OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

ACENDER A CHAMA DA AUTOCONSCIÊNCIA

"Se você acha difícil estar consciente, experimente escrever cada pensamento e sentimento que surgem durante o dia inteiro, escrever suas reações de ciúme, inveja, vaidade, sensualidade, as intenções por trás de suas palavras etc.

Passe algum tempo antes do café da manhã escrevendo-os - o que pode necessitar que você vá para cama mais cedo e deixe de lado algum compromisso social. Se você escrever essas coisas sempre que puder, e à noite antes de dormir examinar tudo o que escreveu durante o dia, estudar e examinar sem julgamento, sem condenação, vai começar a descobrir as causas ocultas dos seus pensamentos e sentimentos, desejos e palavras...

Mas o importante é estudar com inteligência livre o que você escreveu, e ao fazê-lo tornar-se consciente do seu próprio estado. Na chama da autoconsciência, do autoconhecimento, as causas do conflito são descobertas e consumidas. Você deve continuar a escrever seus pensamentos e sentimentos, intenções e reações, não uma ou duas vezes, mas por um número considerável de dias até conseguir estar conscientes deles instantaneamente.

A meditação não é apenas uma autoconsciência constante, mas o abandono contínuo do self. Do pensamento certo vem a meditação, da qual vem a tranquilidade da sabedoria; e nessa serenidade o elevado é entendido.

Escrever o que se pensa e sente, os próprios desejos e reações, produz uma consciência interior, a cooperação do inconsciente com o consciente, e isso, por sua vez, conduz à integração e ao entendimento."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 402)
www.planetadelivros.com.br


quinta-feira, 3 de outubro de 2019

CRESCIMENTO DA ESPIRITUALIDADE

"(...) Todas as coisas crescem em ciclos. Um dia segue outro dia, uma primavera segue outra primavera, uma vida na escola da Terra segue outra vida, até que o maior de todos os ciclos seja concluído, e o espírito volte para Deus que foi quem o deu. 'Quando aquele que o tirou da profundeza sem limite, volta mais uma vez para casa.' (Tennyson) De um estado primário de inocência, ele come o fruto da Árvore do conhecimento do bem e do mal, isto é, entre o contínuo jogo dos pares de opostos, desenvolvendo a autoconsciência e a automotivação e, chegada a hora, comendo da outra Árvore, a Árvore da imortalidade consciente.

A palavra sânscrita vritti significa aproximadamente 'comprimento da onda.' Todas as formas e os fenômenos da Natureza são 'comprimentos de onda' - o princípio da limitação - visível ou não para os olhos físicos. Talvez possamos agora compreender a definição de H.P.B. sobre espiritualidade: 'o poder de perceber essências espirituais sem forma.'

Penso que isso quer dizer também se erguer acima dos pares de opostos e, no fim, ficar imune a eles. Os pares de opostos não são reais. Eles existem para ajudar nossa autoconsciência a evoluir. No mundo do Real não há nem bem nem mal, nem sagrado nem profano, mas um poder forte, santo, glorioso e eterno, levando o homem para sua final bem-aventurança e realização.

Mas não podemos destruir nosso egocentrismo combatendo-o. O que apenas o acentuaria. É melhor 'transcendê-lo.' Desistamos de pensar tanto sobre nós mesmos, ou de nos preocuparmos com o que acontece a esse pequeno eu e em seu lugar pensemos mais sobre 'o grande, o sublime, o belo, que são a sombra de Deus na Terra' (Mazzini). A meditação clássica do Senhor Buda diz-nos: Antes de tudo ajustemos nossos corações, de modo que ambicionemos a felicidade e o bem-estar de todos os seres, incluindo mesmo a felicidade de nossos inimigos. Depois representemos vividamente para nós mesmos todos os desgostos e as incapacidades dos outros, até que uma profunda compaixão comova nossa alma. Outra vez pensemos sobre a alegria e prosperidade dos outros, regozijando-nos por sua boa fortuna. Por último, nos ergamos em pensamento acima do amor e do ódio, da fortuna e da necessidade, do sucesso e do fracasso etc, encorajando nosso próprio destino com calma e imparcial e tranquilidade perfeita.

Essa estrutura da mente, se nos for possível verdadeiramente alcançá-la, irá livrar-nos de muitos desgostos. Não cogitaremos quem é importante ou quem não é importante, ou se somos importantes, ou se não somos importantes. O Mestre diz que o crescimento da espiritualidade nos fará 'indiferentes ao fato de sermos fortes ou fracos, instruídos ou não instruídos.' Aos olhos do espírito não há pequeno em grande. Tudo é amado, tudo é importante. (...)"

(Clara Codd - As Escolas de Mistérios - Ed. Teosófica, Brasília, 1998 - p. 142/143)
www.editorateosofica.com.br


quinta-feira, 13 de julho de 2017

A RAIZ DE TODO O MEDO

"O anseio de se tornar causa medo. Ser, alcançar e depender também geram medo. O estado de ausência de medo não é a negação, não é o oposto do medo nem é coragem. Quando se entende a causa do medo, ele cessa. Não se trata de tornar-se corajoso, porque em tudo o que se torna há a semente do medo. A dependência de coisas, de pessoas ou de ideias gera medo. A dependência nasce da ignorância, da ausência de autoconhecimento, da pobreza interior. O medo causa incerteza na mente e no coração, impedindo a comunicação e o entendimento.

Mediante a autoconsciência começamos a descobrir e, assim, a compreender a causa do medo, não apenas a superficial, mas os profundos medos causais e acumulativos. O medo pode ser tanto inato quanto adquirido, está relacionado ao passado, e para libertar dele o pensamento-sentimento, o passado deve ser compreendido por meio do presente. O passado está sempre querendo dar origem ao presente, tornando-se a memória identificadora do 'eu' e do 'meu'. O self é a raiz de todos os medos."

(Krishnamurti - O Livro da Vida - Ed. Planeta do Brasil Ltda., São Paulo, 2016 - p. 110)


segunda-feira, 3 de julho de 2017

APRENDIZADO CONSTANTE (1ª PARTE)

"O 'retorno' à vida terrena ocorre mais cedo para aqueles que criaram pouco karma psicológico e mais tardiamente para os mais espiritualizados, que precisam de tempo para assimilar todas as lições espirituais.

Também não é possível retornar à vida como um animal. Uma vez desenvolvida a autoconsciência, não podemos mais retroceder. Essa ideia surgiu de uma interpretação literal de figuras de linguagem, como era o caso de um índio norte-americano que falava em se tornar lobo, águia ou toupeira. Isso não queria dizer que ele se tornaria um desses animais, mas que seria tão esperto e dedicado à família quanto o lobo, com uma visão de alcance longo como a da águia, e tão próximo à terra quanto a toupeira, para sondar seus segredos. Seres humanos não podem voltar a ser animais, e animais não se transformam em seres humanos da noite para o dia, mas só após muito, muito tempo.

No entanto, mudanças psicológicas e físicas ocorrem o tempo todo. Nossos átomos estão constantemente transmigrando: sempre que acariciamos nossos animais de estimação, cheiramos uma rosa, ouvimos música ou pensamos num amigo, trocamos partículas de vida e força. Nossas almas também 'migram' continuamente de um estado de consciência para outro, do sono com sonhos para a percepção de vigília, do pensamento superficial para concentração profunda. E isso continua após a morte. Essas trocas podem ser benéficas ou danosas, dependendo da qualidade da energia. Sabendo disso, o sábio considera um dever pensar e viver tão gentilmente quanto possível.

Outra pergunta frequente é o que acontece àquilo que amamos e pelo qual trabalhamos. O que se perde quando morremos? A resposta é: nada. O conhecimento que obtemos e as habilidades que desenvolvemos permanecem no interlúdio pós-morte e desabrocham em vidas futuras com poder aumentado. Platão fez referência a isso ao dizer que todo conhecimento e sabedoria são memórias de existências prévias. À medida que essa sabedoria se desenvolve no presente, novas possibilidades são moldadas para expressar as características e necessidades de nossas condições internas e externas.

Shakespeare dizia a mesma coisa ao afirmar que um ator representa muitos papéis durante sua vida, identificando-se com eles. Assim como o ator sabe que está desempenhando papéis, nosso eu permanente também sabe, embora possa ser incapaz de transmitir esse conhecimento à 'máscara' ou personalidade temporária. (...)'

(Eloise Hart - Os mistérios da reencarnação - Revista Sophia, Ano 10, nº 39 - p. 30)

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

O VERDADEIRO SENTIDO DA EDUCAÇÃO (1ª PARTE)

"A educação deve fazer parte do processo de expansão da vida, que sempre começa de dentro. A criança é maleável e ainda não possui o nível de autopercepção dos adultos; por isso, é extremamente importante que qualquer ensinamento seja oferecido de maneira agradável, sem violentar seu crescimento natural.

Esse esforço começa no nascimento da pessoa, se não antes. Devemos ter em mente que o fenômeno da expansão começa com uma natureza que não é condicionada nem autoconsciente e, portanto, é extremamente maleável. Ela pode facilmente ser afetada não apenas por ações que tenham o propósito de influenciá-la, mas também por influências sutis.

Embora o ambiente tenha grande importância, o mais importante para a criança são as pessoas mais próximas a ela. Mesmo que no ambiente haja muito sofrimento, se a influência dessas pessoas for do tipo certo, até mesmo o sofrimento em torno pode ser um meio de evocar na criança sentimentos de compaixão e simpatia. 

A compreensão de que certas coisas não são agradáveis, que elas deviam ser diferentes ou não deviam existir, produz uma mudança na consciência e faz brotar a vontade e a capacidade de modificá-las. Portanto, o instrutor deve ser uma pessoa que possua conhecimento amplo e cuja natureza, incluindo seus pensamentos e emoções, seja útil à criança a cada momento. Podemos tentar entender como um instrutor deve ser e procurar pessoas que se aproximem desse perfil.

O ambiente para o crescimento da criança deve ser o melhor possível para esse propósito. O objetivo deve ser extrarir de cada uma delas suas melhores qualidades e capacidades. Esse é o significado da palavra educação. 

Se tudo o que houver de bom numa criança for fortalecido tanto quanto possível nos seus primeiros anos de vida, ela poderá mais tarde partir para o mundo, onde as influências estão muito misturadas, e enfrentar o que quer que seja com a sua força já desenvolvida. (...)"

(N. Sri Ram - O verdadeiro sentido da educação - TheoSophia, publicação da Sociedade Teosófica no Brasil, Ano 99, Janeiro/Fevereiro/Março de 2010 - p. 32)


domingo, 9 de outubro de 2016

MEDIUNIDADE

"É essencial que a pessoa que tenha as capacidades e qualidades para a mediunidade, e que deseje as faculdades superiores da consciência e de ser um veículo, que se engaje vitoriosamente numa intensa luta para renunciar à mediunidade física e seus frutos nocivos. Todo o resultado da encarnação de uma tal pessoa encontra-se na balança neste momento. Se os aspirantes à iluminação autoconsciente, oculta e espiritual não conseguem se afastar dos círculos espíritas e desafiar e conquistar os elementares e elementais que tão odiosamente se agarram a eles em consequência, eles se degeneram em médiuns físicos com os princípios superiores rompidos.

Realmente é afortunado o aspirante que recebe a orientação de um instrutor oculto, que é por sua vez inspirado pelos Mestres, com Sua compreensão instintiva do curso de conduta apropriado. O resultado disso é que a forma superior de ser um veículo ou um vidente positivo, de que ele também é capaz, remove a prática inferior e muito degradante da mediunidade.

Do ponto de vista evolutivo, a prática da mediunidade é um terrível engano sem nenhum aspecto compensador, já que, mesmo quando existe inicialmente a intenção de ajudar, o método é tão perigoso e errado que neutraliza qualquer benefício. Uma fraude monstruosa é perpetrada com frequência contra seres humanos sofredores e confiantes."

(Geoffrey Hodson - A Suprema Realização através da Yoga - Ed. Teosófica, Brasília, 2001 - p. 81/82)

sábado, 3 de setembro de 2016

SER HUMANO - UMA ESPÉCIE ÚNICA

"O homem é autoconsciente, isto é, tem consciência de si próprio. Enquanto outras espécies possuem uma consciência grupal que pertence à sua própria espécie, o ser humano é uma espécie única no sentido de que tem a capacidade de inquirir. Só o homem consegue fazer perguntas e inquirir sobre a sua origem e lugar na natureza. O seu cérebro volumoso e postura ereta distinguem-no dos outros primatas. Com essa vantagem evolutiva desenvolveu uma profunda sensibilidade em relação à realidade da sua vida e às situações que o rodeiam. O seu cérebro, mente e consciência juntam-se para proporcionar conhecimento em três níveis diferentes e torná-lo cada vez mais sábio. O cérebro ajuda-o a processar os dados sensoriais, a mente reflete sobre os dados recolhidos, a consciência confere-lhe subjetividade e ele torna-se capaz de obter conhecimento em primeira mão. Assim o homem, com a sua mente inquiridora, pode ser convicção intelectual e dar um passo em direção ao insight espiritual ou realização intuitiva. Em suma, o homem é único e tem o potencial de se tornar sábio e se libertar dos seus reflexos animais, das suas paixões animais. Devido aos seus reflexos e paixões animais, está apegado, ligado ao seu grupo, e não se importa de enganar e lutar com outros grupos. É comum julgar-se que uma coisa é boa e que outra coisa é má, que isto é útil e que aquilo não é útil; mas não é suficiente para se tornar sábio. No sábio prevalece a responsabilidade. Ser um ser humano é viver no estado de responsabilidade. O sentido da responsabilidade é construído na natureza psíquica do homem como uma força positiva, sendo esta a razão porque ele oscila entre dois polos. Num polo existe o sentido da responsabilidade e, no outro, os reflexos animais que tentam escapar-lhe, pelo que o homem fica confuso, permanecendo numa constante luta interior. O homem não é sábio porque tem a tendência para se evadir da responsabilidade, que é um impulso puramente biológico e uma forma de egoísmo que conduz ao apego e ao egoísmo. Nesse sentido, o homem é uma espécie única que atravessa o terceiro milênio. Perguntemo-nos se não está na hora de aceitarmos a nossa responsabilidade para com as futuras gerações e para com o planeta em que, juntos, evoluímos?"

(C.A. Shinde - Nos sábios não existe apego - TheoSophia - Ano 101 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2012 - Pub. da Sociedade Teosófica no Brasil - p. 13/14)


terça-feira, 17 de maio de 2016

DESAPEGO E SABEDORIA (1ª PARTE)

"Se perguntarmos quem é apegado à ação e quem é aquele cuja ação é sem apego, logo pensamos que os ignorantes são apegados à ação e os sábios são desapegados. Podemos tentar compreender o verdadeiro significado da afirmação de que os sábios são desapegados em duas partes. Primeiramente precisamos compreender quem é sábio, e, em segundo lugar, compreender o processo do desapego. 

Quem é sábio? Alguém pode responder que, entre as espécies sobre a Terra, a espécie humana é a sábia. O nome científico do homem é Homo sapiens; Homo é o nome do gênero, que significa homem, e sapiens é o nome da espécie, que significa sábio. Portanto, Homo sapiens significa 'homem sábio'. É fácil dar a si mesmo o nome de sábio, mas não é tão fácil agir sabiamente e trazer valores mais elevados à vida.

O homem é autoconsciente, ou seja, consciente de si mesmo. Enquanto os animais têm uma consciência coletiva pertencente à sua própria espécie, o ser humano é capaz de inquirir. Somente o homem pode fazer perguntas a respeito de sua origem e seu lugar na natureza. Seu cérebro grande e volumoso e a postura ereta distinguem-no dos outros primatas. Com essa vantagem evolutiva, ele desenvolveu uma profunda sensibilidade à realidade de sua vida e às situações em volta. Seu cérebro, sua mente e sua consciência juntam-se para fornecer conhecimento em três níveis diferentes, e torná-lo cada vez mais sábio. (...)"

(C. A. Shinde - Desapego e sabedoria - Revista Sophia, Ano 13, nº 53 - p. 25)


quinta-feira, 17 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DO INTELECTO (PARTE FINAL)

"(...) é natural que o homem se desenvolva por meio do pensamento e do raciocínio, pelo estudo profundo de livros, pelo engenhoso trabalho de pesquisa e pelas laboriosas investigações das causas e dos efeitos no mundo natural. Quanto mais profundamente o homem se ocupa de processos de pensamento, pode-se dizer que mais ele utiliza o 'método' pelo qual ele se tornou o que é no curso da evolução do mundo (quer dizer, o método pelo qual a consciência se desenvolveu até tornar-se Autoconsciência) e mais ele se aproxima, consciente ou inconscientemente, do Eu - pois pelo pensamento nós nos colocamos acima do corpo.

Seguindo-se deliberadamente esse método, obter-se-ão resultados seguros. O exercício do pensamento por meio do estudo, com o objetivo de adquirir conhecimento em determinado campo, até certo ponto aprimora a Autoconsciência, mas não é tão eficaz nesse sentido quanto o processo intelectivo que tem como único objetivo transcender o corpo e perceber a verdade.

Na Índia, o método do intelecto em sua forma mais elevada é chamado Jnana Yoga: o alcance da verdadeira sabedoria por meio da reminiscência e do discernimento, como por exemplo recordar-se constantemente: 'Eu não sou o corpo. Meu verdadeiro Eu não pode ser afetado pelo espetáculo passageiro da criação. Eu sou Espírito.'

Um dos defeitos deste método intelectual é ser um processo muito vagaroso. Pode demorar muito tempo para que o Eu espiritual possa, dessa maneira, perceber a si mesmo. Enquanto o Eu espiritual começa a perceber a Autoconsciência por esse método, está ainda comprometido com uma série de pensamentos passageiros com os quais não tem qualquer relação.

A tranquilidade do Espírito é algo que está para além do pensamento e da sensação corporal; todavia, uma vez alcançada, ela transborda e os inunda."

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 62/64)


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

QUATRO MÉTODOS RELIGIOSOS FUNDAMENTAIS: O MÉTODO DO INTELECTO (1ª PARTE)

"O método do intelecto é o método natural comumente adotado e que, no entanto, não produz efeitos rápidos no alcanço do objetivo.

O desenvolvimento e o progresso intelectual têm sido naturais e portanto comuns a todas as criaturas racionais. É a nossa compreensão autoconsciente que nos diferencia dos animais inferiores, os quais são conscientes porém não autoconscientes. 

Nas etapas e processos da evolução, vemos que essa consciência gradualmente se converte em autoconsciência - a autoconsciência surge a partir da consciência animal. A consciência procura gradualmente libertar-se e conhecer-se por si mesma; desse modo, ela se converte em autoconsciência. Tal mudança se deve a uma necessidade evolutiva. O Eu espiritual, identificado com vários graus e espécies de estados corporais e mentais, tenta de maneira gradativa e natural retornar a si próprio por si mesmo. 

O desenvolvimento do processo do pensamento consciente é um dos métodos que o Eu espiritual adota para colocar-se acima das limitações do corpo e da mente. O esforço que o Eu espiritual faz, por meio do processo do pensamento, para retornar a si próprio - à sua condição perdida - é um fenômeno natural. É o processo seguido pelo mundo.

O Espírito Universal se expressa em graus diferentes de desenvolvimento, desde o mais baixo até o mais elevado. Na pedra e no torrão de terra não há vida ou consciência como podemos concebê-la. Nas árvores há um crescimento vegetativo, uma aproximação da vida. Contudo, não existe aí qualquer manifestação desembaraçada de vida e nenhum processo de pensamento consciente. Nos aminais existe vida e também consciência de vida. No homem - o ponto culminante - há vida, consciência de vida e também consciência do Eu (Autoconsciência). (...)"

(Paramahansa Yogananda - A Ciência da Religião - Self-Realization Fellowship - p. 61/62)