OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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terça-feira, 25 de agosto de 2020

O MUNDO ASTRAL

O Plano Astral – Parte 2 – Colégio Platinorum"Depois da morte física e do desprendimento do duplo etéreo, a roupagem externa do homem é o corpo astral, o corpo dos apetites, das paixões e emoções. A atenção do ego não tem então mais remédio que se dirigir aos contatos do mundo astral, e assim o percebe, muito embora confusamente, porque sua atenção se fixa mais no agitado torvelinho dos desejos que borbulham no mesmo corpo astral e não pode satisfazer porque já não possui corpo físico por intermédio do qual os satisfaça. Deste modo aprende afinal que a satisfação de um desejo em prejuízo do próximo reverte em sofrimento, que serve de semente para uma qualidade de sua futura consciência física. De outro modo, também goza da satisfação dos desejos convenientes à sua etapa de evolução. Sua estadia no mundo astral é tão duradoura como seus desejos, segundo a qualidade que tiveram na sua última vida terrestre, e goza de paraíso de índole material. Com o tempo se desintegra o corpo astral, e então a externa roupagem do ego é o corpo mental no mundo celeste."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 106/107)

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

EXPERIÊNCIAS DE ALÉM-TÚMULO

A AUTOANÁLISE COMO REQUISITO PARA A EVOLUÇÃO ESPIRITUAL ..."Segundo já dissemos o homem ao morrer se desprende do corpo físico denso e continua vivendo nos demais corpos. Aos poucos deixa também o duplo etéreo e subsiste nos outros. O físico denso e o duplo etéreo se desintegram, ficando assim o ego livre de uma roupagem de que não mais pode servir-se para sua ulterior evolução. A memória de tudo quanto lhe sucedeu na vida física queda, por assim dizer, armazenada em sua contínua consciência de ego, readquirindo-a quando atua em seus corpos permanentes, porém, não quando atua em seus corpos transitórios. Mercê desta admirável ordem o ego aproveita quantas experiências tenha adquirido; e não obstante, queda 'puro e limpo', como dizia Goethe, para entrar em cada nova vida mortal sem os entorpecimentos e as remordedoras memórias de um passado turbulento. Tudo quanto de valor existiu nas passadas experiências se transmuda em faculdades, caráter e temperamento, e renasce em aperfeiçoados corpos mental, astral e físico, convenientes para a ulterior evolução do ego. O que atualmente lhe sucede é proveitoso em todo tempo para sua consciência superior, e o será também para tudo quanto no transcurso de sua evolução, consiga a ampla madureza humana."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 105/106)

terça-feira, 18 de agosto de 2020

OS CORPOS EM SEU ASPECTO DE PONTES

Semeando Luz: 21 Verdades sobre evolução espiritual"Durante largo tempo, o ego utiliza seus corpos astral e mental como se fossem pontes para chegar ao mundo físico, e não como instrumentos para se relacionar com os mundos aos quais respectivamente pertençam devido à sua constituição.

A consciência do ego flui e reflui através de suas roupagens astral e mental, e as vibrações da matéria que acompanham as permutas de consciência em cada uma das ditas roupagens se transmitem de uma a outra até atingir a física.

Convém ter presente que as três classes de matéria se interpenetram mutuamente, como sucede com os sólidos, líquidos e gases no corpo físico; e assim a vibração de uma delas provoca a vibração nas outras duas, Os contatos do mundo físico levantam na matéria do corpo físico vibrações que, transmitidas pelos corpos astral e mental, chamam a atenção do ego, afetando sua consciência de modo a perceber algo exterior a ela.

Os órgãos sensoriais do corpo físico vão se aperfeiçoando durante a idade de evolução, e a faculdade perceptiva do ego se aproveita destes órgãos para indagar a causa da comoção. Seus primeiros esforços mentais relacionam a comoção de seus corpos com a causa que a reproduz no mundo físico.

A comoção do corpo astral é umas vezes prazenteira e outras penosa, determinando no primeiro caso o desejo de reiteração e no segundo o de evitação. O corpo físico se aproxima então ou se afasta do objeto causador do prazer ou da dor. Assim começa a educação do ego em seu contato com o mundo físico. Estimulam esta educação homens altamente evoluídos em mundos passados, que lhe ensinam a ordenação em que nasceu a pessoa e com a qual deve conformar-se se quiser evitar a dor. O homem conhece por experiência que é  verdade quanto lhe ensinam seus mestres, pois sofre ou goza segundo o advertiram, e assim vai adquirindo experiência. Enquanto sua percepção do mundo externo se resume ao físico, onde fixa sua atenção, a constante transferência de ondas vibratórias ao corpo mental, através do físico e do astral, assim como as respectivas vibrações do corpo mental, transferidas pelo astral, organizam os corpos astral e mental de modo que, sem cessar, estão evolucionando e se dispondo a perceber mais adiante seus respectivos mundos. Depois, são evoluídos notavelmente por experiências de além-túmulo. Somente é consciência física o que se manifesta no cérebro físico por transmissão dos corpos mental e astral."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 104/105)

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

EVOLUÇÃO

21 Verdades sobre evolução espiritual – Portal Arco Íris-Núcleo de ..."Vimos que a consciência vigílica do homem é, em termos gerais, a que, segundo vai desenvolvendo suas faculdades e correlacionando-as com seus corpos, atua no mundo que mais estreitamente a limita. 

Já descremos no terceiro capítulo as sucessivas roupagens em que se vai limitando a consciência do ego, que só percebe o mundo correspondente à matéria do corpo que pouco a pouco modela e aperfeiçoa.

O corpo mental é durante muitos nascimentos uma nuvem informe, e muito pouco pode expressar pela sua conduta. A consciência no corpo mental é entretanto cega, muda, surda e paralítica sobre o que diz respeito ao mundo mental.

Também o corpo astral, durante muitas encarnações, é uma massa de buliçosa, turbulenta e agitada matéria, conveniente para expressar apetites e paixões animais que instigam o corpo físico a violentas ações. A consciência do ego está dominada pela matéria astral e governa uma forma humana. 

O corpo físico é a primeira escola do ego em sua evolução humana, e há de ser durante muitíssimas encarnações a principal expressão de sua consciência. O corpo físico tem mui limitados contatos com o mundo físico; porém são definidos, porque possui órgãos para distinguir as diferenças e semelhanças dentro de seu restrito campo, e oferece ao ego imensas possibilidades de evolução."

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 103/104)

terça-feira, 4 de agosto de 2020

A CONSCIÊNCIA VIGÍLICA (2ª PARTE)

A Consciência sem Limites | A Luz do Dia"(...) A consciência vigílica no mundo físico é a que todos nós temos em nossa vida diária e pela qual pensamos, queremos e trabalhamos, sem nos apercebermos de que em nossas experiências ordinárias empregamos as três classes de matéria: mental, astral e física.

Exemplifiquemos: se temos fome e tomamos para comer o alimento ao nosso alcance, qual o processo desta operação? Ao sentirmos fome e ao vermos o alimento, reconhecemos que ele serve e recordamos que satisfaz a fome. Este reconhecimento e esta recordação são de ordem mental e se efetuam no cérebro onde vibra a matéria do corpo mental que interpenetra os outros dois, e por meio da matéria do corpo astral que lhe serve de ponte, transmite as vibrações às matérias etérea e nervosa do corpo físico, cujo resultado é o reconhecimento do alimento e a recordação de que satisfaz a fome em ocasiões anteriores. Esta recordação desperta o desejo de comer, que corresponde ao corpo astral, cujas vibrações se transmitem por meio do duplo etéreo ao grande simpático do sistema nervoso e às glândulas salivares que segregam seu suco e, como se diz vulgarmente, faz-nos água na boca. O desejo incita automaticamente à atividade, que põe em movimento os músculos e abre-nos a mão para tomar o alimento e levá-lo à boca.

Não é necessário, absolutamente, observar e seguir as diferentes, porém, instantâneas fases deste processo, nem a atuação nele dos diversos órgãos do corpo. Não obstante, quem anseia compreendê-las deve ter a paciência de estudá-las e assim poderá responder a várias perguntas em vez de formulá-las. Por que a criança de colo chora e baba quando tem fome e vê  sua progenitora, sua ama ou sua mamadeira? Porque a consciência do pequeno reconhece o alimento e recorda que satisfaz completamente sua necessidade. A consciência do pequeno pensa por meio do cérebro físico; e a criança chora e baba porque a consciência deseja por meio das glândulas salivares e lacrimais.

Se a criança é recém-nascida ou de poucos meses, apenas moverá vagamente os braços e pernas, porque a consciência não domina ainda os músculos para guiá-los a tomar alimento, como ocorre quando a criança já é mais crescida e esperta. Quando maior, não se contentará em abrir a mãozinha para apanhar o alimento, e sim se arrastará pelo solo ou andará por seus pés até alcançá-lo. Tudo isto é fácil de compreender e atentamente se observa e estuda. A rudimentar atuação da consciência por meio de novos corpos se repete continuamente até converter-se em automática; porém a sucessão das fases sempre é a mesma, apesar de que, segundo crescem os corpos, respondem melhor os impulsos da consciência e é mais complicada sua atuação. (...)"

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 96/97)

quinta-feira, 30 de julho de 2020

A CONSCIÊNCIA VIGÍLICA (1ª PARTE)

Estados Alterados de Consciência, Xamanismo, Misticismo e ..."Estamos agora em condições de compreender como a vida do homem já 'desperto' prossegue dia após dia nos três mundos: físico, astral e mental. Vive ativamente em três corpos: o mental, o astral e o físico, o que quer dizer, num corpo composto das três classes de matéria física, astral e mental, correspondentes na nomenclatura hinduísta à terra, à água e ao fogo. Estes corpos são a roupagem do ego, o verdadeiro homem. 

Na ordinária roupagem pode o corpo de uma pessoa estar coberto por três peças: a jaqueta de lã, a camisa de linho e a camiseta de algodão, que são tiradas e postas sem detrimento de sua pessoa. Da mesma forma o homem verdadeiro pode despojar-se de seu corpos sem deixar de ser o mesmo homem.

Porém, ainda que continuadamente viva nos três mundos, somente se põe em contato direto com aquele em que sua consciência atua vigilicamente no corpo que contém a mesma classe de matéria que o respectivo mundo. Contudo, a percepção deste mundo pode ser tão somente parcial se a consciência não está completamente desperta; e assim temos que a maioria dos habitantes da terra somente conhece uma parte do mundo físico em que sua consciência atua vigilicamente. 

Assim explicado, podemos agora classificar os sucessos com que mais ou menos estamos familiarizados, e reconhecer que são naturais, ainda que raras vezes ocorram em nossas experiências diárias.(...)"   

Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 95/96)

terça-feira, 30 de junho de 2020

O HOMEM DESPERTO NOS MUNDOS SUPRAFÍSICOS (PARTE FINAL)

Corpo Espiritual | Orbium Coelestium"Não é possível enumerar, nem muito menos descrever, a dilatadíssima variedade dos habitantes do mundo astral, e a esta multidão se junta, para maior confusão do neófito, a contínua mudança das formas mentais e a representação também mental, porém, revestida de matéria astral, de cenas, panoramas, quadros e lugares, tal como o vulgo das diferentes religiões os concebeu e lhe ensinou a conceber durante sua vida terrena. Porque ao despertar pela primeira vez no mundo astral, pode enganar-se quem esteja a ver a plasmação objetiva de seus próprios pensamentos, confirmando-lhe assim os erros que sustentou na terra. Assim é que enquanto o homem se familiariza com o mundo astral e pode por ele atuar em todos os subplanos tão livremente como no mundo físico, se lhe oferece à sua atividade uma obra utilíssima no ensino e guia dos recém-chegados ao mundo astral, explicando-lhes o que são e como hão de se portar, e também podem auxiliar com sua inspiração aos moradores da terra, protegendo-os contra os acidentes e servindo-lhes de guarda e amparo.

Muito embora o mundo astral seja muito mais diverso que o físico, está igualmente regido por leis naturais. As observações que em uma região do mundo astral são fiéis e verdadeiras, podem falhar em outra região diferente, do mesmo modo que diferem no mundo físico as efetuadas na zona glacial dos trópicos; nem tampouco definiria os bosques da Inglaterra a descrição dos do Brasil ou da Colômbia.

Diz-se que o homem está 'desperto' no mundo astral, quando é capaz de valer-se de seu corpo astral como veículo operante de sua consciência, quando observa, discerne e recorda os fenômenos astrais, como qualquer de nós pode observar, discernir e recordar os fenômenos do mundo físico. O homem desperto no astral não fala nem escreve deste mundo pelo que ouve dizer dele, como poderíamos falar ou escrever sobre um país cuja descrição houvéssemos lido, mas fala e escreve sobre o mundo astral, como poderia fazer um viajante que tivesse percorrido pessoalmente um país. Daí a nota de sincera e natural observação que se verifica nos livros escritos por teósofos que, dirigidos pelos seus instrutores, percorrem os mundos astral e mental, aprendendo a observar, comparar e comprovar. Os desconhecedores da Teosofia revestem de presunção quimérica a sinceridade das descrições dos mundos astral e mental; mas, quem as ler não deve considerá-las de modo algum como revelações, e sim como relatos de viagens, e quando durante o sono de seu corpo físico vá ao mundo astral, e se bem que não esteja consciente, tenha desta região do universo vislumbres que ao despertar lhe pareçam sonho, a leitura de tais livros o ajudará a compreender o porquê de tais vislumbres. Além disso, como sabe que depois da morte física haverá de passar pelo mundo astral, procederá com prudência lendo-os enquanto estiver na terra, como poderia ler a descrição geográfica de um país que quisesse visitar. Não há necessidade que acredite no que dizem tais livros, pois, quando se encontrar no mundo astral, depois da morte, lembrar-se-á de tudo quanto leu na vida física, e não ficará tão exposto aos desvios nem se considerará tão estranho naquele mundo. Deve ter em conta que, tanto acredite como não, os efeitos são os mesmos, e se é verdade o que leu nos livros não se escandalizará quando o comprovar experimentalmente, ao passo que se for falso ou se tiver tergiversado, reconhecerá a verdade."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 73/75)

quinta-feira, 25 de junho de 2020

O HOMEM DESPERTO NOS MUNDOS SUPRAFÍSICOS (1ª PARTE)

O SER ELEMENTAL GUARDIÃO DO CORPO FÍSICO | Fraternidade Branca"Quando o homem chega à madureza necessária para entrar numa etapa de evolução mais adiantada, seus corpos astral e mental estão perfeitamente organizados, e não tarda em atuar conscientemente no mundo astral e depois no mundo mental. Então, vê em realidade objetiva o que antes lhe parecia sonho e se comunica positivamente com os seus inimigos e amigos de além-túmulo, pois uns e outros vivem igualmente em seus corpos astrais, muito embora ele volte ao corpo físico quando 'desperta de seu sono', e os outros já não possuem o corpo físico. Isso lhe vem por completo 'objetivamente' e a comunicação é até mais livre e perfeita que na vida terrestre, ao passo que para ele é também objetiva enquanto o seu corpo físico dorme; porém lhe parece sonho sua consciência vigílica. 

Geralmente, um homem assim disposto, é 'despertado' no mundo astral, isto é, tornado consciente neste mundo, por alguém que compreende ser ele útil ali, e por este fato guia-o nos primeiros atos. Porém, o homem que deixa o corpo físico pelo exercício de sua própria vontade o deixa com plena consciência e conhece por conseguinte tudo que o rodeia no mundo astral. Então, utiliza o corpo astral por veículo, em vez de utilizar o corpo físico, tornando-se capaz de estudar os fenômenos do mundo astral tão claramente como quando em seu corpo de carne e osso estuda os fenômenos do mundo físico, muito embora possa também, como nesse mundo, enganar-se, incorrer em erros, deixar-se levar pelas aparências, crer nas falácias de outras entidades e equivocar-se em seus juízos e observações. Em semelhantes circunstâncias, os pensamentos que emite toma forma e ele os vê como se fossem seres estranhos a ele, arriscando-se a enganar-se com suas próprias ideias, que lhe parecerão sugeridas por outrem. Daí a necessidade de um guia experiente nos fenômenos astrais, que o intime a observar e estudar, como o faz na terra um preceptor quando seu discípulo começa a estudar uma nova ciência. 

Depois adquire assim o conhecimento do mundo astral e de sua imensa variedade e condições de seres viventes, do mesmo modo que em determinado tempo conheceu o mundo físico. Encontra ali toda a classe de seres humanos com o corpo astral como roupagem externa. Ali estão os tipos anormais de suicidas e vítimas de acidentes, dos réus executados, dos criminosos e dos perigosos elementais, dos ébrios impenitentes, dos libertinos, todos eles com seu corpo astral composto das mais grosseiras partículas dessa matéria. Também moram no referido mundo as entidades cuja repugnância da terra os move a tentar aos homens mundanos e induzi-los à perpetração de toda classe de crimes. Igualmente habitam ali animais em corpo astral e embrionário corpo mental, assim como diversas categorias de espíritos da natureza, chamados também kama-devas ou elementais ²² a quem estão confiadas a operação das leis naturais e a vigilância e evolução dos reinos vegetal e animal. De outro lado, em subplanos superiores existe no mundo astral devas relacionados com os interesses humanos, que atuam em corpo astral, e supra-homens que às vezes estão e outras não estão vivendo em corpo físico, durante suas horas de vigília. (...)"

²². Convém distinguir entre elementais e elementares. Os primeiros ou espíritos da natureza (gnomos, fadas, sílfides, ondinas e salamandras) são inofensivos e nenhum recusa a companhia do homem. Os segundos são entidades malígnas e agressivas, tentadoras, simbolizadas no demônio do Cristianismo. (N. do T.)

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 71/73)

quinta-feira, 18 de junho de 2020

O CORPO ASTRAL E OS FENÔMENOS A ELE RELACIONADOS

O Homem e suas Dimensões ou Universos Paralelos"Consideremos agora o corpo astral ou corpo dos desejos durante a vida física, e os fenômenos a ele relacionados, que se classificam em fenômenos correspondentes ao corpo astral, porém, manifestados por meio do físico, e fenômenos relativos ao mesmo corpo astral, quando está desligado do físico.

Continuadamente vivemos todos neste mundo com nosso corpo astral, onde têm sua vivenda os sentimentos e as emoções, ainda que se relacionem sobre o corpo físico. A alegria acelera as pulsações do coração e o medo as diminui e às vezes a paralisa. O exame da exsudação cutânea demonstra que seus componentes químicos variam segundo as emoções, apetites e paixões. Uma violenta emoção arrisca a produzir uma síncope e até mesmo a morte. Se a emoção não é muito violenta, pode produzir a histeria, o desmaio, a risada convulsiva ou o pranto. Tudo isto afeta não somente a quem a sofre como também a outras pessoas. Assim como um olhar colérico ocasiona emoção de cólera naquele a quem é dirigido caso este não seja capaz de dominar-se, assim também produz a paixão na consciência do corpo astral, em cuja matéria produz violentas vibrações relacionadas com a dita consciência, as quais se transmitem aos vizinhos corpos astrais no que ocasionam vibrações análogas e estas por sua vez afetam os respectivos corpos físicos. Por isto é que o histerismo, o pânico ou o entusiasmo se propagam por contágio entre as pessoas, sem razão visível para tal. Nisto se funda o preceito ético de responder ao mal com o bem, porque as vibrações de igual intensidade, porém de índole contrária, se neutralizam , ao passo que as da mesma índole aumentam o módulo das vibrações. O ego vive sem cessar no corpo astral até que entre no mundo celeste. Porém, durante o sonho, abandona temporariamente a parte densa do corpo físico, e nestas circunstâncias amplia seu conhecimento assim como pode ampliar sua ação. Às vezes, durante sua parada noturna no mundo astral, recorda as experiências passadas, e ao despertar diz que sonhou."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 69/70)

terça-feira, 16 de junho de 2020

SONHOS

VIVENDO OS SONHOS DE DEUS - O Pantaneiro"Os sonhos relacionados com o corpo físico são de suas classes: os incoerentes e os coerentes.

Os sonhos incoerentes correspondem à parte densa do corpo físico e provêm do defeito ou excesso de irrigação cerebral, ou de sangue sujo ou muito quente que estimula os tecidos do cérebro e determina a extravagante vibração das células, cujo resultado são os pesadelos e demais cenas disparatadas e sem sentido nem explicação racional. Não trataremos dessa classe de sonhos, muito embora possam ser indícios das más condições em que funciona o corpo.

Mais interessantes são os sonhos coerentes ocasionados pelas impressões que recebe o duplo etéreo, onde ficam reproduzidas em representações ativas, segundo tem comprovado a experimentação psicológica. A água roçada no rosto tem dado motivo a sonhar em uma tempestade com acompanhamentos de trovões e relâmpados. A pressão no pescoço ocasionou um sonho de assassino. Outras experiências pelo método refere Duprel em sua Filosofia do Misticismo, e de todas eles se infere que em consciência hipnótica ou supraconciência, o cômputo ou noção do tempo difere notavelmente do mesmo cômputo ou noção em consciência vigílica, e daí se infere que a matéria relacionada com os ditos sonhos há de ser muito mais sutil que a matéria cerebral. O indivíduo dormindo despertou-se por um contato físico, imediatamente depois de ter caído em sono, pelo que resultou que em uma fração de segundo de tempo físico havia tido um sonho longo.

Não obstante, este método de observar a consciência hipnótica era deficiente pela insegurança, muito embora em alguns pontos satisfizesse a observação. Assim, por exemplo, a complexidade do sonho variava segundo a potência mental do sonhador. Geralmente falando, os sonhos ou sonos etéreos são de índole grotesca, como mosaicos de passados acontecimentos ou cenas derivadas de alguns acontecimentos da vida diária ou de alguma pressão externa ou interna no corpo físico. Na opressão cardíaca que o diafragma exerce nos casos de flatulência pode provir um sonho que represente a desesperada luta do sonhador contra um ladrão que o tente estrangular. A indigestão provoca muitos destes pesadelos. O ego neste momento se acha ausente do corpo físico; e o cérebro, com sua contraparte etérea, entremescla fantasticamente os fragmentos das impressões recebidas durante a vigília. O automatismo material reproduz movimentos passados que, por estar ausente a razão, se relacionam disparatadamente uns com os outros. As entidades etéreas percebem as vibrações destes movimentos e aumentam a confusão. Assim é que não devemos fazer caso dos sonhos etéreos, exceto como indícios de condições patológicas, para o qual servem algumas vezes.

Não obstante, nem os sonhos cerebrais nem os sonhos etéreos pertencem à verdadeira consciência astral, porque em ambos o ego está ausente. Segundo dissemos antes, durante o sono físico, o ego revestido de todos os seus corpos, exceto o físico, fica livre de sua prisão de carne e tem então como roupagem externa o corpo astral, isto é, que vive no mundo astral, deixando o físico."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 63/65)

terça-feira, 2 de junho de 2020

A MORTE

A vida após a morte em diferentes religiões"Ao ocorrer a morte física, não no momento exato de expirar, o duplo etéreo se desliga por completo do corpo denso que, sem sua sutil contraparte, já não pode subsistir como organismo coerente e vai se desintegrando até que toda a matéria que o constituía recobre sua independência. Pouco a pouco o duplo etéreo se desprende do cadáver, que se vai esfriando, primeiro nas extremidades e depois em todo o corpo. O momento preciso da morte não é quando a pessoa expira, muito embora possa com ele coincidir, e sim quando o duplo etéreo se desliga por completo do cadáver, deixando-o hirto no leito mortuário. Então os clarividentes vêem flutuar o duplo etéreo como roupagem externa do ego, que continua vivendo em todos os seus corpos, menos no físico denso. Não obstante, o duplo etéreo vai se desintegrando também pari passu com o cadáver até deixar o corpo astral como roupagem externa do ego. Daí ser o incineramento dos cadáveres o melhor meio de apressar sua desintegração e com ela o duplo etéreo, que assim não pode ser aproveitado pelas entidades maliciosas e intrometidas do mundo astral."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 57/58)

quinta-feira, 28 de maio de 2020

SÍNCOPE, HIPNOSE E ÊXTASE

Oscar Brisolara: O ÊXTASE DO AMOR SAGRADO"Na síncope, chamada vulgarmente desmaio, perde-se a consciência física, porém não se quebra o laço da parte densa com a etérea, que magneticamente ligada com aquela não pode funcionar por si mesma. Pela influência de um alcalóide ou qualquer outra causa, desprende-se o duplo etéreo sem separar-se do todo; porém, quando cessa a causa eficiente da síncope, o duplo etéreo torna a justar-se à sua contraparte, e este ajuste se manifesta em prantos, gritos, suspiros ou outros sintomas de mal-estar físico.

Na hipnose ou sono anormal, se o indivíduo goza de boa saúde, o duplo etéreo não se separa e nem sequer se desliga do corpo denso e sim quedam ambos em seu entrelaçamento comum, continuando sem alteração as funções físicas, enquanto que o ego atua em seu corpo astral e superiores independentemente do físico. O mesmo se sucede no êxtase. Porém, se o enlace do corpo denso com o duplo etéreo é anormalmente débil no indivíduo, separam-se quase sempre ambas as contrapartes no estado de êxtase, e o duplo etéreo se desprende do corpo denso, muito embora sem romper o enlace. Esta é a condição mediúnica que proporciona às desencarnadas entidades astrais um veículo próprio para se infundir nele e restabelecer em seguida o encaixe no corpo denso, sem o qual não poderia manifestar-se no mundo físico, salvo se for um experiente ocultista."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 57)

terça-feira, 19 de maio de 2020

CORPOS INFANTIS - CORPO FÍSICO E ASTRAL

O Plano Astral – Parte 2 – Colégio Platinorum"O corpo astral da criança é sumamente receptivo, e transmite suas impressões aos centros sensoriais do cérebro. Daí o fato da criança não saber distinguir entre uma forma física e outra astral, sucedendo às vezes tratar com um companheiro astral sem distingui-lo do de carne e osso. Sendo os seus pais sensitivos, a criança lhes falará sem subterfúgios de seus amigos astrais; porém, quedar-se-á perplexa, acabando por se mostrar insegura e reservada se estupidamente lhe respondem com estas frases ou outras parecidas: 'Não tem ninguém aqui'; 'não diga tolices'; 'não digas mentiras tolas', etc. Verdadeiramente disse Words-Worth, que 'o céu está em nosso derredor durante a infância' e isto não é figura de retórica e sim vívida realidade.

Quando os tecidos do corpo são desde já menos receptivos, as sombras do cárcere se projetam sobre a criança que cresce, até que o ego envolto em sua 'túnica de carne' com o que atinge a incorporada parte de sua consciência, queda-se interceptado no corpo físico, dos mundos sutis, cujos fenômenos se desvanecem à luz do dia (melhor fora chamá-la obscuridade) da consciência vigílica, que para o ego encarnado é a única realidade enquanto está no corpo físico. Porém, convém recordar que fora deste corpo o ego não é tão obtuso como quando nele está, e sempre está fora dele a maior parte do ego."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 51/52)

quinta-feira, 14 de maio de 2020

CORPOS INFANTIS

Erotização infantil pode afetar desenvolvimento das crianças ..."Os corpos infantis são muito sensíveis às influências suprafísicas, e durante os primeiros anos de sua vida nos mundos inferiores o homem pode modificá-los notavelmente, sobretudo o astral e físico na primeira infância. Na generalidade das crianças não está o homem verdadeiro ou ego em íntimo contato com seus corpos até os sete anos de idade, e a frequente observação de que raras vezes se manifesta o raciocínio mental antes da referida idade conduziu à crença de que a educação das crianças não deve começar antes dos sete anos. 

De fato, durante a primeira infância está o ego revestindo-se de seus corpos inferiores e sua consciência não toma plena posse deles antes do sétimo ano de vida terrena. Notáveis alterações vão se efetuando no cérebro físico. As células ou neuromas que têm de servir de órgãos à faculdade raciocinal, lançam umas raízes chamadas 'dentritas', as quais formam uma rede, e se atraem por seus extremos sem se tocarem, porém constituindo condutos de franca comunicação intercelular. O desenvolvimento das 'dentritas' está estimulado pelo enlace das sensações da criança com os objetos externos que as produzem, e pela recordação deste enlace. A criança sente fome e o corpo reclama alimento. A mãe lhe acalma a fome dando-lhe de mamar; e depois de muitas experiências, a criança relaciona a presença de uma mulher com a sensação da fome e da sua inquietude, até que por último relaciona esta sensação com a presença de uma mulher determinada, sua mãe, a quem reconhece então e prefere às demais mulheres. O mundo da criança está constituído por aparições e desaparições, presenças e ausências, igualmente incompreensíveis para ela, que vão e vêm sem fixidez. Não pode segui-las; porém, ao cabo de muitas experiências, reconhece que, embora não as podendo ver, pode invocar a aparição do objeto desejado em seu limitado mundo por meio do pranto, estabelecendo assim outra relação entre si mesma e o estranho mundo exterior. Por haver tido análogas experiências em muitas vidas precedentes, o ego utiliza seu infantil corpo físico com alguma habilidade e ajuda-o a estabelecer mui rapidamente suas primeiras relações; porém as crianças diferem muito no que as mães e as preceptoras chamam 'fazer caso' de algo, pois isto depende em grande parte da idade do ego e da classe de corpo que lhe foi determinado como mais apropriado para extinguir seu karma em períodos. O estabelecimento da relação entre a consciência operante no corpo infantil e os objetos externos é a base de todo pensamento. Uma sensação e o reconhecimento do objeto externo relacionado com ela, já lhe preceda, já lhe siga, pode considerar como alfabeto do pensamento.

O resultado prático disto na educação da criança é que se lhe deve induzir a observar, chamando-lhe a atenção o enlace entre suas sensações e os objetos, para o qual deve exercitar sua memória. Durante a infância os sentidos são mais agudos e convém aproveitar esta vantagem para educá-lo. Entretanto, não se lhe deve incitar o raciocínio, no significado lógico desta palavra, porque seu cérebro não está apto, todavia, para este esforço, e os educadores ignorantes classificam de distração ou estupidez a natural incapacidade de inferir uma conclusão geral de observações similares. Não é distração nem estupidez, e sim prematuridade física." 

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 49/51)

terça-feira, 12 de maio de 2020

O PERÍODO PRÉ-NATAL

Pré-natal: o que você precisa saber sobre a assistência ..."Os corpos recebem considerável influência benéfica ou perniciosa durante o período pré-natal, pois o ambiente em que vive a mãe repercute no porvir mental, emotivo e físico do nasciturno. Daí a enorme importância de formar saudáveis ambientes nos três mundos em que a mãe e o feto não cessam de viver. Os amorosos, puros, nobres e ternos pensamentos de quantos rodeiam a mãe, nutrirão análogos germes no novo corpo do filho, sendo especialmente neste particular a qualidade dos pensamentos da mãe por sua constante influência no feto. Pelo contrário, os pensamentos maus, grosseiros, cruéis e impuros das pessoas que rodeiam e acompanham a mãe, nutrirão os germes da mesma linhagem que se encontra latente no corpo mental do feto, enquanto que a ausência de semelhantes pensamentos inutilizará a grosseira matéria mental desta classe.

O mesmo pode se dizer com relação às emoções e paixões, sobretudo destas últimas que são substancialmente nocivas. O temor, a luxúria e a cólera devem ser afastadas do sensitivo e crescente corpo astral do feto. Quanto ao corpo físico favorecerão em sua formação e beleza, harmonia, delicadeza e suavidade de cores e sã alimentação da mãe, o ar puro, a luz e o salutar ambiente.

Não se deve olvidar a relação entre os corpos físico e astral, porque neste último se levantam violentas sacudidelas ou estremecimentos vibratórios, as intensas emoções e paixões cujos choques podem se transmitir ao corpo físico do feto, determinando deformidades ou paranóicos. O terror da mãe prejudica perigosamente a parte física e astral do feto.

Disto se deduz quão poucos meninos dos bairros miseráveis de nossas cidades podem nascer saudáveis debaixo das atuais condições de existência, que contrastam com o sólido cuidado com o qual os gregos, verdadeiros amantes da beleza, rodeavam as mães.

Não é suficiente cuidar do recém-nascido, porquanto o período de pré-natal resguarda e prepara em grande parte seu futuro, e os ambientes mental e moral entranharão melhores ou piores futuros que o ambiente físico.

Os samskâras pré-natais dos hindus são o reconhecimento, por parte da misteriosa e científica religião hinduísta, da importância de pulsar as notas harmônicas dos períodos de desenvolvimento. Necessária para a saúde é a obediência às leis da natureza, que nisto como um tudo são a expressão da lei de Deus. Porém, a maioria das pessoas desconhece as leis da natureza, mais por descuido do que por deliberado menosprezo. Domina-se a natureza pela obediência, e seus mais apreciados dons estão à disposição dos que a obedecem, e como prêmio de sua obediência, serve-os voluntariamente e põe a seus pés todos os seus tesouros."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 43/45)

quinta-feira, 7 de maio de 2020

O HOMEM REVESTIDO

Nós e o Mundo Espiritual"Já estamos com o homem completamente revestido de seus flamejantes corpos e disposto a colher novas experiências no mundo físico.

De per si, é o verdadeiro homem uma Inteligência imortal e espiritual a que se dá o nome de Mônada ou Trino Espírito, porque é o trino e um com o Logos ou Ishvara de quem seminalmente procede. É uma Consciência com três aspectos ou qualidades distintas, porém, inseparáveis. No Logos ou Ishvara estas três qualidades ou aspectos são: Existência, Sabedoria e Felicidade, simbolizados exotericamente em Brahmâ, Vishnu e Shiva da Trindade hinduísta. Na Mônada, inerentemente ternária, as três qualidades são: Existência, Conhecimento e Felicidade.

A eterna Mônada ou Espírito ternário, para desenvolver a sua interna semente da vida, se apropria de um átomo de matéria átmica no qual se manifesta como Poder ou Vontade; outro átomo de matéria búdica, no qual se manifesta como Sabedoria; e outro átomo de matéria mental, no qual se manifesta como Intelecto. Assim o Espírito ternário se converte na Mônada investida, ou seja em Atma-Buddhi-Manas, equivalente por suas qualidades à Vontade-Sabedoria-Inteligência. É o 'imortal Governador interno', a imortal Inteligência espiritual manifestada em sua verdadeira natureza e disposta a evolucionar a favor de experiências adquiridas nos três mundos inferiores, por meio de outros três corpos mais densos e mortais, de sorte que as ditas experiências lhe sirvam de alimento nutritivo a suas roupagens superiores. Assim diz simbolicamente Upanishad que os devas se alimentam dos homens. O átomo átimico se espraia ou se restringe à vontade da Mônada e forma uma roupagem simples e inteira. O átomo búdico atrai outros de sua mesma natureza que, interfundidos intimamente, formam uma roupagem radiante de indescritível fulgor. O átomo mental também atrai outros de sua índole e forma uma roupagem mais compacta, parecida a um tecido, que é a do Intelecto. Assim a Mônada, o homem verdadeiro, passa de uma vida para outra sem nascimentos nem mortes nos superiores mundos causal, búdico e átmico. É aquele que 'despojado de todos os sentidos brilha com as qualidade de todos eles, se move e se prende sem pés nem mãos, vê sem olhos e ouve sem ouvidos'. É o glorioso Governador.¹⁴ Também 'o consumidor de alimentos',¹⁵ do alimento da experiência.

A fim de colher experiências, imerge sua vida no mundo mental inferior e se apropria de uma molécula de cada uma das densidades de matéria mental inferior, análogas à das densidades búdica, causal, mental e física, com as quais, segundo expusemos no primeiro capítulo, se constrói, auxiliado pelo deva, um novo corpo mental apropriado para expressar as experiências de índole mental adquiridas durante a sua permanência no mundo celeste. É um corpo repleto de gérmens ou embriões de faculdades que ele tem de aduzir em sua próxima vida terrena entre as influências, já estimulantes, já deprimentes, com que tropeça nas pessoas e coisas circundantes. Por meio deste corpo, o Intelecto se esforçará em seu corpo causal em utilizar o antigo conhecimento e a adquirir outro novo. Por meio do corpo búdico o homem atua para formar o corpo astral, cujas mais puras moléculas estão em analogia com suas correspondentes no corpo mental, porque a união do amor e do conhecimento desenvolve a sabedoria em seu devido tempo. Também no corpo astral estão embrionárias as qualidades emotivas e passionais, e igualmente ver-se-ão estimuladas ou deprimidas pelas experiências que o homem encontre em seu ambiente.

Quanto ao corpo físico, já dissemos que o homem tem de aceitá-lo segundo o deva o modela, a fim de que, como órgão de atividades físicas, sirva para extinguir a porção de karma regulado e designado para a imediata vida terrena. O corpo físico pode ser um estorvo embaraçoso ou um instrumento harmonioso. As ações do homem em vidas passadas determinam seu ambiente na atual, assim como seus pensamentos determinam seu caráter, suas emoções e paixões e seu temperamento. Desta forma empreende a alma peregrina, o morador do corpo, seu caminho para percorrer a etapa terrena de sua viagem, ao retornar a este mundo pela porta do nascimento."

¹⁴. Svetashvataropanishat, III, 17-20.
¹⁵. Brhadaranyakopanishat, IV, 24. 

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 41/43)

terça-feira, 5 de maio de 2020

O CORPO FÍSICO

TRANSFORMANDO O SEU CORPO FÍSICO EM UM SAGRADO CORPO DE LUZ ..."O homem não intervém na construção deste corpo. Os devas vivificam o átomo físico permanente, assimilando nele substância terrestre mineral, vegetal ou animal e o misturam entre os alimentos do pai escolhido para o próximo nasciturno. Do pai passa para o átomo permanente à mãe eleita, e no momento da concepção, começa o deva encarregado do serviço a construir o corpo físico, regulando-se pela planta ou esboço que os Senhores do Karma lhes confiaram para modelar a matéria física em forma adequada ao esgotamento do karma de forma regulada durante a vida física. Desta matéria elaboram-se os órgãos sensorias relacionados com os centros do corpo astral, e o cérebro ou órgão da mente relacionados com o corpo mental. O corpo físico é o que vive menos, pois fica abandonado e inutilizado com a morte física. Assemelha-se a um abrigo, manta, capa ou gibão de contínuo de repartição, porque todas as noites nos desprendemos dele durante o sono, muito embora mantendo com ele um magnético laço de relação; e enquanto o corpo físico dorme, podemos atuar revestidos dos corpos astral e mental no mundo astral, donde vemos os nossos amigos, auxiliamos os desvalidos, consolamos aos tristes e praticamos o amor e a misericórida, ou também, o ódio e a crueldade se estivermos sob o domínio de paixões.

O homem pode aprender a viver livremente no mundo astral e aumentar a receptividade do cérebro às vibrações superfísicas, porque o corpo de carne não constitui forçosamente um cárcere, e sim pode ser uma habitação cuja chave o homem possua. O corpo físico é o único que a maioria das pessoas está constantemente tomando e desejando, muito embora não se apercebam dele em sua rotineira vida terrena."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 37/38)

quinta-feira, 30 de abril de 2020

O CORPO DOS DESEJOS

Arquivo para corpo de desejos - Gnosis Online"Emprego aqui a palavra desejo em seu significado geral, muito embora se possa aplicar à atração ou repulsão de múltiplos objetos. A consciência procura desfrutar o prazer e evitar a dor, motivo por que propende para os objetos de prazer, recusando os dolorosos. O prazer pode elevar o homem a um supremo êxtase de amor, devoção e sacrifício, ou atirá-lo ao mais profundo plano de luxúria bestial, ou dizendo melhor, infrabestial, pois raramente se constata dor ou prazer no reino animal. Do mesmo modo como o homem pode se elevar acima do bruto, também pode se depravar até muito abaixo dele. Sempre que o desejo de prazer busque um objeto prazeroso, a consciência tem de dispor de um centro sensorial para a tentação e de um órgão também sensorial para a atividade.

Os centros sensoriais estão no corpo dos desejos ou corpo astral, e os órgãos sensoriais no corpo de ação ou corpo físico. Os sutilíssimos desejos em que intervém poderosamente o pensamento se chamam emoções, e a matéria de que estão formados os centros sensoriais é do grau mais sutil do mundo astral, muito embora também se encontre nele matéria mental interfundida com o astral, da mesma sorte que o éter interpenetre os sólidos, líquidos e gasosos do nosso corpo físico. A matéria astral de grau mais denso e grosseiro serve para expressão dos desejos ignóbeis e maus.

Quando o homem, ajudado pelo seu deva ou anjo custódio, chega a certo ponto na construção do seu corpo mental, vivifica o núcleo de matéria astral que consigo reteve latente e inativo durante sua larga permanência no mundo celeste.¹³ As Escrituras hinduístas dizem que este núcleo de matéria astral se oferece a Parjanya, o deva da chuva ou da água. Em todas as religiões a matéria astral está simbolizada pela água, e portanto na citada frase se usa a água como símbolo do corpo astral ou segunda roupagem do homem. É o corpo instrumental da consciência Svapna ou superfísica que atua durante o sono comum do corpo físico, e o homem o conserva até sua passagem do mundo astral para o mundo mental depois da morte física. Está o novo corpo astral construído em congruência com o mental já parcialmente formado, pois deve ser formado logo em seguida, da mesma forma que se ajustam em um mesmo tom os bordões e primas de um violino. Se existe discordância embora passageira, dela resultará muitas aflições. 

Também esta segunda roupagem intercepta ou eclipsa algumas faculdades da consciência, que não encontram na matéria astral a plasticidade suficiente para todas as suas manifestações mentais. Os apetites, concupiscências, desejos, paixões, vícios e emoções têm no corpo astral seu campo de manifestação, e suas violentas vibrações afetam o corpo físico até o ponto de ocasionar fenômenos de que trataremos mais adiante."

¹³. Em termilogia teosófica chamam-se átomos permanentes os núcleos de matéria mental, astral e física que o verdadeiro homem retém consigo de uma a outra vida.

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 35/37)

terça-feira, 14 de abril de 2020

DESTINO DOS CORPOS

Resultado de imagem para corpos espirituais do homem"Os corpos têm de ser utilizados, gastos e, por último, abandonados. O homem utiliza seu corpo mental durante todo o ciclo de evolução nos três mundos, desde o nascimento no mundo físico até que deixa o mundo celeste para renascer na terra. É o primeiro corpo do qual se reveste em cada ciclo de vida e o último que abandona. Depois do corpo mental, se reveste do astral para descer do mundo mental ao mundo das emoções e o abandona quando deste mundo emocional ascende ao mental. Finalmente se reveste do corpo físico ou de ação, que abandona ao morrer na terra, ou seja, quando do mundo físico ascende ao astral em seu caminho para o mental.

Portanto, vemos que o homem está revestido de três corpos ou roupagens inseparáveis durante a série de reencarnações, e sobrevestido de outros três corpos ou roupagens transitórias e separáveis, que nascem e morrem e cuja matéria componente reverte à massa geral de seu respectivo mundo, para fazer parte de outras agregações de matéria mineral, vegetal, animal e humana. Pode-se dizer que durante cada uma das três etapas de sua vida o homem tem seus copos em arrendamento, e também assim não são sempre as mesmas as partículas que os contituem, mas que estão em contínuo fluxo e refluxo de assimilação e desassimilação. Daí o contágio das enfermidades e da saúde; o das covardias e dos heroísmos; das superstições e dos nobres pensamentos. Continuamente passam de uma a outra pessoa partículas dos três corpos mental, astral e físico, e cada um de nós é responsável pela índole mórbida ou saudável de suas próprias emanações físicas, astrais e mentais.

As partículas de matéria adequada aos elevados pensamentos, nobres emoções, pura e límpida conduta se aglomeram ao redor de nós formando uma atmosfera de saúde moral, mental e física, enquanto que as partículas de matéria adequada aos baixos pensamentos, emoções grosseiras e conduta libertina criam um ambiente mórbido repleto de germes patogênicos de toda espécie. Há micróbios morais e mentais, como os há físicos."

(Annie Besant - A Vida do Homem em Três Mundos - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 20/21)