OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


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sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

DISCIPLINA ESPIRITUAL

"A vida do homem deve ser um sadhana² permanente. Qualquer dia é propício para iniciar o sadhana, caiam eles no dakshinayana ou no uttarayana.³ Não é preciso esperar que o Sol retorne ao hemisfério norte. Os meses e os semestres (ayanas) estão relacionados com o mundo material (prakritti) e, assim, têm valor somente relativo.

Hitha (agrado) e mitha (moderação) devem ser as qualidades do caminho a tomar. Que ele não seja muito extravagante, nem muito débil, nem muito desgastante, nem muito cortado. Opte pelo caminho do meio. Isso assegurará os benefícios maiores. A sede pelos objetos dos sentidos não pode ser abandonada completamente. Transforme-a então em instrumento de adoração. Dedique ao Senhor todos os esforços. Receba todas as conquistas e derrotas como provas da Graça do Senhor. A Vontade d'Ele é que decretou como as coisas deveriam acontecer. Transforme as seis paixões em instrumentos de progresso espiritual.

Semeie no campo de seu coração as sementes dos bons pensamentos, carregados com humildade e regados com as águas do amor; proteja a colheita crescente com uma pesticida chamado coragem; nutra a plantação com o fertilizante da concentração mental; assim, então, as plantas da devoção (bhakti) propiciarão a ceifa da sabedoria que consiste em se dar conta de que você é Ele. Quando este des-velar acontecer, você se tornará Ele; aliás, você é sempre Ele, não obstante não o saiba."

² Sadhana, palavra título desta obra, significa prática disciplinar, ascese, treinamento espiritual.
³ No ensino dos antigos, recomendava-se que o sadhana nunca deveria iniciar-se quando o sol estivesse percorrendo o hemisfério sul (isto para os que vivem no hemisfério norte). O semestre dhakshina era tido po inauspicioso, enquanto o uttara seria o favorável. Como em diversos aspectos da religiosidade hindu, Sai Baba inova, e aqui afirma que é indiferente começar a caminhada espiritual neste ou naquele semestre (ayana), pois isto tem pouco a ver com o Espírito; só com a matéria.   

(Sathya Sai Baba - Sadhana, o Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 19/20)


terça-feira, 12 de setembro de 2017

INOFENDIBILIDADE

"A melhor forma de se evitar a ira é ser não ofendível.

Ofendível é a pessoa que se esquenta com frequência, e por motivos sem grande importância.

Nossa ofendibilidade é do tamanho do amor ou adoração que temos por nós mesmos como pessoas.

'Ninguém é bastante homem para ofender-me, para me desrespeitar, para me humilhar...' - diz o egoísta orgulhoso.

Ora, o mundo não se sente na obrigação de sempre respeitar e acariciar a gente.

Assim, a cada hora, estamos precisando brigar para defender e homenagear nosso ego.

Isto é vida, que valha a pena viver?

Que grande estupidez é a suscetibilidade aguçada!"

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 79)


domingo, 4 de dezembro de 2016

O CAMINHO

"O primeiro e mais importante ponto neste antigo e eterno Caminho é a Meditação. Sem a meditação diária, paciente, persistente nunca poderá ser encontrado o Caminho. Isso parece, para algumas pessoas, uma atividade difícil e fatigante. Entretanto, dentro de certa medida, todos nós 'meditamos'. Se estamos empenhados no pensamento de um esquema de trabalho, ou mesmo num novo trabalho, estamos de certo modo 'meditando'. O homem de negócios, que aprende a concentrar o pensamento e a fazer um planejamento bem dirigido de suas atividades, está aprendendo algo que será de valor quando começar, em uma vida futura, a meditar de verdade. Planejar e pensar no que pode ser feito de melhor são formas de 'meditação'. 

Permita-me dar uma lista de estados meditativos da mente na ordem de sua intensidade: 

1. Aspiração, ânsia do coração para a Estrela, o Ideal, o Verdadeiro. 

2. Prece, levando ao reconhecimento de um 'mundo interior', e de que o homem é uma alma, bem como um corpo. 

3. Concentração direta ou pensamento em sequência. Isso, com o tempo, integra a personalidade. 

4. Pensamento concentrado num ideal, que acarreta a união do pensador com sua vida superior. 

5. Adoração e veneração. A mente tendo criado a forma, o coração é estimulado e brilha para o alto.

6. Um apelo ao Eu Superior, pondo em atividade a Vontade espiritual. 

7. A conscientização do Mestre e da 'Presença de Deus'." 

(Clara Codd - A Técnica da Vida Espiritual - Ed. Teosófica, Brasília, 2013 - p. 67/68)


sábado, 26 de novembro de 2016

A NATUREZA DE DEUS

"(7:24) Os homens de pouca sabedoria imaginam que Eu, o Não manifesto, sou limitado (quando apareço) em forma corpórea. Não atinam com Minha natureza superior: imutável, inefável, suprema.

Os devotos carentes de sabedoria imaginam o próprio Ser Supremo limitado, essencialmente, às Suas manifestações especiais. Chegam a adorá-Lo sob uma dessas formas como o Deus único: por exemplo, Krishna e sua flauta, Shiva e seu tridente, Kali e seus quatro braços ou Jeová e Alá, que têm nomes, mas não formas. Deus é tudo isso, mas ao mesmo tempo muito mais, a ponto de não poder sequer ser imaginado ou nomeado em Sua verdadeira essência.

No entanto, dar ao Inefável um nome e visualizá-Lo sob uma forma qualquer é inevitável, pois o homem não saberia adorá-Lo de outro modo. Krishna não diz, na estrofe acima, que é errado reverenciar Deus com nome e forma: apenas, não se deve confiná-Lo dessa maneira. Deus é tudo - e nada, quer dizer, nenhuma coisa específica. Está em tudo e além de tudo, não sendo nem mesmo as 'coisas' nas quais Se manifestou, que não passam de sonhos e têm a realidade dos sonhos."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 311)


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

O TEMPLO

"Isto mesmo, jovem. Cuide bem de seu corpo.

Alimente-o inteligentemente. Não o desgaste em excessos esportivos, eróticos ou profissionais. Não o amoleça com prolongados e estagnantes repousos. Dê-lhe atividade correta. Pratique ginástica, de preferência Hata Yoga. Recuse-se a iniciar qualquer vício. Mantenha seu corpo jovem, forte, elegante, ágil, limpo por dentro e por fora, eficiente, lépido, resistente...

Mas, por favor, nunca chegue a fazer de seu corpo um ídolo para sua adoração. Idolatria, não. Narcisismo, nunca. 

Nunca se esqueça - se é que pretende evitar enorme frustração - de que embora precioso, ele não é eterno, e não passa de um simples equipamento do Espírito.

O Espírito que você realmente é, está, temporariamente, utilizando o corpo.

Seu corpo é maravilhoso talento que você - Espírito - tem de administrar muito bem. Com cautela e muita dignidade. 

Eis, Senhor, meu corpo-templo. Santifica-o."

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 97)


sábado, 5 de setembro de 2015

OFEREÇA TUDO AO SENHOR

"Onde quer que você se encontre, o que quer que faça, faça-o como um ato de adoração e oferenda, como um ato de glorificação a Deus, que é o inspirador, a testemunha e o Senhor. Não divida suas atividades assim: 'esta é para meu proveito'  e 'esta outra para Deus'. Ainda que divida zero por zero, o que resulta é zero. Quando você agir, não deve deixar sobras, nada deve restar. Veja todo trabalho uno em si mesmo. Dizem as escrituras (shastras) que você não deve deixar qualquer saldo ou resto em dívidas, em doenças, em vingança contra inimigos no círculo de nascimentos e mortes. Salde tudo, até o fim. Nascimento e morte não devem mais se repetir. 

Se você oferecer todas as atividades aos pés do Senhor e livrar seus atos do mínimo traço de desejos egoísticos, as consequências de tais atos não o encadearão. Você estará livre; estará redimido; você alcançará moksha, isto é, a libertação dos nascimentos e mortes.

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 30)


quarta-feira, 22 de julho de 2015

ENSINAMENTOS SOBRE A ORAÇÃO

"E quando orares, não sejas como os hipócritas; porque eles gostam de orar em pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: eles já receberam sua recompensa.

Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai, que vê ocultamente, te recompensará abertamente.

Neste ponto, Cristo começa seus ensinamentos sobre a oração. Diz-nos que, se quisermos algo menor do que Deus, poderemos obtê-lo. Se a nossa felicidade estiver na reputação, poderemos dirigir-nos a algum recinto público e rezar onde todos nos possam ver. E podemos receber nossa recompensa - isto sem a menos sombra de dúvida. A oração pública recebe recompensas públicas - reconhecimento, riqueza, seguidores e poder.

Porém, a verdadeira religião não é matéria para exibições. É algo muito sagrado e, portanto, secreto. Por isso, adverte-nos Cristo para não fazermos aparato da adoração. A pureza e a espiritualidade genuínas não precisam de promoção. Se rezas a Deus por amor dele mesmo - não para fazer dele um meio para outras finalidades - então pouco importa o mundo, pouco importa se ele te condena ou te admira. Retira-te a um lugar afastado e pede-lhe, com a certeza de que ele se entregará a ti. Ele há de te recompensar com sua própria presença."

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 86/87


sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

PREPARA-TE PARA A MORTE

"Não invista toda sua energia nas exigências do corpo, o qual a cada minuto envelhece e marcha rápido em direção ao cemitério. A vida é como uma feira de três dias; é como flor que murcha ao entardecer. 

A velhice, quando se perde o encanto físico, quando para tudo se fica a depender dos outros, cedo sobrevirá. 

Prepare-se, pois, para a morte. Equipe-se para enfrentá-la calma e alegremente, resignando-se à Vontade do Senhor.Você não conseguirá isso num instante, quando o desejar; resultará de longos anos de prática. 

Em tudo que acontece, veja a mão de Deus; então você nem exultará nem se afligirá. Depois disso, sua vida será um contínuo puja (adoração) ou uma incessante meditação (dhyana)."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1989 - p. 97/98)


domingo, 13 de outubro de 2013

CORPO FÍSICO: VESTIMENTA TEMPORÁRIA DO HOMEM (3ª PARTE)

"(...) Uma vez que o homem tenha frequentado a longa escola da existência fenomênica - neste mundo e também em outros planos - começa a entender que sua principal meta é romper o casulo que o tem mantido embaixo por tanto tempo. O casulo já teve seu uso, mas sua utilidade já terminou. Ele está pronto para partir em seu voo a uma nova vida de liberdade, a vida divina.

O fato é que todo homem é uma centelha da divindade; todo homem é potencialmente Deus - não Deus como frequentemente o imaginamos, com forma, mas o Deus sem forma, o oceano divino do qual emana toda a existência. Baba afirma isto claramente: 'Se você descobre o princípio átmico, se torna o próprio Deus. Cada um de vocês pode se tornar Deus ao mergulhar suas almas individuais no oceano do Atma Universal.'

A base do amor e fraternidade entre os homens é a verdade de que todos eles são parte desse princípio átmico, não importando a raça, a casta ou o credo. A analogia usada aqui algumas vezes por Baba é a da corrente elétrica iluminando globos de muitas cores, formas e tamanhos. A realidade por trás dos mesmos é a corrente fluindo - a mesma em todos. O Atma pode ser comparado ao fluxo de eletricidade. Os homens são expressões variadas dessa corrente única.

Deus é amoroso, mas tem forma. Ele é aquilo que está por trás de todas as formas, e ainda assim, cria, mantém e destrói tudo o que existe. Deus está realmente em cada forma, mas no homem mais do que em tudo, e em alguns homens mais intensa e completamente do que em outros. Uns poucos homens na história do mundo foram cem por cento Deus. (...) Mas nunca devemos pensar que o Deus onipresente está completamente contido em qualquer forma particular de nossa escolha, ou que responde exclusivamente ao nome tradicional ao qual condicionamos nossa adoração. Ele se manifesta por tais canais limitados e finitos se nosso culto for sincero, mas não se restringe a eles. Como o poeta sufi escreve: 'Sua poeira está aqui, mas Ele no Infinito.' (...)"

(Howard Murphet - Sai Baba O homem dos milagres - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2006 - p. 332/333)


quarta-feira, 10 de julho de 2013

A MENTE FIXADA NA PERCEPÇÃO DO UNO É ESTÁVEL E SEGURA

"A mente que se fixou na percepção do Uno é igual a uma rocha. Nunca afetada pela dúvida, é estável e segura. Deus, quando acessível à adoração e à contemplação, é referido como Hiranyagarbha, isto é, o Útero Dourado, a Origem da Criação, o Príncipe Imanente que quis se tornar múltiplo e se manifestar.* Deus não chega a ser afetado, seja o que for que o homem lhe queira fazer. É ouro, que continua sendo, nas jóias e através de todas elas. Deus também é modelado pela imaginação, inclinação e intelecto do homem, que Lhe dão formas diversas, grandes ou grotescas, medonhas ou encantadoras. O homem cria tais imagens, e diante delas depõe seus desejos, receios, sonhos, fobias e fantasias. 

Ele é em você; e é aquilo que permitiu você O projetar no mundo externo como este ídolo ou aquela imagem a que você recorre para lhe atender em suas aflições e para lhe conceder paz. Sem a inspiração, o alívio e a alegria, que, de dentro, Ele confere, você será como um louco delirante, como um navio que perdeu suas amarras e é sacudido, sem leme, no mar tempestuoso. Mantenha diálogo com Ele e dê seus passos conforme Ele dirige, e assim você atingirá o objetivo, cedo e salvo. O quadro diante do qual você senta, as flores que você colocou, os hinos que canta, os votos que se impôs, a vigília que mantém são atitudes que limpam, que removem obstáculos no caminho conduzente à constatação de Deus dentro. Quando cessar a fascinação do corpo, a luz do Deus interno resplandecerá, iluminando seus pensamentos, palavras e ações."

Hiranyagarbha, como "ovo cósmico" é Um, mas optou por se manifestar como o universo multifário, multicor, multissonoro... e se multiplicou. 

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 73/74)


terça-feira, 25 de junho de 2013

SARVA YOGA - O YOGA DA YUGA (6ª PARTE)

" (...) No capítulo anterior, sobre o Tantra, está dito que para cada yuga (era) foi determinada uma forma apropriada de Yoga. Para nossa era (kali yuga), tão infernizada pela maldade e maculado por perversões e injustiças, tão exuberante em hipocrisia, irretidão e choques conflitivos, cantar ou recitar devota e persistentemente o santo Nome de Deus é o sadhana mais indicado, mais ao alcance de todos. Sai Baba, em um de seus discursos, afirma:
Os Avatares nas quatro yugas encarnaram para ensinar o que era apropriado a cada uma: dhyana (meditação) para a krita yuga; tapas (penitência) para a tetra yuga; upasana (adoração) para a dvapara yuga. O amor ao Senhor é comum a todas elas. (in Sanathana Sarathi, vol. 34) 
A sagrada escritura Shrimad Bhagavatam já afirmara há cinco mil anos:
...não obstante seja a kali yuga um oceano de erros, há ainda uma boa qualidade nela: pelo simples cantar Hare Krishna (o maha mantra), pode-se alcançar a libertação do cativeiro deste mundo material a ser elevado ao Reino Transcendente. (Canto 12, 3:51) 
Esta verdade é universal, tanto que todas as formas de religiosidade, nestes últimos séculos, já a intuíram e a seguem. Os rosários a serem passados entre os dedos enquanto os devotos repetem preces curtas, mantras, ou somente o Nome preferido, fazem parte de várias religiões. Os cânticos devocionais assumem aspectos particulares de acordo com a cultura, mas há séculos estão sendo entoados em templos, sinagogas, igrejas e também nas ruas. Os cânticos são entoados, seja pelas assembleias (samkirtans) de devotos ou individualmente. Um devoto Hare Krishna, por exemplo, deve, ao longo do dia, repetir 16 vezes o japa mala, com 108 contas, isto é, recitar o Maha Mantra (Hare Krishna, Hare Krishna...) 1.728 vezes, além de tomar parte nos canos congregacionais. Os devotos de Sai Baba devem constantemente praticar namasmarana, que é a repetição do Nome, qualquer Nome (Jesus, Jehovah, Allah, Vishnu, Sathya Sai...). Devem também associar-se aos cantos devocionais coletivos (bhajans) entoados em qualquer idioma em adoração a qualquer uma das muitas Formas de Deus. Ele estimula:
Cantem bhajans com fé, entusiasmo. Que toda a cidade reverbere com a devoção que vocês põem em cada Nome que cantam. O Nome promove o companheirismo e estabelece a concórdia, aplaca todas as tempestades e outorga paz. (Discurso em Bangalore, em 10/07/59)
Hoje estamos levando a termo os Cantos Devocionais Contínuos. Isto é feito não para o bem de um indivíduo, de uma nação ou comunidade. Faz-se pelo bem-estar de toda a humanidade. Os cantos devocionais saturam o éter, na forma de ondas que enchem a atmosfera inteira. Desta maneira, todo o ambiente se pacifica. Ao respirar nesta atmosfera imaculada, nossos corações também se limpam... Cantar o Nome do Senhor deve converter-se num exercício de compartir mutuamente a felicidade e a santidade... (Prashantihi Nilayam, em 08/11/66). (...)"
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 143/144)
www.record.com.br


terça-feira, 4 de junho de 2013

TANTRA YOGA - O SADHANA E O MANTRA/"A LETRA MATA" (PARTE FINAL)

"Para cada tipo de sadhaka (tipo animal, heroico e áureo), o guru ensina um apropriado sadhana ou método de espiritualização, atribuindo-lhe correspondentemente um mantra adequado, levando em consideração as aptidões, temperamentos, condicionamentos e limitações dos candidatos à iniciação. Genericamente falando, para os discípulos, isto é, para aqueles da "mão direita", os sadhnas a serem recomendados, segundo o grau de dificuldade crescente, são os seguintes:

(a) puja ou adoração ostensiva, usando flores, incenso, imagens, oferendas;
(b) japa ou repetição do mantra, com ou sem ajuda de um rosário (japamala), cujas contas vão sendo passadas na medida em que o mantra é pronunciado;
(c) dhyana ou contemplação;
(d) o mais elevado e difícil, brahmasadhana que é a experiência unitiva com o eterno e infinito Brahman.

O tantra está presente na liturgia de diferentes religiões. A missa católica, os rituais de umbanda e tantas outras manifestação externas litúrgicas são pujas. Os hinos de louvor cristão das religiões evangélicas e carismáticas são tântricas. O Tantra, com seus mantras e japas, faz parte também do budismo. A adoração de imagens é um procedimento tântrico universal de quase todas as religiões. As ladainhas e jaculatórias enriquecem nas práticas devocionais de cristãos, hindus e muçulmanos.

"A letra mata" - Por que no Tantra, ao lado de belíssimas e imaculadas, sublimadas e santas práticas, se encontram recomendações a outras nitidamente permissivas e primitivas, frontalmente contraditórias? O dicionário de hinduísmo de Stutley explica:
O Tantrismo, devido a seu simbolismo esotérico e algumas de suas práticas, tem levado sua ideologia a equívocos, os quais P. C. Bagchi considera causados por alguns eruditos que não conseguiram interpretar corretamente os termos técnicos dos textos tântricos. O uso que os textos fazem do simbolismo e da terminologia técnica, tal como os Uppanishads, visa a desvelar verdades, mediante uma linguagem que só poderia ser compreendida pelos iniciados. Daí no tantrismo o uso da assim chamado "linguagem intencional (sandhya-bhasa)", que é secreta, obscura e ambígua, na qual um determinado estado de consciência é expresso por um termo erótico. Os vocabulários da mitologia e cosmologia estão carregados de significados sexuais e de Hatha Yoga. (in A Dictionary of Hinduism)   
É oportuno citar o sábio São Paulo:
A letra mata, mas o espírito vivifica. (2 Co 3:6)" 
(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 133/134)
www.record.com.br


sábado, 6 de abril de 2013

BHAKTI YOGA - BHAKTI SADHANA (6ª PARTE)

"A disciplina espiritual do amante de Deus é feita de sentimentos e atos de carinho, adoração e fé, que valem como veemente declarações de amor. O devoto canta músicas de louvor ao Amado (bhajans e kirtans, que são canções devocionais, presentes em praticamente todas as grandes religiões). Faz orações de tipos e finalidades diversos (de adoração, de pedido, de agradecimento, de louvor...). Roda as contas de um rosário, enquanto ora ou repete mantrans ou somente o próprio Nome do Senhor. Acende lamparinas ou velas. Enfeita com flores o santuário. Pratica diferentes atos litúrgicos (banhos em rios sagrados, caminhadas em círculo em volta do santuário, jejuns, retiros, peregrinações a lugares santos, penitências (tapah), procissões...). Tais liturgias são comuns às diversas religiões. Outras práticas litúrgicas, porém, são específicas, conforme a tradição de cada uma. O que efetivamente vale, no entanto, é a profundidade, a pureza e a genuinidade do sentimento e a atitude psicológica que empolgam o devoto. O que vale são as vibrações sublimes que lhe embalam o coração. Sai Baba esclarece:

Bhakti deve ser reconhecido com a disciplina que remove o egoísmo e as limitações do "eu" e do "meu". Eis a razão por que o bhakta (devoto) é definido como aquele que é a-vibhakta, isto é, "não separado de Deus". A todo instante e sob todas as circunstâncias, nossos atos e sentimentos devem ser teocêntricos (centrados em Deus). É errado dizer Ó Deus... Ó Deus, salva-me da miséria, da preocupação e da perda, e logo que tudo isso tenha passado, voltar a mergulhar nos negócios objetivos, e deixar-se novamente escravizar pelos interesses mundanos... Bhakti ou devoção não é para ser medida por rosários, velas, marcas desenhadas na testa ou no cabelo emaranhado... Sinais ostensivos de bhakti são fé, humildade e apreensão. Fé em que a vitória última é da Verdade e do Amor; humildade perante os mais idosos e mais sábios; apreensão em presença do mal... Bhakti não pode vir de fora para dentro. Tem de crescer do íntimo, para um esforço para purificar a mente, para conhecer a natureza e origem do homem e do universo, para entender as relações do homem com todos os objetos externos que atualmente o fascinam e frustram. (in Sadhana - O Caminho Interior, III: 1 e 2)

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 89/90)


sexta-feira, 5 de abril de 2013

BHAKTI YOGA - DEVOÇÃO AO ONIPRESENTE (5ª PARTE)

"O amor a Deus não se desenvolve e expressa exclusivamente diante dos altares. O bhakta não se contenta com isto. Para ele o altar de Deus é onipresente e seu templo, o universo inteiro. Eis por que procura adorar seu Amado em todas as pessoas e em cada forma de vida, em todos os fenômenos e aspectos da natureza, em todos os níveis existenciais, a todo tempo, em toda a parte, pois que, embora tenha eleito uma determinada Forma e um determinado Nome para cultuar, nunca se esquece de que Deus é Um só, uma onipresente e onipenetrante Realidade e Essência Única de tudo que existe. Seu amor é assim, majestoso, total, vertical, sem limites e sem máculas de desejo, sem interesses egoísticos, sem quaisquer sinais da vulgaridade escravizante, sem os resíduos das impurezas do fanatismo e superstição.  
Desculpa Deus meu se não me ajoelho cada vez que Te vejo, Preciso trabalhar. Não posso viver ajoelhado.(Hermógenes, In Yoga, Caminho para Deus)
Há devotos incultos que só conseguem realizar uma forma nada filosófica de culto. Que continuem. Desde que seu culto, embora primitivo e sua adoração ingênua sejam expressões do verdadeiro prema, Deus não o deixa à míngua de resposta. Ele ajuda seu humilde e simplório adorador. Deus não é elitista. E só leva em conta a pureza, a sinceridade, a autodoação e o verdadeiro amor que inspiram o culto.(...)"

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro - p. 86/87)


terça-feira, 5 de março de 2013

TRABALHO E ADORAÇÃO


"Em vez de atuarem em seu próprio benefício, aprendam a trabalhar para Deus e façam isso como um ato de adoração. Se puderem agir assim, o trabalho não os escravizará; ao contrário, irá fazer de vocês pessoas melhores em todos os aspectos: físico, mental, intelectual, moral e espiritual. Façam uma oferenda a Deus, entreguem-se totalmente a Ele e repitam: “Senhor, entrego-me de corpo e alma a Ti. Faça de mim o que quiser. Aqui estou para Te servir da melhor maneira que puder.” Se realmente forem capazes de fazer isso, a responsabilidade pelo seu bem-estar espiritual estará nas mãos Dele. Essa entrega, porém, deve ser feita com sinceridade e fé absoluta. Não pode haver dúvidas em seus corações. De que adiante “alguém pedir a Deus que o ajude a atravessar o rio e, ao mesmo tempo, arregaçar as calças para que não se molhem?"

(Swami Prabhavananda e Swami Vijoyananda - O Eterno Companheiro – Ed. Vedanta, São Paulo - p. 245)