OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

O MEDO (PARTE FINAL)

"Neste momento em que estou aqui sentado, não estou com medo; não tenho medo do presente, nada me está acontecendo, ninguém me está fazendo ameaças nem me tomando nada. Mas, além deste momento presente, uma camada mais profunda da mente está, consciente ou inconscientemente, a pensar no que poderá acontecer no futuro, ou a preocupar-se com algum fato passado que me possa prejudicar. Portanto, tenho medo do passado e do futuro. Dividi o tempo em passado e futuro. O pensamento interfere, dizendo ‘Tem cuidado, para que isso não torne a acontecer’, ou ‘Prepara-te para o futuro! O futuro pode ser perigoso. Agora tens alguma coisa, mas podes perdê-la. Podes morrer amanhã. Tua esposa pode abandonar-te. Podes perder teu emprego. Talvez nunca te tornes famoso. Podes ver-te na solidão. Precisas estar perfeitamente seguro do amanhã’. (...)

Estamos vendo, pois, que o pensamento engendra uma espécie de medo. Mas, separado desse, existe realmente medo? É o medo sempre resultado do pensamento? Se é, existe alguma outra forma de medo? Tememos a morte — uma coisa que acontecerá amanhã ou depois de amanhã, no tempo. Há uma distância entre a realidade e o que será. Ora, o pensamento experimentou esse estado; observando a morte, ele diz: ‘Eu vou morrer’. O pensamento cria o medo da morte; e, se não o cria, existe então realmente o medo?

É o medo resultado do pensamento? Se é, uma vez que o pensamento é sempre velho, o medo é sempre velho. Como dissemos, não há pensamento novo. Se o reconhecemos, ele já é velho. Portanto, o que tememos é a repetição do velho — o pensamento sobre o que foi, projetando-se no futuro. Por conseguinte, o pensamento é o responsável pelo medo. Isso é um fato que podeis observar por vós mesmos. Quando vos vedes diretamente em presença de alguma coisa, não há medo. Só quando surge o pensamento é que há medo.

Por conseguinte, perguntamos agora: É possível à mente viver de maneira completa, total, no presente? Só assim a mente não tem medo. Mas, para compreender isso, tendes de compreender a estrutura do pensamento, da  memória  e  do tempo. E, compreendendo-a, não intelectual nem verbalmente, porém de maneira real, com vosso coração, vossa mente, vossas entranhas, ficareis livre do medo; a mente pode então servir-se do pensamento, sem criar medo."

(J. Krishnamurti - Liberte-se do Passado - Ed. Cultrix, São Paulo - p. 23)

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