunstâncias externas, que não obedecem ao homem - felicidade ou infelicidade vêm da sua substância interna, que obedecem ao homem.

Melhor um sofredor feliz do que um gozador infeliz. (...)

Há entre os sofredores três classes: 1. os revoltados, 2. os resignados, 3. os regenerados.

Os revoltados assumem atitude negativa em face do sofrimento, que, por isto, os leva à frustração.

Os resignados assumem atitude de estoicismo passivo, toleram em silêncio o inevitável - estes não se realizam nem se frustram pelo sofrimento, mas ficam num status quo, numa estagnação neutra.

Os regenerados assumem uma atitude positiva em face do sofrimento, servindo-se dele para sua purificação e maturação espiritual. Para estes, o sofrimento, embora doloroso, conduz à felicidade.

O sofrimento em si não pode perder nem redimir o homem - o homem é que se perde ou que se redime pela atitude que assumir em face do sofrimento.

Disse o Mestre aos discípulos de Emaús: 'Não devia o Cristo sofrer tudo isso para entrar em sua glória?'

O sofredor sensato compreende estas palavras e pode dizer: não devia eu então sofrer tudo isso para assim entrar na minha realização existencial?

É sabedoria evitar o que é evitável - e tolerar calmamente o que é inevitável."

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 20/21)

quinta-feira, 23 de junho de 2016

O SOFRIMENTO EVOLUTIVO DA NATUREZA E NA HUMANIDADE (1ª PARTE)

"Toda a vida da natureza em evolução está baseada numa espécie de sorriso sadio.

Não há evolução sem resistência ou sofrimento.

O sofrimento sadio está a serviço da integridade e evolução do corpo. Se um ferimento não causasse dor, nenhum organismo existiria sem lesões corporais.

Na humanidade, porém, aparece um novo motivo de sofrência, que não visa apenas o corpo, mas a realização do homem integral.

Sem sofrimento não há evolução superior, mas perpétua estagnação.

O homem é um homem realizável, mas não realizado. Pode estar terminada a sua evolução corporal - falta, porém, a sua realização hominal.

Diz um pensador moderno: 'Deus creou o homem o menos possível, para que o homem se possa crear o mais possível'.

Essa transição ascensional do menos para o mais implica em sofrência, num sofrimento sadio e evolutivo.

Se não houvesse sofrimento na humanidade, haveria eterna estagnação, ou até involução.

Mas as leis cósmicas do Universo exigem imperiosamente evolução.

O centro de todo homem é o seu Eu espiritual, a sua alma, o seu Deus interno. Mas esse Deus interno no homem se acha, de início, em estado embrionário, meramente potencial. Para desenvolver esse embrião divino, deve o homem atualizar o que é apenas potencial - e isto requer esforço, luta, sofrimento. 

Uma semente não pode brotar em planta, se não se romper o invólucro duro da semente - e isto lembra um sofrimento. (...)"

(Huberto Rohden - Porque Sofremos - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2004 - p. 19/20)

quarta-feira, 22 de junho de 2016

APEGO

"Imagine um homem transportando uma enorme carga sobre suas costas. Tudo que ele tem de rico, de valioso, está ali (objetos, títulos, diplomas, honrarias...) pesando, fazendo-o arquejar e arquear...

Ele está muito fatigado, e sabe que além da porta diante da qual se encontra há um paraíso de bem-estar, de frescor, de doçuras, de amenidade, de paz, de júbilo...

Por várias vezes o homem tenta inutilmente atravessar a promissora porta que está toda aberta. A porta é acanhada... Só ele, e não sua carga, pode atravessar. Para isto, terá que largar a carga de suas 'preciosidades', que através da vida de luta acumulou... A porta não deixa passar tantas 'preciosidades'...

'Por que te apegas tanto ao que tens a ponto de te condenares a ficar aí fora, no sofrimento?' - foi o que ele escutou de uma voz amorosa de Alguém que não se deixava ver.

Que o meu ter não me frustre SER."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 175/176)


terça-feira, 21 de junho de 2016

A ILUSÃO DA SEPARAÇÃO

"Dentre os motivos de sofrimento moral mais conhecidos, encontram-se algumas situações de 'separação'. No entanto, elas são apenas aparentes. Na verdade, não é possível dois seres estarem realmente separados - dado que cada Espírito individual é um pequeno prolongamento do Espírito Único, dentro do qual todos estão essencialmente unidos. Apenas nas dimensões físico-etérica, emocional e mental temos a ilusão da ausência do outro, quando este deixa de ser percebido pelos nossos sentidos corporais.

A experiência da 'separação', que tem inclusive importante função na formação do caráter, leva por fim o homem a reconhecer-se unido indissoluvelmente com tudo e com todos, e a saber que nada nem ninguém está dele ausente na realidade. Tal percepção é atingida através da correta compreensão e aceitação da dor trazida pela separação aparente.

As pessoas que têm a própria mente trabalhada transformam esse sentimento em motivo de reflexão. Através do raciocínio e do estudo sobre os vários aspectos de uma separação, sua capacidade de ponderação cresce e seu discernimento se depura, até que elas cheguem a um estado de consciência mais elevada, onde o amor desinteressado e altruísta é possível. O amor incondicional não seria nelas desenvolvido se o sentido de posse continuasse a ser confirmado. Tendo desenvolvido a ponderação e aperfeiçoado o discernimento, o homem verá sob um outro ângulo os impulsos, desejos e sentimentos, bem como os vários distúrbios que o afligem, e assim será levado a curar-se em diversos níveis."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 81)


segunda-feira, 20 de junho de 2016

AÇÕES E NÃO PALAVRAS

"De nada serve ler algo, reconhecer que é verdade, e estimar sua exatidão a distância. Para que a leitura nos seja proveitosa, terá que ser mais que um ensino teórico; terá que ser uma prática. E assim, nas páginas seguintes, trataremos de fazer o experimento não só de reconhecer que nossa verdadeira consciência é o Ego, mas de realmente desembaraçar essa consciência das limitações que a aprisionam e transportá-la, depois de livre, para o mundo do divino contentamento e liberdade a quem pertence. 

Já é quase uma banalidade dizer que aquilo que necessitamos em nossos tempos são obras e não palavras; no entanto, é uma profunda verdade que se tem de divulgar em livros e conferências, nos quais o escritor ou o orador não se limitem a escrever ou dizer o que possa ou não ser apreciado por seu público, mas que empreendam juntamente com seus leitores ou ouvintes uma expedição aos reinos do desconhecido, em que um conduza e os demais acompanhem, porém que todos caminhem por seu próprio impulso.

Assim, nossas palestras deveriam ser conferências de ação; e nossos livros, livros de ação; e os ouvintes e leitores deveriam experimentar em sua própria consciência o que ouvirem e lerem.

Procedamos dessa forma em nosso intento de nos conhecermos tal como verdadeiramente somos. Não devemos ler essas páginas objetivamente, como quem contempla um espetáculo externo, mas procurando nos identificar com o que é tratado e incorporando à nossa consciência aquilo que é lido."

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 22)


domingo, 19 de junho de 2016

O CIÚME PRENUNCIA O FIM DA FELICIDADE

"Enquanto o amor de Deus une, os impulsos negativos da Força Maligna dividem e destroem. Grande caos é criado pelo ciúme e seu bando - temor, ira e ódio. Relacionamentos humanos são devastados, lares são desfeitos, vidas são destroçadas. O ciúme prenuncia o fim da felicidade, primeiro na pessoa que o abriga e depois naquelas que são objeto de sua vingança - até mesmo espectadores inocentes, como as crianças de um lar desfeito.

O ciúme existe em todos os lugares; é um perigo onipresente em todos os relacionamentos humanos. Já o vi em ação muitas vezes neste mundo. Todos querem 'o melhor' para si, mas poucos querem se esforçar para merecer o melhor ou assumir as responsabilidades inerentes a isso. A natureza divisionista do ciúme transforma o paraíso da harmonia no inferno da discórdia. Quanto sofrimento consegue criar uma pessoa ciumenta! Sempre que possível, evite causar ciúme nos outros. Faça o que puder para criar entendimento."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 161)


sábado, 18 de junho de 2016

OS PERIGOS DO CONHECIMENTO MAL EMPREGADO (PARTE FINAL)

"(...) A fim de compreender melhor as razões da prática universal de velar certas ideias em alegoria e símbolo, é necessário conhecer tanto a verdadeira natureza do homem quanto suas possibilidades. A respeito da natureza do homem, a definição do apóstolo Paulo está de acordo com a maioria dos ensinamentos antigos: 'Não sabeis que sois um templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?' (1 Cor 3:16) e '... nós é que somos o templo do Deus vivo ...' (2 Cor 6:16). O Deus vivo, o puro Espírito no homem, não é uma individualidade separada, mas um raio de um oceano infinito de Luz, o Deus supremo Universal. Esse conhecimento coloca o grande poder interior ao alcance de seu possuidor, pois se o raio divino no interior do homem torna-se uma influência ativa em sua individualidade física, dota-o com poderes semelhantes aos de Deus (Gn 3:5). 'A mais elevada revelação', declara Emerson, 'é que Deus está em cada homem.' Tal, resumidamente, é o homem - Espírito puro entesourado num corpo físico e operando através da mente humana. 'O primeiro homem, tirado da terra, é terrestre; o segundo homem é o Senhor do céu ... Eis que vos dou a conhecer um mistério...' (1 Cor 15:47-51).

As possibilidades humanas incluem a habilidade de provocar a manifestação em seu eu externo do aspecto puramente espiritual de sua natureza. Ele assim se torna dotado de poderes super-humanos, que abrangem uma vontade quase irresistível, faculdades supersensórias e capacidades físicas acima do normal. Utilizados em benefício dos demais homens, esses poderes podem ser valiosos. Mal utilizados, para vantagem pessoal ou nacional em detrimento dos outros, podem ser extremamente perniciosos. Uma possibilidade maravilhosa e um perigo muito sério estão, portanto, associados com esses poderes exacerbados. A possibilidade é que o homem possa utilizá-los para obter ainda maiores conhecimentos que possam ser colocados a serviço de seus semelhantes. O perigo é que, cego pelo egoísmo e uma paixão pela dominação, ele possa ser tentado a usar suas faculdades aumentadas para propósitos destrutivos. A fim de que o perigo possa ser reduzido a um mínimo e o conhecimento que dá poder seja preservado e colocado à disposição da humanidade, o conhecimento é formulado e entregue numa linguagem muito antiga composta de alegoria, parábola, imagem e símbolo."

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 52)


sexta-feira, 17 de junho de 2016

OS PERIGOS DO CONHECIMENTO MAL EMPREGADO (1ª PARTE)

"Antes que algumas das principais doutrinas da sabedoria Antiga sejam apresentadas, o tema desta parte do trabalho pode ser proveitosamente ampliado. Esse tema, como dito anteriormente, é o de que certos ensinamentos, se compreendidos completamente, podem vir a ser fonte de poderes mágicos. Para preservar e transmitir esse conhecimento que dá poder, foi inventada, por seus descobridores, uma linguagem peculiar. Por meio de pseudo-história, alegoria e símbolo essa informação é simultaneamente revelada e escondida. A falta de percepção humana dos ensinamentos espirituais e ocultos é devido, entretanto, não apenas à dissimulação protetora no interior da escritura e da mitologia, mas também à falta de interesse. A humanidade nesta fase de evolução está naturalmente mais interessada no mundo material, nos seus prazeres e recompensas do que na busca de iluminação interior, para cuja realização, pode-se acrescentar, exige-se certa medida de renúncia. Esportes sangrentos, corridas, jogos de azar, a entrega ao álcool e ao sexo, a obtenção de dinheiro e poder tendem a absorver o interesse do homem, resultando inevitavelmente em pouco espaço em sua mente para a cultura superior e a aspiração ao desenvolvimento espiritual.

Quando, entretanto, uma pessoa desvia-se seriamente das coisas mundanas e volta-se para a verdadeira busca do conhecimento, esse conhecimento sempre será encontrado. Mesmo assim, a plena percepção não pode ser alcançada sem a devida preparação. Da mesma forma como não se pode tirar a eletricidade do ar e usá-la imediatamente, também a iluminação espiritual exige autoeducação e treinamento antes que possa ser descoberta, dominada e usada. Embora certos aspectos da tradição oculta sejam claramente reservados, porque são fontes de grande força que pode ser empregada perniciosamente, a maioria dos homens permanece desinformada porque não busca seriamente o entendimento espiritual nem se mostra pronta para passar pelos treinamentos necessários à obtenção. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 51/52)


quinta-feira, 16 de junho de 2016

O UNIVERSO É INTELIGENTE (PARTE FINAL)

"(...) Podemos aprender com o trabalho dos pesquisadores que o universo é inteligente; a inteligência é parte do tecido da vida. As evidências nos cercam por todos os lados, nos vegetais, nos animais ou em qualquer aspecto orgânico do universo. Há, por exemplo, um equilíbrio surpreendente entre as forças de gravidade e de expansão; o menor distúrbio nesse belo equilíbrio faria o universo desaparecer no nada. O modo como os pássaros voam em perfeito uníssono, ou como as abelhas constroem paredes hexagonais, estão entre os incontáveis testemunhos da vasta mente da natureza e da inteligência do universo.

Infelizmente os seres humanos imaginam que as faculdades e os poderes que constituem a 'inteligência' existem apenas neles mesmos. Será essa visão de si próprio como o centro de todo o mérito a razão pela qual o homem tem um comportamento desastroso e irracional?

A maioria dos homens se vê no topo da criação. Textos como o Viveka Chudamani (Ed. Teosófica) e o Dhammapada afirmam que nascer como ser humano é um privilégio. Mas não porque o homem pode se tornar a criatura mais poderosa na Terra, e sim porque pode descobrir as limitações de sua mente e transcendê-las. Sua consciência pode se fundir com a consciência total e sua mente pode se tornar una com a vasta mente da natureza. Trabalhar nessa direção é inerente à verdadeira inteligência.

A inteligência deve assegurar que nosso modo de vida não crie obstrução à integração da mente individual com a universal. O corpo deve se tornar sensível e aberto às influências superiores. O tipo errado de alimento, a indulgência excessiva e todas as formas de estresse impedem que o corpo e o cérebro sejam receptivos. Os ressentimentos e a excitação das paixões, assim como uma atitude e um modo de vida egocêntricos, impedem que a inteligência desabroche.

O egoísmo é o verdadeiro problema, com todas as suas expressões. A humanidade precisa aprender a agir de forma altruísta. Este é o significado de quase todos os ensinamentos religiosos: as pessoas evoluídas estão livres do egoísmo e, portanto, são repositórios de sabedoria. A inteligência universal opera livremente através delas. A jornada rumo à inteligência e à sabedoria tem início quando o eu começa a se dissolver."

(Radha Burnier - O universo é inteligente - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 18/19)


quarta-feira, 15 de junho de 2016

O UNIVERSO É INTELIGENTE (1ª PARTE)

"A inteligência é imparcial: essa é uma das mais valiosas afirmações dos aforismos de Luz no Caminho  (Ed. Teosófica). O livro indica que a percepção fragmentada não evoca respostas inteligentes. É necessária uma percepção ampla para compreender a fonte dos sérios problemas pessoais e sociais no mundo de hoje.

Não é tarefa fácil definir o que é inteligência. O dicionário Oxford a define como intelecto, compreensão, agilidade na compreensão, sabedoria. The Universal English Dictionary traz, entre outros significados, o 'poder de compreender, perceber, saber, raciocinar e discernir'. Essas definições podem ser valiosas em certos contextos mas de modo algum tocam a percepção holística da qual surgem ações harmoniosas e corretas.

A humanidade alcançou um progresso notável na compreensão dos processos da natureza. O fenomenal desenvolvimento da ciência é resultado da observação e do raciocínio. Contudo, paradoxalmente, o mundo adquiriu problemas profundos e a humanidade colocou-se numa situação caótica e perigosa, por causa da irracionalidade. O que pode ser mais irracional do que tentar alcançar a paz por meio da força, da produção de armamentos e da corrida pelo poder com novas armas de destruição em massa?

Os conceitos por trás do crescimento econômico, lucros cada vez mais elevados e a filosofia do consumismo promovem apetites egoístas e basicamente irracionais. Eles negam qualquer benefício que o poder de raciocínio tenha conferido à humanidade. Haverá alguma verdadeira inteligência em desenvolver inovações, se ao mesmo tempo criamos uma sociedade cheia de atividades autodestrutivas e ambientalmente indesejáveis? Quando se faz uso da inteligência apenas para se obter conhecimento do universo físico, e não para prenunciar paz e boa vontade sobre a terra, talvez isso não seja inteligência de uma ordem mais elevada. (...)"

(Radha Burnier - O universo é inteligente - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 18)


terça-feira, 14 de junho de 2016

A ORIGINALIDADE, SEGREDO DOS MESTRES

"Os antigos Mestres da vida
Eram profundamente identificados
Com as potências vivas do Cosmos.
Em sua profunda interioridade
Jaziam a grandeza e o poder
Da sua dinâmica atividade.
Quem compreende, hoje, em dia, esses homens?
Sábios eram eles, 
Como barqueiros que cruzam um rio
Em pleno inverno:
Cautelosos eram eles,
Como homens circundados de inimigos;
Reservados eram eles,
Como se hóspedes fossem;
Amoldáveis eram eles,
Como gelo que se derrete;
Autênticos eram eles,
Como o cerne de madeira de lei;
Amplos eram eles,
Como vales abertos;
Impenetráveis eram eles
Como águas turvas.
Impenetrável também nos parece
A sua vasta sabedoria.
Quem pode compreendê-la atualmente?
Quem pode restituir à vida
O que tão morto nos parece?
Só quem sintoniza com a alma do Infinito! 
Só quem não busca o seu próprio ego,
Mas demanda o seu Eu real,
mesmo quando tudo lhe falta.

EXPLICAÇÃO: Esta apoteose da sabedoria eterna faz lembrar os mais elevados píncaros da sapiência de Salomão, de Krishna, e do próprio Cristo. A fonte de todas as coisas grandes, que se revelam por fora, brota das profundezas da interioridade, da intuição da essência divina do homem. Estas palavras de suprema sabedoria foram escritas 6 séculos antes da Era Cristã. Não terá havido uma tremenda decadência nesses 26 séculos? Verdade é que, ainda hoje, existe, em alguns Mestres, essa sabedoria - mas quão poucos são eles! A massa profana tripudia, ignara, sobre as coisas sagradas e executa a sua dança macabra em torno do bezerro de ouro - enquanto Moisés trava o seu silencioso solilóquio com o Infinito, no impenetrável cume do Sinai.

Mas... uma pequena elite anônima preserva da extinção o fogo sagrado."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 56/58)

segunda-feira, 13 de junho de 2016

TRABALHE O SEU CARÁTER

"Reduza seus desejos; minimize seus anseios. Todas estas quinquilharias materiais têm vida curta. Quando a morte o privar do poder de defender-se, seus parentes arrancarão o anel de seu nariz (é comum nas indianas um anel na aba de uma das narinas) e, na pressa, podem mesmo cortar-lhe o nariz. Se você continuar amontoando desejo sobre desejo, ser-lhe-á impossível partir feliz quando o chamado vier. Torne-se rico, mas rico de virtude, rico de espírito de serviço, rico de devoção ao Poder Supremo. Isso é o que Me agrada e também o salva.

Uma barra de ferro afunda quando posta na água; mas a trabalhe até a transformar num vaso oco, e ela flutuará e até carregará algum peso a mais. Assim também acontece com a mente do homem, que facilmente afunda no mar da sensualidade. Trabalhe-a, martelando-a com o nome do Senhor; e ela flutuará no mar dos problemas. Não faça igual a um disco da vitrola a cantarolar a canção de alguém, enquanto ignora a genuína emoção da música. Cante, de sua própria experiência, a Glória e a Graça do Senhor."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 151)


domingo, 12 de junho de 2016

MISTICISMO COMO EXPERIÊNCIA PRÁTICA (PARTE FINAL)

"(...) Os ensinamentos dos grandes místicos mostram também que seu misticismo foi sempre uma experiência prática, não uma criação conceitual arejada pela imaginação, pela ilusão ou pelo desejo. O verdadeiro misticismo é experiência, uma percepção imediata, completa e irreversível de uma vida que não tem início nem fim, que tudo abençoa, sem reservas, e que é a única realidade oculta por trás de cada aparência. Quando a mente, o coração e a alma estão verdadeiramente abertos, então podem ser inundados pelo outro, o espírito incriado e imortal no qual pode ocorrer um novo nascimento. As passagens selecionadas a seguir talvez possam ajudar a mostrar como misticismo é direto e prático.

'Peguei a lâmpada, e deixando a zona das ocupações e relacionamentos diários onde tudo parecia claro penetrei no meu eu mais recôndito, no abismo profundo de onde sentia emanar fracamente aquele meu poder de ação. Mas à medida que mais me distanciava das minhas certezas convencionais por meio das quais a vida social é superficialmente iluminada, percebia que estava perdendo contato comigo mesmo. A cada passo na descida uma nova pessoa manifestava-se dentro de mim, de cujo nome eu não mais tinha certeza, e que não mais me obedecia. E quando tive que parar com a exploração, porque o caminho desaparecia sob meus passos, descobri um abismo insondável aos meus pés.' The Divine Milieu, O Ambiente Divino, de Teilhard de Chardim."

(Pedro Oliveira - Misticismo como experiência prática - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 13/14)


sábado, 11 de junho de 2016

MISTICISMO COMO EXPERIÊNCIA PRÁTICA (1ª PARTE)

"Apesar do crescente interesse pelo misticismo em todo o mundo, a genuína percepção mística continua a iludir muitos dos interessados no tema. Existem aqueles que parecem sempre prontos a acreditar em qualquer coisa que o último místico 'corporativo' tenha a lhe dizer. A palavra 'corporativo' é usada aqui propositadamente, já que o tema misticismo tornou-se agora uma indústria multimilionária. Outros tentam se iniciar prematuramente na vida interna só para se convencerem de que verdadeiramente tiveram uma experiência mística autêntica, e que tal evento capacitou-os a ensinar a outros. Em muitos casos, o que passa por ensinamento é basicamente um genuíno exercício de autopromoção e hedonismo.

Um olhar na etimologia da palavra pode ajudar a compreender a profundidade e o rigor intrínsecos ao verdadeiros misticismo. A palavra 'místico' é derivada do verbo grego muein, 'perto dos olhos ou dos lábios'. Os místicos genuínos de muitas eras e culturas atestam a veracidade dessa definição. No âmago do verdadeiro misticismo  está uma experiência intraduzível, tão íntima e poderosa em seu significado profundo que silencia completamente a tagarelice interna e externa, que constitui a apreciada autoimportância da mente pessoal. 

Em testemunhos capazes de alterar vidas, e que nos foram passados desde tempos imemoriais, os místicos afirmam, numa melodia de significado que é quase como uma oferenda cantada, que suas experiências vieram de fora dos confins da mente diária, de uma fonte na qual a totalidade e o significado são como duas chamas entretecidas e perenes. É algo que veio até eles, e não uma coisa que foi buscada por uma mente ignorante. (...)"

(Pedro Oliveira - Misticismo como experiência prática - Revista Sophia, Ano 10, nº 37 - p. 13)


sexta-feira, 10 de junho de 2016

VIDA ESPIRITUAL

"Nos primeiros passos na senda espiritual, o aspirante, já convencido da impossibilidade de ser feliz mediante o agir somente para si (e às vezes em detrimento do descanso, e sem pensar em Deus e no próximo), deseja libertar-se e, para tanto, se decide a administrar seu tempo e suas energias.

Passa a orar, a meditar... como que se dedicando a Deus. Mas, lá no fundo da alma, o que pretende é convencer Deus de lhe dar mais poder, mais alegrias, mais preenchimento, mais satisfação...

Passa a desenvolver atividade caridosa ostensiva... Mas, lá no fundo da alma, pensa assim: 'Com isto estou agradando a Deus, portanto,  Ele vai me dar isto e aquilo...'

Como é bom fazer uma autoanálise em nossas motivações!

Senhor, ajuda-me a desmascarar os truques com que meu eu se defende e me retém."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 37)


quinta-feira, 9 de junho de 2016

O PLANO DIVINO (PARTE FINAL)

"(...) O Plano Divino, que se pode dizer ser eterno dos céus, é uma esquema de evolução no tempo. Ele atua em e através das mentes e vontade dos homens, cuja evolução prossegue segundo seu livre-arbítrio em vários graus e pensamento individual. Mas, se toda nossa liberdade é compreendida por sua onisciência, e embora sejamos livres para escolher. Aquele que tudo sabe, sabe como escolheremos. Do nosso ponto de vista inferior temos de planejar o melhor, e tudo que é aceitável desse melhor é abarcado e descoberto como sendo parte de seu plano em florescimento.

Assim como a intelecção ou vontade do Manu - para ele os dois atos devem ser um - é um baixar do depósito infinito de pensamento divino, a perfeição que é alcançada aqui em baixo por nossos melhores esforços é a corporificação de uma perfeição divina que está sempre esperando para descer. O movimento ascendente da matéria é interceptado e mistura-se com a corrente descendente do espírito que, quando reflete a natureza da matéria, é fragmentada numa infinidade de formas e ideias divinas - e na união dessas forças, de baixo e de cima - é gerada aquela perfeição que é tanto objetiva quanto subjetiva."

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 104)


quarta-feira, 8 de junho de 2016

O PLANO DIVINO (1ª PARTE)

"Para toda a Natureza existe um plano básico que poderíamos chamar de o Plano Divino, consistindo de ideias que são os arquétipos de todas as coisas aqui embaixo. O esforço nos níveis inferiores é para construir essas ideias, desenvolver formas corporificando-as, moldando as formas gradualmente, do caos primevo ao padrão arquetípico. A evolução ocorre a partir do caos - Natureza homogênea - através de padrões cada vez mais complexos, até uma ordem perfeita que reflita a plenitude do desenvolvimento possível e a simplicidade de uma síntese perfeita. Há uma síntese em cada estágio formando um elo na cadeia de sínteses ou de arranjos. 

Os Manus¹, da tradição hindu, são os mestres de obra em diferentes níveis. Podemos imaginá-los como círculos de diferentes tamanhos e curvaturas tocando um ponto, que é o princípio, correspondendo ao Adi-Buda na linha paralela do Bodhisattva. Cada um deles baixa os arquétipos do seu nível mais elevado para um nível inferior. Atrair para baixo as ideias ou energias mentais do Logos é, de um determinado ponto de vista, uma descida mas, de outro, a mais elevada intelecção no nível que deve atingir. 

Pela expansão da mente e da vontade do Manu, ele evoca a efusão de ideias divinas, que o homem então busca reter e corporificar. (A derivação do termo Manu, a mesma do termo homem, seu derivado, no senso mais estrito, procede da raiz sânscrita man, pensar). A mente é o princípio descendente e o quinto dos sete princípios humanos, embora exista e esteja ativa em cada nível. Ela é elevada até Buddhi e Ãtmã, e refletida mais embaixo em emoção e consciência física. (...)"

¹ 'Aquele que existe por si mesmo', e é, portanto, o Logos, o progenitor da humanidade e o grande legislador hindu. Glossário Teosófico, Ed. Ground, 1995. (N.E.)

(N. Sri Ram - o Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 103/104)


terça-feira, 7 de junho de 2016

O DESPERTAR DA ALMA

"Durante sua peregrinação pela matéria, o homem se identifica totalmente com seus corpos - obedecendo inteiramente a seus ditames, com esquecimento de sua verdadeira e divina natureza; ele não sofre, porém se satisfaz à maneira dos animais. O sofrimento principia somente quando a Alma, em seu cárcere terreno, começa a se recordar do Lar divino do qual vive exilada; quando, através do amor, da beleza ou da verdade, se desperta a consciência quanto a sua verdadeira natureza. 

Estamos, como Prometeu, acorrentados à rocha da matéria. Mas até que tenhamos consciência do que verdadeiramente somos, não percebemos estar prisioneiros e exilados. Assim viveria quem, exilado de sua pátria ainda nos dias de sua juventude, houvesse permanecido muitos anos entre estrangeiros, recordando com amargura em meio às misérias e privações de seu exílio que houve tempo em que se percebia em ambiente diferente. Mas um dia, talvez, ouça um canto conhecido naquela juventude, e em súbita agonia recorde tudo o que perdeu, reconhecendo em meio à dor que é um exilado, longe de tudo a que tinha apreço. Essas memórias ressuscitam o anelo da terra natal; e esse anseio adquire maior intensidade que nunca. Somente então começam o sofrimento e a luta - sofrimento, por saber o que perdeu; luta, numa tentativa de recuperar aquilo que já possuíra. 

De maneira análoga, o despertar da Alma no curso da evolução humana traz não apenas júbilo, mas também sofrimento nesse processo. Enquanto o homem vivia a vida animal de seus corpos, ele conhecia um tipo de contentamento; mas com a recordação de sua verdadeira natureza, com a visão do mundo a que realmente pertence, nasce a milenar luta em que trata de se libertar do enredamento aos mundos da matéria, criado por ele próprio ao identificar-se com seus corpos. 

Até esse momento, ele não era consciente de seus corpos como uma limitação. Então, esses se tornaram para ele como a abrasadora túnica de Nesso³, aderindo-se a ele quanto mais ele tenta livrar-se de seu contato. De agora em diante, reconhece-se como duas entidades numa só. É consciente de um Ser interno, superior e divino, que o incita a voltar a seu Lar divino; e de uma natureza animal inferior, que é sua consciência atada aos corpos e por eles dominada."

³ Na Mitologia Grega, Nesso era um centauro que, para vingar-se de Hércules, tenta roubar-lhe a esposa, Dejanira; mas ao ser atingido pela flecha envenenada do próprio Hércules, antes de morrer deixa com Dejanira sua túnica manchada do sangue envenenado, dizendo-lhe que teria dons mágicos para que ela reconquistasse Hércules, se este viesse em qualquer tempo a abandoná-la. Mais tarde, Hércules apaixonou-se pela sedutora Iole, e se dispunha a desposá-la quando recebeu de Dejanira, como presente de núpcias, a túnica ensanguentada. Ao vesti-la, o veneno infiltrou-se-lhe no corpo; louco de dores, ele quis arrancá-la, mas o tecido achava-se de tal forma aderido às suas carnes que estas lhe saíam aos pedaços. Vendo-se perdido, o herói ateou uma fogueira e lançou-se às chamas. (N.E.)

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 12/13)


segunda-feira, 6 de junho de 2016

AS CAUSAS OCULTAS DAS DOENÇAS (PARTE FINAL)

"(...) As atuais forças lunares, sendo restos de um planeta que fracassou, evocam um passado remotíssimo, marcado por lutas subjetivas e objetivas que, por fim, resultaram na situação presente: a Lua existindo como satélite da Terra e mantendo sobre esta algumas influências diretas, concretas, além de várias outras, indiretas e menos evidentes. Entre as visíveis, encontram-se as que produzem a oscilação das marés e o ritmo do crescimento e da vida das plantas: entre as influências menos palpáveis, pode-se citar a estimulação instintiva e emocional no homem, esse ser que já ultrapassou o estado irracional, mas que ainda não está liberto do comportar-se como aqueles que não pensam.

A presença das enfermidades é, portanto, uma realidade planetária que transcende o próprio homem. Essa situação será resolvida em um futuro mais ou menos próximo, a depender da influência benéfica que outras energias possam ter sobre a órbita física e psíquica da Terra. Tais energias, algumas das quais extraplanetárias, sempre estiveram presentes, mas intensificarão cada vez mais sua ação, dado o grau de necessidade de cura em que atualmente nos encontramos. 

Neste momento cíclico, estrelas e planetas muito mais adiantados do que a Terra fazem incidir sobre nós sua irradiação especial e benéfica; e não só esses 'logos' estelares e planetários estão fazendo tal trabalho criativo, mas também o estão os seres ou entidades de evolução superior que vivem e têm sua essência nas órbitas internas desses 'logos'. Esses seres mantêm sua energia espiritual voltada para todos os níveis de consciência da Terra e alguns têm ação positiva sobre os próprios níveis humanos das criaturas."

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 11/13)


domingo, 5 de junho de 2016

AS CAUSAS OCULTAS DAS DOENÇAS (1ª PARTE)

"Diz-se que o assunto da cura é antigo como a Terra, o que para mim é verdadeiro: enfermidade há desde que o planeta existe. A razão disso está no próprio ato das forças construtivas que, vindas através dos raios solares, entram em contato com a atmosfera terrestre. Essa atmosfera, por ser ainda heterogênea e cheia de elementos antievolutivos, está impregnada de resquícios de tempos remotíssimos, que datam da convivência mais íntima que havia entra a substância da Terra e a da Lua, quando esta última era um planeta em pleno vigor e com tarefa bem diferente da que tem hoje. Os raios solares, deslizando dentro dessa atmosfera, inserindo-se em seu espaço, produzem um atrito que gera o que chamamos de 'doenças'.

Tal fenômeno não é exclusivamente físico. Sua contraparte existe em outras dimensões do planeta, fazendo das enfermidades um fato bem concreto em três níveis de realidade: físico-etérico, astral ou emocional e mental pensante. Além da dimensão mental pensante, entretanto, esse desequilíbrio já foi transcendido pelas energias de planos mais sutis.

As enfermidades são, portanto, um fato planetário, e não apenas uma característica dos seres humanos ou dos seres de outros reinos da natureza, tais como o mineral, o vegetal e o animal. Assim, mesmo que os homens conscientemente deixassem de dar motivos para ficarem enfermos, mesmo que conseguissem modificar tantas condições desfavoráveis provocadas pelos maus hábitos de vida e mesmo que os demais seres tivessem sempre ambientes adequados para um viver saudável, continuariam sujeitos às doenças, por serem elas, como vimos, inerentes à própria atmosfera física e psíquica da Terra, por enquanto. Por atmosfera psíquica entendemos, neste estudo, a vibração do plano mental pensante e do plano astral ou emocional, que está em vias de ser purificado por fatos universais, que não são assunto deste livro. (...)"

(Trigueirinho - Caminhos para a cura interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p. 11/12)


sábado, 4 de junho de 2016

SAPIÊNCIA SUPREMA

"Inteligente é quem outros conhece;
Sapiente é quem se conhece a si mesmo.
Forte é quem outros vence;
Poderoso é quem se domina a si mesmo.
Ativo é quem muito trabalha,
Rico é quem vive contente.
Firme é quem vive em seu posto, 
Eterno é quem supera a morte.

EXPLICAÇÃO: Nestes aforismos paradoxais focaliza Lao-Tse a quintessência do autoconhecimento, que transborda em autorrealização. O correto agir segue infalivelmente à consciência do reto ser. Toda a mística do autoconhecimento transborda irresistivelmente na ética da autorrealização - assim como toda a árvore boa produz frutos bons. Nenhum homem pode agir eticamente se não teve a experiência mística do seu verdadeiro ser. 

O Agir segue ao Ser."

(Lao-Tse - Tao Te King, O Livro Que Revela Deus - Tradução e Notas de Huberto Rohden - Fundação Alvorada para o Livro Educacional, Terceira Edição Ilustrada - p. 95/96)


sexta-feira, 3 de junho de 2016

SEGREDO PARA UM AMBIENTE FELIZ

"Se você deseja ser amado, comece por amar a quem necessita de seu amor. Se quer que os outros simpatizem com você, demonstre simpatia por aqueles que o cercam. Se lhe agrada o respeito de seus semelhantes, aprenda a respeitá-los a todos, jovens e idosos. Não se esqueça: o que quer que espere dos outros, faça-o antes a você - e eles responderão do modo como espera.

É fácil pretender que as pessoas se comportem para conosco de maneira perfeita e é igualmente fácil surpreender-lhes as faltas. Difícil, porém, é nos conduzirmos da maneira adequada, reconhecendo os próprios erros. Se você se lembrar sempre de agir corretamente, os outros procurarão seguir o seu exemplo. Se conseguir reconhecer suas deficiências sem alimentar nenhum complexo de inferioridade, empenhando-se em corrigi-las, usará seu tempo de maneira mais proveitosa do que se tentasse melhorar os outros. O bom exemplo é mais eficaz que a boa intenção, a cólera sagrada ou as palavras.

Quanto mais você evoluir, mais edificará aqueles que o cercam. Quanto mais feliz se tornar, mais felizes eles se sentirão."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p.36/37)


quinta-feira, 2 de junho de 2016

O OSCILAR DO PÊNDULO

"Os ideais devem se tornar mais elevados e grandiosos. 

Os desejos, mais e mais sublimes e sem ego. 

Os apegos devem ser transmutados em emoções cada vez mais sutis e nobres. 

A História só se tornará interessante quando houver firme desenvolvimento da renúncia. Não é? Eis por que as pessoas passam através do crisol da alegria e da tristeza, e saem mais puras e mais forte para a experiência.

Quando o crescimento de uma criança está prejudicado, causa tristeza; quando ela começa a crescer normalmente, causa alegria; quando o crescimento é anômalo, novamente a tristeza se instala. 

O oscilar do pêndulo torna a vida interessante. 

A vida é um ginásio, uma escola."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 35)


quarta-feira, 1 de junho de 2016

AMOR OU JULGAMENTO (PARTE FINAL)

"(...) Se você examinar as dores que lhe sobrevêm dia sim, dia não, logo perceberá que boa parte delas é emocional ou mental e não física. E mesmo em se tratando de dor física, costumamos agravá-la com toda espécie de preocupações que nos fazem penar muito além dos efeitos de nossa condição corporal.

Buda viu tudo isso com bastante nitidez. As Quatro Nobres Verdades esclareceram o que os psicólogos só agora começam a considerar a causa do sofrimento humano: nossa fixação mental em crenças, apreensões e fantasias suscitadas pelo medo. Depois de cuidadoso exame, constatamos que o ímpeto de fugir ao sofrimento é diretamente responsável pela maior parte de nossas ansiedades e desejos. Só quando estamos sofrendo é que reagimos tentando fazer alguma coisa para nos sentirmos melhor.

Depois de banir o medo subjacente, eliminamos a ansiedade. E depois de eliminar a ansiedade, modificamos nossa situação - nossa mente se aquieta, nossa percepção se apura, nosso coração se abre... e nosso espírito adeja. Aqui, o desafio consiste em fazer pausas regulares para meditar, sintonizar a respiração... o coração... a presença no aqui-e-agora... e, sem julgamentos, observar-nos no instante atual, reparando nas emoções que sentimos e nos pensamentos, atitudes e crenças que as engendram. Podemos então ver claramente que essas atitudes e crenças nos estão fazendo sofrer. E, obtida essa constatação, decidimos renunciar a elas.

Tal é o processo curativo e, como Buda enfatizou repetidamente, tudo o que ele requer é uma visão direta e uma aceitação honesta do que descobrimos. Visão e aceitação por si sós geram mudança, capacitando-nos a acolher a realidade porque seria insensato combatê-la.

Nessa aceitação, podemos abrir nosso coração para o mundo que nos cerca e permitir que a compaixão flua livremente..." 

(John Selby - Sete mestres, um caminho - Ed. Pensamento, São Paulo, 2004 - p. 95/96)