OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O OBSERVADOR E O OBSERVADO (9ª PARTE)

"23. O fenômeno observador-observado cria um relacionamento de possuir e de ser possuído.

Aqui as palavras utilizadas são sva-sakti e svãmi-sakti. O sutra indica que cada um tenta satisfazer a si mesmo. Svãmi-sakti é o possuidor e quer possuir, seja um objeto ou um indivíduo. Mas aquilo que o homem busca possuir, por sua vez, quer possuir o possuidor. O relacionamento do possuidor e do possuído é obviamente de uso. É uma estranha lei da vida que aquele que quer possuir deve também estar pronto para ser possuído. Ambos estão comprometidos com svarupa-upalabdhi, que significa tentar satisfazer seu próprio fim. Possuir é ser possuído. Os dois seguem juntos. Ter um sem o outro é uma impossibilidade. Este é o ponto crucial do relacionamento de uso. O explorador e o explorado seguem juntos. A necessidade de ser explorado dá origem ao explorador. No relacionamento de uso vemos a pior forma de exploração do homem pelo homem. Patañjali diz no sutra subsequente que:

24. Este desejo de possuir e de ser possuído é motivado por avidiã ou ignorância.

Certamente tal relacionamento de uso nasce da ignorância. Patañjali tem discutido o problema das aflições. A maior aflição que surge na vida do homem deve-se aos relacionamentos infelizes. Este é o maior problema do homem. Ele seria intensamente feliz se pudesse conhecer o segredo do reto relacionamento. Mas o reto relacionamento pode surgir apenas quando a couraça de avidyã é quebrada. Precisamos nos lembrar de que o relacionamento de uso tem sua origem no desejo de continuidade. A questão de uso pela própria continuidade de si é o que dá origem à rãga e dvesa. Porém este desejo por continuidade não tem valor a menos que conheçamos a entidade que quer ser contínua. O relacionamento de uso é motivado pelo desejo de posse. Contudo, antes que possamos possuir o outro, precisamos possuir a nós mesmos. Mas o Ser⁷ pode ser possuído? Se ele é não nascido, como pode ser possuído? Se aquilo que é vivo está em um estado de fluxo, como pode um fluxo ser possuído? Então, o que é aquilo que possuímos? Certamente, podemos possuir apenas nossa imagem, e é esta imagem que consideramos como nós mesmos, que é asmitã no verdadeiro sentido. Tendo formado uma imagem de nós mesmos, movemo-nos na direção de possuir a imagem do outro. É o que chamamos de relacionamento. Não é de admirar-se que tal relacionamento não leve à alegria e à felicidade. Transformamo-nos em uma imagem, e considerar esta imagem como nós mesmos é a mais elevada forma de ignorância. O relacionamento de uso com sua consequente aflição pode desaparecer apenas quando esta ignorância colossal sobre nós mesmos tiver sido removida. Patañjali diz no próximo sutra: (...)"    

⁷ No original em inglês: Self. (N.E.)

(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 98/99)
ww.editorateosofica.com.br


terça-feira, 3 de novembro de 2020

O OBSERVADOR E O OBSERVADO (8ª PARTE)

"22. Para aquele que não objetiva realizar-se através da existência do observado, o observado não existe; mas para os demais ele continua a existir.

O homem normalmente estabelece um relacionamento de uso com o mundo em que vive, seja físico ou psicológico. É deste relacionamento que surge o observado. Precisamos nos lembrar de que tal relacionamento jamais poderá estabelecer-se com algo que está vivo, pois a vida é um estado de fluxo e, portanto, não é estática. O uso possível apenas em relação a algo estático ou imóvel. Assim, para ter aquele relacionamento, a vida precisa ser transformada em imagem. O sutra acima diz que, para aquele que tenha ido além do relacionamento de uso,  o observado não existe. Tal indivíduo não tem objetivo a realizar advindo da existência do observado. Daí que o observado desaparece quando cessa este relacionamento de uso. O sutra, contudo, diz que para os demais, o observado continua a existir. A partir disso, fica evidente que o observado não tem existência per se; ele é trazido à existência pelo observador para seu próprio propósito. O relacionamento de imagem à imagem, obviamente, é um relacionamento de uso, no qual há sempre o desejo de ter e de possuir. No seguinte sutra isso está ainda mais claro.(...)"

(Rohit Mehta - Yoga a arte da integração - Ed. Teosófica, Brasília, 2012 - p. 97/98)


segunda-feira, 23 de abril de 2018

DEVEMOS MORRER PARA TODAS AS NOSSAS EMOÇÕES

"O que entendemos por emoção? É uma sensação, uma reação, uma resposta dos sentidos? O ódio, a devoção, o sentimento de amor ou a solidariedade por outra pessoa - todos são emoções. Alguns, como o amor e a solidariedade, chamamos de positivos; já outros, como o ódio, chamamos de negativos e queremos nos livrar deles. O amor é o oposto do ódio? É uma emoção, uma sensação, um feeling que é prolongado através da memória?

...Então, o que entendemos por amor? Certamente, o amor não é memória. É muito difícil entender isso, porque para a maioria de nós o amor é, sim, memória. Quando você diz que ama o seu cônjuge, o que quer dizer com isso? Você ama aquilo que lhe dá prazer? Você ama aquilo com que se identificou e que reconhece como pertencente a você? Por favor, isso são fatos. Não estou inventando nada, por isso não fique horrorizado.

...É a imagem, o símbolo do cônjuge que amamos (ou achamos que amamos), não o próprio indivíduo. Eu absolutamente não conheço o meu cônjuge; e nunca poderei conhecer essa pessoa enquanto 'conhecer' significar 'reconhecimento'. Porque o reconhecimento é baseado na memória - a memória do prazer e do sofrimento, a memória das coisas pelas quais tenho vivido, agonizado, as coisas que possuo e às quais sou ligado. Como posso amar quando existe medo, mágoa, solidão, a sombra do desespero? Como um homem ambicioso pode amar? E somos todos muito ambiciosos, embora de forma honrosa.

Portanto, para descobrir realmente o que é o amor, precisamos morrer para o passado, para todas as emoções - o bom e o ruim. Morrer sem esforço, como morreríamos para uma coisa venenosa, porque a entendemos."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 151


terça-feira, 10 de abril de 2018

A PERSONA E O EGO

"Todos nós temos uma imagem que apresentamos ao mundo - é o que Jung chama de persona. O modo como nos vestimos, como falamos, a personalidade que gostamos de apresentar, tudo isso é parte de uma persona que desenvolvemos desde nossos primeiros anos. A persona é influenciada pela educação. Família, escolas, amigos, sociedade: todos esses elementos têm normas, valores e atributos, e o esperado é que nós os aceitemos e os tornemos nossos.

A persona não é o 'eu' real; é a expectativa da sociedade sobre como alguém no nosso papel deve se vestir, falar e se comportar. Se nos preocupamos demais com nossas personas, podemos terminar vivendo segundo as expectativas de nossos pais, de nosso grupo social ou religioso, ou de nossos cônjuges. Podemos não estar sendo verdadeiros e autênticos em relação a nós mesmos. Podemos estar vivendo a ideia de outra pessoa sobre como nossa vida deveria ser.

Se nos identificarmos muito intimamente com nossa persona, podemos perder parte de nós mesmos - mas não completamente. Partes não realizadas de nossa personalidade surgem nos sonhos, nas fantasias e em atos falhos. Se algo é empurrado para o inconsciente, certamente se esforçará para sair. Se nossa persona estiver muito distante da nossa verdadeira personalidade, podemos nos sentir afligidos por neuroses.

O ego é o que nós pensamos que somos. É a nossa personalidade como conscientemente a conhecemos. Faz parte da nossa força motriz, do nosso desejo pessoal de autoexpressão e de controle sobre o mundo à nossa volta.

Ego não significa egoísta ou egocêntrico; é uma palavra latina que significa 'eu'. Desenvolvemos nosso senso de ego na infância. Ouvimos as outras pessoas descreverem nossa personalidade e nosso comportamento e internalizamos essas descrições como aquilo que pensamos ser o 'eu': Miguel tem um temperamento ruim; Ana gosta de cooperar; Mário é um bom menino. Todos esses rótulos tornam-se parte da nossa identidade, mas eles podem estar ligeiramente fora de foco - ou completamente errados. Eles são filtrados pelas personalidades de outras pessoas, que interpretam nossas ações de acordo com seu próprio esquema das coisas.

Para compreender as necessidades que o ego tem em relação aos outros, devemos primeiramente entender a nós mesmos. Não podemos ter relacionamento bem-sucedidos com amigos, amantes ou pais a não ser que tenhamos uma noção realista da nossa própria identidade. Se sabemos quem somos, podemos fazer melhores escolhas nos nossos relacionamentos."

(Vivianne Crowley - A consciência segundo Jung - Revista Sophia, Ano 7, nº 25 - p. 33)


terça-feira, 7 de novembro de 2017

O CORPO MENTAL - O LOCAL ESSENCIAL (1ª PARTE)

"Assim, é no corpo mental que temos que nos empenhar; devemos nos recusar a permitir que quaisquer imagens sejam formadas em nosso corpo mental sem nosso consentimento, sem que nós mesmos - o Ser interno - o determinemos. Tem de varrer e limpar o corpo mental de toda espécie de formas de pensamentos, de imagens e de sequelas de pensamentos fúteis. Depois, façamos o mesmo que fizemos com os outros corpos, isto é, invertamos a polaridade, de modo que todas as partículas do corpo mental respondam e obedeçam à consciência interna e não se subordinem ao mundo circundante.

Também aqui a mudança é imediatamente percebida pela visão clarividente, e o corpo mental aparece então iluminado com a luz do Ser interno, como um objeto radiante, concordemente harmonizado com nossa genuína consciência manifestada.

Mas ainda isso não é o bastante, pois assim poderemos apenas impedir que o corpo mental nos prejudique e seja um obstáculo em nosso caminho, e nada mais. Devemos, além disso, converter o poder criador do pensamento numa definida força para o Bem, não somente de modo a que não nos cause danos, mas que nos beneficie. Isso significa que devemos criar e fortalecer com nossas emoções aquelas imagens mentais que desejarmos ver realizadas em nossa vida diária. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 32)
www.editorateosofica.com.br


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

O PERIGO DE UMA IMAGINAÇÃO INDISCIPLINADA

"Consideremos o caso de um homem que anseia por bebida. Ele conhece o sofrimento que a sua fraqueza lhe ocasiona; sabe que utiliza mal seu salário e deixa sua família à míngua; e, em seus momentos de lucidez, resolve abandonar aquele vício. Então ele passa por diante de uma taberna, vê sair e entrar gente, e talvez ainda sinta o odor de bebida. Até aquele momento, esteve livre da tentação e da consequente luta. Mas, que sucede agora? Naquela fração de segundo, se imagina bebendo - cria uma imagem mental; e por um momento vive e atua naquela forma mental como se, com efeito, usufruísse da bebida. Experimenta a possível satisfação de sua ânsia, mas em realidade não faz mais que intensificá-la, tornando a ação quase inevitável. Uma vez produzida a imagem, evoca tardiamente sua vontade dizendo: 'Não quero fazer isso'. Mas já é demasiado tarde, e a luta é praticamente em vão. Uma vez criada a imagem mental, segue-se geralmente a consumação da mesma em ação. Sem dúvida, às vezes, a imagem não é bastante vigorosa, e é possível repeli-la. Mas mesmo assim há luta, desgaste dos corpos e sofrimento como resultado. O melhor caminho é impedir que se forme a criadora imagem mental e intervir quando ainda seja eficaz a intervenção.

A imaginação indisciplinada causa sofrimento mais graves do que se supõe. As inumeráveis ocasiões em que tantos não puderam dominar suas paixões, expecialmente a luxúria, foram resultado de uma imaginação indisciplinada e não de uma vontade fraca. Pode-se sentir um forte desejo, mas é o pensamento criador que acarretará a ação.

A maioria das pessoas não dá importância a suas imaginações, devaneios ou pensamentos, e pensam que eles sejam inofensivos por não serem tangíveis ou visíveis à visão ordinária. Contudo, constituem o único perigo. A quem experimente um intenso desejo sexual, não haverá perigo em ver ou pensar no objeto de seu desejo, a menos que ao pensamento acompanhe a imagem mental de estar saciando seu apetite. O risco começa quando se imagina a si mesmo em ato de satisfação do desejo e quanto se consente que o desejo fortaleça a imagem criada. 

Um homem pode estar rodeado de objetos de desejo e, contudo, não experimentar perturbação nem dificuldade alguma, contanto que não permita que sua imaginação, seu poder mental criador, reaja a tais objetos. Nunca temos suficiente percepção de que os objetos de desejo não têm por si poder algum, a menos que nos permitamos reagir a eles, a menos que busquemos saciá-los em imagens criadoras. Mas, uma vez que o tenhamos feito, a luta sobrevém certamente. Consideramos o que pensamos como nossa vontade, e tentamos escapar dos resultados de nossa própria imaginação por meio de uma resistência frenética. Poucos compreenderam que a resitência agitada e ansiosa inspirada pelo medo é algo muito diferente da Vontade."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 29/30)


quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A BELEZA DO EGO

"No mundo do Ego, não há formas e cores como conhecemos aqui, mas há algo que pode ser traduzido em termos de cor e forma. Assim, podemos falar da aparência do Ego, ainda que não se revele a nós como os objetos no mundo fenomênico. Portanto, não deve ser mal interpretado quando dizemos que o Ego se mostra em forma humana glorificada, e que nesse aspecto nos vemos como realmente somos. A forma humana em que ali nos vemos é também representativa de nosso verdadeiro tipo ou gênio, de nossa missão na magna Obra. Desse modo, um Ego que conheço apareceu como um jovem radiante, como um Apolo grego esculpido em reluzente mármore e, não obstante, imaterial, tendo a inspiração por sua característica básica. Outro Ego tinha a aparência da escultura de Demétrio no Museu Britânico: uma figura dignificada, serena e pacífica que, por assim dizer, pairava sobre o mundo, ao qual contribuía para nutrir e proteger. Portanto, cada Ego tem seu aspecto peculiar, radiante e formoso, que expressa sua missão ou temperamento.

Quando restituímos nossa consciência ao mundo do Ego e nos reconhecemos como tal, devemos procurar ver o aspecto que temos em nosso próprio mundo, e daí em diante pensar em nós mesmos unicamente dessa forma. Uma vez visto o que realmente somos, já não mais devemos nos permitir pensar em nós mesmos como a imagem que vemos quando nos contemplamos no espelho. Desde que reconheçamos que somos o divino Ser interno, não devemos nem por um momento ceder à velha ilusão de que somos o corpo físico e temos um Ser divino em algum plano superior. Desde então, fica invertida a posição. E ao falarmos de nós, falamos do radiante Ser que verdadeiramente somos, e não dos corpos através dos quais se manifesta temporariamente parte de nossa consciência."

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 39/40)


quarta-feira, 23 de agosto de 2017

SER E ILUMINAÇÃO (1ª PARTE)

"Existe uma Vida Única, eterna e sempre presente, além das inúmeras formas de vida sujeitas ao nascimento e à morte. Muitas pessoas empregam a palavra Deus para descrevê-la, mas eu costumo chamá-la de Ser. Tanto 'Deus' quanto 'Ser' são palavras que não explicam nada. 'Ser', entretanto, tem a vantagem de sugerir um conceito aberto. Não reduz o invisívil infinito a uma entidade finita. É impossível formar uma imagem mental a esse respeito. Ninguém pode reivindicar a posse exclusiva do Ser. É a sua essência, tão acessível como sentir a sua própria presença. Portanto, a distância é muito curta entre a palavra 'Ser' e a vivência do Ser. 

O SER NÃO ESTÁ apenas além, mas também dentro de todas as formas, como a mais profunda, invisível e indestrutível essência interior. Isso significa que ele está ao seu alcance agora, sob a forma de um eu interior mais profundo, que é a verdadeira natureza dentro de você. Mas não procure apreendê-lo com a mente. Não tente entendê-lo. 

Só é possível  conhecê-lo quando a mente está serena. Se estiver alerta, com toda a sua atenção voltada para o Agora, você até poderá sentir o Ser, mas jamais conseguirá compreendê-lo mentalmente.

Recuperar a consciência do Ser e submeter-se a esse estado de 'percepção dos sentidos' é o que se chama iluminação. (...)"

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 13/14)


sábado, 29 de julho de 2017

COMO SUPERAR O EGOCENTRISMO (PARTE FINAL)

"(...) Não vivemos somente como corpos, mas também como sentimentos e pensamentos. Nosso nível psíquico não é uma estrutura tão sólida quanto o corpo físico; é mais fluido. Nesse nível estamos muito mais intimamente relacionados com os outros.

Constantemente trocamos sentimentos e pensamentos com outras pessoas. Queremos 'congelar' nossos sentimentos e pensamentos, 'patentear' nossas ideias e protegê-las com direitos autorais. Como não podemos fazer isso, acabamos tendo problemas psicológicos. Examinamos as razões por que nos sentimos 'no centro'. Quais são os resultados desse sentimento? Eles não são diferentes das causas: uma crescente impressão de separatividade e medo de perder nossa posição.

Como estamos no centro, não podemos ver a nós mesmos como realmente somos. Vemos, nas outras pessoas, nossas próprias falhas e as criticamos. Esse tipo de crítica, mesmo não expressa, perturba o relacionamento com o nosso meio, e essa perturbação fortalece o sentimento de separatividade.

Por não conseguirmos nos ver, construímos uma imagem de nós mesmos que resulta em comparações: 'Eu sou melhor que fulano e sicrano.' Isso pode levar à arrogância ou ao desespero; de qualquer modo, leva a mais separação. Nas escolas a comparação é usada como incentivo, mas seu efeito sobre o caráter não é nada desejável. Krishnamurti dizia, em suas escolas: 'Não se compare a ninguém.' A crítica e a comparação com os outros surgem da noção de estarmos no centro e fortalecem essa noção.

Como as causas e os efeitos dessa posição central são as mesmas, podemos falar de um círculo vicioso infinito. Podemos esquecer causas e efeitos e ver somente a situação total, onde diferentes aspectos existem simultaneamente. Estar no centro, sentir-se separado, ter medo, criticar, comparar - tudo isso são expressões da situação em que estamos. Podemos simplesmente sair disso?"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 38/39)


terça-feira, 18 de julho de 2017

EXPECTATIVA NEGATIVA (1ª PARTE)

"Esses conceitos a respeito das energias podem ser aplicados em situações de terapia. Para otimizar o encontro terapêutico, o profissional não deve levar consigo expectativas negativas a respeito de seu cliente nem trazer consigo sentimentos, emoções e tendências associados à sessão anterior.

Sempre que antecipa alguma dificuldade, a pessoa tende a se enrijecer e ficar exausta, o que contribui para dissipar energia. Além disso, existe uma alta probabilidade de que o cliente inconscientemente experiencie os sentimentos negativos projetados e rejeite a intervenção terapêutica. Essa reação inconsciente é provavelmente despertada pelo fluxo de energia negativa associado aos pensamentos, às imagens e expectativas do terapeuta.

Pensamentos momentâneos do tipo 'espero que essa pessoa não fique zangada', 'gostaria que essa sessão terminasse' ou 'não acredito que ela queira melhorar', são imagens negativas inconscientes. Pacientes e clientes reagem a essa postura automaticamente. Às vezes parecem telepatas e realizam a expectativa projetada. Essa projeção talvez seja o mecanismo por meio do qual a polarização experimental afeta o resultado da pesquisa.

O prejulgamento do terapeuta produz ansiedade ou rejeição automática, uma vez que tende a repercutir no campo do paciente com crenças, pensamentos ou imagens que ele inconscientemente tem de si mesmo. Em vez de diminuir as dúvidas internas, há a ativação dessas autoimagens internas negativas, de modo que sua autoestima e autoconfiança diminuem.

Um processo semelhante ocorre se a pessoa estiver ansiosa demais por um resultado positivo, como desejam os terapeutas para seus clientes ou os pais para seus filhos. Nesses casos, os pacientes ou os filhos experienciam uma pressão por mudança que pode diminuir seu aprendizado de novas habilidades. Isso também pode acentuar a ansiedade ou o medo de ser rejeitado se não atingir as expectativas do terapeuta ou dos pais. (...)"

(Dora Kunz e Erik Peper - A ira e seus efeitos - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 35)
www.revistasophia.com.br


terça-feira, 11 de julho de 2017

EVOLUÇÃO VERSUS INVOLUÇÃO

"Quando Deus viu que havia projetado os elementos da criação para fora de Si mesmo - das formas mais sutis às mais grosseiras -, o processo de involução entrou em funcionamento. Do ponto de vista do assunto de hoje, pense na evolução como o que viaja para longe de Deus, e na involução como o que volta para Ele. Para cada processo de evolução há um processo de involução. Quando os pensamentos criadores de Deus assumiram uma forma mais densa na matéria, teve início a involução, que está ocorrendo o tempo todo. A consciência onírica divina se manifesta primeiro nas pedras ou minerais inertes. Depois começa a vibrar na sensibilidade das plantas, mas não possui autoconsciência. E depois vêm todas as formas de vida sensiente do reino animal. A consciência e a vitalidade inata, então, encontram expressão no homem, com o seu poder inteligente superior de pensar e discernir. E finalmente a superconsciência divina se reflete plenamente no super-homem. Assim, a criação realmente se afasta de Deus e depois volta para Ele. Deus dará salvação não apenas ao homem mas também aos planetas, à Terra, às estrelas - a todos os que trabalham tão arduamente há bilhões de anos fornecendo os cenários para o drama cósmico onírico.

Voltar a Deus pelo processo involutivo da Natureza é um processo muito longo. Um dia, o homem de discernimento pergunta: 'Por que esperar milhões de anos antes de poder voltar para Deus?' Ele raciocina que, primeiramente, não pediu para ser criado - que Deus o criou sem pedir sua permissão e portanto o Próprio Deus devia libertá-lo. E se recusa a esperar mais. Quando chega este desejo o ser humano deu o primeiro e definitivo passo para voltar a Deus.

Quando você realmente quer ser libertado do sonho terreno, não há poder que possa impedi-lo de alcançar a libertação. Nunca duvide disto! Sua salvação não precisa ser alcançada - já é sua, pois você é feito à imagem de Deus; mas é preciso saber disso. Você esqueceu. O cervo almiscareiro busca desesperadamente o perfumado almíscar em todos os lugares. Nessa busca frenética, ele descuidadamente escorrega para a morte nas encostas das altas montanhas. Se o tolo cervo virasse o nariz para a bolsa de almíscar que está dentro de si mesmo, encontraria o que buscava. Da mesma forma, só precisamos interiorizar e encontrar a salvação na percepção de que a alma, nosso verdadeiro Eu, é feita à imagem de Deus."

(Paramahansa Yogananda - Jornada para a autorrealização - Self-Realization Fellowship - p. 57/58)


sexta-feira, 2 de junho de 2017

A ALMA É LIVRE

"As almas foram 'feitas' à imagem e semelhança de Deus. Nem o pecador mais empedernido pode ser condenado para sempre. Causas finitas não geram efeitos infinitos. Por uso inadequado de seu livre-arbítrio, o homem talvez se julgue mau; mas, no íntimo, é uma criatura de Deus. O filho de um rei pode, sob a influência do álcool ou de um pesadelo, julgar-se mendigo; todavia, quando se recupera do estado de intoxicação ou acorda, constata que se iludiu. A alma perfeita, sempre livre de pecado, acaba por despertar em Deus quando recorda sua natureza real, eternamente virtuosa.

O homem, feito à imagem de Deus, só se ilude por pouco tempo. Esse engano passageiro o induz a julgar-se mortal. E, na medida em que se identifica com a mortalidade, ele sofre.

O equívoco da mortalidade, cultivado pela alma, às vezes se estende a várias encarnações. Contudo, graças ao esforço pessoal - sempre influenciado pela lei divina -, o Filho Pródigo aguça o tirocínio, recorda sua morada em Deus e obtém a sabedoria. Pela iluminação, a alma desgarrada evoca sua imagem eternamente divina e se reúne à consciência cósmica. Então o Pai lhe serve o 'gordo bezerro' da imorredoura bênção e sabedoria, libertando-a para sempre."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 14/15)
www.editorapensamento.com.br

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

ILUMINAÇÃO: ELEVANDO-SE ACIMA DO PENSAMENTO

“No processo de crescimento, construímos uma imagem mental de nós mesmos, baseada em nosso condicionamento pessoal e cultural. Podemos chamar isso de ‘o fantasma pessoal do ego’. Consiste em uma atividade mental e só pode ser mantido através do pensar constante. A palavra ‘ego’ tem sentidos diferentes para pessoas diferentes, mas aqui significa um falso eu interior, criado por uma identificação inconsciente com a mente.

Para o ego, o momento presente dificilmente existe. Só o passado e o futuro são considerados importantes. Essa total inversão da verdade explica por que, para o ego, a mente não tem função. O ego está sempre preocupado em manter o passado vivo, porque pensa que sem ele não seríamos ninguém. E se projeta no futuro para assegurar a continuação de sua sobrevivência e buscar algum tipo de escape ou satisfação lá adiante. Ele diz assim: ‘Um dia, quando isso ou aquilo acontecer, vou ficar bem, feliz, em paz.’

Mesmo quando o ego parece estar preocupado com o presente, não é o presente que ele vê, porque constrói uma imagem completamente distorcida, a partir do passado. Ou então reduz o presente a um meio para obter o fim desejado pela mente. Observe sua mente e verá que é assim que ela funciona. O momento presente tem a chave para a libertação. Mas você não conseguirá percebê-lo enquanto for a sua mente.

A iluminação significa chegar a um nível acima do pensamento. No estado iluminado, continuamos a usar nossas mentes quando necessário, mas de um modo mais focalizado e eficiente. Assim, utilizando nossas mentes com objetivos práticos, não ouvimos mais o diálogo interno involuntário e sentimos uma serenidade interior.

Quando usamos de fato nossas mentes e, em especial, quando necessitamos de uma solução criativa, há uma oscilação, de segundos, entre o pensamento e a serenidade, entre a mente e a mente vazia. O estado de mente vazia é a consciência sem o pensamento. Só assim é possível pensar criativamente, porque somente desse modo o pensamento tem alguma força real. O pensamento sozinho, quando não mais conectado com a área da consciência, que é muito mais ampla, rapidamente se torna árido, doentio e destrutivo.”

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - GMT Editores Ltda., Rio de Janeiro, 2016 - p.20/21)


quinta-feira, 31 de março de 2016

O EGO NOS RELACIONAMENTOS

"Enquanto o ego dominar sua vida, a maioria de seus pensamentos, emoções e ações virá do desejo e do medo. Isso fará você querer ou temer alguma coisa que possa vir da outra pessoa.

O que você quer dos outros pode ser prazer, vantagem material, reconhecimento, elogio, atenção, ou fortalecimento da sua identidade, quando se compara achando que sabe ou tem mais do que os outros. Você teme que ocorra o contrário - que o outro seja, tenha ou saiba mais do que você - e que isso possa de alguma forma diminuir a ideia que você faz de si mesmo.

Quando concentra sua atenção no presente - em vez de usar o presente como um meio para atingir um fim -, você ultrapassa o ego e a compulsão inconsciente de usar as pessoas como meios para valorizar-se ao se comparar com elas. Quando dá total atenção à pessoa com quem está interagindo, você elimina o passado e o futuro do relacionamento - exceto nas situações que exigem medidas práticas. Ao ficar totalmente presente com qualquer pessoa, você se desapega da identidade que criou para ela. Esse identidade é fruto da sua interpretação de quem a pessoa é e do que fez no passado. Ao agir assim, você se torna capaz de relacionar-se sem os mecanismos autocentrados do desejo e medo. O segredo dos relacionamentos é a atenção, que nada mais é do que calma alerta. Como é maravilhoso poder ultrapassar o querer e o medo nos seus relacionamentos. O amor não quer nem teme nada.

Se o passado de uma pessoa fosse o seu passado, se a dor dessa pessoa fosse a sua dor, se o nível de consciência dela fosse o seu, você pensaria e agiria exatamente como ela. Ao compreender isso, fica mais fácil perdoar, desenvolver a compaixão e alcançar a paz.

O ego não gosta de ouvir isso, porque sem poder reagir e julgar ele se enfraquece."

(Eckhart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed, Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 57/58)

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

O EVANGELHO - SUTRA 2

"Nele (Parambrahma) está a origem de todo o conhecimento e amor, a raiz de todo o poder e alegria.

Prakriti ou a Natureza de Deus. A força Onipotente (Shakti) - em outras palavras, a Alegria Eterna (Ananda) -, que produz o mundo, e o Sentimento Onisciente (Chit), que torna este mundo consciente, ambos manifestam a Natureza (Prakriti) de Deus-Pai.

Como Deus é compreendido. O homem, sendo feito à semelhança de Deus, ao dirigir sua atenção para dentro pode perceber em seu íntimo a força e o Sentimento mencionados, as únicas propriedades de seu Eu; a Força Onipotente na forma de sua vontade (Vasana), junto com o prazer (Bhoga); e o Sentimento Onisciente na forma de sua Consciência (Chetana), a qual sente prazer (Bhokta). Ver Gênesis 1:27.
'Criou, pois, Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus ele o criou; homem e mulher ele os criou.'"
(Swami Sri Yukteswar - A Ciência Sagrada - Self-Realization Fellowship - p. 22/23


segunda-feira, 14 de setembro de 2015

A SUPREMA ORAÇÃO

"Jesus nos mostrou qual é a suprema oração: 'Senhor, seja feita a Tua vontade'. Bem, muitas pessoas interpretam isso como significando que não precisam exercer nem a vontade, nem o pensamento; que só têm de sentar, meditar e esperar que Deus faça alguma coisa por meio delas. Isso é errado. Somos feitos à imagem de Deus. Ele deu ao ser humano uma inteligência que não deu a nenhuma outra criatura, e espera que a utilizemos. Por isso Paramahansaji nos ensinou a orar assim:
'Senhor, eu raciocinarei, eu quererei, eu agirei; mas guia Tu minha razão, vontade e atividade para a coisa certa que devo fazer.'
Nós praticamos isso no ashram religiosamente. Nas reuniões de trabalho, meditamos por alguns minutos e depois fazemos a prece acima. Só então começamos a reunião e tomamos decisões. 

Portanto, não fique sem fazer nada, a espera que Deus tome as providências necessárias. Ao aplicar os princípios da razão, da vontade e da ação, siga o curso que lhe parecer melhor. Trabalhe conscienciosamente, usando a vontade e a inteligência, e ao mesmo tempo ore sem cessar: 'Senhor, guia-me; deixa-me seguir a Tua vontade. Seja feita apenas a Tua vontade.'

Ao fazer isso, você mantém a mente receptiva à orientação divina. Pode então descobrir que, de repente, consegue ver claramente: 'Não, agora devo tomar esta direção'. Deus mostra o caminho. Mas lembre-se que, ao pedir a Deus que o guie, a sua mente jamais deve estar fechada; que esteja sempre aberta e receptiva. É assim que Deus ajuda a quem se ajuda. Funciona, mas o esforço e a iniciativa devem partir de nós.

Você não tem que viver num ashram para servir a Deus e seguir a vontade Dele. Cada um de nós está, neste momento, onde Deus e nossos atos passados nos colocaram. Se você não estiver satisfeito com suas condições atuais, medite e peça orientação a Deus. Mas, enquanto faz isso, aplique a razão que lhe foi concedida por Deus. Analise as opções que tem em relação à sua vida e ao seu futuro."

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 31/32)


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A YOGA ENSINA O HOMEM A MUDAR A SI MESMO (PARTE FINAL)

"(...) Torne-se como uma flor; se você colhe uma linda rosa e a esmaga em suas mãos, ela desprende uma doce fragrância. É assim que o devoto deve ser. Não importa como seja esmagado pela indelicadeza do outro, ele emite o doce perfume do perdão, da bondade. São Francisco era assim. Todos os santos expressam compaixão e bondade. (...)

O homem divino está preocupado em seu próprio comportamento correto em relação à outras pessoas. 'Ofereço bondade, penso com bondade, falo com bondade? Faço o bem neste mundo?' Ele não está interessado em ser um grande instrutor para praticar o bem. Não. Onde quer que esteja, seja o que for, ele quer fazer somente o bem. Esse indivíduo é como a flor perfumada; abelhas devotas juntam-se a seu redor.

Eis uma outra ilustração que Guruji oferecia: 'As moscas gostam de apinhar-se em volta de imundícies. A abelha quer ir somente aonde possa recolher o doce néctar. Não gosto de ver pessoas se comportarem como moscas, reunindo-se onde quer que haja feiura, mexerico, maldade, mesquinhez, ódio, ciúme, inveja, intolerância e preconceito. Preferiria contemplar um jardim de perfumadas florações de qualidades da alma, para onde as abelhas humanas são atraídas para sorver o mel divino do amor, da compaixão e da bondade.

Quando digo essas palavras, cada um de vocês reage positivamente. Por quê? Porque elas expressam a própria natureza de sua alma; e estou simplesmente recordando o que vocês são: almas feitas à imagem do Amado Único.

'Não terás outros deuses diante de Mim. (...) Eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso'. Agora você entende melhor o que o Senhor quer dizer: quando fazemos coisas divinas, quando expressamos qualidades divinas, que são inatas em cada um de nós, não temos outros deuses - ciúme, cobiça, ira, ódio ou qualquer outra coisa. Nós fizemos Dele, de Suas qualidades, de Seus ideais, o primeiro em nossa vida."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 168/169)

domingo, 12 de julho de 2015

DESAPEGANDO-SE DA RAIVA (1ª PARTE)

"A raiva está enraizada no julgamento. Queremos enquadrar os outros em algum padrão que, de alguma forma, fantasiamos, escolhemos e impomos. As pessoas podem nem mesmo ter consciência desses padrões, mas isso não importa para nós.

Frequentemente as pessoas ficam com raiva porque não correspondemos às suas expectativas. Essas expectativas podem ser tão irreais, que nunca nos será possível satisfazê-las. (...) 

Traumas na infância produzidos pelas expectativas irracionais dos pais são curados com muita dificuldade. É preciso compreender que o pai (ou a mãe) estava errado ou obcecado por uma ilusão, e essa tomada de consciência não pode ser meramente racional. O coração e as entranhas devem absorvê-la também. 

Com delicadeza, faça-se essas perguntas e, sem julgar nem criticar, observe os pensamentos, sentimentos e imagens que vêm à sua consciência: Quais eram as exigências e expectativas irracionais de seus pais em relação a você? Será que eles queriam descobrir quem você era, ou só sabiam o que queriam que você fosse? Será que eles tentavam viver e realizar seus desejos através de você? Usavam você para impressionar os outros? 

Se você sente muita preocupação com as opiniões alheias é sinal de que usaram você dessa maneira. Volto a insistir: procure não se importar com o que os outros pensam a seu respeito, se estiver fazendo o que lhe parece certo ou estiver exercendo sua vontade sem prejudicar ninguém. Livre-se dessa dependência.(...)"

(Brian Weiss - A Divina Sabedoria dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 1999 - p. 81/82)
www.sextante.com.br


terça-feira, 7 de julho de 2015

O AMOR PELA VERDADE

"Viver uma vida de verdade não consiste meramente em falar a verdade. Pretender ser aquilo que não somos é tão corruptivo quanto a inverdade no discurso. Em nosso coração precisa reinar o amor genuíno pela verdade. Somente podemos ser integralmente verdadeiros se valorizarmos a verdade e atribuirmos importância a ela em nossa vida e pensamento, ou então precisamos estar tão plenos de amor que não podemos nutrir o menor desejo de enganar. Quando vivemos uma vida de verdade, começamos a amar o próprio sentimento de sermos verdadeiros, e toda a nossa natureza assume uma forma que se harmoniza com a verdadeira natureza das coisas. O mero conhecimento não criará esta harmonia. O amor pelo conhecimento não é o mesmo que o amor pela verdade, sem a qual não há possibilidade de sabedoria.   

Esta é a era da propaganda para diferentes finalidades. A tentativa de propaganda é sempre a de construir uma imagem atraente. A palavra 'imagem' está muito em voga atualmente, porque as pessoas se preocupam não com a verdade, mas com o êxito e a imagem que está sendo apresentada. Existe uma tentativa para criar uma imagem da própria pessoa ou de outros, seja como presidente, líder, instrutor religioso, candidato etc. Também é criada uma imagem dos produtos para que as pessoas os adquiram. Todos os especialistas em publicidade buscam criar nas mentes dos leitores dos jornais e revistas, ou através da televisão e cartazes, uma imagem que fará com que as pessoas se deixem levar pelos objetos que estão sendo anunciados. Mas a imagem é apenas um fantasma, uma aparência, e a menos que ela reflita o que realmente é, a atração criada será uma atração falsa.

Se a humanidade, ou qualquer parte dela, tiver de progredir em qualquer medida real, isto apenas poderá ser feito por uma mudança verdadeira, através de forças que geram melhorias nas mentes das pessoas, nos seus gestos, nas suas visões, valores e comportamentos, e não através da criação de ilusões prazerosas e atribuição de virtudes imaginárias a homens ou objetos, seja para lucro, para fins tirânicos ou de glória. Criar impressões que não correspondem à verdade deixam as coisas como estão e dão origem a ações da parte da própria pessoa e da de outros que positivamente impossibilitam qualquer real mudança para melhor. Qualquer glorificação, que não se origine de um sentimento real pela pessoa e apreço pelas suas qualidades, é apenas um truque de feitiçaria e produz hipnotismo de massa, como foi o caso na Rússia, na Alemanha e outros lugares. A bolha, por mais colorida que ela possa afigurar-se em determinada ocasião, eventualmente terá que romper-se e depois haverá desilusão e uma forte reação àquilo que se realizou anteriormente. (...)"

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 25/27)


quinta-feira, 5 de março de 2015

A LEI DA CAUSA E EFEITO

"Por que é que muitos dos nossos desejos não são atendidos e que numerosos filhos de Deus sofrem intensamente? Deus, com sua divina imparcialidade, não poderia fazer alguns de Seus filhos melhores que os outros. Ele fez, originalmente, todas as almas iguais, e à Sua imagem. Elas receberam, também, os maiores dons de Deus: livre-arbítrio e o poder de raciocinar e agir segundo a razão.

Em algum ponto, em algum momento no passado, [elas] violaram as diversas leis de Deus e produziram, consequentemente, resultados consoante as leis. (...)

O homem usou mal essa independência que Deus lhe deu e, desse modo, trouxe a si próprio a ignorância, o sofrimento físico, a morte prematura e outros males. Ele colheu o que semeia. A lei de causa e efeito [carma] aplica-se a todas as vidas."


(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Self-Realization Fellowship - p. 12)