OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


Mostrando postagens com marcador coragem. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador coragem. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 3 de setembro de 2020

MAIS AÇÕES, MENOS PALAVRAS

798 Campo Florido Fotos - Fotos de Stock Gratuitas e Fotos Royalty ..."'Ações, não palavras' é uma frase usada pelos Adeptos que enfatiza a importância de vivermos de acordo com o que acreditamos e compreendemos. Há uma tendência geral de ficarmos satisfeitos com a compreensão teórica de verdades espirituais, ao mesmo tempo em que deixamos de nos comportar conforme essa compreensão. É fácil fazer um estudo intelectual da vida espiritual, mas o esforço para se viver essa vida exige determinação, perseverança, coragem e sacrifício. O modo mais fácil é substituir as ações por palavras; porém, sem as ações o caminho espiritual não pode ser trilhado.

Como afirma o prefácio do livro Aos Pés do Mestre (Ed. Teosófica), 'olhar para o alimento e dizer que é bom não satisfará o faminto; ele deve estender a mão e comer. Assim, ouvir as palavras do mestre não basta; você deve fazer o que ele diz, atendendo a cada palavra, assimilando cada sugestão.' É essencial fazer exatamente o que é dito, e não adaptar as exigências para satisfazer sua própria conveniência, as exigências do sociedade ou a opinião de vizinhos.

As qualificações para trilhar o caminho espiritual são enunciadas desde os tempos antigos. Não pode haver dúvida a respeito das exigências fundamentais. Contudo, as pessoas perguntam como obter a libertação; atingir a iluminação e juntar-se à grande fraternidade de Seres Perfeitos, em vez de perguntarem a si mesmas: o que eu fiz para satisfazer as exigências do caminho? Será que minha vida é vivida de modo a gradualmente construir as qualidades necessárias? Os conselhos estão sendo seriamente seguidos? Todo esforço possível está sendo feito?

No Nobre Caminho Óctuplo delineado por Buda, um dos pontos é o Reto Esforço. Porém, geralmente o esforço para mudar as próprias atitudes, reações e pensamentos é o último em prioridade; as pessoas dizem que ele é difícil, enquanto gastam uma enorme energia em busca de um sucesso que durará pouco ou de posses que não beneficiarão ninguém. No entanto, por meio de uma observação imparcial, podemos compreender que o esforço é natural - portanto, não é difícil. É a falta de seriedade e de convicção que faz o esforço para produzir mudanças internas parecer difícil.

A natureza do esforço necessário para trilhar o caminho espiritual não implica abrir mão de nossas ocupações regulares. Para começar, é enquanto essas ocupações são realizadas que devemos observar o que acontece no interior da mente. Portanto, externamente a vida não muda; a pessoa não precisa se afastar da família e dos amigos, desistir da profissão ou se tornar uma reclusa. Há estágios nesse caminho em que eventualmente algumas dessas coisas podem acontecer, mas a pessoa não precisa temer que sua vida vire de cabeça para baixo. A vida deve continuar, mas com os olhos atentos para observar os pensamentos e as ações que surgem nas diferentes circunstâncias. 

A prática do discernimento na vida diária é uma das ações mais importantes do estudante esotérico. Sem ela, os livros, as ideias e as mais belas palavras não significam uma real preparação. Fala-se a respeito de uma nova era, um novo milênio e outras coisas novas, mas a novidade só surgirá realmente quando, por meio do discernimento, aprendermos a filtrar nossos pensamentos e motivações e a libertar nossa mente de seu antigo e inútil conteúdo."

(Radha Burnier - Mais ações, menos palavras - Revista Sophia, Ano 14, nº 62 - p. 13)


terça-feira, 26 de novembro de 2019

TRISTEZA

Resultado de imagem para tristeza"A tristeza não tem existência concreta. Se você afirmá-la o tempo todo, ela existirá, se negá-la em sua mente, ela deixará de existir. É a isso que chamo 'o herói no homem': sua natureza divina ou essencial. Para se livrar da tristeza, o homem precisa impor seu Eu heroico às atividades diárias.

A raiz da tristeza é a carência de heroísmo e coragem no homem normal. Quando o elemento heroico falta no quadro mental de uma pessoa, sua mente fica sujeita a todas as aflições que aparecem. A vitória mental traz felicidade à vida; a derrota mental só lhe traz sofrimento. Enquanto o vencedor estiver desperto no homem, nenhum desgosto poderá mergulhar nas sombras os umbrais de seu coração.

Lágrimas e suspiros no campo de batalha da vida são a covardia, em estado puro, de uma mente fraca. Quem renuncia à luta se torna prisioneiro dentro das muralhas de sua própria ignorância. A vida não passa de uma perpétua superação de problemas. Todo problema que aguarda solução de sua parte é um dever religioso que a vida lhe impôs.

Não há vida sem problemas. No fundo, as condições não são boas nem más: são simplesmente neutras e só parecem desalentadoras ou estimulantes por causa da atitude desiludida ou entusiástica da mente.

Quando a pessoa desce abaixo do nível das circunstâncias, cede à influência dos tempos ruins, da má sorte e da tristeza. Quando paira acima das circunstâncias valendo-se da coragem interior, todas as condições da vida, não importa quão sombrias e ameaçadoras sejam, parecem o manto de névoa que se dilui aos primeiros calores do sol. Os aborrecimentos do homem normal não são inerentes às condições da vida. Eles nascem da fraqueza da mente humana. Conclame o vencedor que há em você, desperte o herói que dorme em seu interior e pronto: nenhuma tristeza obscurecerá sua porta!"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 20/22)
www.editorapensamento.com.br


quinta-feira, 19 de abril de 2018

RECUANDO PARA O INTERIOR, AVANÇANDO PARA O EXTERIOR

"Buscar é prosseguir em duas direções opostas. Primeiramente devemos 'buscar o caminho recuando para o interior'. 'Inquirir do mais recôndito' envolve esse recuo para o interior a que chamamos de meditação. Mas obviamente que a meditação não é suficiente se verdadeiramente queremos buscar o caminho, isto é, viver a vida. Devemos também 'buscar o caminho avançando resolutamente para o exterior'. Dito de maneira muito simples, tanto a meditação quanto a ação são necessárias. Como já foi dito, temos de externar na vida diária o que aprendemos ou descobrimos internamente.

Talvez possamos dizer que a meditação deva tornar-se ação (o que inclui pensamento e sentimento), que devem ter raízes no silêncio ou na mente tranquila. 

Existem muitas pessoas que gostariam de recuar para o interior, viver separadas do mundo, ganhar sabedoria e conhecimento para si mesmas, e atingir a meta em esplêndido isolamento sem preocupação para com o bem-estar dos outros ou para com o trabalho do mundo. Muitas vezes sentimo-nos bastante satisfeitos com nosso próprio progresso quando podemos passar muito tempo meditando, lendo ou estudando, afastados do bulício das preocupações do mundo. Numa tal condição frequentemente parecemos alcançar um tipo de conhecimento que somente nos ilude quando estamos preocupados com o trabalho do dia a dia. Mas não podemos, na verdade não devemos, permanecer isolados no estado meditativo, satisfeitos em deixar os outros desempenharem as funções mundanas tão necessárias para o sustento quanto para o crescimento da vida à nossa volta.

Assim, devemos 'avançar resolutamente para o exterior', testar nosso conhecimento interno, nossas percepções e compreensões internas, o fruto de nossa quieta reflexão na fornalha da vida diária e no mercado da cidade. Agora se exige uma certa coragem, um certo destemor, uma bravura da alma. Devemos estar desejosos de exibir nosso conhecimento, não apenas de 'falar por falar', mas 'caminhar o caminho', dar o testemunho de nosso saber agindo segundo nossa visão interior - ou, talvez devamos dizer, agindo a partir dessa visão."

(Joy Mills - Buscai o caminho - TheoSophia, Ano 100, Julho/Agosto/Setembro de 2011 - Pub. da Sociedade Teosófica do Brasil - p. 45/46)

sábado, 10 de março de 2018

VIAGEM PARA O CONHECIMENTO

"Um barco navegava por um mar encapelado e negro, sob violenta tempestade, em busca de um Porto desconhecido de um País Oculto, que apenas se sabe chamar-se CONHECIMENTO.

Seu casco é construído de Coragem, seu combustível chama-se Perseverança, sua bússola chama-se Decisão, seu leme chama-se Entusiasmo e seu mastro chama-se Esperança.

Seus passageiros são inúmeros, mas poucos os que permanecem firmes e enfrentam a dureza da viagem.

A corajosa tripulação, - desfalcada, faminta e arrasada -, com o barco avariado, prossegue, contudo, até que o primeiro clarão da Terra desconhecida e buscada brilhe, por fim, no horizonte.

Os que permaneceram - andrajosos, tendo perdido toda a bagagem -, exultam de alegria.
Acendem o Fogo do Reconhecimento e erguem a Prece da Gratidão. Encontraram, finalmente, o seu País.
Os que desistiram e abandonaram a luta pelo medo, incerteza, desconfiança, dúvida e preocupação de salvar a bagagem, continuam perambulando pelas orlas das praias desertas, chorando suas mágoas e lamentando que aqueles maus companheiros os tivessem deixado entregues ao abandono e ao desespero, clamando justiça aos céus."

(Maria de Lourdes Raphael - O Teosofista - Ano 69, nº 1, Janeiro-Março de 1980 - p. 33)


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

DISCIPLINA ESPIRITUAL

"A vida do homem deve ser um sadhana² permanente. Qualquer dia é propício para iniciar o sadhana, caiam eles no dakshinayana ou no uttarayana.³ Não é preciso esperar que o Sol retorne ao hemisfério norte. Os meses e os semestres (ayanas) estão relacionados com o mundo material (prakritti) e, assim, têm valor somente relativo.

Hitha (agrado) e mitha (moderação) devem ser as qualidades do caminho a tomar. Que ele não seja muito extravagante, nem muito débil, nem muito desgastante, nem muito cortado. Opte pelo caminho do meio. Isso assegurará os benefícios maiores. A sede pelos objetos dos sentidos não pode ser abandonada completamente. Transforme-a então em instrumento de adoração. Dedique ao Senhor todos os esforços. Receba todas as conquistas e derrotas como provas da Graça do Senhor. A Vontade d'Ele é que decretou como as coisas deveriam acontecer. Transforme as seis paixões em instrumentos de progresso espiritual.

Semeie no campo de seu coração as sementes dos bons pensamentos, carregados com humildade e regados com as águas do amor; proteja a colheita crescente com uma pesticida chamado coragem; nutra a plantação com o fertilizante da concentração mental; assim, então, as plantas da devoção (bhakti) propiciarão a ceifa da sabedoria que consiste em se dar conta de que você é Ele. Quando este des-velar acontecer, você se tornará Ele; aliás, você é sempre Ele, não obstante não o saiba."

² Sadhana, palavra título desta obra, significa prática disciplinar, ascese, treinamento espiritual.
³ No ensino dos antigos, recomendava-se que o sadhana nunca deveria iniciar-se quando o sol estivesse percorrendo o hemisfério sul (isto para os que vivem no hemisfério norte). O semestre dhakshina era tido po inauspicioso, enquanto o uttara seria o favorável. Como em diversos aspectos da religiosidade hindu, Sai Baba inova, e aqui afirma que é indiferente começar a caminhada espiritual neste ou naquele semestre (ayana), pois isto tem pouco a ver com o Espírito; só com a matéria.   

(Sathya Sai Baba - Sadhana, o Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 19/20)


domingo, 30 de julho de 2017

AMOR, CORAGEM E CONFIANÇA (1ª PARTE)

"Soube de um grupo de bombeiros que, ao combater um grande incêndio, experimentou um sentimento de grande unidade que eliminou todo o medo de perigo pessoal. Situações assim são frequentes. Numa crise súbita a pessoa pode esquecer de si mesma, deixar de defender sua posição autocentrada e mostrar uma extraordinária coragem. Mas nem sempre é assim. Quando ameaçadas de escassez, elas tendem a comprar provisões em quantidades ridiculamente grandes, porque a mente teve tempo para reagir e ocupar seu central.

Retirar-se do centro deve ser como uma surpresa, de algum modo iludindo o tempo. Isso não pode ser planejado de antemão. Mas há condições para essa retirada. Frequentemente menciona-se as virtudes. Podemos escolher algumas e nos examinar para ver se as desenvolvemos. Mas assim podemos fortalecer a posição autocentrada e nos afastar ainda mais da unidade, rumo a mais separatividade.

Ao examinar nossas virtudes, devemos atentar para todas elas, porque nenhuma pode florescer à custa das demais. Se isso ocorrer será um exagero que pode se tornar um vício. A virtude está na moderação.

Não pode haver regras rígidas e inalteráveis; cada um deve, como um bom mestre-cuca, juntar a quantidade certa de cada ingrediente. Isso significa que certas virtudes num determinado caso, devem ceder lugar a outras. Ao educar os filhos, tem-se que decidir quando o amor deve ceder à justiça e vice-versa. Todas as virtudes levadas à perfeição tornam-se uma só virtude. O amor perfeito expressa-se também como sabedoria perfeita.

A chave para manifestar as virtudes está na auto-observação e no autoconhecimento. Paradoxalmente, a preparação para deixar o centro pode ocorrer melhor de maneira inconsciente, ou pelo menos natural e espontânea. Todas as virtudes são expressões de uma atitude - e essa atitude nada tem a ver com estar no centro. Para ser virtuosa a pessoa precisa deixar o centro. (...)"

(Mary Anderson - Como superar o egocentrismo - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 40
www.revistasophia.com.br


quinta-feira, 13 de julho de 2017

A RAIZ DE TODO O MEDO

"O anseio de se tornar causa medo. Ser, alcançar e depender também geram medo. O estado de ausência de medo não é a negação, não é o oposto do medo nem é coragem. Quando se entende a causa do medo, ele cessa. Não se trata de tornar-se corajoso, porque em tudo o que se torna há a semente do medo. A dependência de coisas, de pessoas ou de ideias gera medo. A dependência nasce da ignorância, da ausência de autoconhecimento, da pobreza interior. O medo causa incerteza na mente e no coração, impedindo a comunicação e o entendimento.

Mediante a autoconsciência começamos a descobrir e, assim, a compreender a causa do medo, não apenas a superficial, mas os profundos medos causais e acumulativos. O medo pode ser tanto inato quanto adquirido, está relacionado ao passado, e para libertar dele o pensamento-sentimento, o passado deve ser compreendido por meio do presente. O passado está sempre querendo dar origem ao presente, tornando-se a memória identificadora do 'eu' e do 'meu'. O self é a raiz de todos os medos."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 110)


domingo, 23 de abril de 2017

COMO SEGUIR O CAMINHO (2ª PARTE)

"(...) Quando você continua procurando o tempo todo, a busca em si se torna uma obsessão que o domina. Você se torna uma espécie de turista espiritual, circulando muito sem nunca chegar a parte alguma. Como disse Patrul Rinpoche: 'Você deixa o elefante em casa e fica procurando as pegadas dele na floresta'. Seguir um ensinamento não é um modo de confinar você ou de, por ciúme, monopolizá-lo. É uma maneira compassiva e hábil de mantê-lo centrado e sempre no caminho, apesar de todos os obstáculos que você e o mundo inevitavelmente enfrentarão.

Assim, quando tiver explorado as tradições místicas, escolha um mestre e siga-o. Uma coisa é sair para a jornada da espiritualidade; outra completamente diversa é encontrar a paciência e a persistência, a sabedoria, a coragem e a humildade para ir até o fim. Você pode ter o carma para encontrar um professor, mas deve então criar o carma para segui-lo; pois poucos entre nós sabem verdadeiramente seguir um mestre, o que em si é uma arte. Assim, não importa quão grande seja o ensinamento ou o mestre, o essencial é que você encontre em si mesmo a percepção interior e a habilidade para aprender como amar e seguir o mestre e o ensinamento.

Isso não é fácil. As coisas nunca são perfeitas. Como poderiam ser? Estamos ainda no samsara. Mesmo quando você já escolheu seu mestre e está seguindo os ensinamentos tão sinceramente quanto possível, frequentemente irá se deparar com dificuldades e frustrações, contradições e imperfeições. Não se deixe abater por obstáculos e dificuldades mesquinhas. Em geral são apenas emoções infantis do ego. Não deixe que o ceguem para o valor fundamental e duradouro daquilo que você escolheu. Não permita que sua impaciência o afaste do seu compromisso com a verdade. Tenho me entristecido muitas vezes ao ver quantas pessoas adotam um ensinamento ou um mestre com entusiasmo promissor, apenas para desanimar quando surge o mínimo obstáculo, inevitável, caindo de volta no samsara e nos velhos hábitos, e desperdiçando anos, talvez a vida inteira. (...)"

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 177

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

A NATUREZA PEDAGÓGICA DO CARMA (1ª PARTE)

"Nenhum homem receberá jamais o que não tiver merecido, e tudo nos vem em resultado de causas que nós mesmos pusemos em movimento. Se tivermos causado alguma coisa, teremos causado igualmente o respectivo resultado, pois a causa e o efeito são como as duas faces da mesma moeda - não podemos ter uma sem a outra; na verdade, o resultado nos advém como parte da nossa ação original, da qual se pode dizer, neste caso, que ainda continua. Tudo o que nos chega é obra nossa, seja bom, seja mau; mas também está sendo empregado positivamente para o nosso bem. Utiliza-se o pagamento da dívida para desenvolver o devedor, o qual, ao pagá-la, pode mostrar paciência, coragem e resitência em face de circunstâncias adversas.

As pessoas vivem resmungando contra as circunstâncias de sua vida. Um homem dirá: 'Não posso fazer nada, na situação em que estou, com tantos cuidados, tantos negócios, uma família tão grande. Se eu tivesse, ao menos, a liberdade que tem Fulano de Tal!'

O homem não compreende que esses mesmos empreendimentos constituem parte  do seu adestramento, colocados no seu caminho com a finalidade única de ensiná-lo a lidar com eles. Ele gostaria, sem dúvida, de alardear os poderes que já desenvolveu, mas é preciso que desenvolva os que ainda não possui, e isso significa trabalho pesado e sofrimento, mas também progresso rápido. Não existe, seguramente, uma coisa como castigo e recompensa, mas existe o resultado de nossos atos, que podem ser agradáveis ou desagradáveis. Se perturbarmos o equilíbrio da natureza, seja lá como for, ela se reajustará inevitavelmente à nossa custa. (...)'

(C.W. Leadbeater - A Vida Interior - Ed. Pensamento, São Paulo, 1999 - p. 283)
www.pensamento-cultrix.com.br


segunda-feira, 25 de abril de 2016

APERFEICOE SEU CARÁTER

"Primeiro, o diamante é um sombrio pedaço de pedra, um seixo duro. Somente após cortado por hábil artesão, torna-se uma chama de fogo multifacetada. Permita-se ser tratado da mesma forma, pois todas suas sombras sumirão, e você emergirá igual a um resplandecente diamante.

Aja, atue com todo seu potencial e com a plenitude de sua mente. Faça uso total da habilidade, capacidade, coragem e confiança de que é dotado. Deus então o abençoará.

Sofrer credencia-o mais para a Graça do Senhor. Quando o sofrimento vem em ondas, umas sobre as outras, alegre-se, pois a praia está chegando. Enfrente-as bravamente. Não se comporte como os covardes, que lançam queixume sobre algum poder externo ou ficam zangados com o Senhor."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 145)


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

MANSUETUDE

"Para sermos violentos basta-nos a ignorância, o agir instintivo, basta ser ególatra, basta ser um fraco, basta padecer frustração e infelicidade.

Aí está por que é tão espontâneo e fácil ser cruel e movido pela ira, ser queimado pelo ressentimento, ser levado pelo revanchismo...

Ao contrário, para ser não violento, muitas qualidades espirituais devem ser cultivadas: coragem, generosidade, sabedoria, fortaleza e bem-aventurança.

O indivíduo bruto, sempre disposto ao ódio, à inveja, muito suscetível ao medo, ao apego, às aversões, comporta-se como uma inquieta e perturbadora máquina de agressão, erros, injustiças e contravenções.

O mundo precisa que aumente o número de pessoas não violentas, de pessoas benevolentes.

'Onde houver ódio, que eu leve o Amor'."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 198/199)


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

REVERÊNCIA (1ª PARTE)

"A reverência é um aspecto da emoção do amor, consequentemente, não possui qualquer elemento de medo. Ela surge de um sentimento ou conceito no coração daquele que reverencia quanto à grandeza ou preciosidade de seu objeto. Assemelha o respeito, e, embora possa ser expressa na observância de certas formas que são apropriadas - não artificiais e meramente convencionais -, ela não impede a proximidade em espírito nem a plena comunicação entre o grande e pequeno, comunhão que resulta da realização da pessoa menor com a vida maior. Pelo contrário, ela eleva a pessoa pequena à atmosfera de grandeza, transmutando-a com sua magia.

Ser inspirado com reverência não é ser temeroso. Majestade e poder pertencem a todo ser espiritual. O medo é o alimentador da aversão; se não se quer antipatizar com ninguém, que não se tema ninguém. Sem dúvida, é mais eficaz dissipar o medo pelo reconhecimento da unidade da vida do que pelo modo, muitas vezes seguido, de opor ao medo uma normal intensificação da autoafirmação pessoal, que é uma forma de orgulho, ou encobrindo-o com uma simulação de coragem. 

A palavra mãno, em páli, que muitas vezes é traduzido como orgulho, é mais do que orgulho na forma rude comum com a qual a palavra é geralmente associada. Ele inclui todo tipo de processo mental e distintivo, por meio do qual uma película é lançada sobre a condição sensível ou negativa [não afirmativa, (N.E.)] do homem verdadeiramente espiritual, cuja autorrealização só pode ser descrita negativamente [não afirmativamente, (N.E.)] à incompreensão da mente ordinariamente obtusa, que está ocupada unicamente com variações de superficialidade. Pôr a si próprio em evidência, expressando qualquer forma agressiva, por mais sutil e refinada que seja, há de se tornar impossível antes dessa realização poder ser alcançada. (...)"

(N. Sri Ram - O Interesse Humano - Ed. Teosófica, Brasília, 2015 - p. 71)


sábado, 4 de julho de 2015

UM SORRISO

"Um sorriso não custa nada e proporciona tanto!

O sorriso enriquece quem o recebe e não torna mais pobre quem o dá. Dura um momento, mas sua lembrança permanece para sempre.

Ninguém é tão rico ou poderoso que possa prescindir de um sorriso; ninguém é tão pobre que não obtenha lucro ao recebê-lo.

Um sorriso cria felicidade no lar, estimula a boa vontade no trabalho e é o símbolo da amizade. Proporciona descanso aos inquietos, estímulo aos que perderam a coragem. É um raio de sol para quem está triste e, por sua natureza, o melhor antídoto contra os problemas.

No entanto, não pode ser comprado, implorado, emprestado ou roubado, pois só tem valor quando é oferecido.

Algumas pessoas parecem cansadas demais para lhe dar um sorriso. Dê-lhos um dos seus, pois ninguém precisa mais de um sorriso do que quem não sabe sorrir."

(A Essência da Felicidade - Ed. Martin Claret, São Paulo, 2002 - p. 36)


domingo, 28 de junho de 2015

A BELEZA DA VIRTUDE

"Existem determinadas palavras na língua inglesa - e em outras línguas também - cujo significado nos é apenas parcialmente conhecido porque precisa ser descoberto através da nossa própria vida e ação. 'Sabedoria' é uma palavra assim. Podemos ter um determinado conceito do que ela significa, porém este conceito, mesmo que esteja vago e falho, provavelmente será parcial em sua verdade. Podemos não saber o que é sabedoria em sua verdadeira natureza, sua qualidade, beleza e ação. 

Virtude é outra palavra assim. Às vezes usamos a forma singular 'virtude' para abranger tudo daquela natureza; às vezes falamos sobre 'as virtudes' no plural, distinguindo uma da outra. As virtudes, assim divididas, têm sido classificadas de formas diferentes. 

Por exemplo, no pensamento grego clássico, consideravam justiça, temperança, coragem e prudência como as virtudes principais. Essas palavras, sendo traduções do grego original, podem não transmitir exatamente o sentido em que eram entendidas naquele tempo. Mas, usando as palavras para referir-se ao seu significado atual comum, não parece claro o porquê dessas virtudes específicas terem sido consideradas fundamentais, sendo outras presumivelmente adicionais ou subsidiárias. Por mais excelentes que possam ser quando exibem a qualidade correta e indispensável como base para a conduta individual e da sociedade, são virtudes que pertencem ao campo da razão onde se precisa partir das premissas corretas. Qualquer homem inteligente pode ver que a prudência, por exemplo, é necessária para proteger os seus interesses, e a temperança ou a moderação, para assegurar o seu próprio bem-estar. Juntamente com a coragem e a justiça, elas seriam aceitáveis para qualquer homem médio, em conformidade com a sua sabedoria mundana, porém, autointeresse e virtude, em seus aspectos superiores, podem não combinar. 

Quando a influência do cristianismo espalhou-se pela Europa, outras virtudes de um caráter predominantemente não mundano como humildade, caridade, amor e fé, assumiram uma posição de importância. Foram consideradas como as mais próximas do coração de Deus ou da natureza divina."

(N. Sri Ram - Em Busca da Sabedoria - Ed. Teosófica, Brasília, 1991 - p. 40/41


quinta-feira, 28 de maio de 2015

DOAÇÃO

"Com uma única vela acesa a gente pode acender inúmeras outras, fazendo-as luzir, sem que a sua luz venha a se reduzir. Uma vela, acendendo outra, nada perde, mas como beneficia!

Com a nossa alegria, podemos acender a alegria em muitos corações, e isto não nos custa nada.

Com a nossa energia espiritual, podemos suscitar a energia de um número incontável de pessoas, e isto não nos empobrece.

Com a nossa paz, podemos induzir à paz muitas almas até então aflitas.

Com a nossa coragem, podemos aquecer aqueles que se enregelavam nas masmorras do medo.

Com a nossa fé, podemos comunicar fé aos desalentados nas sombras das dúvidas e do desalento.

Tudo isto não é o bastante para que passemos a, desde agora, cultivar mais luz, alegria, energia, paz, coragem e fé?

Vê como é possível cada um de nós melhorar a sociedade?!

Vivifica-nos, Senhor, com Teu Espírito."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 155)


sexta-feira, 1 de maio de 2015

CRITICANDO O FALSO MORALISMO DOS FARISEUS

"Jesus era um homem corajoso. Conseguia falar o que pensava mesmo quando colocava sua vida em risco. Dizia que os fariseus limpavam o exterior do corpo, mas não se importavam com o seu conteúdo.

O mestre era delicado com todas as pessoas, inclusive seus opositores, mas em algumas ocasiões criticou com contundência a hipocrisia humana. Disse que os mestres da lei judaica seriam drasticamente julgados, pois atavam pesados fardos para as pessoas carregarem, enquanto não se dispunham a movê-los sequer com um dedo (Mateus 23:4).

Quantas vezes não somos rígidos como os fariseus, exigindo das pessoas o que elas não conseguem suportar e nós mesmos não conseguimos realizar? Exigimos calma dos outros, mas somos impacientes, irritadiços e agressivos. Pedimos tolerância, mas somos implacáveis, excessivamente críticos e intolerantes. Queremos que todos sejam estritamente verdadeiros, mas simulamos comportamentos, disfarçamos nossos sentimentos. Desejamos que os outros valorizem o interior, mas somos consumidos pelas aparências. 

Temos de reconhecer que, às vezes, damos excessiva atenção ao que pensam e falam de nós, mas não nos preocupamos com aquilo que corrói nossa alma. Podemos não prejudicar os outros com nosso farisaísmo, mas nos autodestruímos quando não intervimos em nosso mundo interno, quando não somos capazes de fazer uma faxina em sentimentos negativos como a inveja, o ciúme, o ódio, o orgulho, a arrogância, a autopiedade."

(Augusto Cury - O Mestre da Vida - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2012 - p. 17)


domingo, 12 de abril de 2015

O MEDO

"O medo é o veneno mental, mas pode também ser usado como antídoto: um estímulo para que a pessoa assuma uma atitude de calma cautelosa. O medo atrai medo, como o imã atrai partículas de ferro. 

O medo intensifica e multiplica por cem nossas dores físicas e agonias mentais. Ele é prejudicial ao coração, ao sistema nervoso, ao cérebro. Destrói a iniciativa intelectual, a coragem, o tirocínio, o senso comum, a força de vontade. O medo abala a confiança e o poder da alma, que tudo vencem. 

Quando alguma coisa ameaçar feri-lo, não comprometa seus poderes mentais criativos com o medo. Ao contrário, use o medo como um recurso para encontrar uma maneira prática de evitar o perigo. Quando alguma coisa o ameaçar, não fique parado - tome uma atitude, recorrendo com calma ao poder de sua vontade e tirocínio.

O medo do fracasso ou da doença é alimentado pela preocupação constante com possibilidades adversas. Ele acaba lançando raízes no subconsciente e, por fim, no supraconsciente. As sementes desse medo germinam e enchem a mente com as plantas do pavor, que dão frutos venenosos.

Se você não consegue desalojar o medo assustador do fracasso ou da doença, distraia-se voltando a atenção para livros interessantes, envolventes, ou mesmo para divertimentos inofensivos. Depois que sua mente esquecer o medo, faça-a descobrir e erradicar as causas do fracasso e da doença do solo de sua vida diária."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como Ter Coragem, Serenidade e Confiança - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 57/58)
www.editorapensamento.com.br



sexta-feira, 26 de setembro de 2014

CHAVES PARA A VIDA MAIOR (2ª PARTE)

"(...) Vou lhes dar algumas chaves capazes de ajudar a elevar seus pensamentos. Espero que vocês aprendam a usá-las e a torná-las uma parte integral da sua vida, para abrir a caixa do seu tesouro interior.

 PACIÊNCIA - A paciência é um recurso raro nos dias de hoje. Todo mundo parece querer tudo no exato momento! Mas nós perdemos o barco espiritual quando forçamos para que as coisas aconteçam. Tudo chega até nós na hora certa. Isso não significa que devemos nos tornar apáticos ou ignorar as oportunidades quando elas aparecem. Pelo contrário! Quando é paciente, você realmente assume o controle do seu ambiente. Você decide a hora apropriada de agir, e o momento de esperar. A paciência ensina o autocontrole  através da conservação da energia. Com esta energia, você tem o poder de tomar decisões que são para seu próprio bem.

Quando você age ou reage com impaciência, pode prejudicar uma situação amadurecer e se desenvolver de uma maneira natural. À medida que aprende a ser mais paciente, irá sentir menos estresse, o medo da vida vai diminuir e você passará a ser mais livre e consciente para tomar suas decisões.

SABEDORIA - A sabedoria consiste na percepção de que a consciência divina está dentro de você, e que todo o amor, luz e poder do infinito se encontram à sua disposição. A sabedoria não vem dos livros, mas das experiências de vidas acumuladas. Cada experiência é embebida na consciência da sua alma para ser aperfeiçoada através das suas vidas na Terra. Pode paracer uma ironia, mas, quanto mais sábio você se torna, mais percebe como sabe pouco.

CORAGEM - Para ter coragem, você precisa acreditar em si e no poder que existe dentro de você. Com confiança e perseverança, podemos ter a coragem de ouvir a voz interior e segui-la. Uma pessoa corajosa está disposta a abrir seu coração aos outros e expor-se às mudanças imprevisíveis da vida.

A coragem nos dá a confiança de que precisamos para seguir nossos corações, independentemente de quaisquer influências externas que pareçam bloquear nossos caminhos. (...)"

(James Van Praagh - Em Busca da Espiritualidade - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2008 - p. 89/90)

segunda-feira, 30 de junho de 2014

A PACIÊNCIA É NECESSÁRIA PARA O SUCESSO

"A prece verdadeira é um escudo absoluto e uma proteção contra... o mal. Todavia, o sucesso nem sempre responde aos nossos primeiros esforços na forma de preces fervorosas. Temos de lutar contra nós mesmos; temos de acreditar apesar de nós mesmos, pois os meses são como os anos. Se quisermos perceber a eficácia de nossas orações temos de cultivar a paciência ilimitável. Haverá momentos de escuridão, desapontamento e coisas piores; mas precisamos ter a coragem suficiente de batalhar contra tudo isso e de não sucumbir à covardia. Não existem recuos para os homens que rezam. Do mesmo modo como uma semente semeada apenas dará frutos na época correta, também poderá demorar algum tempo até que suas preces venham do coração. Se, porém, o desejo de ter Deus no coração de fato estiver lá, o progresso, mesmo que lento, certamente ocorrerá. O homem não pode ser transformado e se tornar bom da noite para o dia. Deus não faz mágicas. Ele também acata as próprias leis. Sua lei, entretanto, é diferente das leis mundanas. Estas podem cometer erros, mas Deus não pode se equivocar. Se ele próprio excedesse o limite de suas regras o mundo estaria perdido. Ele não muda por si mesmo, tampouco é mutável ou igualável. Ele é o mesmo que foi ontem, e continuará sendo hoje e para sempre. Sua lei está escrita nos corações humanos. Homens e mulheres somente conseguirão mudar se tiverem o desejo de se transformar e se estiverem preparados para empreender esforços contínuos nesse sentido.(...)

Acredito que a prece seja a própria alma e a essência da religião e que, portanto, ela deva estar no âmago da vida do homem. (...)

Assim, comece seu dia com uma prece e faça-a com a força de sua alma para que ela permaneça com você até o final do dia. Encerre o dia com uma oração para garantir uma noite tranquila, longe de sonhos e pesadelos. Não se preocupe com a forma de suas preces. Deixe que ela flua livremente; o objetivo dela é nos colocar em contato com o divino. Apenas não permita que o espírito vague por aí enquanto as palavras saem de sua boca."

(Mahatma Gandhi - O Caminho da Paz - Ed. Gente, São Paulo, 2014 - p.69/71)


quinta-feira, 3 de abril de 2014

O RUGIR DA TEMPESTADE (PARTE FINAL)

"(...) Temos de provocar tormentas e perturbações a fim de criar o entusiasmo de viver?  Este remédio parece ser pior que a doença! Afinal de contas o que é uma tormenta ou uma perturbação? Obviamente é um desafio da vida. Devido a estes desafios, ficamos perturbados. Mas como no rio da vida correm novas águas a todo momento, a vida é um desafio incessante. Não há momentos em que não exista o desafio da vida. Por que não ficamos em estado de alerta, embora o desafio deva tornar a pessoa alerta e vigilante? Se vivermos cercados por desafios e não estamos alertas e vigilantes, será que não estamos nos resguardando, sob uma falsa segurança?

Não há dúvida de que a vida está constantemente enviando, de maneira incessante, desafios de todos os lados e em diversos níveis. Porém, a mente, através de suas respostas, emanadas das esferas de sua memória, trabalha como um 'amortecedor de choques', em relação a estes desafios. É esta atividade da mente que nos leva a passividade. Somos, então, impedidos de enfrentar os desafios da vida, devido à intervenção da mente. A mente está interessada em agir como intermediária, porque só assim pode manter sua continuidade. Devido a essa mediação, nós nem mesmo nos tornamos conscientes dos desafios da vida. Algumas vezes, as suas fortificações desmoronam devido à natureza esmagadora do desafio, porém tais circunstâncias raramente acontecem na vida de uma pessoa comum. a pessoa não percebe os contínuos desafios da vida, devido às barreiras colocadas pela mente entre ela e o seu ambiente. Dessa forma a mente a mantém afastada de um contato direto com a vida. A maioria de nós está circunscrita a uma existência estagnada. Como haver entusiasmo numa existência assim?

Se a mente pudesse receber os desafios da vida, sem emitir qualquer resposta de seus centros de memória, permaneceria viçosa e vital. Da mesma forma como a naturezaa é purificada pela tormente que ruge, assim o será a mente humana pelos desafios da vida. Recebê-los, porém não reagir a ele, a partir dos centros de memória, é 'ficar impassível' no meio da tempestade, é ficar quieto onde se está, porque qualquer movimento da mente nesta hora de tormenta, conduzirá o peregrino espiritual a uma confusão cada vez maior.

Mas permenecer impassível numa tormenta requer tremenda coragem. Não resistir à tormenta, nem fugir dela implica em receber em cheio o impacto da tormenta. E ao receber este impacto, o homem fica absolutamente só. O desafio sem resposta é um estado de solidão. Quando uma tempestade ruge na Natureza, cada árvore está sozinha, pois tem que se apoiar em sua própria resistência. Porém naquela solidão, se a árvore não resiste, torna-se mais leve devido à queda das folhas e galhos mortos. Da mesma forma, se a pessoa puder permanecer quieta, sozinha e renovada. E na renovação subjetiva, as dificuldades do ambiente objetivo se dissolverão na atmosfera. A solidão criada pela tormenta está cheia de tremendas possibilidades espirituais."

(Rohit Mehta - Procura o Caminho - Ed. Teosófica, Brasília - p. 19/21)