OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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domingo, 25 de março de 2018

O PODER DA SUA PRESENÇA

"PERCEBER, DE REPENTE, que você está ou tem estado preso ao sofrimento pode lhe causar um choque. No momento em que percebe isso, você acabou de romper com a ligação.

O sofrimento é um campo de energia, quase como uma entidade que se alojou temporariamente  no seu espaço interior. É a energia da vida que foi aprisionada, uma energia que não está mais fluindo.

Claro que o sofrimento está ali por causa de certas coisas que aconteceram no passado. Ele é o passado vivo em você. E, se você se identifica com ele, se identifica com o passado. Uma identidade vítima acredita que o passado é mais poderoso do que o presente, o que não é verdade. É a crença de que outras pessoas e o que fizeram a você são responsáveis pelo que você é hoje, pelo seu sofrimento emocional, ou por sua incapacidade de ser o verdadeiro eu interior.

A verdade é que o único poder está bem aqui neste momento: o poder da sua presença. Uma vez que saiba disso, perceberá também que só você é responsável pelo seu espaço interior no presente instante e o passado não consegue prevalecer contra o poder do Agora.

A inconsciência cria o sofrimento. A consciência transforma o sofrimento nela mesma. São Paulo expressa esse princípio universal de forma linda ao dizer: 'Tudo é revelado ao ser exposto à luz, e o que for exposto à própria luz se torna luz.'

Assim como não se pode lutar contra a escuridão, não se pode lutar contra o sofrimento. Tentar fazer isso poderia gerar um conflito interior e um sofrimento adicional. Observar o sofrimento já é o bastante. Observá-lo implica aceitá-lo como parte do que existe naquele momento."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 81/82)


sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

ILUSÃO (PARTE FINAL)

"(...) Como se pode saber que uma experiência, num dado momento, é verdadeira? Isso é uma parte da questão. Por que desejais saber se é verdadeira? Um fato é um fato, nem verdadeiro, nem falso. E só quando quero traduzir um fato de acordo com minha sensação, com minha 'ideação', é só então que entro na ilusão. Quando estou encolerizado, isso é um fato, não há ilusão alguma. Quando sou lascivo, quando sou ávido, quando estou irritado, cada uma dessas coisas é um fato; é só depois que começo a justificá-lo, a procurar explicações para ele, a traduzi-lo de acordo com meus preconceitos, isto é, a meu favor, ou quando o evito só então é que pergunto: 'Que é a verdade?'. Isto é, no momento em que examinamos um fato emocionalmente, sentimentalmente, elaborando ideias a respeito do mesmo, nesse momento penetramos no mundo da ilusão e da autodecepção. Para se encarar um fato, livre de tudo isso, requer-se uma extraordinária vigilância. Por essa razão, é de suma importância que descubramos por nós mesmos, se não estamos na ilusão, ou se estamos enganando a nós mesmos, mas se estamos livres do desejo de identificar, do desejo de ter uma sensação, que chamamos experiência, do desejo de possuir, de repetir, ou de voltar a uma experiência. Afinal de contas, de momento em momento, podeis conhecer a vós mesmos, tais como sois, 'realmente', e não através da cortina das ideias, que são sensação. Para conhecerdes a vós mesmos, não tendes necessidade de saber o que é a verdade ou o que não é a verdade. Para vos mirardes no espelho e verdes que sois feio ou belo, realmente, e não romanticamente, para isso não se requer a verdade. Mas a dificuldade da maioria de nós está em que, ao vermos a imagem, a expressão, queremos logo fazer alguma coisa, queremos alterá-la, dar-lhe um nome diferente; se ela é deleitável, identificamo-nos com ela: se dolorosa, evitamo-la. Nesse processo, por certo, reside a ilusão, e com ele estais mais ou menos familiarizados. Assim procedem os políticos; assim procedem os sacerdotes, ao falarem de Deus, em nome da religião; e assim procedemos também nós, quando ficamos entregues à sensação de ideias, e persistimos nisso. Isto é verdadeiro, isto é falso, o Mestre existe, ou não existe - tudo isso é tão absurdo, imaturo, infantil. Mas, para se descobrir o que é 'fatual', necessita-se uma vigilância extraordinária, uma percepção na qual não há condenação nem justificação.

Nessas condições, pode dizer-se que um indivíduo engana a si mesmo, que há ilusão, quando ele se identifica com um país, uma crença, uma ideia, uma pessoa, etc; ou quando tem o desejo de repetir uma experiência, isto é, a sensação da experiência; ou quando um indivíduo volta à meninice e deseja a repetição das experiências da infância, o deleite, a proximidade, a sensibilidade; ou quando um indivíduo deseja ser alguma coisa. É extremamente difícil vivermos sem estarmos enganados, quer por nós mesmos, quer por outra pessoa; e a ilusão só desaparece quando já não existe o desejo de ser alguma coisa. A mente é então capaz de olhar as coisas tais como são, de ver a significação daquilo 'que é'; não há então batalha entre o falso e o verdadeiro; não há então a procura da verdade, como coisa separada do falso. O que importa, pois, é que se compreenda o processo da mente; e essa compreensão é 'fatual' e não teórica, nem sentimental, nem romântica; não requer que nos tranquemos num quarto escuro, a meditar, a ver imagens, tendo visões. Tudo isso nada tem que ver com a realidade. E como, na maioria, nós somos românticos, sentimentais, desejosos de sensação, ficamos presos às ideias; e as ideias não são 'o que é'. Assim sendo, a mente que está livre das ideias, das sensações, essa mente está livre da ilusão." 

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - p. 12/14)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br/


quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ILUSÃO (1ª PARTE)

"PERGUNTA: Como se pode conhecer e sentir de maneira inequívoca a realidade, a significação exata e imutável de uma experiência que é a verdade? Toda vez que tenho o percebimento de uma realidade e sinto ser Verdadeira essa experiência, diz-me alguém, se lha comunica, que estou iludindo a mim mesmo. Sempre que penso haver compreendido, vem alguém dizer-me que estou na ilusão. Haverá uma maneira de saber o que é verdadeiro, em mim, sem ilusão nem engano?

KRISHNAMURTI: Toda forma de identificação conduz necessariamente à ilusão. Existem a ilusão psiquiátrica e a ilusão psicológica. Quanto à ilusão psiquiátrica, sabemos as providências que se devem tomar. Quando um indivíduo se julga Napoleão ou um grande santo, sabeis a maneira de se atender ao caso. Mas a identificação e ilusão de natureza psicológica é coisa de todo diferente. O indivíduo político ou religioso identifica-se com a nação ou com Deus. Ele é a nação, e, se tem talento, torna-se um pesadelo para o resto do mundo, quer pacífica, quer violentamente. Há várias formas de identificação: a identificação com a autoridade, com a nação, com uma ideia; a identificação com uma crença, que nos leva a fazer toda espécie de coisas; com um ideal, pelo qual estamos prontos a sacrificar tudo e todo o mundo, inclusive a nós mesmos e a nação, com o fim de alcançar o que desejamos; identificação com uma Utopia, pela qual forçais outras pessoas a se moldarem por um determinado padrão; e, por fim, a identificação do ator, que desempenha papéis diferentes. E a maioria de nós está na situação do ator, desempenhando os nossos papéis consciente ou inconscientemente.

Nossa dificuldade, pois, está em que nos identificamos com a nação, com um partido político, com a propaganda, com uma crença, com uma ideologia, com um chefe. Tudo isso é uma só espécie de identificação.

E temos, ainda, a identificação com nossas próprias experiências. Tive uma experiência, algo que me fez vibrar; e quanto mais eu me demoro nela, tanto mais intensa, tanto mais romântica, sentimental, tanto mais adulterada ela se torna; e a essa experiência dou o nome de Deus — vós bem sabeis por quantas maneiras sabemos enganar a nós mesmos. Por certo, a ilusão surge sempre que me apego a alguma coisa. Se eu tive uma experiência, agora acabada, terminada, e retorno a ela, estou na ilusão. Se desejo que uma coisa se repita, se persisto na repetição de uma experiência, isso inevitavelmente me conduzirá à ilusão. Assim, pois, a base da ilusão é a identificação — identificação com uma imagem, com uma ideia de Deus, com uma voz, e com experiências a que nos apegamos ardorosamente. Não é à experiência que nos apegamos, mas, sim, à sensação da experiência, a qual sensação tivemos no momento de 'experimentar'. Um homem que se cercou de vários métodos de identificação, está vivendo na ilusão. Um homem que crê, por causa de uma sensação, por causa de uma ideia a que se apega, vive necessariamente na ilusão, a enganar a si próprio. Assim sendo, qualquer experiência que se passa em vós e à qual voltais, ou que rejeitais, não pode deixar de conduzir à ilusão. Só se extingue uma ilusão, quando compreendeis uma experiência e não ficais apegado a ela. Esse desejo de possuir é a base da ilusão, da arte de enganar a si mesmo. Vós desejais ser alguma coisa; e esse desejo de ser alguma coisa precisa ser compreendido para que se compreenda o processo da ilusão, do enganar-nos a nós mesmos. Se penso que serei um grande instrutor, um grande Mestre, ou Buda, ou X, Y, Z, na minha próxima vida, ou se penso que o sou atualmente e me apego a essa ideia, devo certamente estar numa ilusão; porque estou vivendo de uma sensação, que é uma ideia, e a minha mente se nutre de idéias, tanto verdadeiras, como falsas. (...)"

(Krishnamurti - A Conquista da Serenidade - p. 10/12)
Fontehttp://www.lojadharma.org.br/


terça-feira, 31 de outubro de 2017

O MEDO É A NÃO ACEITAÇÃO DO QUE EXISTE

"O medo encontra várias fugas. O que mais varia é a identificação, não é? A identificação com o país, com a sociedade, com uma ideia. Você já percebeu como reage quando vê um desfile militar ou uma procissão religiosa, ou quando o país está correndo o risco de ser invadido? Você se identifica com o país, com um ser, com uma ideologia. Há outras ocasiões em que você se identifica com seu filho, com seu cônjuge, com uma forma particular de ação ou inação. A identificação é um processo de autoesquecimento. Enquanto estou consciente do 'eu', sei que há sofrimento, luta, medo constante. Mas se consigo me identificar com algo maior, com algo que valha a pena, com a beleza, com a vida, com a verdade, com a crença, com o conhecimento, ainda que temporariamente, há uma fuga do 'eu', não há? Se falo sobre o 'meu país', esqueço de mim temporariamente, não é? Se consigo dizer algo sobre Deus, esqueço de mim. Se consigo me identificar com minha família, um grupo, determinado partido, determinada ideologia, então há uma fuga temporária. 

Agora sabemos o que é o medo? Ele não é a aceitação do que existe? Precisamos entender a palavra aceitação. Ela não significa o esforço realizado para aceitar. A aceitação não ocorre quando percebo o que existe. Quando não enxergo claramente o que existe, então estabeleço o processo da aceitação. Por isso, o medo é a não aceitação do que existe."

(Krishnamjurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 107


quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A ORIGEM DO MEDO (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez que não estejamos mais identificados com a mente, não faz a menor diferença para o nosso eu interior estarmos certos ou errados. Assim, a necessidade compulsiva e profundamente inconsciente de termos sempre razão - o que é uma forma de violência - vai desaparecer. Você poderá declarar de modo calmo e firme como se sente ou o que pensa a respeito de algum assunto, mas sem agressividade ou qualquer sentido de defesa. O sentido do eu interior passa a se originar de um lugar profundo e verdadeiro dentro de você, não mais de sua mente.

TENHA CUIDADO COM qualquer tipo de defesa dentro de você. Está se defendendo de quê? De uma identidade ilusória, de uma imagem em sua mente, de uma entidade fictícia. Ao trazer esse padrão à consciência, ao testemunhá-lo, você deixa de se identificar com ele à luz de sua consciência, o padrão de inconsciência irá se desenvolver rapidamente. Esse é o fim de todos os argumentos e jogos de poder, tão prejudiciais aos relacionamentos. O poder sobre os outros é a fraqueza disfarçada de força. O verdadeiro poder é interior e está à sua disposição agora.

A mente procura sempre negar e escapar do Agora. Em outras palavras, quanto mais nos identificamos com as nossas mentes, mais sofremos. Ou ainda, quanto mais respeitamos e aceitamos o Agora, mais nos libertamos da dor, do sofrimento e da mente.

Se não quer gerar mais sofrimento para você e para os outros, se não quer acrescentar mais nada ao resíduo do sofrimento do passado que ainda vive em você, não crie mais tempo, ou, pelo menos, não mais do que o necessário para lidar com os aspectos práticos da sua vida. Como deixar de criar tempo?

TENDO UMA PROFUNDA consciência de que o momento presente é tudo o que você tem. Faça do Agora o foco principal da sua vida. Se antes você se fixava no tempo e fazia rápidas visitas ao Agora, inverta essa lógica, fixando-se no Agora e fazendo visitas rápidas ao passado e ao futuro quando precisar lidar com os aspectos práticos da sua vida. Diga sempre 'sim' ao momento atual."

(Eckhart Tolle - Praticando o Poder do Agora - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2005 - p. 26/28)

quinta-feira, 4 de maio de 2017

A MUDANÇA NO CORPO FÍSICO (1ª PARTE)

"Tudo muda quanto vencemos a ilusão de que somos o corpo físico e passamos a vê-lo tal qual ele é, como nosso servo ou instrumento no mundo físico. Devemos inverter, por assim dizer, a polaridade da relação: em vez de o mundo físico nos dominar por meio do corpo físico com o qual nos identificamos, devemos controlar o mundo físico por meio do corpo físico que tenhamos feito subserviente a nós. O centro de gravidade deve transladar-se do corpo físico para a nossa consciência; e devemos, por assim dizer, experimentar que retiramos dele o centro de nossa consciência e nos reconhecemos ocultos sob o corpo físico, atuando por meio dele, mas sem nos identificar com ele.

O efeito produzido por essa mudança de atitude com relação ao corpo físico é bastante profundo. Como a limalha de ferro se agrupa ao redor de um centro comum sob a ação de um imã e se distribui pelas linhas de força do campo magnético assim formado, de maneira análoga as partículas dos corpos denso e etérico, em vez de estarem caótica e indefinidamente sujeitas a toda eventual influência do exterior, tornam-se submetidas à única influência dominante da Vontade. Devemos experimentar que assim sucede; devemos notar a mudança suscitada por nossa afirmação de que não somos o corpo, mas que o corpo é que é nosso. Devemos perceber, a partir de então, que a vitalidade interna nutre e dinamiza os corpos denso e etérico muito mais que a energia externa.

Toda essa mudança deve ser muito mais explorada que pensada e discutida. Devemos vivenciar que nosso corpo físico torna-se vibrante e sensível à consciência interior, sujeito às suas leis e condições, e não às do mundo físico circundante. (...)"

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 24)

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O CAMINHO PARA O EGO⁶

"Começamos por pensar acerca de nós mesmos e vejamos o que nos vem à mente. Resultará que cada qual, naturalmente, pensará de si tal como aparece fisicamente, como se vê no espelho, com o rosto que lhe é familiar e chamando-se pelo nome que é seu no presente. Essa é a primeira ilusão que se tem de fazer desvanecer pois enquanto pensarmos em nós crendo que somos o corpo físico, continuaremos identificados com esse corpo; e isso é precisamente o que não devemos fazer. 

Ao identificar-nos com o corpo físico ou com a sua contraparte sutil, o corpo etérico, nos escravizamos aos seus desejos e condições de existência. Por conseguinte, nosso corpo físico irá se contrapor a qualquer alteração nas circunstâncias a que está sujeito e seguirá seu próprio caminho, em vez do nosso. O resultado será debilidade, má saúde e certa indolência ou embotamento do corpo, que o incapacita de responder ao Ser interior."

Ego, Eu Superior ou Alma humana são sinônimos que se referem a Ãtma-Budhi-Manas ou Alma humana reencarnante, conforme menciona Helena Petrovna Blavatsky em A Chave para a Teosofia (Ed. Teosófica, Brasília, 1991).

(J.J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013- p. 23)


sábado, 11 de março de 2017

O CAMINHO PARA O EGO⁶

"Comecemos por pensar acerca de nós mesmos e vejamos o que nos vem à mente. Resultará que cada qual, naturalmente, pensará de si tal como aparece fisicamente, como se vê no espelho, com o rosto que lhe é familiar e chamando-se pelo nome que é seu no presente. Essa é a primeira ilusão que se tem de fazer desvanecer, pois enquanto pensarmos em nós crendo que somos o corpo físico, continuaremos identificados com esse corpo; e isso é precisamente o que não devemos fazer.

Ao identificar-nos com o corpo físico ou com a sua contraparte sutil, o corpo etérico, nos escravizamos aos seus desejos e condições de existência. Por conseguinte, nosso corpo físico irá se contrapor a qualquer alteração nas circunstâncias a que está sujeito e seguirá seu próprio caminho, em vez do nosso. O resultado será debilidade, má saúde e certa indolência ou embotamento do corpo, que o incapacita de responder ao Ser interior."

Ego, Eu Superior ou Alma humana são sinônimos que se referem a Atma-Buddhi-Manas ou Alma humana reencarnante, conforme menciona Helena Petrovna Blavatsky em A Chave para a Teosofica (Ed. Teosófica, Brasília, 1991).

(J. J. Van Der Leeuw - Deuses no Exílio - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 23)


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

A MORTE DO EGO (PARTE FINAL)

"(...) Materialistas ou não - igualmente propensos a arruinar o corpo, inclusive pelos vícios e alimentos incorretos - de fato estamos identificados com ele. E assim tememos a morte. A propósito, quando se falou no fim de mundo, com base no calendário maia de 2012, Eckhart Tolle disse: 'Por que temer o fim do mundo? Caso sobrevenha, já não ocorre para milhares de pessoas diariamente?' E nos incita a pensar: 'O segredo da vida é morrer antes que você morra.'

Nessa questão, a lógica cristalina é: não conseguimos viver enquanto presos no emaranhado de medos e ambições pessoais, separados do agora, o momento em que a vida acontece. E não conseguimos até mesmo pelo medo antecipado da morte em suas muitas formas - perda de amor, de prestígio e outras - que representam a morte psicológica. 

Onde se localiza o medo? Na parte de nós sujeita a morrer, assim como o corpo: o 'eu' transitório chamado ego. Propondo eliminar esse medo na fonte, o sábio Ramana Maharshi diz: 'Se alguém que amamos morre, isso causa sofrimento àquele que continua vivo. A maneira de se livrar do sofrimento é não continuar vivendo. Mate o sofredor. Assim, quem estará lá para sofrer? O ego deve morrer, é o único jeito.'

Portanto, a morte do ego é o nascimento para a vida plena, inclusive afetiva, sem competitividade, ciúme ou receio de perdas. Como assinalam os mestres, sem pendências de passado ou futuro, a vida no agora é uma serena antecipação da que vem depois. Por sinal, vencida a prisão do tempo - onde a mente é zelosa carcereira - o que é o depois?"

(Walter Barbosa - A morte do ego - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - Ed. Teosófica, Brasília - p. 23)


quarta-feira, 26 de novembro de 2014

CORPO FÍSICO¹

"(§06) Quando há trabalho que precisa ser feito, o corpo físico quer descansar, passear, comer e beber; e o homem que não sabe diz a si mesmo: ‘Eu quero fazer estas coisas, e preciso fazê-las.’ Mas o homem que sabe, diz: ‘Aquele que quer não sou eu, e deve esperar um pouco.’ Frequentemente, quando há uma oportunidade de auxiliar alguém, o corpo insinua: ‘Quanto aborrecimento me trará isto, deixemos que outro qualquer o faça.’ Mas o homem que sabe replica ao seu corpo: ‘Tu não me impedirás de praticar uma boa ação.’"

Neste parágrafo Krishnamurti nos mostra como nos identificamos com o corpo físico. Essa identificação se dá, porque é por meio desse corpo que atuamos no plano físico denso, o qual é formado de matéria no estado sólido, líquido e gasoso. A nossa tarefa é trazer o corpo físico sob controle. Para tanto, é necessário que primeiro tomemos consciência de que ele é o veículo com que a alma pode experienciar estes níveis densos, através do sistema nervoso, onde deverá estar apto a “receber impulsos originados nos corpos superiores, tais como sentimentos, pensamentos e intuições e transmiti-los ao mundo físico através de ações” (Antonio Geraldo Buck)

Segundo I. K. Taimni, em seu livro Autocultura à Luz do Ocultismo: “O corpo físico tem alguma coisa que pode ser chamada semiconsciência, tem também hábitos, idiossincrasias e algo que corresponde à vontade, de modo que ele pode resistir, e resiste às nossas tentativas para mudar seus processos.” Todos nós sabemos como muitas vezes é difícil mudar algum hábito, mesmo que tais hábitos tenham sua origem nos corpos mental e emocional, mas como diz o próprio Taimni, é no físico que ainda ficam resquícios a serem trabalhados, como levantar em determinada hora, deixar de comer algo que não nos faz bem, executar tarefas que exigem um esforço a mais e assim por diante. Mas aquele que sabe o porquê de estarmos encarnados nesse nível de matéria densa, também sabe que é tarefa nossa controlar o corpo físico, apesar de ser uma tarefa árdua, mas o processo deve se iniciar com a “desidentificação”, isto é, sabermos que não somos o corpo físico. Para tanto, a disciplina é fundamental para que se tenha o corpo físico sob controle, sem castigá-lo ou mortificá-lo. Temos que ter em mente que, para que ele possa ser um bom veículo é necessário que goze de boa saúde, a fim de que possa desempenhar a contento suas funções.

[1] Comentários sobre o parágrafo 5º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.19-21

Tirza Fanini

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A RELAÇÃO COM O MUNDO DOS OBJETOS

"Como é sua relação com o mundo dos objetos, com as inúmeras coisas que o cercam e que você usa diariamente? A cadeira onde você senta, o carro que dirige, a xícara onde toma seu café? Como é que você os vê e sente? Eles são apenas um meio para atingir alguma coisa, ou, de vez em quando, você reconhece a existência deles, o ser deles, e lhes dá atenção, mesmo que por pouco tempo?

Quando você se apega aos objetos, quando você os usa para valorizar-se ante os outros e aos seus próprios olhos, a preocupação com os objetos pode dominar toda a sua vida. Quando se identifica com as coisas, você não as aprecia pelo que são, pois está se vendo nelas.

Quando você aprecia um objeto pelo que ele é, quando toma conhecimento da existência dele sem fazer qualquer projeção mental, você se sente grato por ele existir. Pode também sentir que ele não é um objeto inanimado, apesar de parecer assim para nossos cinco sentidos. Os cientistas comprovam que, a nível molecular, cada objeto é um campo de energia pulsante.

Se você desenvolve uma apreciação pelo reino das coisas desprendida do ego, o mundo à sua volta adquire vida de uma forma que você não é capaz sequer de imaginar com a mente."

(Eckart Tolle - O Poder do Silêncio - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2010 - p. 62)

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

HOMEM, CONHECE-TE A TI MESMO! (PARTE FINAL)

"(...) Outras pessoas há que identificam o seu 'eu' com a sua parte mental ou emocional. Dizem, por exemplo: 'eu estou triste',  'eu estou alegre', 'eu sou inteligente'. Quer dizer que confundem o seu verdadeiro 'Eu' com a sua personalidade mental-emocional. Ora, como essa zona está sem cessar à mercê das influências da sociedade humana que nos cerca, segue-se que a felicidade ou infelicidade baseada nesse alicerce problemático depende do ambiente social, isto é, da boa ou má opinião que outros homens têm de nós; nós nos enxergamos tão somente no relexo da opinião pública. Se outros dizem que somos inteligentes, bons, belos, simpáticos, sentimo-nos felizes - mas, se disserem o contrário, sentimo-nos infelizes. Quer dizer que, neste caso, somos uma espécie de fantoches ou bonecos de engonço que reagem automaticamente ao impulo recebido pelos cordéis invisíveis, manipulados por algum terceiro, oculto por detrás do cenário da nossa vida. Esses fantoches humanos vibram com intensa felicidade quando, por exemplo, um jornal os cumula de louvores e apoteoses, embora totalmente gratuitos e quiçá mentirosos - mas sentem-se profundamente infelizes, talvez desesperados, quando alguém diz o contrário.

São escravos de fatores alheios à sua vontade - escravos que ignoram a sua própria escravidão! E como poderia um escravo ser feliz?

Em resumo: tanto os da primeira classe - os escravos do ambiente físico - como os da segunda classe - os escravos do ambiente social - fazem depender a sua felicidade de algo que não depende deles. É, pois, evidente que não podem ser realmente felizes, porquanto a verdadeira felicidade não é alguma 'quantidade externa', alguma objeto, que o homem receba, mas é uma 'qualidade interna', um estado do sujeito, que o homem crea dentro de si. A felicidade só pode consistir em algo que dependa de mim, algo que eu possa crear, independentemente de circunstâncias externas, físicas ou sociais. 'O que vem de fora não torna o homem puro nem impuro - só o que vem de dentro do homem é que o torna puro ou impuro.' (Jesus.)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda, São Paulo, 1982 - p. 24/28)

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

HOMEM, CONHECE-TE A TI MESMO! (1ª PARTE)

"Quando o homem comum diz 'eu sou feliz', ou 'eu sou infeliz' - que é que ele entende com essa palavrinha 'eu'? A imensa maioria dos homens entende com esse 'eu' a sua personalidade física, material, isto é, o corpo, ou alguma parte do corpo. 'Eu estou com dor de cabeça.' 'Ele morreu.' Um determinado sentimento de bem-estar do corpo é, por eles, chamado 'felicidade', como um certo mal-estar físico é apelidado de 'infelicidade'. Ora, esse sentir físico está, de preferência, nos nervos, que são os receptores e veículos das nossas sensações físicas. Quer dizer que o homem comum, quando fala de felicidade ou infelicidade, se refere a um determinado estado vibratório dos seus nervos. Se esse estado vibratório dos nervos lhe dá uma sensação agradável, ele se julga feliz; do contrário, se tem por infeliz.

Ora, esse estado vibratório dos nervos nem sempre depende da vontade do homem; depende, geralmente, de fatores meramente externos, acidentais, alheios ao seu querer ou não querer, como sejam, a temperatura, o clima, a alimentação, acidentes fortuitos, eventos imprevistos, a sorte grande, morte na família, etc. Todo homem que, por exemplo, diz 'eu estou doente' identifica o seu 'eu' com o seu corpo, e sobre esse erro fundamental procura erguer o edifício da sua felicidade. É o que, no Evangelho, se chama 'edificar sobre areia'. Mas um edifício construído sobre areia vã não resistirá ao embate de enchentes e vendavais.

Também a humanidade nos pode fazer sofrer ou gozar. Mas nem as circunstâncias da natureza nem da humanidade nos podem tornar felizes nem infelizes. Felicidade ou infelicidade vem da nossa substância própria, e não de circuntâncias alheias. 'Eu sou o senhor do meu destino - eu sou o comandante da minha vida'.

Dentro desse critério inadequado, é claro, a felicidade ou infelicidade é algo que não depende do homem. neste caso, o homem não é 'sujeito', autor, da sua felicidade ou do contrário, mas tão somente 'objeto' ou vítima. Circunstâncias externas, fortuitas, incontroláveis o tornariam feliz ou infeliz. Quer dizer que esse homem seria um simples joguete passivo dos caprichos do ambiente. Não poderia afirmar: 'eu sou o comandante de minha alma; porquanto não seria ele que marca o roteiro da barquinha de sua vida, que estaria inteiramente à mercê dos ventos e das correntezas alheias ao seu querer ou não querer. Como poderia ser solidamente feliz o homem que faz depender a sua felicidade de algo que não depende dele? (...)"

(Huberto Rohden - O Caminho da Felicidade - Alvorada Editora e Livraria Ltda, São Paulo, 1982 - p. 23/24)


sexta-feira, 1 de março de 2013

O DESEJO É A RAIZ DA INFELICIDADE


"Jamais devemos esquecer nossa meta. Devemos construir uma cerca em torno de nossas carências. Não devemos continuar a aumentá-las cada vez mais, pois isso finalmente trará infelicidade. Não digo, entretanto, que não devemos satisfazer necessidades básicas, que surgem de nossa relação com o mundo inteiro, ou tornarmo-nos sonhadores e idealistas ociosos, ignorando nosso próprio papel essencial na promoção do progresso humano.

Em suma: a dor resulta do desejo e também, indiretamente, do prazer, o qual se apresenta como um fogo-fátuo, atraindo as pessoas para o pântano das carências, que as tornam cada vez mais infelizes.

Vemos, assim, que o desejo é a raiz de toda infelicidade e surge do sentido de identificação do Eu com o corpo e a mente. Portanto, o que devemos fazer é eliminar o apego, banindo o sentido de identificação. Simplesmente romper o laço do apego e da identificação. Devemos representar nossos papéis no palco do mundo conforme assinalado pelo Grande Diretor, com toda a nossa mente, intelecto e corpo, porém mantendo-nos interiormente tão invulneráveis ou imperturbados pela consciência do prazer e da dor como fazem os atores no palco."

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Self-Realization Fellowship - p. 32/33)


quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

DISSOCIE-SE DE SUAS EXPERIÊNCIAS

"Pense nisto! De um bilhão e meio de pessoas que morrem a cada cem anos, cada uma representou um papel definido no filme cósmico. Na verdade, cada ser humano também foi protagonista de um "filme particular"; o filme da própria vida. Se você multiplicasse todas as vidas cinematográficas interpretadas por esses milhões de seres, não conseguiria contá-las. Mas o espetáculo tem um propósito: que você aprenda a desempenhar os vários papéis do filme da vida sem identificar seu Ser com o papel. É importante evitar a identificação com a dor, a raiva ou qualquer outro sofrimento mental ou físico que sobrevenha. O melhor modo de dissociar-se do problema é desapegar-se mentalmente, como se você fosse um mero espectador, enquanto, ao mesmo tempo, procura uma solução.

Não espere obter paz e felicidade perfeitas na vida terrena. Esta deveria ser sua nova atitude: sejam quais forem as experiências, veja-as de forma objetiva, como se apreciasse um filme. Você precisa encontrar a paz e a felicidade verdadeiras em seu interior. As experiências externas deveriam ser apenas um divertimento. Você pode transformar todas em desgraças, se deixar que sua mente o faça. Pode ter boa saúde e não valorizá-la.; Mas, se ficar doente, apreciará então o que é ter saúde. Mostre gratidão a Deus pelo que Ele concede, sem esperar que os infortúnios o ensinem a ser grato.

(...) Quando você perde o equilíbrio interior, é justamente quando fica mais vulnerável ao sofrimento do mundo. Não desonre o nome de Deus, à imagem de Quem você é feito. Desperte a fortaleza inata da mente, afirmando: "Nenhuma experiência me afetará, seja qual for. Estou sempre feliz." (...)

Um cientista precisa fazer vários experimentos até chegar a um único fato. Mas o homem espiritualmente desenvolvido pode perceber o fato sem passar pelo processo físico. Se você primeiro se unir a Deus, tudo o que pensar poderá materializar-se. Jesus demonstrou esta verdade muitas vezes. Ele havia alcançado a unidade com Deus."

(Paramahansa Yoganada - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 238/239)


terça-feira, 20 de novembro de 2012

APARÊNCIA


“O mundo que nos rodeia só é realidade na medida em que nos identificamos com ele, pois é ele que nos impinge dor ou prazer, alegria ou pesar, doçura ou amor, segurança ou medo, euforia ou tédio.


Desde que vamos podendo desmascarar as ilusões, vamos chegando à equanimidade do espectador amadurecido, que vê a novela, mas não se deixa por ela afetar.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – p. 101/102)

domingo, 18 de novembro de 2012

ESPÍRITO


“Ninguém é estulto o bastante para supor que é sua própria roupa.

Mas, pouquíssimos são os que não supõem ser seu próprio corpo.

Imaginem o que aconteceria se os cosmonautas, na Lua, achassem de se confundir com o escafandro que os protege e lhes permite estar lá!...

Pois bem, isto está acontecendo a quase todos nós.

Quando o corpo adoece, costumamos dizer eu estou doente. Quando alguém morre, amigos e parentes dizem ele entregou a alma a Deus.

Sabe por que isto acontece?

Porque teimamos em confundir o morador com a morada. Continuamos a identificar-nos com o corpo que usamos.”

(Hermógenes – Mergulho na paz - 191)