OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 20 de julho de 2021

O SERMÃO DA MONTANHA, BASE DA HARMONIA ESPIRITUAL

"Há séculos que as igrejas cristãs do Ocidente se acham divididas em partidos, e, não raro, se digladiam ferozmente - por causa de quê?

Por causa de determinados dogmas que elas identificam com a doutrina de Jesus - infalibilidade pontifícia, batismo, confissão, eucaristia, pecado original, redenção pelo sangue de Jesus, unicidade e infalibilidade da Bíblia, etc. 

No entanto, seria possível evitar todas essas polêmicas e controvérsias - bastaria que todos os setores do Cristianismo fizessem do Sermão da Montanha o seu credo único e universal. Essa mensagem suprema do Cristo não contém uma só palavra de colorido dogmático-teológico - o Sermão da Montanha é integralmente espiritual, cósmico, ou melhor, 'místico-ético'; não uma teoria que o homem deve 'crer', mas uma realidade que ele deve 'ser'. E neste plano não há dissidentes nem hereges. A mística é o 'primeiro e maior de todos os mandamentos', o amor de Deus; a ética é o 'segundo mandamento', o amor de nossos semelhantes. E, nesta base, é possível uma harmonia universal.

Quem é proclamado 'bem-aventurado' feliz? Quem é chamado 'filho de Deus'? Quem é que 'verá a Deus? De quem é o 'reino dos céus'?

Será de algum crente no dogma 'A', 'B' ou 'C'?

Será um adepto da teologia desta ou daquela igreja ou seita?

Será o partidário de um determinado credo eclesiástico?

Nem vestígio disto!

Os homens bem-aventurados, os cidadãos do reino dos céus, são os 'pobres de espírito', são os 'puros de coração', são os 'mansos', os que 'sofrem perseguição por causa da justiça', são os 'pacificadores', são os 'misericordiosos' e 'os que choram', são os que 'amam aos que os odeiam' e 'fazem bem aos que lhes fazem mal'.

No dia e na hora em que a cristandade resolver aposentar as suas teologias humanas e proclamar a divina sabedoria do Sermão da Montanha como credo único universal, acabarão todas as dissensões, guerras de religião e excomunhões de hereges e dissidentes.

Isto, naturalmente, supõe que esse documento máximo de espiritualidade, como Mahatma Gandhi lhe chama, seja experiencialmente vivido, e não apenas intelectualmente analisado.

A vivência espiritual é convergente e harmonizadora - a análise intelectual é divergente e desarmonizadora.

Se todos os livros religiosos da humanidade perecessem e só se salvasse o Sermão da Montanha, nada estaria perdido. Nele se encontram o Oriente e o Ocidente, o Brahmanismo e o Cristianismo e a alma de todas as grandes religiões da humanidade, porque é a síntese da mística e da ética, que ultrapassa todas as filosofias e teologias meramente humanas. O que o Nazareno disse, nessa mensagem suprema do seu Evangelho, representa o patrimônio universal das religiões - seja o Kybalion de Hermes Trismegistos, do Egito, sejam os Vedas, Bhagavad-Gita ou o Tao Te Ching de Lao-Tse, do Oriente, sejam Pitágoras, Sócrates, Platão ou os Neroplatônicos, sejam São João da Cruz, Meister Eckhart Tolstoi, Tagore, Gandhi ou Schweitzer - todos convergem nesta mesma Verdade, assim como as linhas de uma pirâmide, distantes na base, se unem todas num único ponto, no vértice.

Se o Evangelho é o coração da Bíblia, o Sermão da Montanha é a alma do Evangelho."

(Rohden - O Sermão da Montanha - Ed. Martin Claret Ltda., São Paulo, 1997 - p. 17/19)


quarta-feira, 13 de julho de 2016

IDOLATRIA

"'A Bíblia condena a idolatria', observou um visitante cristão, 'no entanto, li que em todo lar hindu há pelo menos um ídolo. De que modo podem os cristãos - e, quanto a isso, os judeus - deixar de condenar essa prática como algo pagão?'

Replicou o Mestre: 'Imagine que você vê uma garotinha brincando com uma boneca e cuidando dela como se ela fosse a sua filhinha. Você ralharia com ela dizendo que 'a boneca é só um objeto inanimado'? Brincar com bonecas pode até mesmo cumprir o objetivo prático de ajudar a criança a se preparar para a maternidade algum dia.

'As imagens, de modo semelhante, podem ajudar as pessoas a despertar e a concentrar a devoção delas. Os cristãos por acaso não conservam imagens nos seus altares - Jesus, por exemplo, na cruz?

'Uma vez mais, pense em todas as imagens que Deus nos deu na Natureza. Pelo fato de O amarmos, a beleza das árvores, das flores e do pôr do sol não nos lembra a Sua beleza infinita?

'A idolatria condenada na Bíblia é a prática característica do ego de valorizar mais a criação do que o Criador; de venerar o dinheiro, e não o tesouro divino que há no Eu superior; de venerar o amor humano e não o amor divino; de venerar os vícios, que são falsos, tais como a bebida e o sexo, e não rezar pelo 'vício' do êxtase divino.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 48/49


domingo, 9 de novembro de 2014

O PROBLEMA DO BEM E DO MAL (1ª PARTE)

"I - Bem e Mal. Experiência. Manifestação 

O problema do bem e do mal é, em sua essência, relativo, porque depende da escola filosófica, da concepção do mundo que o indivíduo adote. Assim, para um católico, bem é aquilo que está de acordo com as leis de Deus e estas são conhecidas dos homens através da autoridade da Santa Madre Igreja Católica Apostólica Romana. No lado oposto, um comunista, que não toma em consideração os ditames da Igreja Católica, só admite como bem, tudo o que conduz à socialização e mal, o que a retarda ou impede.

Sabe-se que Stalin, em sua mocidade, assaltou um trem, para conseguir fundos para o partido bolchevista. Para o católico, o seu ato representa uma grave infração aos preceitos divinos e para o comunista, uma ação supremamente boa...

Não há necessidade de apontar mais exemplos, para concluir-se que os conceitos de bem e de mal são relativos, mas poder-se-á verificar que são artificiais, ou unilaterais, porque é tomado para ponto de reparo um conceito arbitrário: pretensas leis de Deus, provindas de revelações ou, então, leis ou móveis de ação que são aplicáveis apenas a uma fase da evolução social da humanidade. 

Se o homem tomar como ponto de reparo a sua posição no cosmos, se conseguir descobrir algumas leis fundamentais que regem o universo e chegar a conhecer realmente a natureza humana, poderá ter um conceito mais amplo, mais universal, do bem e do mal. Temos então de tomar nossas lições com os gregos e aprender em Heráclito que: 'O bem é a compreensão da harmonia do universo e a vida de acordo com ela'. Se se reconhecer uma harmonia universal, não poderá haver lugar para o mal, o qual é apenas uma fase, ou uma nota dessa harmonia.

A tendência, aliás, de muitos filósofos, é a de negar a existência do mal, que será antes um modo imperfeito de se considerar as coisas. Para Santo Agostinho e para Leibnitiz, o mal seria como as sombras de uma pintura, as quais servem para ressaltar as cores. Para Annie Besant: 'O que é mal visto pelo lado da forma é um bem visto pelo lado da vida'.  

Filo e Plotino, da Alexandria, aproximam-se mais da metafísica cristã, segundo a qual Deus é a fonte do bem, e a matéria (ou o homem, segundo o Cristianismo) a fonte do Mal. As doutrinas teosóficas assemelham-se às de Heráclito e às dos estóicos, segundo as quais o homem é parte do universo, com função definida a cumprir dentro da harmonia ou do entrosamente universal e deve se submeter às leis cósmicas. (...)"

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 221/222)
www.editorateosofica.com.br/loja


quinta-feira, 7 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (3ª PARTE)

O Iluminado de Humildade

"São Francisco de Assis é o santo mais popular da Itália do século XIII (1182-1226). Filho de um rico comerciante de tecidos, surgiu-lhe, no decorrer de uma doença, a aspiração de uma vida mais elevada. A princípio foi atraído pela cavalaria, renunciando a essa carreira para dedicar-se á sua missão religiosa, misteriosamente recebida em 1206: ‘Vai, Francisco, conserta minha casa que desmonta’. Essa ‘casa’ era o Santuário de São Damião, e Francisco entregou-se à sua construção. Era também a própria igreja onde ele iria encarnar uma corrente de reforma submetida ao ideal evangélico, sob o signo de um ardente espírito de amor e pureza, e igualmente de submissão à ‘Senhora Pobreza’. A vida despojada por ele escolhida, sua caridade austera e ditosa, fizeram nascer as primeiras comunidades à sua volta: em 1209 e fundada a Ordem do Irmãos Menores e, em 1212, nasce a Ordem das Damas Pobres (mais tarde denominada Clarissas). Conta-se que Francisco de Assis chegava mesmo a pregar às aves, aos peixes, aos lobos, os quais ele teria ‘convertido’. Quase no fim de sua vida, retirou-se para o monte Alverno e, mais tarde, a São Damião, onde compôs a maior parte do Cânticos do irmão Sol e das criaturas.

Seu brilho ultrapassou as fronteiras do cristianismo. Certa ocasião Gandhi exaltou Francisco de Assis como um dos maiores sábios do mundo.

Grande sábio da Paz

Ramakrishna é talvez o santo hindu melhor conhecido nos tempos modernos. Ele nasceu na vila de Kamarpukur, Bengala, a 20 de fevereiro de 1836. Desde criança ele se sentia atraído pela vida dos heróis religiosos e teve sua primeira experiência de êxtase espiritual aos sete anos de idade. Para ele Kali era a Mãe Divina.

Ramakrishna dedicou-se, primeiro, à adoração de Rama e sentiu que este era o espírito do Universo. Mais tarde, ele adotou a adoração a Krishna e passou a praticar a forma de amor chamada vaishnava, na qual a alma humana ama a Deus como uma devotada esposa ama seu esposo.

No final de 1866 ele praticou a disciplina do Islã e em 1874 ele adotou os métodos do cristianismo. Assim ele tinha visões de Rama, Krishna, Shiva, Kali, Allah e Jesus. Ele disse: ‘Na oficina do oleiro há muitos utensílios diferentes: potes, jarros, pratos, pires... Mas tudo isso foi feito com o mesmo barro. Assim também Deus é um, embora seja adorado em diversos países e épocas diferentes sob nomes e aspectos variados.

Ramakrishna passou os últimos anos de sua vida educando espiritualmente seus discípulos. Ele morreu de câncer a 16 de agosto de 1886. Seu famoso discípulo Vivekananda disse sobre ele: ‘ele não trouxe novas verdades;ele trouxe à luz velhas verdades’."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)


quarta-feira, 6 de agosto de 2014

OS ILUMINADOS (2ª PARTE)

O Iluminado de Nazaré

"Jesus Cristo (do hebraico ‘Jeová é a salvação’ e do grego Christos, ‘ungido’) nasceu numa aldeia da Judeia, Belém, a pouca distância de Jerusalém. Para os cristão representa a salvação, e, para o povo hebreu, é o eleito do Senhor, o Messias esperado durante séculos e anunciado pelos profetas do Antigo Testamento. Tendo se refugiado no Egito com a sua família, depois de um sonho premonitor de José, retornou a Nazaré, onde teria levado, até os 30 anos, uma vida obscura. Tal fato não é explicado nem mesmo pela própria Bíblia, o que levou alguns pesquisadores a levantar a hipótese de que o Nazareno teria realizado prováveis viagens ao Extremo Oriente. Anunciado por João Batista, reconhecido por este como o Messias, Jesus retirou-se para o deserto, onde permaneceu 40 dias em jejum e meditação. Depois disso iniciou sua predicação, donde surgiria uma nova visão religiosa, moral e social destinada a operar uma profunda transformação no mundo. Juntamente com os doze apóstolos, que ele próprio havia chamado para si e que continuariam a sua obra com a fundação das primeiras comunidades cristãs, Jesus andou pela Palestina, predicando às multidões e realizando milagres. Como filho de Deus, sua pessoa reúne duas naturezas, a humana e a divina, pelo que é considerado o Deus-homem que se encarnou e apareceu na Terra para anunciar o advento do reino de Deus.

O Grande Trabalhador

Ramatis nasceu por volta do século X, no ano de 993, na Indochina, onde fundou e dirigiu um grande templo iniciático. Portador de profundos conhecimentos esotéricos, alcançou através das práticas alto grau de perfeição espiritual. Ramatis tem laços indiretos com as estruturas da ioga. Foi um dos que em vida também obteve alto grau de perfeição, chegando em muitas citações serem evidenciadas suas qualidades e características de iluminado espiritual. Seu trabalho na Terra foi em grande parte a favor dos necessitados, material ou espiritualmente. Sua grande obra não foi esquecida e teve continuidade nas mais diversas regiões do mundo."

(Equipe da Revista Planeta - Os iluminados - Planeta Extra Raja Ioga, março de 1984 - p. 51/58)

segunda-feira, 21 de julho de 2014

TREINE SEU CORAÇÃO PARA SENTIR A FRATERNIDADE HUMANA (1ª PARTE)

"Toda a humanidade deve abrir o coração para a grande mensagem de Jesus: '[Deus] fez, de um único sangue, todas as nações dos homens.' (Atos 17:26) Essa é, de Cristo, a inspiração que eu tanto amo. Queria tornar essa mensagem uma realidade viva, dar-lhe uma aplicação prática. O preconceito de cor é a mais absurda de todas as exibições de ignorância humana. A cor é somente epidérmica. Deus deu pigmentos mais escuros à pele das raças que, originalmente, viviam sob condições climáticas que exigem maior proteção contra o sol. Uma medida puramente prática; portanto, ter pele branca, cor de oliva, amarela, vermelha ou negra não é motivo especial de orgulho para ninguém. Afinal de contas, a alma veste um sobretudo corporal de determinada cor durante uma vida e, em outras encarnações, de outras tonalidades. Logo, a cor da pele é algo muito superficial. Ter preconceto de cor é ter preconcento contra Deus, que está nos corações de todos os povos do mundo: vermelhos, brancos, amarelos, oliváceos e negros. Além disso, é bom lembrar que quem odeia uma raça certamente reencarnará em um corpo dessa raça: é assim que a lei cármica força o homem a superar os preconceitos que sufocam a alma. Treine seu coração para sentir a fraternidade humana - isto é importantíssimo.

Embora os ensinamentos de Jesus estivessem predestinados a estabelecer seus mais sólidos fundamentos no Ocidente, ele escolheu encarnar em um corpo oriental e da raça judia, que conta com uma longa história de perseguições, para demonstrar o absurdo que é julgar os outros segundo diferenças de raça e de cor. O verdadeiro Cristianismo deve ser vivido; divisões raciais devem ser eliminadas. O preconceito e a falta de autêntica fraternidade causam guerra e desunião entre os filhos de Deus. Devemos trabalhar para erradicar todos os incitamentos à guerra; no ódio e no preconceito, ocultam-se bombas e desgraças. Jesus advertiu: '(...) pois todos os que lançarem mão da espada perecerão pela espada.' (Mateus 26:52) Não será a espada, mas a prática dos princípios de Cristo que finalmente libertará o mundo. No sentido mais elevado, só Deus protege o homem. A melhor ajuda que você pode dar ao mundo é pôr em prática um ideal de vida segundo os ensinamentos de Cristo e de todos os mestres espiritualmente iluminados. Acima de tudo, ame a Deus; não vê que toda a resposta está nas mãos Dele? Quando Ele descerrar o véu do mistério, você terá as respostas para tudo o que era obscuro e indecifrável. (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 284/285)

segunda-feira, 21 de abril de 2014

A MENTE É UM FENÔMENO SOCIAL (1ª PARTE)

"A mente só pode existir em sociedade. Ela é um fenômeno social, pois necessita da presença de outras pessoas. Você não pode sentir raiva quando está sozinho ou, se isso acontecer, se sentirá tolo. Você não pode ficar triste quando está sozinho, pois não há desculpa para tal. Também não pode se tornar violento, é necessário que haja mais alguém por perto. Você não pode falar, não pode continuar tagarelando. Não pode usar a mente, ela não pode funcionar - e quando a mente não pode funcionar, ela se torna ansiosa e preocupada. Ela precisa funcionar, precisa de alguém com quem se comunicar. 

A mente é um fenômeno social, um subprodutdo da sociedade. Não apenas da sociedade moderna, mas de qualquer sociedade. Mesmo nos tempos ancestrais, quando alguém ia caçar sozinho na floresta, essa pessoa ficava ansiosa, ficava deprimida no começo. A diferença não está na mente, a diferença está no grau de paciência. A mente permanece a mesma, seja ela moderna ou antiga, mas nos velhos tempos as pessoas eram mais pacientes, podiam esperar. Hoje você não sabe mais ser paciente, e aí está o problema.

Nos velhos tempos, no mundo antigo - especialmente no Oriente -, não havia consciência do tempo. É por isso que os relógios não foram inventados no Oriente. Poderiam ter sido inventados na China, talvez, mas eles não estavam interessados no tempo. A mente moderna se interessa em demasia pelo tempo. Por quê? Isto é parte da influência cristã no mundo. Com o cristianismo e o islamismo, a consciência do tempo passou a fazer parte do mundo. Há razões para tal. 

No pensamento cristão, acredita-se que haja apenas uma vida. É a primeira e a última. Se você morrer, não terá mais tempo, então todo o tempo que você tem são setenta ou oitenta anos, talvez. Por isso há tanta pressa no Ocidente. Todos correm porque a vida está se esvaindo. A cada momento seu tempo de vista restante diminui. O tempo está passando e você está morrendo. Tantos desejos para realizar e tão pouco tempo para realizá-los, isso obviamente gera ansiedade.

No Oriente, por outro lado, sempre se acreditou que a vida seja eterna. Assim sendo, o tempo não importa, não há pressa, pois você passará por aqui muitas vezes. Já esteve aqui milhões de vezes e voltará milhões de outras vezes. Esta não é a primeira nem a última vida, apenas mais uma dentro de uma longa cadeia, e você está sempre no meio, pois não há início nem final. Por que, então, ter pressa? Há tempo suficiente para tudo. (...)"

(Osho - Aprendendo a silenciar a mente - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2002 - p. 73/74)


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A VERDADE SEMPRE FUNCIONA

"... Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? (Mateus, 7:16). Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis (Mateus, 7:20).

A verdade é una e indivisível, pois Deus é Verdade – a mesma de ontem, de hoje e para sempre. Muitas pessoas ficam perplexas e aturdidas com as complexidades das teologias conflitantes e sentem fome e sede da Verdade que irá libertá-las. As diversas seitas do cristianismo, por exemplo, assim como de outros grupos religiosos, discordam entre si nas doutrinas e práticas. Além disso, os ensinamentos das centenas de seitas, não apenas no cristianismo, mas também em outras religiões do mundo, estão repletos de contradições e absurdos.

A verdade o liberta do medo, ignorância, superstição, doença, carência e limitações; resolve os seus problemas e proporciona paz à mente perturbada. Em todas as partes do mundo, há incontáveis pessoas que não têm qualquer filiação religiosa, mas estão repletas de fé e confiança na bondade de Deus e na orientação e amor de Deus. Possuem uma paz interior e uma luz interior; são prósperas, cheias de boa vontade e da alegria de Deus.

A religião pertence ao coração, não aos lábios; produz os frutos do Espírito, que é o verdadeiro teste para a Verdade. A verdade sempre cura. Quando você está feliz, alegre, livre e expressando vitalidade, paz e abundância, está revelando os frutos do Espírito. Não existe a Verdade não demonstrada: assim como é dentro, assim será fora; assim como é fora, assim será dentro. Não pode haver nada em sua mente subconsciente que não se faça manifestar mais cedo ou mais tarde nas fases exteriores de sua vida."

 (Joseph Murphy – Sua Força Interior – Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 – 62/63)


sábado, 18 de janeiro de 2014

O CERIMONIAL

"A linha do cerimonial é uma linha ao longo da qual chegam muitas pessoas, mas é preciso compreender, naturalmente, que nenhum cerimonial religioso, seja ele qual for, é, na verdade, essencial, e o homem que deseja ingressar no Caminho da Santidade precisa compreendê-lo em sua plenitude e lançar de si a crença na necessidade das cerimônias, como um dos grilhões que o retêm afastado do nirvana. Isso não quer dizer que as cerimônias não sejam, às vezes, eficazes para produzir os resultados que se pretendem, senão que nunca são realmente necessárias a nenhum deles, e que o candidato a um progresso mais elevado precisa aprender a dispensá-las. A linha do cerimonial é uma estrada fácil para determinado tipo de pessoas, para as quais se revela efetivamente útil e inspiradora; há, contudo, outro tipo de homens para os quais o cerimonial é sempre um obstáculo entre eles e as divindades que desejam alcançar. 

No Cristianismo, a linha do cerimonial é a designada pelo seu fundador, através da qual deve operar a sua magia. A consagração da hóstia, por exemplo, é um meio graças ao qual a força espiritual se derrama sobre as pessoas. Existe, frequentemente, vasta quantidade de sentimento devoto no momento da consagração, e a operação da magia é ajudade por ele, muito embora não dependa dele. Os devotos recebem indiscutivelmente mais porque trazem consigo mesmos uma faculdade adicional de recepção. Por outro lado, existe sempre a probabilidade de que a devoção ignorante degenere em superstição. (...) Devemos lembrar-nos também de que, na História, costumamos ouvir muitas alusões aos piores efeitos do entusiasmo religioso, ao mesmo tempo que o bom e firme progresso de muitos milhares de pessoas sob a sua influência causa escassa impressão."

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 79/80)

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O PECADO

"Pergunta-se qual é o verdadeiro significado do pecado. No sentido em que a palavra costuma ser empregada, ao menos pelos pregadores cristãos, creio que se pode definir o pecado como uma fantasia da imaginação teológica. Supõe-se, popularmente, que ele indica um desafio lançado à lei divina – a execução de algum ato que o autor sabe ser errado. É muito para duvidar que esse fenômeno venha a ocorrer alguma vez. Em quase todos os casos concebíveis, o homem infringe a lei por ignorância ou desatenção, e não por intenção deliberada. Quando o homem realmente conhece e vê a intenção divina, harmoniza-se inevitavelmente com ela, por duas razões: primeira, porque, num estágio antecedente, percebeu a futilidade de proceder de outra maneira, e, segunda, porque, mais tarde, ao ver a glória e a beleza do projeto, não pode deixar de atirar-se à sua execução, com todas as forças do coração e da alma.

Uma das mais sérias dentre as muitas concepções errôneas, que herdamos da Idade Média, é que o chamado ‘pecado’ é uma perversidade que deve ser enfrentada com castigo e uma perseguição implacável, e não o que ele realmente é, ou seja, o resultado de uma situação de ignorância, que só deve ser tratada com esclarecimento e educação. Pode objetar-se que, na vida cotidiana, vemos as pessoas fazendo o que devem saber que está errado, mas este é um jeito errôneo de expor o caso. Eles estão fazendo o que lhes disseram que está errado, o que é muito diferente. Quando o homem realmente sabe que uma ação é má e que ela será seguida, inevitavelmente, de más consequências, tomará o cuidado de evita-la. O homem realmente sabe que o fogo o queimará, e, portanto, não põe a mão no fogo. Verificar-se-á que todo aquele que comete um erro justifica-o para si mesmo no momento de cometê-lo, seja o que for que venha a pensar sobre ele, mais tarde, a sangue frio. Por isso digo que o pecado, tal como é comumente entendido, não passa de uma fantasia da imaginação teológica; o que de fato existe é uma situação infeliz de ignorância que, muitas vezes, conduz à violação da Lei divina. Temos a obrigação de tentar dissipar a ignorância com a luz da Teosofia."

(C.W. Leadbeater – A Vida Interior – Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 – p. 78)


domingo, 24 de novembro de 2013

COMUNICAÇÃO COM DEUS

"O conhecimento sobre meditação está ligado à tradição oriental, mas a cultura ocidental e o Cristianismo também têm ensinamentos sobre o assunto. A própria oração pode ser uma prática meditativa; basta que seja realizada com esse propósito. Santo Inácio de Loyola, padre jesuíta que viveu no século XVI, escreveu um extenso manual sobre esse tema, que hoje se tornou uma referência para os cristãos que praticam a meditação.

O padre Manoel Iglesias, diretor do Centro Inaciano de Espiritualidade, subordinado à Companhia de Jesus, resume o conteúdo da obra Exercícios Espirituais, de Loyola: ‘É um livro para guiar as pessoas na busca espiritual’. Para Inácio de Loyola, a meditação é um momento privilegiado, ‘no qual a gente presta atenção ao Deus em que acreditamos. No meio da correria do cotidiano, é a pacificação para estabelecer uma comunicação com esse Deus que nos acompanha sempre."

(Jamila Gontijo - Meditação, o caminho do autoconhecimento - Revista Sophia, Ano 1, nº 3 - Pub. da Ed. Teosófica, Brasília - p. 07)


quinta-feira, 14 de novembro de 2013

A SÚPLICA NÃO ATENDIDA DO HOMEM (1ª PARTE)

"Que resposta o cristianismo ortodoxo tem a oferecer a essas questões naturais: 'Onde Deus estava durante os eventos trágicos de nosso tempo? Por que Ele não nos protege e salva das aflições que nos visitam? Até que ponto merecemos os imensuráveis sofrimentos que nos têm sido infligidos numa época tão atormentada por horrores? Onde está a justiça concedida por Deus a Seus filhos? Milhões que foram torturados e mortos prematuramente eram homens e mulheres amorosos e viviam bondosamente - o que eles fizeram para sofrer tanto? A réplica dos  ortodoxos, 'é a vontade de Deus', fazem Dele um monstro a ser adorado por causa do medo e da sua capacidade de destruir. Recebendo tal resposta, a mente moderna, nutrida pela ciência da época, é inevitavelmente repelida e, assim, rejeita tal Deidade e tais respostas a esses legítimos questionamentos. No entanto, a ortodoxia cristã não tem outras respostas para dar, e essa, dizem seus críticos, é a razão de sua impotência e do declínio moral da humanidade. Se, como o Dr. Geoffrey Fisher, arcebispo de Canterbury, afirmou, em 14 de novembro de 1958, metade da humanidade é agnóstica, a Igreja não deixa de ter alguma responsabilidade por essa situação. Enquanto o governo produz leis e meios para assegurar-lhes a obediência, e a educação supre conhecimento e instrução sobre os modos pelos quais conhecimentos adicionais podem ser obtidos, a ortodoxia, exceto em certas ordens fechadas, não encoraja a busca interior para experiência direta das verdades e leis espirituais. Os cristãos não são ensinados sistematicamente sobre a autopurificação e elevação da consciência,  tal como ocorre na ioga, ou ciência da união realizada com Deus. (...)"

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 23/24)


sexta-feira, 4 de outubro de 2013

DECLÍNIO DA MORAL DO HOMEM

"Isso nos leva ao próprio homem. Quais são as principais acusações feitas ao homem moderno e, mais particularmente, aos mais ou menos seiscentos e noventa milhões que estão vinculados à cristandade?¹ Adicionalmente ao já estabelecido, é assinalado que atualmente a humanidade tem mostrado um acentuado declínio na moralidade. Esse declínio evidencia-se pelas guerras agressivas, corrupção política e crescimento da criminalidade e do vício. Também nos campos econômico e industrial, nos monopólios, trustes e cartéis, na competição desenfreada, baseada na doutrina do 'cada um por si e Deus por todos', o homem moderno adotou a lei da selva. Há os que vendem, visando lucro, matérias primas e armamentos para nações potencialmente hostis e destroem alimentos extremamente necessários, a fim de manter seus preços elevados. Além do mais, tornou-se quase universal o estímulo deliberado ao hábito de narcótico e excessos alcoólicos e sexuais. 

O Sr. Richard Livingstone, um eminente intelectual e pedagogo britânico, fazendo uma conferência na Austrália sob os auspícios da Universidade Nacional, em 1951, disse: 'Esta época tem sexo no cérebro. Em consequência, ela está decaindo (...). Os estudantes de hoje tropeçam em sua educação como se estivessem bêbados, não sabendo onde estão, para onde estão indo ou o que estão fazendo (...). Os homens perderam a força moral diretiva. A força moral diretiva - uma crença em princípios e uma disposição para aceitar disciplina e fazer sacrifícios por eles - é muito mais importante para a sobrevivência da humanidade do que o conhecimento ou a inteligência.' O Sr. Richard continua: 'Se o mundo algum dia quiser se recuperar da presente incerteza doentia, deve se preparar para aceitar de novo princípio que, no sentido mais amplo do termo, são os princípios cristãos. O cristianismo é uma doutrina de responsabilidade individual. O homem que vive segundo essa doutrina escolhe um caminho duro, mas feliz. Há demasiada ênfase em preparar pessoas jovens para aprender a ganhar a vida e quase nada em ensiná-lo como viver.'

Tais são algumas das enfermidades que afligem o homem moderno. Tal é parte do problema com que se confrontam os seres humanos, cristãos e não cristãos igualmente, como uma família de pessoas na Terra. Esses males não são apenas físicos - eles são também doenças da alma. Vivendo no meio deles, o homem naturalmente procura as fontes apropriadas de cura, que devem ser necessariamente encontradas na religião. A maioria dos ocidentais volta-se, portanto, para a religião cristã e seus representantes oficiais. Quando o corpo está doente, o médico é consultado, e, quando a alma está doente, deposita-se a esperança no sacerdote e no que ele prescreve, a saber, luz espiritual, graça da cura e orientação prática na conduta da vida."

¹ Cifra vigente quando da preparação do texto original no início da década de 60, no século XX. Atualmente, no início do século XXI, estima-se que existam cerca de 2 bilhões de cristãos de todas as denominações.

(Geoffrey Hodson - A Sabedoria Oculta na Bíblia Sagrada - Ed. Teosófica, Brasília, 2007 - p. 23/24)