OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O PRAZER DA COOPERAÇÃO (1ª PARTE)

“Um dos problemas básicos que o mundo enfrenta é o da cooperação. Cooperar significa trabalhar juntos, sentir juntos, ter algo em comum para se agir livremente. Entretanto, as pessoas em geral não se sentem inclinadas a cooperar espontaneamente; elas são forçadas a cooperar por vários meios – ameaça, intimidação, castigo, recompensa. Esses são os métodos mais comumente praticados no mundo.

Sob governos tirânicos, os homens são brutalmente forçados a cooperar; se não o fazem, são mortos ou aprisionados. Nas chamadas nações civilizadas, somos persuadidos a cooperar mediante conceito como ‘pátria’ ou em prol de ideologias caprichosamente elaboradas e largamente propagadas, a fim de serem aceitas; ou ainda, cooperamos para a execução de um plano traçado por alguém que consideramos especial – um projeto de utopia.

Portanto, é o plano, a ideia ou a autoridade que induzem as pessoas a trabalhar juntas. Isso em geral se chama ‘cooperação’, e supõe sempre recompensa ou punição – o que quer dizer que, por trás dessa cooperação está o medo. Você está sempre trabalhando em prol de alguma coisa – da pátria, do partido, de Deus, da paz, da realização de uma certa forma. Sua ideia de cooperação é trabalhar juntos para um certo resultado. Você tem um ideal – fundar uma escola perfeita, ou algo assim – por cuja realização trabalha, e, portanto, diz ser necessária a cooperação. Tudo isso supõe autoridade. Há sempre alguém que supostamente sabe o que é mais acertado.

Eu não chamo a isso cooperação, de modo nenhum. Isso é uma forma de avidez, de medo ou de compulsão. Atrás de tudo está a ameaça de que, se o indivíduo não cooperar, a sociedade não o reconhecerá, o plano quinquenal falhará, ele será preso, o país perderá a guerra ou ele não entrará no céu. Há sempre uma forma de persuasão, e onde há persuasão não pode haver a verdadeira cooperação.

Tampouco há cooperação quando você e eu trabalhamos juntos apenas porque combinamos fazer juntos um certo trabalho. Num trato dessa natureza o que importa é que o trabalho seja feito, e não a cooperação. Você e eu podemos combinar construir uma ponte, uma estrada ou plantar juntos algumas árvores, mas nesse trato há sempre o medo de surgirem divergências, ou de que não consiga fazer minha parte do trabalho, fracassando e deixando tudo por sua conta. Portanto, não é cooperação trabalharmos à força de persuasão ou de um mero acordo prático, porque, em todo esforço exercido sobre tais bases, está sempre latente a ideia de ganhar ou evitar alguma coisa. (...)"

(J. Krishnamurti - O prazer da cooperação - Revista Sophia, Ano 5, nº 20 - p. 13)


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