OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


domingo, 26 de março de 2017

CRIATIVIDADE (PARTE FINAL)

"(...) Tudo o que acontece conosco agora reflete nossa carma passado. Se sabemos disso e o sabemos realmente, sempre que sofrimento e dificuldades nos atingem não os vemos mais como falhas ou catástrofes, nem os vemos de modo algum como punição. Não nos culpamos mais, nem nos permitimos odiar a nós mesmos. Vemos que a dor que atravessamos é a culminância dos efeitos, a fruição de um carma passado. Os tibetanos costumam dizer que o sofrimento é 'uma vassoura que varre todo o nosso carma negativo'. Podemos até ser-lhes gratos porque um carma está chegando ao fim. Sabemos que a 'boa sorte', um fruto do bom carma, pode logo passar se não a usarmos bem, e a 'má sorte', o resultado do carma negativo, pode na verdade estar dando a nós uma maravilhosa oportunidade de evoluir.

Para os tibetanos, o carma tem um significidado realmente vivo e prático no seu cotidiano. Eles vivem de acordo com o princípio do carma, no conhecimento da verdade que contém, e essa é a base da ética budista. Eles o entendem como um processo justo e natural. O carma inspira neles, portanto, um sentido de responsabilidade pessoal em tudo o que fazem. Quando eu era jovem, minha família tinha um excelente empregado chamado A-pé Dorje, que gostava muito de mim. Ele era realmente um santo, e nunca fez mal a ninguém em toda sua vida. Sempre que, em minha infância, eu dizia ou fazia algo prejudicial, ele replicava gentilmente: 'Oh, isso não está certo'; desse modo, instilava em mim um profundo senso da onipresença do carma e um hábito quase automático de transformar minhas reações, caso algum pensamento nocivo me invadisse o coração.

É realmente tão difícil perceber o carma em ação? Não basta apenas olhar para trás em nossas vidas para ver com clareza as consequências de alguns de nossos atos? Quando aborrecemos ou ferimos alguém, isso não veio de volta contra nós? Não fomos deixados com uma amarga e negra recordação, e com as sombras da autodesaprovação? Essas recordações e sombras são o carma. Nossas hábitos e medos também provêm do carma, o resultado de ações, palavras e pensamentos que tivemos no passado. Se examinarmos nossas ações e tomarmos realmente consciência delas, veremos que há um padrão que se repete: sempre que agimos negativamente, isso resulta em dor e sofrimento; sempre que agimos positivamente, isso no final resulta em felicidade."

(Sogyal Rinpoche - O Livro Tibetano do Viver e do Morrer - Ed. Talento/Ed. Palas Athena, 1999 - p. 133/134)


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