OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


segunda-feira, 30 de novembro de 2015

SÁDHANA

"Sob o título de Sádhana, que significa caminho ou disciplina espiritual, procuro, respeitando os limites e fins desta obra, expor os mais interessantes ensinos do Yoga, que podem servir de profilaxia e cura filosófica - psíquica - moral.

Sádhana, como preventivo, é naturalmente, muito mais eficaz e compensador do que como método de curar. 

Em verdade, o sádhana não é ensinado pelos mestres e pelas escrituras da Índia como um tratamento para nervosos, mas como um método de alcançar a libertação (moksha). Seu fim é a fusão do jiva (ego ou alma individual em evolução) em Paramatman (alma universal).

Sádhana, como eu imagino para o nervoso, é apenas uma adaptação que visa à conquista da saúde, à restauração da paz e a uma razoável dose de felicidade para o ser humano vulgar e sofredor.

Sádhana é uma forma de viver orientada para o encontro da paz, da perfeição, da beatitude, da libertação. É caminho divinizante, que transforma em realidade todas as infinitas promessas que há em cada ser humano. É a evolução do ser, através do saber, do fazer e do amar sem egoísmo e, portanto, sem dissabor ou limitação."

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 141)


domingo, 29 de novembro de 2015

FELICIDADE

"Muitas vezes a chamada 'felicidade' não passa de sofrimento disfarçado. Você talvez goste de comer muito, mas a consequência poderá ser uma indigestão aguda ou uma dor de estômago. A melhor maneira de assegurar a felicidade não é permitir que prazeres sensuais ou maus hábitos o controlem, mas refrear com firmeza uns e outros. Assim como não poderia matar a sua própria fome dando de comer a outra pessoa, não encontrará a felicidade satisfazendo às exigências constantes dos sentidos.

O excesso de luxo, longe de gerar felicidade, afasta-a da mente. Não desperdice a maior parte do tempo procurando coisas que o façam feliz. Sinta-se sempre satisfeito, tanto na luta pela prosperidade quanto depois de obtê-la. Você poderá ser o Rei da Felicidade numa cabana ou viver torturado pela desgraça num palácio. A felicidade é um fenômeno exclusivamente mental. Primeiro, você deve implantá-la firmemente dentro de si mesmo e depois, com a infatigável resolução de ser sempre feliz, caminhar pelo mundo buscando saúde, prosperidade e sabedoria.

Encontrará mais felicidade se procurar o sucesso com uma atitude jovial do que se tentar satisfazer ao desejo de seu coração com uma mente sombria, não importa qual desejo seja esse." 

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, Como ser feliz o tempo todo - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 63)
ww.editorapensamento.com.br


sábado, 28 de novembro de 2015

A ENERGIA DA VONTADE-PODER

"Imagine Krishna guiando uma carruagem puxada por três cavalos fortes e potentes. Ele está segurando as rédeas e assim chega ao seu destino.

Essa imagem oferece a chave para começarmos a perceber o que é a energia da Vontade-Poder, ou energia do primeiro raio, aí representada por Krishna que, com as rédeas nas mãos, faz com que os cavalos conduzam a carruagem para onde ela deve ir. Essa energia sabe tudo o que se passa com os cavalos, aonde eles devem chegar e conhece, também as medidas exatas de seu potencial. Está ciente, ainda, do destino da carruagem, do caminho a ser percorrido, da velocidade para se atingir a meta e, por meio das rédeas, tem o controle dos cavalos. Krishna é símbolo do eu superior, da alma do homem, que tem Vontade-Poder em seu aspecto espiritual, transcendente. 

Os três cavalos que puxam a carruagem simbolizam os corpos físico, emocional e mental do homem. Nesta imagem eles aparecem fortes e correm harmoniosamente entre si, já que representam corpos sadios e alinhados, que desejam chegar à meta. A força que os impulsiona é o desejo.

Esclareça-se, a propósito, que este símbolo expressa uma diferença entre desejo e vontade, que é preciso salientar: se os cavalos não tivessem a rédea (a Vontade) que os conduz e os equilibra, controlando a velocidade e dirigindo-se para um lado ou para o outro, provavelmente não chegariam juntos, porque cada um seguiria o seu próprio ritmo, segundo seu desejo individual, e consequentemente não levariam a carruagem para a sua meta. A carruagem, por sua vez, equivale a nosso ser, que contém o eu superior, ligado por rédeas a três corpos: físico, emocional e mental. São eles que puxam a carruagem, levando-a para onde deve ir. 

Se conseguirmos visualizar essa cena. poderemos descobrir muitas coisas a respeito da vontade. Colocando-nos numa atitude amorosa e observadora, vamos perceber até que ponto somos cada um dos cavalos, ou os três trabalhando em conjunto; até que ponto estamos conscientes da carruagem que deve chegar a uma meta. Vamos ver, também, se nos sintonizamos com Krishna, que está guiando e segurando as rédeas, ou se preferimos levar a carruagem por conta própria. Podemos, assim, fazer um estudo da nossa própria situação atual.

Se refletirmos bem sobre os três cavalos alinhados e subordinados a uma rédea que está por trás deles, vamos contatar melhor esse símbolo universal, obtendo dele energia para o nosso equilíbrio. Se nos concentrarmos em Krishna, e o visualizarmos conduzindo os cavalos, segurando as rédeas e sabendo aonde quer chegar, estabeleceremos contato com um outro aspecto e realizaremos um alinhamento superior. Esse trabalho de imaginação criativa ajuda a descobrir as características da energia da Vontade-Poder, desconhecida dos cavalos, ou seja, de nós. O físico, o emocional e o mental têm desejos, não vontade. Os cavalos querem chegar à meta, mas sozinhos não saberiam como fazê-lo, pois não conhecem o caminho e não têm consciência da dimensão das próprias forças. Dificilmente chegariam juntos sem se perder uns dos outros; e, no entanto, a carruagem, para seguir viagem, necessita dos três, juntos e alinhados."

(Trigueirinho - A energia dos raios em nossa vida - Ed. Pensamento, São Paulo, 1995 - p.21/22



sexta-feira, 27 de novembro de 2015

SIGA O SADHANA DO GURU

"O sadhana ensinado por nosso gurudeva, Paramahansa Yoganada, mostra-nos como aplicar o 'Caminho Óctuplo da Yoga" delineado pelo sábio Patânjali. Vem primeiro yama-niyama, os preceitos morais e espirituais que todos os seres humanos precisam seguir a fim de levar uma vida em harmonia com a lei divina. Depois, vem asana ou postura correta para meditação, com a coluna vertebral ereta. O asana correto é importante para impedir que o corpo distraia a mente enquanto ela procura ir em direção a Deus. 

A seguir vem pranayama, ou controle da força vital, que é necessário para que a respiração não mantenha a consciência amarrada ao corpo. Logo depois, a interiorização da mente, ou pratyahara, que nos liberta das distrações mundanas que nos chegam através dos cinco sentidos. Então, estamos livres para a concentração e a meditação, dharana e dhyana, que levam ao samadhi: a experiência superconsciente da união com Deus.

O Senhor não tem prediletos; Ele ama a todos igualmente. O sol brilha da mesma forma no carvão e no diamante, contudo o diamante recebe e reflete a luz. Quase todas as pessoas têm mentalidade semelhante ao 'carvão'; eis por que pensam que Deus não as abençoa. O amor e as bênçãos estão aí; o homem só precisa recebê-los. Por meio de bhakti, ele pode transformar sua consciência em mentalidade diamantina para receber e refletir plenamente o amor e a graça de Deus. Então, terá paz e satisfação em sua vida. Mesmo uma pequena meditação e amor sincero por nosso Criador Divino trarão paz aos corações dos homens, e consequentemente as condições do mundo irão realmente melhorar. 

Ao oferecer a devoção de nossos corações ao guru e ao receber dele, em troca, o amor divino e a amizade incondicionais, aprendemos o que é amar a Deus sinceramente. O guru desperta dentro de nós o verdadeiro amor por Deus, e nos ensina de que maneira amá-Lo."

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 179/180)


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

ARREPENDIMENTO REDENTOR

"É frequente encontrar-se alguém que andou errando, se corrompendo e degradando nos descaminhos do mundo, a expressar-se nestes termos: 'Tenho até vergonha e medo de Deus. Perdido por um, perdido por mil. Deus não pode querer nada comigo...' É um tremendo erro, fruto de desinformação.

Há redenção para quem sincera e definitivamente se arrepende, se converte, e, humildando-se e amando, se entrega a Deus e agora O deseja acima de tudo, com toda força de seu ser. Muitos dos verdadeiramente arrependidos não chegam a se dar conta de quanto sua conversão alegra o Senhor. (...) Mas, muito além de tudo, procure escutar a voz de Cristo, o mahaguru, a repetir milhões de vezes:
Os sãos não precisam de médicos, mas sim os enfermos; não vim chamar os justos, mas os pecadores. (Mc 2:17)
Como se vê, nunca é tarde demais. Ninguém se sinta excluído. O absolutamente essencial é o que, na terminologia do Yoga, tem o nome de vairagya, que se traduz por des-apaixonar-se pelo que antes era tentador; renunciar ao que antes tinha grande valor; trocar a 'di-versão' mundana pela 'com-versão' a Deus; cambiar radicalmente a escala de valores; optar irreversivelmente pelo caminho redentor. Sem esta mudança na mente, que os filósofos gregos denominavam metanóia, o processo de re-ligação a Deus não tem como começar, e tudo que se fizer a título de religião é infrutífero e até hipócrita."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1996 - p. 87)
www.record.com.br


quarta-feira, 25 de novembro de 2015

MAHA LILAH*

"E naquele dia, num espaço que não era espaço e muito além do tempo que nem existia, o Criador, o Absoluto que era Nada, acordou e resolveu brincar. 

Ele decidiu se multiplicar, tornar-se vários.

Colocou a si mesmo como regra que, uma vez em um corpo, ele esqueceria quem era. O objetivo da brincadeira seria tentar se lembrar de si.

E assim foi.

Transformou-se em homem, mulher, flores, animais. Em vários seres.

E elaborou um mundo só para si.

E se pôs a dormir.

Como homem e mulher, decidiu ser

Bom e mau.

Pintor e médico.

Eletricista e engenheiro.

Músico e encanador.

Professor e esportista.

Mendigo e rei.

Ele não se lembrava mais de quem era, mas cada ser multiplicado intuía que tinha poderes.

E construíam casas, pontes, parques.

Foram cada vez mais se esquecendo de sua origem e achavam realmente que eram quem eram.

Destruíam florestas, matavam, faziam guerras.

Morriam e voltavam desempenhando novos papéis.

Numa vida era professor, noutra rei.

Noutra mendigo, noutra soldador.

Em todas, esses personagens do Criador tinham alegrias, mas também sofriam.

E se cansavam.

Intuitivamente inventaram um deus, para quem pediam e com quem brigavam.

Eles se revoltavam, outras vezes amavam.

E quando se cansavam de sofrer, buscavam aquele algo que sentiam dentro de si como distante.

Era o Absoluto sentindo saudades de si mesmo.

E então buscavam, rezavam, meditavam, acendiam incensos, se contorciam em posições.

Jejuavam.

Dançavam em círculos.

Alguns assim achavam que chegavam mais próximo do que buscavam.

E chegavam. Porém, eles se identificavam tanto com isso, achando que o que buscavam estava longe e fora de si, que se perdiam igual.

Alguns, cansados disso também, começaram a prestar atenção no que faziam.

Não julgavam nada, apenas observavam o que faziam, o que sentiam, com uma curiosidade sem fim.

E, nessa atenção, o personagem inventado pelo Absoluto perdia a força.

E era então que aquele que pensava ser o que era parava, silenciava.

E nesse silêncio espontâneo, o Criador acordava.

Espiava pra si mesmo.

E de tão tolo e simples que era essa descoberta o ser gargalhava.

O Criador, no seu esconde-esconde, havia se redescoberto.

E fazia a dança cósmica da expansão e da alegria.

O jogo havia terminado."

* Termo hindi que significa “Suprema diversão; Grande brincadeira” 

Sílvia Correr
Jan./2012


terça-feira, 24 de novembro de 2015

O JUGO DE CRISTO

"Jesus, o grande Mestre de Yoga, uma vez exortou os discípulos para que aceitassem seu santo 'jugo', como condição de se libertarem de suas cargas e fadigas existenciais.
Vinde a Mim todos os fatigados e sobrecarregados, e Eu vos repousarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim... porque meu jugo é benéfico e meu fardo é leve. (Mt 11:29)
Noutra oportunidade, conforme ouso inferir, indiretamente enfatizou mais uma vez a necessidade do santo 'jugo' ou samadhi, ao demonstrar a vulnerabilidade de qualquer sistema, quando dominado por viadhi, isto é, por conflitos internos:
Se um reino se dividir contra si mesmo, esse reino não pode subsistir. Se uma casa se dividir contra si mesma, essa casa não pode permanecer. (Mt 12:25)
O reino ou a casa representa cada um de nós, 'normalmente' fragmentados por dentro, portanto desprotegidos contra e entropia ou viadhi.

Como pode ser visto, o jugo do Cristo, benfazejo e suave, tem o mágico poder de aliviar a carga e a fadiga de cada ser humano, consequentemente da sociedade que constituímos.

Tudo que integre o homem em si mesmo, tudo que unifica os homens entre si, tudo que re-ligue o homem a Deus pode ser chamado Yoga, o jugo do Senhor."

(José Hermógenes - Iniciação ao Yoga - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1996 - p. 30/31)


segunda-feira, 23 de novembro de 2015

CUIDADO COM AS TURBULÊNCIAS DOS SENTIDOS

"(2:60) Ó Filho de Kunti (o poder de alhear-se das paixões), Arjuna, até o homem sábio, que cultiva o autocontrole, pode às vezes ser abalado pela turbulência dos sentidos. 

A nenhum devoto convém subestimar a força tremenda das tendências subconscientes. Seus tentáculos alcançam mais longe do que tudo o que a mente consciente possa perceber ou imaginar.

Paramhansa Yogananda advertia que, enquanto a consciência egóica persistir, não deve a pessoa considerar-se a salvo da ilusão: 'Lembre-se, você não estará seguro até atingir nirbikalpa samadhi.' Mesmo na etapa inferior de samadhi chamada sabikalpa o ego tem de retroagir de sua consciência infinitamente expandida para a percepção exterior. Portanto, quem atinge sabikalpa samadhi pode também falhar. Meu Guru me contou vários casos em que isso aconteceu: 'Sadhu, tome cuidado!', aconselhou certa feita o grande mestre Sri Ramakrishna a um discípulo, que logo depois se desviou do caminho espiritual. 

É bom atentar para o mínimo prurido de excitação no coração quanto se examinam os aspectos ilusórios. Esse pequeno movimento da energia deve ser visto como primeiro sinal de advertência. Um alvoroço no coração, por insignificante que seja, advertirá o yogue para calar imediatamente até mesmo a ideia de ilusão.

Maya é muito sutil. Jamais 'mexa com ela'. Você nunca terá certeza de poder vencê-la, tanto mais que o próprio discernimento com que pensa dar batalha já está infectado pelo vírus que dela provém."

(A Essência do Bhagavad Gita - Explicado por Paramhansa Yogananda - Evocado por seu discípulo Swami Kriyananda - Ed. Pensamento, São Paulo, 2006 - p. 124/125)
www.pensamento-cultrix.com.br


domingo, 22 de novembro de 2015

AS FACULDADES ESPIRITUAIS E AS TENTAÇÕES DAS INCLINAÇÕES FÍSICAS

"Todas as pessoas mundanas, moralistas, aspirantes espirituais e iogues - na condição de devoto - devem, todas as noites, antes de dormir, perguntar à intuição se foram suas faculdades espirituais ou as tentações de suas inclinações físicas que venceram as batalhas do dia:

  • entre os bons e os maus hábitos;
  • entre a temperança e a gula;
  • entre o autocontrole e a sensualidade;
  • entre o desejo honesto de ter o dinheiro necessário e a ambição desordenada pelo ouro;
  • entre a capacidade de perdoar e a ira;
  • entre a alegria e a aflição;
  • entre a atitude rabugenta e a atitude aprazível;
  • entre a benevolência e a crueldade;
  • entre o altruísmo e o egoísmo;
  • entre a compreensão e o ciúme;
  • entre a bravura e a covardia;
  • entre a confiança e o temor;
  • entre a fé e a dúvida;
  • entre a humildade e o orgulho;
  • entre o desejo de comungar com Deus na meditação e a urgência inquieta das atividades mundanas;
  • entre os desejos espirituais e os desejos materiais;
  • entre o êxtase divino e as percepções sensórias;
  • entre a consciência da alma e o egotismo."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 52)
http://www.omnisciencia.com.br/a-yoga-do-bhagavad-gita/p



sábado, 21 de novembro de 2015

CONTENTAMENTO

'Sabe? Uma das maiores causas de tensão é uma doença que eu denomino 'aquisitite', isto é, a ânsia de adquirir mais e mais coisas. É gerada por um microbiozinho que, dentro da mente, vive a exigir 'compra mais; compra isto; adquire aquilo; está te faltando tais e tais coisas; ainda não tens o último long-play de Fulaninho; a moda já não é mais esta, é outra; precisas ir ver tal filme; ainda não fumaste o novo king size; todos já têm o novo modelo, menos tu; ainda não provaste o novo sorvete...'

A maior transmissora do micróbio do desejo é a potente máquina da propaganda moderna. O ambiente propício ao desenvolvimento maior do micróbio da 'aquisitite' é a sociedade consumista.

Bem, você agora está avisado quanto à 'doença'. Previna-se.

O remédio mais eficiente para a profilaxia da 'aquisitite' é o bendito contentamento. Outro recurso de prevenção é resistir à manipulação da propaganda, e para isto, tenha a coragem de ser diferente e indiferente.

Sou rico porque estou contente.
Só preciso de Teu Amor, Senhor." 

(Hermógenes - Deus investe em você - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1995 - p. 132/133)


sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O MEDO NÃO PODE ENTRAR EM UM CORAÇÃO TRANQUILO

"O medo é outra forma de estática que afeta seu rádio mental. Como os bons e os maus hábitos, o medo tanto pode ser construtivo quanto destrutivo. Por exemplo, quando uma esposa diz: 'Meu marido não vai gostar se eu sair esta noite, portanto, não irei', ela é motivada pelo temor afetuoso, que é construtivo. O temor afetuoso é o medo servil são diferentes. Refiro-me ao temor afetuoso, que torna prudente a pessoa que não quer ferir outra sem necessidade. O medo servil paralisa a vontade. Os membros de uma família deveriam cultivar apenas o temor afetuoso e jamais recear dizer a verdade uns aos outros. Realizar ações gentis, ou sacrificar seus próprios desejos por amor a outra pessoa é muito melhor do que fazê-lo por temor. E quando você se recusa a transgredir as leis divinas, deve fazê-lo por amor a Deus, não por medo do castigo.

O medo vem do coração. Se alguma vez você se sentir dominado pelo medo de alguma doença ou acidente, deve inspirar e expirar profunda, lenta e ritmicamente várias vezes, relaxando a cada expiração. Isso ajuda a normalizar a circulação. Se o coração estiver realmente calmo, você não sentirá medo nenhum.

A consciência da dor desperta a ansiedade no coração; por isso, o medo depende de alguma experiência prévia - talvez um dia você tenha caído e quebrado a perna, e daí aprendeu a temer a repetição dessa experiência. Ao permitir que semelhante apreensão o domine, a vontade e os nervos paralisam-se, e você pode realmente cair outra vez e quebrar a perna. Além disso, quando o coração fica paralisado de medo, sua vitalidade diminui, dando aos germes nocivos a oportunidade de invadir seu corpo."

(Paramahansa Yogananda - E Eterna Busca do Homem - Self-Realization Fellowship - p. 93/94)


quinta-feira, 19 de novembro de 2015

A ARTE DE REZAR

"Nós sabemos que a quase totalidade das rezas se perde nos vãos das igrejas ou dos quartos de dormir em todos os cantos da Terra. Rezar é uma arte, tão sutil quanto meditar. O que é rezar senão a procura de Deus? (...)

O uso do Terço ou do Rosário vem do início das religiões. O Terço é encontrado em todas elas. O Terço é como um gabarito para que não se perca o cunho da reza. Se alguém deve rezar 30 Padres-Nossos e 30 Ave-Marias, vale-se do Terço ou do Rosário para não se perder. Cada Padre-Nosso rezado é uma conta avançada que fica para trás. Com o uso do Terço a reza ficou mecânica, automática, sem sentimento. Se o Terço é um gabarito, é o caso de se pensar que o fiel religioso não é obrigado a rezar mais ou menos um Padre-Nosso ou uma Salve-Rainha. Isso significa mais manifestação de automação ou de macanicidade. As rezas programadas e decoradas estão na mesma linha da mecanicidade, portanto alheias ao sentimento e por isso inócuas quanto aos objetivos. (...)

Sempre que procurar Deus, dê-se conta de que Ele está bem pertinho de você, na casa D'Ele, em você, no lugar que você já conhece de sobra - seu Kama Rupa - A Casa de Deus no Homem.

Portanto, quando tiver de procurar Deus, achando que é pela reza sua maneira mais efetiva de encontrá-lo, tome algumas providências básicas: Isole-se - concentre-se - pronuncie sua própria oração com palavras ou pensamentos que vai você arrancar do fundo da sua alma. Seja sincero. Se sentir Vontade, chore com sinceridade e à Vontade. Faça com que sua tristeza, que é real, chegue a Ele lá no fundo onde se encontra dormindo. Sua reza franca e sentida vai despertá-Lo e Ele virá em seu socorro desde que você mereça ser socorrido. Não reze em vão, sem necessidade, por falsidade, pois a Lei do Carma está à sua espreita em cada um dos seus movimentos ou atitudes. (...)"


(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 178/179)

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

O HOMEM QUE EXIBE SUA RELIGIÃO NÃO TEM RELIGIÃO NENHUMA

"Quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; pois eles desfiguram o rosto para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto;
Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em oculto; e teu Pai, que vê em oculto, te recompensará publicamente. 

Um provérbio hindu adverte: 'Cuidado com coisas assim: homem que usa uma folha sagrada na orelha, que é reservado e não diz absolutamente nada, que não consegue guardar segredo e fala demais; cuidado com a mulher que usa véu duplo e água de lagoa coberta de espuma.' Noutras palavras, cuidado com aquilo que é diferente do que parece. O homem que exibe sua religião não tem religião nenhuma. Se uma pessoa anela sinceramente pela visão de Deus, ela será recompensada pelo Pai 'que vê em oculto', pelo Senhor que habita no mais íntimo do coração. Tal pessoa, encontrando a religião dentro de si, será humilde demais para manifestá-la exteriormente: ela a guarda inviolável no seu íntimo.

Além disso, espiritualidade e tristeza não andam juntas. A psicologia iogue explica que a prática das disciplinas religiosas purifica a mente. E a mente purificada - segundo lemos num dos aforismos do Patanjali - perde toda a letargia e melancolia (tamas) e firma-se no contentamento (sattva). Comentando este aforismo, disse Swami Vivekananda:

'O primeiro sinal de que se está tornando religioso é sentir-se contente. Quando uma pessoa está melancólica, isso pode ser dispepsia, mas não é religião. Um sentimento agradável é a natureza de sattva. Tudo é agradável ao homem sáttvico, e quando chega esta esperança, é sinal de que se está progredindo na ioga. ... Para o iogue, tudo é bem-aventurança; cada face humana que ele vê traz-lhe contentamento. Isso é sinal de uma pessoa virtuosa. A miséria é provocada pelo pecado e por nenhuma outra causa. O que se pretende com semblantes sombrios? ... Se você estiver com o rosto carrancudo, não saia de casa nesse dia; feche-se no quarto. Que direito tem você de levar essa perturbação pelo mundo afora?"

Deus é amor e bem-aventurança - o extremo oposto da tristeza. O homem que conserva sua mente em Deus será inundado de alegria. Lemos num breviário monástico: 'Bebamos alegres a embriaguez sóbria do Espírito!""

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 106/108

terça-feira, 17 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (PARTE FINAL)

"A quarta Lei Básica de Deus chama-se Lei de Antakharana, ou seja, Lei da Tramitação ou Lei da Ponte. Tudo que chega ou sai de nós o faz por um veículo que passa por uma ponte. É a Lei da Tramitação, um meio de comunicação, um caminho, uma estrada, uma carta, um anúncio, um telefonema, uma comunicação verbal, um livro. Tudo que de nós sai passa por uma ponte, por um caminho, por uma estrada, seja de viva voz ou por um veículo de comunicação, como uma carta, um anúncio, um livro. Ponte, via de comunicação; Carta, conteúdo de comunicação. É a Lei que usa os sentidos e d'Eles se aproveita para atingir seus objetivos. Ela dá o direito de avaliar a maneira como recebeu a mensagem, ouviu, viu ou leu. Dá a cada um o direito de dizer, falar ou escrever a sua maneira. O céu está cheio de nuvens negras é um anúncio e mensagem de Antakharana de que vem mau tempo. O veículo foi o Céu, a mensagem foram as nuvens escuras. A Lei de Antakharana estabelece que a qualidade da ponte define a do veículo, do ônibus, da mídia e, implicitamente, a da resposta. Dizer algo com franqueza brutal é uma qualidade de tramitação. Dizê-lo rindo é outra coisa.

Um anúncio em cores tem, supostamente, melhor qualidade que outro em preto e branco. Isso quer dizer que o Homem, antes de falar, de se comunicar, de mandar o emissário, de escrever uma carta, de publicar um anúncio, de atravessar a ponte, enfim, será potencialmente mais bem-sucedido se adotar cuidados especiais, ensejando que o Antakharana empregado não vá lhe trazer de volta, pelo mesmo caminho, pela mesma ponte, por uma ponte lateral ou vicinal, pelo mesmo veículo, pelo mesmo princípio usado, um teor que venha em seu prejuízo, ou seja, um Antakharana pior que o inicial. A Lei de Antakharana estabelece que, por uma ponte tanto pode passar o perigo, o invasor, como o carro de mel, o cesto de flores, a carga de alimento ou o pote de fel. A ponte é o meio onde os veículos de todas as naturezas passam para chegar ao seu destino. Uma vez iniciada a travessia da ponte, ela tem de ser terminada; não haverá pior solução do que ficar ou parar no meio. Se isso ocorrer, a magia de Antakharana faz com que a ponte se encolha tal no exato lugar onde o Homem parou. O princípio da Tramitação não deve ser interrompido porque, se isso ocorrer, simplesmente não existiu, o que é óbvio. O Antakharana virtual é o Jornal que circula, a televisão que mostra, a estação de rádio que transmite, a ponte sobre o rio, o sorriso brejeiro de uma mulher bonita, a carta simpática de um homem de negócios, a arrogância de um balconista. Como toda ponte, o Antakharana é constituído de qualidade e quantidade. Tem, pois, peso e feição. Encerra em si mesmo os princípios básicos da comunicação - ética/lógica/estética - em proporções e formas que compete ao condutor que atravessa o Antakharana estabelecer, podendo cada um desses princípios transformar-se ou não em antagônicos. Justamente por força dessa qualidade e dessa quantidade podem chegar à ética, ao ilógico e ao antiestético. (...)

São quatro, portanto, as Leis do Código de Deus que regulamentam o Código de Comportamento do Homem na sua existência em seu habitat, a Terra. Essas Leis, apenas quatro, abrangem todas as situações relacionadas com o comportamento do Homem, com seu padrão de atitude, com seus atos, ações e reações. Seja qual for a posição ou a situação que se apresente na face da Terra, ela estará invariavelmente implícita numa ou mais dessas Leis de Deus."      

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 35/36)

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (3ª PARTE)

"A terceira Lei Básica de Deus é a Lei de Ahankara ou Lei da Contraposição. Essa Lei Básica de Deus não surgiu com o Homem. Ela sempre existiu, aplicada ao princípio natural de Deus Primordial, mas foi com o advento do Homem e a aplicação ao seu comportamento que ela ganhou Universalidade. Na primeira versão, a velha árvore da floresta era contestada pelo meio em que se situava, pois já não produzia frutos, não oferecia sombras. O solo em que estava começou a se contrapor - Lei de Ahankara - tornando-se ácido. Os micro-organismos tentaram destruí-la, até que ela tombou e foi totalmente devorada pelas criaturinhas do chão e do húmus. Ao apodrecer, transformou-se em mais húmus para servir de alimento às futuras plantas que ali medrassem. Em seu lugar surgiram árvores novas, produtoras, úteis. Aplicou-se, assim, no princípio natural, o lado positivo da Lei de Ahankara. Destruir para construir melhor. Se contrapor para não estagnar e portanto melhorar. Constrói-se um prédio novo, após termos derrubado um velho. Anula-se uma velha lei humana já sem aplicação e em seu lugar edita-se uma nova e moderna para facilitar o progresso. 

A Lei de Ahankara é a responsável pelo movimento pendular. O pêndulo da existência terá que continuar, pois se cessar a vida se acaba. Voltaríamos àquele estado anterior à grande explosão. Só a Lei de Ahankara consegue manter o meio social em constante progresso, pois com ela não existe acomodação. Não existe aceitação em primeira mão. A lei da Ahankara seria o princípio social da esquerda política sem que a direita política venha a significar razão, pois a direita também obedece a Lei de Ahankara. A Lei de Ahankara é a explosão que se manifesta pela mistura inadequada de partículas químicas antagônicas. A Lei de Ahankara é o galho que se quebra sob o peso de quem não devia lá estar. É a Lei do inconformismo. É a Lei do movimento incansável. É a Lei do querer sempre mais. É a Lei que catalisa os fatores que promove o Progresso. É a Lei que agasalha o mal para este se contrapor ao Bem. É a Lei que se faz de Diabo para os desprovidos do Conhecimento. É a Lei que promove a guerra e esta colabora no equilíbrio populacional. (...)

Foi pelo impulso ocasionado por essa Lei Divina que os governantes resolveram criar as Constituições de suas pátrias, as mesmas contra as quais Jesus Cristo se rebelou por se revestirem de injustas normas do judaísmo e por isso se valeu de sua missão messiânica, reformadora. E os governantes se deram conta de que as Constituições seriam, por natureza e estrutura, o lado inflexível das disposições que se desejam rígidas para nortear o estabelecimento de seu Poder Ahanakara, portanto de feições eterna ou quase eternas.

E, após o exemplo de Cristo, o mundo praticamente se calou diante do império da Vontade pessoal, do interesse dos congressistas, como os do mundo moderno. Estes não sabem ou ignoram de propósito que a Constituição deve nortear o espírito das leis e aperfeiçoar a qualidade do Estado. Ignoram de propósito que as leis devem, uma vez norteadas pela Constituição, ser flexíveis e revogáveis para atender às necessidades do povo e aos objetivos da Nação. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 34/35)


domingo, 15 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (2ª PARTE)

"A segunda Lei do Código de Deus é a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação. É também conhecida como Lei de Manas-Budhi. Dá no mesmo. Essa Lei define a verdade de que tudo e todos se subordinam entre si ou a alguém ou a alguma coisa e que também nos subordinamos a nós mesmos. Nossa primeira subordinação e a Deus-Mahat - Deus Verdade. Se somos obedientes a Ele e a Seu Código, tudo tende a andar normalmente e sem maiores problemas. Obedecer não é temer. Obedecer é anuir com o Sistema, é aceitar a disciplina e a ordem. Somos subordinados aos pais, às plantas que fornecem alimentos, aos chefes e também a certas situações. Por sermos subordinados a Deus-Mahat - Deus Sistema, o somos automaticamente à moral, à ética, à dignidade, à Lógica, à Justiça, ao dever. Somos subordinados a quem devemos alguma coisa, seja dinheiro, coisas ou favor.

Ser  subordinado não significa estar por baixo e sim ser parte irremovível e interdependente de um Sistema que nos leva a subordinar alguém ou alguma coisa e a sermos subordinados a alguém ou alguma coisa. Somos subordinados às Leis, à Pátria e a tantas outras coisas mais. Mas não devemos esquecer que também somos subordinados a nós mesmos, ao nosso Ego, à nossa individualidade, daí termos que observar a capacidade de ser subordinados e a arte de também sabermos subordinar. Identificar os predicados dessa Lei Divina é ser acima de tudo Saptaparna? O Homem - o eleito e preferido por Fohat, a Divina Providência. É ser racional e ter consciência de que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. Sentir e entender a Lei de Átman-Budhi ou Lei da Subordinação é sentir que é parte irremovível do Sistema Deus Verdade. (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 33/34)

sábado, 14 de novembro de 2015

AS 4 LEIS DO CÓDIGO DE DEUS (1ª PARTE)

"Quando os rishis definiram o Código de Deus, este ficou para sempre inalterado. É tão definitivo que mesmo o Ocidente, quando d'Ele tomou conhecimento, não ousou alterá-lo. Suas 4 Leis básicas, simples e claras, nortearam e ainda norteiam todos os outros códigos. (...)

A Lei do Carma - ou Lei da Interdependência - estabelece que toda ação gera uma reação proporcional. Quem com ferro fere com ferro será ferido. Um sorriso por um sorriso. Um dente por um dente. Um olho por um olho. O Carma não é uma Lei de punição, pois Deus não pune ninguém. Ele apenas deixou suas Leis e estas leis causam a autopunição se forem infringidas. o Carma, a primeira Lei básica de Deus, estabelece que tudo chega a alguém, ou alguma coisa, com um nível de qualidade e de quantidade e sai desse alguém, ou dessa coisa, como resultado da sua chegada e da sua transformação laboratorial, também com um nível de qualidade e quantidade, e com ou sem fator agregado. Sai desse alguém para alcançar outro com uma intensidade qualitativa e quantitativa proporcional à qualidade e à quantidade de ação inicial. O 'saldo' deixado como resultado da ação e da reação é o resíduo cármico que cada um deve carregar para descarregar, curar, purgar ou simplesmente entesourar. É um saldo que tanto pode ser negativo como positivo. A Lei do Carma é como um livro caixa. Entram e saem de um lado e de outro as boas e más ações. Um balanço dessas saídas e entradas define o valor do saldo do seu Carma. Uns têm um alto saldo bom, outros, o contrário. Uns observaram a Lei do Carma, via Código do Comportamento, já outros ignoraram essa Lei Divina. A Lei do Carma mostra que nós e os outros dependemos mutuamente uns dos outros. 

No lar, no trabalho, nas forças armadas, a constância é a mesma. É a interdependência estrutural, uma lei adaptada pelos homens a partir de uma Lei Divina. É a Lei do Carma que anula os conceitos de importância emitidos pelo Homem. O limpador de ruas é tão importante quanto o Governador, pois sem aquele a cidade se afoga no lixo e o Governador será caçado pelo povo, já que o Sistema exige limpeza e não sujeira. Portanto, Governador, Povo e Limpador são interdependentes, nivelados quanto aos conceitos de importância, mas desnivelados no que se refere às responsabilidades de cada um. A arrogância é um ilícito que fere a Lei do Carma, assim como um sorriso sincero é um benefício valioso à progressão positiva dessa Lei. Não existe causa sem efeito nem efeito sem causa. É também a Lei que disciplina a Ação e fiscaliza a Reação de efeito coletivo, pois a Lei do Carma não se aplica apenas a uma pessoa, mas a um grupo, a uma empresa, a uma cidade e até a uma nação. Israel não estaria carregando um Carma Coletivo, até nossos dias, só porque em passado remoto destruiu populações inteiras, usando o nome de Deus para ocupar suas terras? Será que os palestinos, em nome dos seus ideais, não estarão formando um Carma coletivo conseguido por suas ações terroristas contra a humanidade? E o Carma Coletivo gerado pela Inquisição do Santo Ofício dos católicos que imolou pelo fogo cerca de 32 mil inocentes na Idade Média? Será que um dia a Igreja Católica também não terá que responder por esse seu débito cármico? (...)"

(Sagy H. Yunna - Um Iogue na Senda de Brian Weiss - WB Editores, São Paulo - p. 32/33)


sexta-feira, 13 de novembro de 2015

NÓS MESMOS NOS PUNIMOS

"Vivendo de maneira errada, criamos um inferno físico e mental pior que aquele que as pessoas vingativas imaginam para seus desafetos após a morte. Vivendo de maneira correta, criamos dentro de nós um lugar ainda mais aprazível que o paraíso que imaginamos para nós mesmos depois de morrer.

O homem, preso à ilusão, atribui ao Deus amantíssimo um espírito rancoroso que engendra infernos e purgatórios. Deus, em sua infinita bondade, está sempre conclamando as almas a voltar a Seu eterno reino de Bem-aventurança. Mas as almas, fazendo mau uso da liberdade que o Pai lhes concedeu, afastam-se Dele e caem prisioneiras do sofrimento, punindo a si mesmas por obra de seu próprios erros.

A ideia de um paraíso eterno é verdadeira, embora os homens a concebam de maneira muito limitada. Fomos feitos à imagem e semelhança de Deus e, ao término de uma longa série de encarnações - após vaguear demoradamente, movidos por desejos materiais -, encontraremos o Pai celestial à nossa espera. Seus filhos pródigos serão então abençoados com uma felicidade imorredoura e sempre renovada. Todavia, a ideia de uma danação eterna para almas feitas à imagem de Deus é insustentável; deveria ser banida de vez como fruto da mente supersticiosa do homem."

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  Karma e Reencarnação - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 19/20)
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