OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 6 de setembro de 2022

O SIMBOLISMO DO HÁBITO RELIGIOSO

"Como as práticas religiosas despertam o interesse de muitos que buscam a espiritualidade, pode ser proveitoso refletir sobre a vida dos religiosos. Sua fraternidade e caridade, suas austeridades, seus estudos, suas meditações e suas orações são exemplos de práticas espirituais vistas como importantes pelo público. Portanto, em adição ao interesse por tudo que envolve uma religião, sua doutrina, seus livros, seus símbolos e suas práticas, pode-se incluir o dia a dia do monge.

A veste comumente usada por um monge é conhecida como hábito religioso. O aspecto dessa roupa pode lembrar uma capa ou manto e contar com um capuz capaz de ocultar a cabeça. Há variações na forma e na cor da indumentária, sendo frequente. no Ocidente, o uso da cor preta. A despeito da diversidade do hábito, essas vestes em geral são reconhecidas facilmente como pertencentes a um religioso e à sua ordem ou escola monástica. Mas como o hábito, enquanto veste, pode nos inspirar?

O hábito religioso naturalmente impressiona tanto o próprio monge quanto o devoto, em diferentes graus e modos. A simples visão da indumentária sacerdotal pode evocar pensamentos e sentimentos salutares. A devoção a uma causa nobre, a vontade de melhorar enquanto ser humano, o impulso para a prática do bem e da caridade são apenas algumas metas que podem ser trazidas à mente me diante um cenário inspirador, que as vestes ali presentes ajudam a compor.

A força do indumentário, portanto, é sobretudo simbólica. É desse modo que a arte, as práticas, as cerimônias e os textos abordados no ambiente em que se busca a espiritualização se revestem de um caráter eminentemente místico, metafísico. Nesse sentido, o hábito religioso também pode ser fonte de reflexão. Assim sendo, pode-se listar ideias que emergem na meditação sobre as vestes típicas do monge ou monja.

A veste religiosa envolve o devoto, identificando-o, acolhendo-o. Assim como o tecido protege do frio, preservando o calor do corpo, o hábito simboliza a proteção da natureza espiritual presente em toda criatura. Assim como a proteção nasce da concretização dos atos virtuosos, nas ações, nos pensamentos e nos sentimentos, o hábito acompanha o monge em todos os seus movimentos, pois é sua própria roupagem. Logo, suas atitudes o protegem, tal como o hábito religioso.

A veste monástica induz à interiorização e a uma atitude inspirada. Sob seu abrigo, o ser é levado a olhar para si mesmo. Afinal, o tecido reduz o alcance do meio exterior sobre os olhos. 'Os olhos não se cansam de ver', diz Eclesiastes. E, é sabido, o autoconhecimento é a chave do aperfeiçoamento com vistas à espiritualidade. Essa necessidade do exercício da auto-observação como ferramenta de progresso pessoal tem sido enfatizada pelos mais diversos pensadores da causa humana. Simbolicamente, sugerem o uso de um hábito pessoal imaginário, que pode ser cultivado pela meditação.

O devoto que observa o sacerdote totalmente envolto em seu hábito religioso também é convidado à introspecção. Vendo as vestes marcadas pela simplicidade, sem fantasias, o fiel se concentra nas palavras e nos atos do monge. A discrição, exemplificada no respeitável manto, é impactante à vista, principalmente para os observadores que têm 'olhos de ver, no dizer bíblico. Mergulhando no hábito religioso, o ser mergulha em si mesmo para melhor reconhecer o divino nas outras pessoas.

Por fazer parte do contexto religioso, a roupa sacerdotal nos remete de modo reflexo à ideia de que essencialmente somos de natureza espiritual. É desse modo que a silhueta das vestes assume um caráter de aura extrafísica. Uma aura de reverência e respeito por algo. muito além do próprio monge, mas algo que é por ele representado. Assim como ele representa o além, nós mesmos nos projetamos no religioso e nele nos espelhamos; não numa personalidade, pois ela está oculta e anônima sob as vestes, mas num ideal ali imaginado.

O hábito religioso ofusca a personalidade, conferindo ao 'eu' um caráter universal e altruísta. Enfim, quem é o monge por baixo do capuz? Não se sabe, mas podemos deduzir o significado do conjunto. Abraçados pela manta, os monges se igualam perante a espiritualidade. De joelhos ou prostrados perante a natureza, nivelam-se ainda mais entre si. Renunciam aos holofotes e se tornam um todo coletivo. São indistinguíveis. Transmitem o mesmo ideal, porque o que se vê é o mesmo que se quer representar: uma vida maior que a personalidade e oculta à retina mundana. Nesse sentido, é um antidoto ao egoísmo e ao orgulho. É humilde e ponderado."

(Fernando Gaspar - O Simbolismo do Hábito Religioso - Revista Sophia, Ano 19, nº 97 - p. 35/36)
Imagem: Pinterest.


domingo, 22 de outubro de 2017

DUAS BOAS DEFINIÇÕES (KARMA)

"E. D. Walker, em sua obra Reencarnação,  nos oferece a seguinte explicação: 

"A doutrina de Karma explica que nós mesmos nos fizemos o que somos por atos anteriores e que formamos nossa eternidade futura com as ações presentes. Não existe outro destino além daquele que nós mesmos determinamos.  Não há salvação nem condenação alguma, exceto aquela originada por nós mesmos... Como Karma não oferece nenhum amparo aos gestos culpáveis e requer muito valor, não encontra entre as naturezas débeis tão boa acolhida como as fáceis doutrinas de remissão dos pecados, a intercessão, o perdão e as extremas-unções... No domínio da eterna justiça, a ofensa e o castigo estão unidos inseparavelmente como um único fato porque não existe real diferença entre a ação e sua consequência... Karma ou nossos antigos atos são os responsáveis pela nossa volta à vida terrestre. A residência do espírito muda segundo seu Karma que não permite uma larga permanência na mesma condição, uma vez que sempre está se modificando. Enquanto a ação for governada por motivos materiais e egoístas manifestará seus efeitos com renascimentos físicos; somente o homem perfeitamente desinteressado pode livrar-se do peso da vida material; poucos o conseguiram, mas esta é a meta à qual tende a Humanidade...". 

Outro ilustre escritor teosófico diz (Objeto da Teosofia, por A. P. Sinnett): 

"Cada indivíduo, com cada ato e pensamento diário, está criando bom ou mau Karma e está ao mesmo tempo esgotando nesta vida o Karma produzido pelos atos e desejos da anterior. Quando vemos pessoas atormentadas por sofrimentos naturais pode-se dizer que esse sofrimento são resultados inevitáveis de causas originadas pelas mesmas num nascimento anterior. Poderá alguém argumentar que pelo fato dessas aflições serem hereditárias nada têm a haver com uma encarnação passada, mas é preciso lembrar que o Ego, o homem real, a individualidade, não tem sua origem espiritual na parentela que o reencarna, mas que é atraído pelas afinidades que seu gênero de vida agrupou na corrente que o leva, quando chega a hora do renascimento, para a morada mais adequada para o desenvolvimento dessas tendências... A doutrina de Karma bem compreendida guia e ajuda àqueles que compreendem sua verdade, elevando e melhorando sua vida; porque não se deve esquecer que não apenas nossos atos, mas também nossos pensamentos atraem com certeza um acúmulo de circunstâncias determinantes no nosso futuro e o que é mais importante, ainda no futuro de nossos semelhantes. Se os pecados por omissão ou cometimento somente interessassem ao Karma do pecado, o fato teria menores consequências; porém, como cada pensamento e ato na vida acarreta uma influência correspondente, boa ou má, nos outros membros da família humana, o sentido estrito da justiça, moralidade e generosidade é necessário à felicidade ou progresso futuros. Nenhum arrependimento, por maior que seja, pode apagar os resultados de um crime já cometido ou os efeitos de um mal pensamento. O arrependimento se é sincero deterá o homem, impedindo-o de cometer novamente as mesmas faltas, porém não pode livrá-lo e aos demais dos efeitos já produzidos por aquelas que infalivelmente recairão sobre ele nesta vida ou no próximo renascer"."

(H. P. Blavatsky - A Doutrina Teosófica - Ed. Hemus, São Paulo - p. 78/80)


sexta-feira, 17 de junho de 2016

OS PERIGOS DO CONHECIMENTO MAL EMPREGADO (1ª PARTE)

"Antes que algumas das principais doutrinas da sabedoria Antiga sejam apresentadas, o tema desta parte do trabalho pode ser proveitosamente ampliado. Esse tema, como dito anteriormente, é o de que certos ensinamentos, se compreendidos completamente, podem vir a ser fonte de poderes mágicos. Para preservar e transmitir esse conhecimento que dá poder, foi inventada, por seus descobridores, uma linguagem peculiar. Por meio de pseudo-história, alegoria e símbolo essa informação é simultaneamente revelada e escondida. A falta de percepção humana dos ensinamentos espirituais e ocultos é devido, entretanto, não apenas à dissimulação protetora no interior da escritura e da mitologia, mas também à falta de interesse. A humanidade nesta fase de evolução está naturalmente mais interessada no mundo material, nos seus prazeres e recompensas do que na busca de iluminação interior, para cuja realização, pode-se acrescentar, exige-se certa medida de renúncia. Esportes sangrentos, corridas, jogos de azar, a entrega ao álcool e ao sexo, a obtenção de dinheiro e poder tendem a absorver o interesse do homem, resultando inevitavelmente em pouco espaço em sua mente para a cultura superior e a aspiração ao desenvolvimento espiritual.

Quando, entretanto, uma pessoa desvia-se seriamente das coisas mundanas e volta-se para a verdadeira busca do conhecimento, esse conhecimento sempre será encontrado. Mesmo assim, a plena percepção não pode ser alcançada sem a devida preparação. Da mesma forma como não se pode tirar a eletricidade do ar e usá-la imediatamente, também a iluminação espiritual exige autoeducação e treinamento antes que possa ser descoberta, dominada e usada. Embora certos aspectos da tradição oculta sejam claramente reservados, porque são fontes de grande força que pode ser empregada perniciosamente, a maioria dos homens permanece desinformada porque não busca seriamente o entendimento espiritual nem se mostra pronta para passar pelos treinamentos necessários à obtenção. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 51/52)


sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A PERFEIÇÃO SUPREMA (1ª PARTE)

"(2:41) Neste yoga, só há uma direção (sem oposto polar). Os arrazoados da mente indecisa, apanhada na dualidade, são infinitamente vários e divergentes. 

Krishna não diz apenas que o caminho para Deus é reto, sem desvios, mas também que só ele devemos seguir na vida! Há, de fato, inúmeros rodeios na busca de Deus em religião - para não falar do 'rodeio' supremo, que é a ilusão. Os porta-vozes das religiões só têm explicações vagas para 'perfeição', limitando-se a esclarecer que Deus espera do homem apenas a prática do bem. O céu é usualmente oferecido como isca: um lugar onde as pessoas passam a eternidade num cenário idílico, de inefável beleza natural, cercadas de 'anjos'. Aos olhos do aspirante espiritual sincero, nada pode ser mais aborrecido do que passar a eternidade aferrado a um ego, ainda que o corpo onde viva permaneça para sempre saudável, flexível, jovem e cheio de energia. 

Poucas pessoas conseguem imaginar um período maior que mil anos - o milênio que Jesus Cristo, de fato, reservou aos cristãos como promessa de perfeição suprema. Hoje, sabemos graças à ciência da astronomia que todas as estrelas vistas no céu são apenas a orla de uma única galáxia, e que existem pelo menos cem bilhões de galáxias no universo físico, esse número, mil, parece verdadeiramente insignificante! Ora, quantas pessoas conseguem imaginar um milhão de anos? Um bilhão? Cem bilhões? Tais números são inconcebíveis. A consciência divina, porém, é eterna. E também 'um centro em toda parte, uma circunferência em parte alguma', portanto dotada de onipresença, ou seja, conscientemente presente na maior das estrelas e no menor 'grão de terra' de um planeta da mais distante galáxia - em verdade, no seixo minúsculo do nosso jardim, e até, num dos incontáveis átomos que se agrupam num fragmento desse seixo.

É espantoso constatar até que ponto as verdades divinas foram distorcidas pelos chamados líderes ou apóstolos religiosos - sacerdotes, imãs, rabinos, panditas e outros que ostentam honrosos títulos eclesiásticos por todo o mundo. Com efeito, apenas o hinduísmo (e digo isso como alguém que foi, ele próprio, educado no cristianismo ortodoxo) ensina formalmente a moksha, ou libertação do ego interior, em conjunção com a consciência divina e onipresente. Jesus Cristo ensinou-a. Mas poucos, se algum, de seus autoproclamados seguidores acreditam que, quando ele falava do céu, referia-se a esse mesmo estado de moksha: libertação absoluta. Quando, na igreja aos domingos, os pregadores cristãos citam a parábola do grão de mostarda, quando deles entendem a comparação que Jesus Cristo traçou entre o céu e essa pequenina semente - comparação que não tem nenhum vínculo perceptível com o paraíso astral de que falam os tais pregadores? O céu que Jesus descreveu como um grão de mostarda cresce, a partir de proporções minúsculas, até o porte de uma árvore frondosa em cujos galhos 'as aves do céu vêm se aninhar'. No versículo seguinte, Mateus 13:33, ele compara o 'reino dos céus' ao fermento usado no fabrico do pão, que faz crescer a massa. Crescimento, expansão: Jesus falava da expansão rumo à onipresença. Uma vez que só nos acenam com verdades espirituais inferiores, os mestres religiosos, pela maioria, desmentem sua própria doutrina. (...)"

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 100/102)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 20 de abril de 2014

A REALIDADE DE DEUS

"'Minha doutrina é a verdade, a simplicidade e o amor' Babaji costumava dizer quando lhe perguntavam. 'Deus é a verdade, a verdade é suprema, nada está acima dela.' A simplicidade é a conscientização vivida da relatividade e transitoriedade da criação material, por isto ele recomendava exercícios constantes de desprendimento do mundo físico enquanto se está em plena vida. Babaji também disse que Deus é o amor e o amor é Deus, amor como consciência de que todos os seres formam uma unidade com Deus e que todos nós estamos unidos; esta consciência elimina qualquere agressão.

OM NAMAHA SHIVAYA, a oração que significa 'eu procuro refúgio em Deus', 'Senhor, seja feita a Vossa vontade', é o exercício central que Babaji recomenda. O tema fundamental de sua materialização foi o de levar as vibrações desse 'Mantra do início da criação' para o mundo e até o último recanto da consciência, para que ele possa ser novamente eficaz como impulso para uma recriação da Terra. 'Orem o nome do Deus de sua religião, de sua escolha, porém orem sem parar, dia e noite, em tudo que vocês estejam fazendo, de modo que, trabalhando, estejam servindo à criação.' Este, disse ele, é o melhor e também mais eficaz método para limpar o corpo e o espirito, para disciplinar, para superar o egoísmo e a inércia, pois ele leva ao reconhecimento de que a verdade é, pura e simplesmente, o atributo do divino.

Assim como era seu anseio despertar a consciência do divino no ser humano através da concentração em seu nome, ele se preocupava também com a elucidação de que o divino se materializasse da mesma forma para todos os fiéis dos vários caminhos religiosos e procurava unir esse caminhos atraves da sua aparição.

Dessa forma, no processo de evolução do mundo, é dado ao ser humano um alto grau de participação no Reino de Deus e na formação da futura Terra, o que é realizável através da constante prática do encontro com a realidade de Deus a cada momento e em todas as coisas, através do descobrimento na própria profundeza de tudo o que foi criado. Pode-se encontrar Deus em qualquer parte de sua criação, pois esta criação está encarnada através de Sua encarnação e isto repetindo-se constantemente através de cada nova materialização de Sua consciência. Quanto mais profundo for o encontro com o mestre, tanto mais universal é a revelação de sua influência."

(Maria-Gabriele Wosien - Eu Sou Você, Mensagem de Babaji, o Mestre do Himalaia - TRIOM Centro de Estudos Mariana e Martin Harvey, Editorial e Comercial, 1ª edição, São Paulo, 2002, p. 14/15)
www.triom.com.br


sábado, 1 de março de 2014

OLHANDO PARA OS DOIS LADOS (PARTE FINAL)

"(...) Há dois lados na questão do divórcio, assim como há duas possições opostas em todas as proposições, quer sejam políticas, religiosas, envolvendo relações humanas e tudo o mais. Há duas extremidades numa vareta, há o por dentro e por fora em você mesmo e em tudo o mais no universo.

Einstein formulou tudo isso sucintamente, ao dizer: 'O mundo que vemos é o mundo que somos.' Em outras palavras: seu mundo interior representa seu pensamento habitual, crenças, opiniões, imagens, condicionamento e doutrinação. Está sempre projetando seu estado mental interior nas pessoas, condições e acontecimentos. Olha para as pessoas e circunstâncias através do conteúdo de suas imagens mentais. Se olhar através dos olhos do amor e compreensão, vai descobrir um mundo diferente e também reagirá de maneira diferente às pessoas e circunstâncias.

Há duas realidades: o mundo exterior a que você reage e o mundo interior de pensamentos, sentimentos e fantasias. O segredo é conciliar os opostos e experimentar paz e serenidade. A pessoa que olha através dos olhos do ódio e ressentimento vê apenas com essa atitude da mente, seus relacionamentos com as pessoas e eventos geralmente resultam em caos, sofrimento e desespero. Se você, por exemplo, despeja uma colher de chá de tinta preta ou algum outro corante num litro de água destilada, vai colorir tudo. 

Sua consciência determina o relacionamento com o mundo exterior e com as outras pessoas. Seu estado de consciência é a maneira como pensa, sente, acredita e consente mentalmente. Essa atitude da mente é positivamente a causa de todas as suas experiências na vida. As outras pessoas reagem de maneira diferente às experiências da vida, segundo as suas atitudes, convicções e posições mentais interiores.

O seguinte ditado antigo resume tudo isso muito bem: 'O que o homem vê, assim se tornará; se estiver vendo a Deus, será Deus; será pó se vir o pó.'"

(Joseph Murphy - Sua Força Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 66/67)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

A TEOSOFIA COMO RELIGIÃO

"Se se conceber a religião como a compreensão e a adoração de Deus e como o código supremo de preceitos morais, a Teosofia pode ser considerada religião, porém sem ritos nem dogmas e sem imposição cega de crenças.

O seus ensinamentos são apresentados a título de hipótese.

A observação direta, e conhecimento mais profundo de sua vastíssima e lógica concepção de Deus, do Universo e do Homem, mostrarão a verdade de suas afirmações.

A sua doutrina, o seu espírito de máxima tolerância, fazem com que ela não seja uma religião sectária, exclusivista, combatendo as demais religiões ou impondo-se como a única depositária de todas as verdades.

Pelo contrário, ela acolhe sob sua égide todas as religiões, pois acha que cada uma possui parte da Grande Verdade, apresentada sob as formas, os ritos, os dogmas mais ao alcance da compreensão de um povo e que mais facilitem sua evolução.

A Teosofia nem mesmo quer que o indivíduo abandone sua religião, se esta o satisfaz; ela até o ajudará a compreendê-la e senti-la mais profundamente.

A Teosofia constitui um padrão moral, porque dá a esperança, para não dizer a certeza, de um futuro melhor; demonstra que tudo pertence à Vida única que preside e anima o Universo; desperta, de modo natural, o sentimento de fraternidade em seus estudantes, ao mostrar que todos são irmãos, uns mais adiantados na senda da evolução, mas todos devendo chegar à meta final; e prova racionalmente que só o Bem, o Belo e a Verdade fazem o indivíduo atingir as culminâncias da Divindade!"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 22)
www.editorateosofica.com.br/loja


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DECLÍNIO DA MORAL DO HOMEM

"Isso nos leva ao próprio homem. Quais são as principais acusações feitas ao homem moderno e, mais particularmente, aos mais ou menos seiscentos e noventa milhões que estão vinculados à cristandade?¹ Adicionalmente ao já estabelecido, é assinalado que atualmente a humanidade tem mostrado um acentuado declínio na moralidade. Esse declínio evidencia-se pelas guerras agressivas, corrupção política e crescimento da criminalidade e do vício. Também nos campos econômico e industrial, nos monopólios, trustes e cartéis, na competição desenfreada, baseada na doutrina do 'cada um por si e Deus por todos', o homem moderno adotou a lei da selva. Há os que vendem, visando lucro, matérias primas e armamentos para nações potencialmente hostis e destroem alimentos extremamente necessários, a fim de manter seus preços elevados. Além do mais, tornou-se quase universal o estímulo deliberado ao hábito de narcótico e excessos alcoólicos e sexuais. 

O Sr. Richard Livingstone, um eminente intelectual e pedagogo britânico, fazendo uma conferência na Austrália sob os auspícios da Universidade Nacional, em 1951, disse: 'Esta época tem sexo no cérebro. Em consequência, ela está decaindo (...). Os estudantes de hoje tropeçam em sua educação como se estivessem bêbados, não sabendo onde estão, para onde estão indo ou o que estão fazendo (...). Os homens perderam a força moral diretiva. A força moral diretiva - uma crença em princípios e uma disposição para aceitar disciplina e fazer sacrifícios por eles - é muito mais importante para a sobrevivência da humanidade do que o conhecimento ou a inteligência.' O Sr. Richard continua: 'Se o mundo algum dia quiser se recuperar da presente incerteza doentia, deve se preparar para aceitar de novo princípio que, no sentido mais amplo do termo, são os princípios cristãos. O cristianismo é uma doutrina de responsabilidade individual. O homem que vive segundo essa doutrina escolhe um caminho duro, mas feliz. Há demasiada ênfase em preparar pessoas jovens para aprender a ganhar a vida e quase nada em ensiná-lo como viver.'

Tais são algumas das enfermidades que afligem o homem moderno. Tal é parte do problema com que se confrontam os seres humanos, cristãos e não cristãos igualmente, como uma família de pessoas na Terra. Esses males não são apenas físicos - eles são também doenças da alma. Vivendo no meio deles, o homem naturalmente procura as fontes apropriadas de cura, que devem ser necessariamente encontradas na religião. A maioria dos ocidentais volta-se, portanto, para a religião cristã e seus representantes oficiais. Quando o corpo está doente, o médico é consultado, e, quando a alma está doente, deposita-se a esperança no sacerdote e no que ele prescreve, a saber, luz espiritual, graça da cura e orientação prática na conduta da vida."

¹ Cifra vigente quando da preparação do texto original no início da década de 60, no século XX. Atualmente, no início do século XXI, estima-se que existam cerca de 2 bilhões de cristãos de todas as denominações.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 23/24)


quarta-feira, 11 de setembro de 2013

BUDISMO (2ª PARTE)

"(...) com relação aos ensinamentos do Budismo, encontramos base nas próprias escrituras budistas – pois esta é a maneira mais justa de lidar com uma fé – e então, como sempre, olhando-as à luz do conhecimento oculto, tentaremos ver o quanto elas são consistentes para com os mais nobres ensinamentos de outras crenças, para com as verdades religiosas essenciais, e como suas doutrinas são agora consideradas com muita suspeição; e dificilmente se encontra alguém que queira aceitar seus ensinamentos ou que deseje ser chamado pelo seu nome – isso se dá principalmente devido às concepções errôneas e aos embustes, em pequena extensão, a que alguns dos discípulos posteriores expuseram os ensinamentos do Budha entre as pessoas às quais ele pertencia por raça, na terra que foi o seu local de nascimento. Sem sombra de dúvida o Budismo é irmão do Hinduísmo; e se lidos corretamente, as escrituras budistas são o eco das escrituras hindus, e os ensinamentos – embora muitas vezes apresentados numa forma menos metafísica e mais diretamente prática – são ensinamentos que estão impregnados do espírito hindu.

A forma que assumiram estava especialmente adaptada pela presciência do Budha para que os ensinamentos da mais pura moralidade hindu fossem levados aos muitos países fora dos limites dentro dos quais o Hinduísmo seria ensinado. A ideia era disseminá-lo entre povos menos agudamente metafísicos e menos intelectuais do que o povo hindu. 

Encontramos aqui as mesmas verdades fundamentais, embora a forma sob a qual apareçam seja mais simples e de muitas maneiras quiçá mais prática e direta. A missão do Budha – embora começasse na Índia com a esperança talvez de que toda a obra pudesse seguir em harmonia e sem ruptura – tinha por finalidade levar a luz da verdade a outros povos, uma missão que foi realizada de maneira triunfante e que, esperamos, irá continuar a sê-lo ainda por muito tempo. (...)"

(Annie Besant - Sete Grandes Religiões - Ed. Teosófica, Brasília, 2011 - p. 73/79)


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

BUSCANDO A VERDADE (2ª PARTE)

"(...) Blavatsky, tal como outros sábios instrutores, insistia em que a Verdade não podia ser ensinada em palavras. 'O instrutor pode apenas apontar o caminho', diz A Voz do Silêncio (Fragmento III). Mais do que isso não podem fazer as palavras. Podemos expressar nossas crenças e teorias em palavras, mas não podemos fazer com que os outros experienciem uma verdade simplesmente falando sobre ela. 

Ademais, só crença e teoria são não apenas insuficientes, pois, quando se cristalizam num sistema de crença, podem na verdade bloquear nossa compreensão e nosso desenvolvimento espiritual. Isso pode ser ilustrado por um exemplo simples. Se alguns amigos descrevem um fruto tropical delicioso, mas raro, que jamais vimos ou experimentamos, a descrição que fazem pode ser totalmente acurada. É doce, dizem-nos eles. Tem gosto algo parecido com uma mistura de manga, pêssego e abacaxi. Tendo ouvido essa acurada descrição, sabemos que gosto tem a fruta? Certamente que não; devemos experimentar por nós mesmos para podermos saber e, quando o fizermos, inevitavelmente o gosto será diferente do que imaginávamos.  

Do mesmo modo, quando ouvimos ou lemos um ensinamento ou uma doutrina, formamos uma ideia a partir de nossa própria experiência do que aquilo possa se referir. Mas se nós mesmos não tivemos a experiência a que o ensinamento se refere, as ideias que formamos a respeito são inevitavelmente falsas. 

Dizer que a Verdade não pode ser transmitida por palavras não significa que devamos abandonar as teorias ou as suposições razoáveis a respeito da realidade. As teorias podem ser bastante acuradas, os ensinamentos precisos. Contudo, a não ser que os verifiquemos tanto dentro quanto fora de nós, cairemos em erro. O que nos pedem para fazer é compreender que todas as teorias são mapas, e não os locais que os mapas representam. (...)"

(Ed Abdill - Revista TheoSophia Abril/Maio/Junho de 2010 - Pub. Sociedade Teosófica no Brasil - p. 49/50)


quarta-feira, 31 de julho de 2013

A UNIDADE FUNDAMENTAL DE TODAS AS RELIGIÕES (2ª PARTE)

(...) A segunda explicação da base comum das religiões humanas postula a existência de um ensinamento original, sob a custódia de uma Fraternidade de grandes Instrutores espirituais. Estes Mestres, frutos dos ciclos passados da evolução, tiveram por missão instruir e guiar a humanidade infantil em nosso planeta. Transmitiram às suas raças e nações, sucessivamente, as verdades fundamentais da religião, sob a forma mais adaptada às necessidades especiais daqueles que deviam recebê-las. Segundo esta opinião, os fundadores das grandes religiões são membros desta Fraternidade Una, e foram ajudados, em sua missão, por uma plêiade de outros membros menos elevados que eles, iniciados e discípulos de diversos graus, eminentes por sua intuição espiritual, por seu saber filosófico, ou pela pureza de sua sabedoria ética. Estes homens dirigiram as nações nascentes, guiando-as no caminho da civilização e dotando-as de leis; monarcas, eles as governaram; filósofos, eles as instruíram; sacerdotes, eles as guiaram. Todos os povos antigos têm reminiscências destes homens poderosos, heróis e semideuses, e a arquitetura, a literatura e a legislação desses povos antigos conservam de tais homens traços indeléveis.

Parece difícil negar a existência desses homens, diante da tradição universal, dos documentos escritos ainda existentes e dos vestígios pré-históricos, em ruínas em toda a parte, sem mencionar outras evidências que o ignorante recusaria. Os livros sagrados do Oriente são fiéis testemunhas da grandeza daqueles que os escreveram; pois quem, em dias posteriores, ou nos tempos modernos, pode mesmo aproximar-se da grandiosidade espiritual do pensamento religioso daqueles seres, do esplendor intelectual de sua filosofia, da amplitude e pureza de sua ética ? E quando percebemos o que estes livros encerram sobre Deus, o homem e o Universo, ensinamentos em substância idênticos, sob uma múltipla variedade de aparência exterior, não parece irracional relacioná-los a um único corpo fundamental de doutrina, ao qual damos o nome de Sabedoria Divina, ou sob a forma grega: Teosofia. (...)

(Annie Besant - A Sabedoria Antiga – Ed. Teosófica, Brasília – p. 11/14)


quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

A VERDADE DE DEUS É UMA VERDADE ETERNA

""Mas, a todos que o receberam deu o poder de se tornarem filhos de Deus, mesmo àqueles que acreditam em seu nome."

Adorar um Cristo ou um Krishna é adorar a Deus. Não é, porém, adorar um homem como Deus, adorar uma pessoa. É adorar o próprio Deus, a Existência impessoal-pessoal na encarnação e através dela; é adorá-la como una com o Espírito eterno, transcendente como o Pai e imanente em nossos corações. Neste contexto, o testemunho de São Paulo sobre Cristo é de importância relevante. Diz ele:

"Pois nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade. E nele fostes levados à plenitude, Ele que é a  cabeça de todo principado e poder."

De igual peso é a afirmação de São João de que a mesma Palavra que era "no princípio" e "era Deus" se fez carne em Cristo. Nesta passagem, o autor do quarto Evangelho relembra-nos que seu mestre não era um mero homem histórico, mas que é o Cristo eterno, um com Deus desde os tempos sem princípio. Este ponto de vista parece validado por Jesus, ao dizer: "Antes que Abraão existisse, eu sou."

Um hindu, pois, acharia fácil aceitar Cristo como uma encarnação divina e adorá-lo sem reservas, exatamente como adora Sri Krishna ou outro avatar de sua escolha. Mas não pode aceitar Cristo como o único filho de Deus. Os que insistem em encarar a vida e os ensinamentos de Jesus como únicos, certamente terão grande dificuldade para compreendê-los. Qualquer avatar pode ser muito bem entendido à luz de outras grandes vidas e doutrinas. Nenhuma encarnação divina jamais veio para refutar a religião e a doutrina de outro, e sim para cumprir todas as religiões, porque a verdade de Deus é uma verdade eterna. Disse Santo Agostinho:

"Aquilo a que chamamos religião cristã existia entre os antigos, e nunca deixou de existir desde o começo da raça humana, até que Cristo se fez carne, quando então a religião verdadeira, que já existia, começou a ser chamada de Cristianismo."

Se Jesus, na história do mundo, tivesse sido a única fonte geradora da verdade de Deus, ele não seria a verdade; porque a verdade não pode ser gerada: ela existe. Mas se Jesus simplesmente revelou e interpretou essa verdade, então podemos olhar para os outros que fizeram o mesmo antes dele e da mesma forma o farão depois dele. E, de fato, à medida que lemos os ensinamentos de Jesus, descobrimos que ele deseja de nós todos que descubramos a verdade: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará." Ele veio - como declara - não para destruir a verdade eternamente existente, mas para cumpri-la. Isto ele fez, reafirmando-a, dando-lhe vida nova através de uma apresentação renovada." 

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 50/51)


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

A ORIGEM DO SECTARISMO


“As práticas religiosas são estabelecidas pelos profetas na forma de doutrinas. Homens de intelecto limitado, não conseguindo interpretar o verdadeiro significado dessas doutrinas, aceitam sua expressão exotérica ou externa e, gradualmente, caem nas formalidades, convenções e práticas rígidas. Essa é a origem do sectarismo.

O descanso no dia de sábado foi erroneamente interpretado como a obrigação de evitar todo tipo de trabalho – inclusive o trabalho religioso. Esse é o perigo em que incorrem os homens de entendimento limitado. Devemos recordar que não fomos feitos para o sábado, mas o sábado foi feito para nós; não fomos feitos para as regras, mas as regras foram feitas para nós; elas mudam conforme mudamos. Devemos aderir à essência de uma regra, e não nos aferrar dogmaticamente à sua forma.

Para muitos, mudar as formas e os costumes implica mudar de uma religião para outra. Não obstante, o significado mais profundo das doutrinas de todos os diferentes profetas é essencialmente o mesmo. A maioria das pessoas não compreende isso.

Há um perigo semelhante no caso daqueles que são dotados de grande capacidade  intelectual; eles tentam conhecer a Verdade Suprema apenas pelo exercício do intelecto; mas a Verdade Suprema só pode ser conhecida por experiência direta. A experiência direta é diferente da mera compreensão. Não nos é possível compreender intelectualmente a doçura do açúcar se não o tivermos provado. Do mesmo modo, o conhecimento religioso decorre da experiência mais profunda de nossa própria alma. Frequentemente nos esquecemos disso quando procuramos aprender a respeito de Deus, dos dogmas religiosos e da moralidade. Raramente buscamos conhecer essas coisas através da experiência religiosa interior.

É lamentável que homens de grande capacidade intelectual – bem-sucedidos no uso da razão para descobrirem as verdades profundas das ciências naturais e de outros campos do saber – pensem que também serão capazes de compreender intelectualmente as verdades religiosas e morais superiores. É também lamentável que o intelecto ou a razão desse s homens, em vez de lhes servir de ajuda, frequentemente constituem barreiras à sua compreensão da Verdade Suprema pelo único meio possível: experimentá-la na própria vida .”

(Paramahansa Yogananda – A Ciência da Religião – Ed. Self-Realization Fellowship – p. 59/60)


sábado, 17 de novembro de 2012

O HOMEM


“As potencialidades infinitas do Ser Supremo, que nós somos, permanecem abortadas pelas posses, afazeres, doutrinas, partidos, preceitos, preconceitos, vaidades estúpidas, verdades que não o são e que, embora nos retenham na penúria verdadeira e em verdadeira servidão, são por nós defendidas e amplificadas como se nos dessem segurança e paz.”

(Hermógenes – Mergulho na paz – 23/24)