OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

QUEIMAR OS NAVIOS

"Queima os teus navios, meu amigo!" - assim te escrevi...

E tu me perguntas o que quer isso dizer...

Coisa muito grave, gravíssima - quer isso dizer, meu amigo...

Quando Fernando Cortez, há mais de quatro séculos, aportou no país dos astecas, disse ele aos soldados:

"Reembarque para Cuba todo homem medroso!..."

Silêncio profundo acolheu esta ordem - e o pugilo de temerários heróis foi à conquista do México...

Para cortar cerce toda esperança de regresso inglório, lançou Cortez fogo aos navios - reduzindo-os à cinzas...

*     *     *

E tu, meu amigo - já queimaste teus navios?...

Cortaste rente toda a ideia de voltar atrás - às "panelas do Egito"?...

Das árduas alturas do espírito - para a suave planície da matéria?...

Olha em derredor, quase todos preferem a farta escravidão - à austera liberdade...

E muitos dos que vão à conquista do paraíso de Deus - deixam intatos seus barcos...

Sempre dispostos a refugiar-se neles - no comodismo da vida, nas queridas vaidades de ontem...

Aqui, o deserto de Deus - lá embaixo, festins do Egito...

Aqui em cima, remar contra a corrente - lá embaixo, deixar-se ir ao sabor das trépidas vagas...

Somos como nadadores principiantes que se lançam às águas mas não largam os arbustos da praia.

Quanto mais nos convida a jubilosa liberdade das ondas bravias de Deus - tanto mais nos aferramos às coisas queridas da terra...

Somos de Deus, certamente - mas somos também do mundo...

Não ousamos sem reserva lançar-nos a seus mares ignotos - e perder de vista os verdes litorais da nossa vida...

Empunhamos o arado de Deus - mas sempre a olhar para trás...

Queremos, sim, anunciar o reino de Deus - mas primeiro matar saudades em casa e enterrar nossos defuntos...

Ai! como é difícil ser integralmente o que se é!...

Bandeirante de vastos horizontes...

Pioneiro de mundos ignotos...

Herói sem reserva!...

Forramos de anêmicos quisera, quisera nossa vida - e não ousamos bradar um intrépido eu quero!...

Tu, meu amigo, que és jovem e espírito ideal - reduze a cinzas as naus em que vieste!...

Morrer para o teu panteão de ídolos...

Morrer por um grande ideal...

É viver eternamente..."

(Huberto Rohden - De Alma para Alma - Ed. Martin Claret, São Paulo - p. 169/170)


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