OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAHA LILAH*

"E naquele dia, num espaço que não era espaço e muito além do tempo que nem existia, o Criador, o Absoluto que era Nada, acordou e resolveu brincar. 

Ele decidiu se multiplicar, tornar-se vários.

Colocou a si mesmo como regra que, uma vez em um corpo, ele esqueceria quem era. O objetivo da brincadeira seria tentar se lembrar de si.

E assim foi.

Transformou-se em homem, mulher, flores, animais. Em vários seres.

E elaborou um mundo só para si.

E se pôs a dormir.

Como homem e mulher, decidiu ser

Bom e mau.

Pintor e médico.

Eletricista e engenheiro.

Músico e encanador.

Professor e esportista.

Mendigo e rei.

Ele não se lembrava mais de quem era, mas cada ser multiplicado intuía que tinha poderes.

E construíam casas, pontes, parques.

Foram cada vez mais se esquecendo de sua origem e achavam realmente que eram quem eram.

Destruíam florestas, matavam, faziam guerras.

Morriam e voltavam desempenhando novos papéis.

Numa vida era professor, noutra rei.

Noutra mendigo, noutra soldador.

Em todas, esses personagens do Criador tinham alegrias, mas também sofriam.

E se cansavam.

Intuitivamente inventaram um deus, para quem pediam e com quem brigavam.

Eles se revoltavam, outras vezes amavam.

E quando se cansavam de sofrer, buscavam aquele algo que sentiam dentro de si como distante.

Era o Absoluto sentindo saudades de si mesmo.

E então buscavam, rezavam, meditavam, acendiam incensos, se contorciam em posições.

Jejuavam.

Dançavam em círculos.

Alguns assim achavam que chegavam mais próximo do que buscavam.

E chegavam. Porém, eles se identificavam tanto com isso, achando que o que buscavam estava longe e fora de si, que se perdiam igual.

Alguns, cansados disso também, começaram a prestar atenção no que faziam.

Não julgavam nada, apenas observavam o que faziam, o que sentiam, com uma curiosidade sem fim.

E, nessa atenção, o personagem inventado pelo Absoluto perdia a força.

E era então que aquele que pensava ser o que era parava, silenciava.

E nesse silêncio espontâneo, o Criador acordava.

Espiava pra si mesmo.

E de tão tolo e simples que era essa descoberta o ser gargalhava.

O Criador, no seu esconde-esconde, havia se redescoberto.

E fazia a dança cósmica da expansão e da alegria.

O jogo havia terminado."

* Termo hindi que significa “Suprema diversão; Grande brincadeira” 

Sílvia Correr
Jan./2012


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