OBJETIVOS DO BLOGUE

Olá, bem-vindo ao blog "Chaves para a Sabedoria". A página objetiva compartilhar mensagens que venham a auxiliar o ser humano na sua caminhada espiritual. Os escritos contém informações que visam fornecer elementos para expandir o conhecimento individual, mostrando a visão de mestres e sábios, cada um com a sua verdade e experiência. Salientando que a busca pela verdade é feita mediante experiências próprias, servindo as publicações para reflexões e como norte e inspiração na busca da Bem-aventurança. O blog será atualizado com postagens de textos extraídos de obras sobre o tema proposto. Não defendemos nenhuma religião em especial, mas, sim, a religiosidade e a evolução do homem pela espiritualidade. A página é de todos, naveguem a vontade. Paz, luz, amor e sabedoria.

Osmar Lima de Amorim


terça-feira, 31 de março de 2015

COMO REMOVER OS BLOQUEIOS PARA CHEGAR A NÍVEIS MAIS PROFUNDOS DE CONSCIÊNCIA (PARTE FINAL)

"(...) A tendência de nossa época, especialmente no Ocidente, tem sido tentar separar o universo e suas criaturas de Deus. Atualmente, porém, vemos que muitas pessoas tentam sair da rotina do pensamento materialista; elas buscam, novamente, as experiências metafísicas mais profundas dos místicos dos tempos antigos. Infelizmente, é comum que erroneamente suponham que, ao sair das antigas e enganadoras rotinas, não cairão em novas. Mas caem. Por exemplo: há quem tente explorar os mundos interiores por meio das drogas, que só servem para confundir a mente e distorcer a compreensão do que é real ou irreal. Outros ficam fascinados pela hipnose, pela mediunidade ou por outros métodos de atingir passivamente estados alterados de consciência. Todas essas coisas contêm perigosas ciladas; todas levam os praticantes a entrar numa nova série de rotinas mentais. O único meio de evitar as ansiedades deste mundo é ancorar-se em Deus. Então, você não estará atormentado, e sim solidamente ancorado! 

A mente é um mundo maravilhoso, cujos poderes devem ser investigados, mas com os meios adequados. O verdadeiro buscador espiritual segue o caminho correto - a meditação ensinada por alguém que conheça Deus - e jamais perde o contato com a realidade, com o bom senso ou com as eternas leis da verdade." 

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 55/56)


segunda-feira, 30 de março de 2015

COMO REMOVER OS BLOQUEIOS PARA CHEGAR A NÍVEIS MAIS PROFUNDOS DE CONSCIÊNCIA (1ª PARTE)

"Como instrumento para canalizar o poder de Deus, a mente é ilimitada; quero enfatizar isso para todos, como Paramahansaji fazia para nós que convivíamos com ele. (...) Há muitos anos ele nos disse (e os psicólogos de hoje certamente concordarão) que a preocupação, a tensão nervosa e o medo, quando crônicos, e também as outras emoções negativas - culpa, ódio, inveja, amargura - bloqueiam os canais por onde fluem, dos níveis mais profundos da consciência, a sabedoria e a cura. As pessoas ficam tão tensas e ansiosas com seus problemas que acabam emocionalmente traumatizadas.

Portanto, quando tivermos tentado o possível e o impossível para resolver um problema e nada parece adiantar, o curso de ação mais sábio é simplesmente este: relaxe. Pare de tentar lidar com o problema usando os limitados recursos humanos da mente racional, que é o que o levou até o presente estado de frustração e tensão. Entregue o problema ao Divino com cem por cento de fé e confiança. Em outras palavras, 'entrega teu caminho a Deus e tudo o mais Ele fará'.

Não é isso o que as escrituras de todas as religiões ensinam? Empenhe-se em entregar totalmente a Deus o coração, a mente, a vida. Isso começará a remover os bloqueios mentais que lhe dão a consciência de estar separado Dele. Assim, você descobrirá que o poder de Deus flui para você de um modo grandioso. Os pensadores criativos, os inventores, as pessoas que realizam feitos extraordinários de força em momentos de emergência, os santos que comungam com Deus - todos os seres humanos bem-sucedidos - aprenderam, em maior ou menor grau, a canalizar esse reservatório divino interior, a fonte única da inspiração e do poder criativos. 

Os psiquiatras diriam que essas qualidades moram na mente 'insconsciente'. Talvez não usem a palavra Deus, pois a ciência analisa tudo em termos de leis naturais. Mas não se pode separar Deus de Suas leis. Independentemente da terminologia utilizada, todos os que investigam com suficiente profundidade descobrem a semelhança entre os princípios científicos que governam o universo - inclusive o corpo e a mente do ser humano - e as verdades afirmadas ao longo das eras pelos profetas que conheceram a Deus. Toda ciência que negue a existência dessas verdades espirituais ainda não possui compreensão plena do que estuda. Na verdade, não existe conflito entre o instrutor espiritual que diz 'Tenha fé em Deus' e o psiquiatra que recomenda: 'Busque os recursos interiores da mente inconsciente'. É quando contatamos os níveis mentais mais profundos que começamos a perceber Deus. (...)"

(Sri Daya Mata - Intuição: Orientação da Alma para as Decisões da Vida - Self-Realization Fellowship - p. 53/55)


domingo, 29 de março de 2015

INTERPRETAÇÃO DO CARMA

"Como percebe-se bem, o Carma não pode ser compreendido integralmente.

A solução de todos os problemas cármicos foge à compreensão comum; podemos, entretanto, ter uma ideia aproximada.

Como assinala bem Leadbeater, não basta, e mesmo é inútil, qualquer conhecimento que não seja profundo, em Teosofia.

Temos um exemplo frisante na teoria cármica.

O seu conhecimento incompleto faz muita gente pensar que não deve ajudar-se o próximo em aflição, ou procurar mitigar o seu sofrimento, porque são condições cármicas e ele está esgotando o seu carma.

Ora, ponhamos o problema em outros termos.

O próximo está em aflição; em primeiro lugar, o bom senso manda que o socorramos.

Se o socorremos, é porque estamos em situação de socorrê-lo.

Em segundo lugar, sabemos, por acaso, se esta situação não é determinada por velhos laços cármicos, que nos estão proporcionando ocasião de resgatar uma antiga dívida?...

Se o nosso esforço foi improdutivo aparentemente, não deixaremos de fruir benefícios pessoais, pois o bem reverte a quem o faz.

A nossa atitude deve ser sempre ativa, de luta, de reação, no bom sentido e não passiva.

Carma não é fatalidade.

E a significação literal da palavra Carma é AÇÃO." 

(Alberto Lyra – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 67/68)


sábado, 28 de março de 2015

DESTINO E LIVRE-ARBÍTRIO

"Os Senhores do Carma dão, por assim dizer, os utensílios, a oficina, para o operário trabalhar.

A qualidade dos utensílios, a natureza da oficina, a maior ou menor facilidade, portanto, que ele terá para fazer o trabalho, não dependem diretamente dele (indiretamente sim, porque são consequências de vidas passadas) - é o Destino - como vulgarmente se fala. 

Mas, dele dependerá a produção.

Poderá dedicar-se, esmerar-se e apresentar, no final, uma obra proveitosa e bela; mas poderá não fazer coisa alguma ou expor um trabalho inestético ou inútil.

Aí está o livre-arbítrio.

No momento da concepção, os Senhores do Carma dispõem do Ego, que leva em si, latentes, qualidades e defeitos resultantes de vidas passadas.

O corpo físico é então construído com os materiais fornecidos pelos progenitores; tudo é arranjado, pelos Senhores do Carma, de maneira a afastar-se qualquer anomalia.

E o ajuste se faz de tal forma, que o indivíduo terá forças para suportar todas as adversidades que lhe possam sobrevir, por motivo do Carma.

No entanto, durante uma vida terrena, podem-se dar desajustamentos no Carma, provocados pelo próprio indivíduo, ou por outros.

Um homem que, por grande esforço de vontade, se dedica a uma vida de sacrifícios e abnegação, cria forte reserva de bom carma.

Inversamente, outro que descamba para o mal, por si ou por influência alheia, está preparando para si terrível vida futura."

(Alberto Lyra  – O ensino dos mahatmas – IBRASA, São Paulo, 1977 – p. 66/67)
www.editorateosofica.com.br/loja



sexta-feira, 27 de março de 2015

LIÇÕES QUE PODEMOS APRENDER COM OS OUTROS (PARTE FINAL)

"(...) Quando precisamos estar na companhia de pessoas com quem não reagimos de forma positiva, o que devemos fazer? Suponha que alguém está zangado ou ressentido com você. Se você é uma pessoa de autodisciplina, serenidade e discernimento, não vai acrescentar lenha ao fogo. Não vai perder seu próprio autocontrole e paz mental simplesmente porque alguém os perdeu. Recordo-me do exemplo de uma de minhas primeiras experiências aqui em Mt. Washington, sob o treinamento de meu guru, Paramahansa Yogananda.

A mobília de nossos quartos, nos primeiros dias, era pouco adequada - caixotes de laranjas para guardar nossas roupas, uma cama de madeira dura como as que ainda usamos, uma cadeira reta, não havia tapete no soalho... e era só isso. Uma mulher que morou em Mt. Washington por pouco tempo incumbiu-se de renovar a mobília dos quartos dos devotos, com exceção da minha. Isso não me perturbou, porque eu não tinha vindo em busca de coisas materiais; eu as tivera no mundo. Mas Guruji percebeu a exclusão; ele sempre percebia com rapidez qualquer injustiça. Gurudeva nunca falava maldosamente a respeito de ninguém, mas ele me disse, para minha própria compreensão: 'Ela tem ciúme de você'.

Comecei a praticar, em toda ocasião propícia, o que Paramahansaji ensinara a respeito de como nos comportar em relação às pessoas que antipatizavam conosco: 'Não importa como tratem você, continue a lhes dar amor'. Adotei a atitude de que eu não estava buscando nada de ninguém, a não ser de Deus e de meu Guru. Essa mulher, portanto, não podia me magoar. Como eu nada ambicionava dela, nenhum desejo meu podia ser contrariado por seu tratamento. Eu estava obtendo, de meu amado Deus e de meu Guru, o que buscava. Sempre que meditava, eu mantinha mentalmente essa devota no amor e na luz espiritual de Deus.

Um dia, algum tempo depois, ela estava se sentindo triste e solitária. As pessoas a quem ela dava muito valor achavam difícil conviver com ela e se afastaram. Encontramo-nos por acaso no corredor. Ela falou comigo, e eu lhe disse alguma coisa que deve ter sido confortadora. Mais tarde, pediu para me ver, e conversamos outra vez. Ela desabafou comigo. E finalmente disse: 'Quando você chegou aqui, fiquei ressentida, porque você era tão cheia de entusiasmo espiritual, e eu não tinha isso. Porém, apesar da maneira como a tratei, você me deu compreensão e verdadeira amizade.' Compreendi, então, como as pessoas mudam se você continua a ser gentil com elas. Tenho visto isso funcionar muitas vezes em minha vida."  

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 62/63)


quinta-feira, 26 de março de 2015

LIÇÕES QUE PODEMOS APRENDER COM OS OUTROS (1ª PARTE)

"A coisa espiritualmente mais útil que podemos fazer pelos outros é nós mesmos nos tornarmos verdadeiramente compreensivos, gentis e amorosos. A melhor maneira de mudar os outros é primeiro mudar a si próprio. Quando nos tornamos mais pacíficos, calmos e amorosos, não podemos deixar de influenciar, de modo similar, aqueles que estão próximos de nós.

Existem muitas maneiras de produzir uma mudança espiritual em nós mesmos. A mais importante delas é a meditação. É preciso fazer um esforço para estabelecer um relacionamento pessoal com Deus, de modo que em sua consciência o Senhor já não seja apenas um nome ou um Ser remoto, mas uma realidade tangível, amorosa. Nesse relacionamento, o devoto goza de tamanha segurança, paz, alegria e amor que reage a tudo neste estado de realização interior.

Nós reagimos aos outros, positiva ou negativamente, de acordo com suas vibrações. Não devemos, porém, ficar satisfeitos com essa reação humana; estamos na Terra para compreender que todos são almas, feitas à imagem de Deus. 

É muito fácil expressar o que existe de melhor dentro de nós quando encontramos alguém por quem nos sentimos espontaneamente atraídos. Mas também é uma grande verdade que a familiaridade gera desrespeito. Quando estamos com aqueles que amamos e que nos amam, nunca devemos tirar proveito deles. Se o amor tem de ser perfeito e duradouro, será acompanhado sempre de respeito. Sem respeito, o verdadeiro amor é gradualmente sufocado e destruído. Respeito significa lembrar-se, sempre, de que a outra pessoa é uma alma, feita à imagem do Divino. (...)"

(Sri Daya Mata - Só o Amor - Self-Realization Fellowship - p. 61/62)


quarta-feira, 25 de março de 2015

DESCUBRA A VERDADE QUE BRILHA DENTRO DE VOCÊ

"A língua não deve falar mal. Os olhos não devem contemplar o mal. Os ouvidos não devem aspirar a ouvir o mal. A presença de Deus em cada ser santifica-o. Quando você pensa mal dos outros, equivale a pensar mal de Deus. Quando, obedecendo à convenção, se dirigir aos outros como 'irmãos e irmãs' (sodara sodarimanulaara), deve cultivar (também) o sentimento de que Deus é o Pai e que vocês realmente são irmãos e irmãs, cada um em relação aos demais. Esta fraternidade é mais real e profunda que a consanguínea, pois aqui a propriedade paterna, pela qual vocês se esforçam, pode ser partilhada sem que a parte de cada um seja diminuída de qualquer maneira. Quando a plenitude (purna) é subtraída da plenitude, o saldo ainda é a plenitude. 

Uma cabaça, quando verde, afunda na água, mas, estando seca flutua. Torne-se seco, descartando apegos, desejos, ansiedades e preocupações. Só assim flutuará incólume nas águas irrequietas. Até mesmo a água, ao tornar-se, vapor, ascendo ao céu. Torne-se leve. Perca peso, e flutue, tanto que possa subir cada vez mais alto. Yoga é definido como 'suspensão das agitações da substância mental' (chithitha vrithithi nirodha). Yoga, portanto, é a supressão dos impulsos que agitam a consciência interna do homem. Tais impulsos aumentam o lastro. Livre-se dos desejos que o atraem para baixo. Conserve somente a ânsia de encontrar-se face a face com a Verdade. Essa Verdade brilha dentro de você, aguardando ser descoberta. Como a lavadeira que está morrendo de sede, embora a água do rio lhe chegue aos joelhos, o homem sofre, não obstante tenha o remédio perfeito ao alcance da mão."

(Sathya Sai Baba - Sadhana, O caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 153/154)


terça-feira, 24 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (PARTE FINAL)

"(...) Não se esqueça que a violência da poda torna a árvore mais bonita e vitalizada. Lembre-se de que a terra cujo lombo é rasgado pelas pás do arado ganha fertilidade. Assim é com o ser humano. Os desafios da desventura podem amadurecer a personalidade. As lágrimas que derramamos na dor não são de lastimar, pois enriquecem os dias de experiência. Quero que você me aponte alguém que se aperfeiçoou, se fortaleceu, floresceu em obras, fez-se herói, santo ou sábio através do prazer e na ausência da dor.

Não sou partidário de um ascetismo masoquista. Longe de mim achar que é preciso sofrer o martírio para poder ganhar o céu.

Ao contrário, acho loucura certos místicos praticarem: a autoflagelação. Afirmo o contrário. Creio que a tendência legítima e fundamental do ser humano é a busca da felicidade. Esta no entanto nem significa a ausência de adversidade e de dor, nem é sinônimo de gozo e prazer. Acho que ser feliz é pairar acima das vicissitudes. Ser feliz, eu creio, consiste em viver liberto tanto do apego ao prazer, como do medo da dor.

Para terminar transcrevo algo que publiquei:
Se eu fosse planta,
gostaria de um meio favorável
que me fizesse crescer...
Mas sou homem,
prefiro um meio adverso
que me desafie crescer.
(Mergulho na paz)"
(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 199/200)

segunda-feira, 23 de março de 2015

SE VOCÊ SOFRE, MEUS PARABÉNS (1ª PARTE)

"É raro encontrar entre as grandes figuras da arte, da ciência, da literatura, da política, da santidade aqueles que não tiveram uma longa vida de vicissitudes, necessidades e sofrimentos.

Alfred Adler, psicanalista americano, defende a tese de que o 'sentimento de ser inferior' é o que move o homem a progredir e buscar vencer. São as insuficiências, as carências desta ou daquela espécie que suscitam o esforço criador, o impulso para a superação.

Frequentemente pessoas sofredoras me pedem orientação, apoio e conforto. Escuto em silêncio, e com interesse, e quanto mais simpatia em mim vão sentindo, mais intensamente esperam palavras de piedade. Tenho escutado relatos comoventes, descrições ansiosas de transes bem dramáticos e até confissões de inusitados vícios.

Tenho recebido confidências e queixas que, de tão horríveis, parecem fantásticas. Fico perplexo diante das muitas carrancas que a dor apresenta. Quanto sofrimento neste mundo! Há dramas e tragédias, misérias e degradação em tantos que me recordo do princípio budista de que basta existir para ser presa da dor. Terminada a entrevista, sentindo-se um pouco melhor por ter aliviado a tensão, com a abertura das comportas, é natural o confidente desejar expressões piedosas de condolências ou a declaração de que 'não existe quem sofra tanto quanto você', ou palavras como 'coitadinho'. Costumo frustrar tal expectativa, dizendo com a maior sinceridade: 'Meus parabéns!'

Se não adiantasse logo as razões de meu proceder, por certo, merecia ser chamado de 'insensível' ou mesmo debochado, pois não se deve fazer troça dos dramas do próximo. Apresso-me em desmanchar a cara de perplexidade e decepção do interlocutor, completando: Se seu sofrimento e dificuldades são tão grandes, meus parabéns!, porque você conta com um dos fatores indispensáveis para progredir, você tem aquilo que pode levá-lo a superar a si mesmo, você conta com o que faz o ser humano realizar-se, tornando-se melhor, transformar-se, curar-se, vencer a distância que o separa da Perfeição. Você tem aquilo sem o qual o ser humano se deteriora na estagnação, ou mesmo regride. Você tem a arma da vitória, que é o desafio do sofrimento. Você alcançou reconhecimento de algo essencial a realizar. A dor impulsiona o engrandecimento. Suas dificuldades, imperfeições ou misérias lhe são um desafio. Você tem um desafio. Aceite-o. Enfrente-o. Aproveite-o para sua evolução. Aceita sua situação difícil não como uma desgraça e motivo para lamuriar-se; não como algo que vai destruí-lo, mas como a condição para desenvolver suas potencialidades. É no sofrimento de fogo e martelada que um pedaço de ferro bruto é transformado em um objeto de beleza ou utilidade. A falta de pernas faz nascer asas no verdadeiro homem. (...)"

(Hermógenes - Yoga para Nervosos - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2004 - p. 198/199)


domingo, 22 de março de 2015

FAÇA DA ROTINA DIÁRIA UM CAMINHO DE LIBERTAÇÃO

"O Senhor não será movido por comentário estritamente erudito. Ele só se agrada com a prática real, efetiva; com o genuíno esforço; com sincero empenho; com incessante diligência para purificar a mente. A luta deve ser alerta e ativa, até a meta ser alcançada. Alguém perguntou a Ramana Maharishi: 'Por quanto tempo devo engajar-me em dhyana (meditação)?' O Maharishi respondeu: 'Até chegar a perder toda percepção da experiência de dhyana.' Na peça Dhruva que os jovens acabam de encenar, o atorzinho que representava Dhruva, sentava, reto e tenso, dando-nos a impressão de que estava perdido em dhyana; mas tal comicidade não merece consideração. Em real meditação, logo você supera a noção 'eu estou praticando dhyana'.

De fato, cada momento na vida deve ser utilizado para dhyana. É a melhor forma de viver. Quando for varrer seu quarto, convença a si mesmo da necessidade de também varrer o coração para o purificar; ao cortar legumes, sinta que também a ambição e o desejo devem ser cotados em pedaços; ao prensar o chapati (um tipo de pão feito nas casas indianas) para o tornar maior, deseje que, igualmente, seu amor se torne maior, abrangendo círculos cada vez maiores, até atingir as regiões onde vivem estranhos e mesmo os inimigos.

Este é o meio pelo qual você poderá fazer de seu lar uma ermida, e da rotina quotidiana um caminho de libertação."

(Sathya Sai Baba - Sadhana O Caminho Interior - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 1993 - p. 106)

sábado, 21 de março de 2015

A LIÇÃO DA REENCARNAÇÃO

"Disse Paramhansa Yogananda: 'Por que uma criança nasce paralítica? Só a reencarnação pode explicar esse fato de maneira satisfatória. As pessoas olham para o bebê como se se tratasse de um 'bebê frágil, inocente', porém, em alguma vida passada, essa personalidade deve ter transgredido a lei de Deus. Essa transgressão o privou da consciência de ter pernas perfeitas. Desse modo - e devido ao fato de a mente controlar o corpo - quando essa pessoa voltou novamente para um corpo físico, ela não foi capaz de desenvolver as pernas de maneira perfeita, e nasceu deficiente física.

'Por que uma pessoa nasce com deficiência mental e outra com inteligência? Deus seria muito injusto se permitisse que essas coisas acontecessem sem uma causa. Entretanto, uma causa. Pois quem somos agora é consequência das nossas ações passadas em várias épocas.

'Somos imortais no espírito, porém, na nossa personalidade, não podemos reivindicar a consciência dessa imortalidade até que as nossas imperfeições humanas tenham desaparecido. Trabalhar com nós mesmos equivale a talhar e a polir a pedra insignificante numa estátua, até o momento em que a imagem que estava oculta se revele em toda a sua perfeição.'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda, A Essência da Autorrealização - Ed. Pensamento, São Paulo, 2012 - p. 82)
www.editorapensamento.com.br



sexta-feira, 20 de março de 2015

TODO SER HUMANO PASSA POR INVERNOS EXISTENCIAIS (PARTE FINAL)

"(...) Todos passamos por focos de tensão. As preocupações existenciais, os desafios profissionais, os compromissos sociais e os problemas nas relações interpessoais geram continuamente focos de tensão que, por sua vez, geram estresse e ansiedade. Esses focos podem exercer um controle sobre a inteligência que nos impede de ser livres, tanto na construção quanto no gerenciamento dos pensamentos. Às vezes, a atuação dos focos de tensão é tão dramática que exerce uma verdadeira ditadura sobre a inteligência.

Quem cuida apenas da estética do corpo e descuida do enriquecimento interior vive a pior solidão, a de ter abandonado a si mesmo em sua trajetória existencial. As pessoas que vivem preocupadas com cada grama de peso fazem de suas vidas uma fonte de ansiedade. Elas têm grande dificuldade de superar as contrariedades, as contradições e os focos de tensão que surgem na trajetória existencial. A ditadura dos focos de tensão torna o ser humano uma vítima de sua história, e não um agente construtor dela, um autor que reescreve seus principais capítulos. É mais fácil sermos vítimas do que autores de nossa história. (...)

Cristo via as dores da vida sob outra perspectiva. Enfrentava as contrariedades sem desespero, não tinha medo da dor nem das frustrações pelas quais passava. Muitos o decepcionavam, até os seus íntimos discípulos o frustravam, mas ele absorvia aquelas frustrações com tranquilidade. Como mestre da escola da existência, treinava continuamente seus discípulos para superarem seus focos de tensão, para enfrentarem seus medos e seus fracassos. Assim, poderiam reescrever suas histórias e corrigir suas rotas com maturidade.

Certo dia, Jesus teve um diálogo curto e cheio de significado com seus discípulos. Disse: 'No mundo passais por várias aflições, mas tende bom ânimo, pois eu venci o mundo.' Ele reconheceu que a vida humana é sinuosa e possui turbulências inevitáveis, encorajou seus íntimos a não se intimidarem diante das aflições da existência, mas se equiparem com ânimo e determinação para superá-las. Disse que tinha vencido o mundo, superado as intempéries da vida, o que indica que ele não vivia sua vida de qualquer maneira, mas com consciência, com metas bem estabelecidas, como se fosse um atleta."

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 105/106)

quinta-feira, 19 de março de 2015

TODO SER HUMANO PASSA POR INVERNOS EXISTENCIAIS (1ª PARTE)

"Toda e qualquer pessoa passa por turbulências em sua vida. As dores geradas por problemas externos ou por fatores internos são os fenômenos mais democráticos da existência. Um rei pode não ter problemas financeiros, mas pode ter problemas internos. A princesa Diana era elegante e humanística e não atravessava problemas financeiros, mas, pelo que consta, possuía dores emocionais intensas, sofria crises depressivas. Talvez sofresse mais do que muitos miseráveis da África ou do Nordeste brasileiro. 

As pessoas que passam por dores existenciais e as superam com dignidade ficam mais bonitas e interessantes interiormente. Quem passou pelo caos da depressão, da síndrome do pânico ou de outras doenças psíquicas e o superou se torna mais rico, belo e sábio. A sabedoria torna as pessoas mais atraentes, ainda que o tempo sulque a pele e imprima as marcas da velhice.

Uma pessoa que tem medo do medo, medo da sua depressão, das suas misérias psíquicas e sociais, tem menos equipamento intelectual para superá-las. O medo alimenta a dor. Aprender a enfrentar o medo, a atuar com segurança nos sofrimentos e a reciclar as causas que patrocinam os conflitos humanos conduz uma pessoa a reescrever sua história. 

Todos nós gostamos de viver as primaveras da vida, viver uma vida com prazer, com sentido, sem tédio, sem turbulências, em que os sonhos se tornem realidade e o sucesso bata à nossa porta. Entretanto, não há um ser humano que não atravesse invernos existenciais. Algumas perdas e frustrações que vivemos são imprevisíveis e inevitáveis. Quem consegue evitar todas as dores da existência? Quem nunca teve momentos de fragilidade e chorou lágrimas úmidas ou secas? Quem consegue evitar todos os erros e fracassos? O ser humano, por mais prevenido que seja, não pode controlar todas as variáveis da vida e evitar determinadas angústias. (...)"

(Augusto Cury - O Mestre dos Mestres - Ed. Sextante, Rio de Janeiro, 2006 - p. 104/105)


quarta-feira, 18 de março de 2015

ENCONTRE A ALEGRIA DA REALIZAÇÃO NO AMOR DIVINO

"A lealdade e o amor entre marido e mulher gradualmente libertam a mente das limitações do plano sexual, elevando-a ao plano do amor divino. Quando o amor divino é maior do que o sexo, este amor supremo sublima o apetite sexual, transformando-o num belíssimo relacionamento humano. A gratificação sexual por si só não satisfaz o coração; sem amor verdadeiro, o coração continua vazio. Mas se homem e mulher sinceramente compartilham, no estado conjugal, o amor que têm na alma, encontrarão uma venturosa plenitude.

Também é possível encontrar essa realização no perfeito amor de Deus, e até em maior grau. Jesus não se casou. Muitos dos grandes santos não se casaram, porque encontraram a bem-aventurança mais elevada na comunhão com Deus. Segue o caminho da sabedoria quem percebe que a felicidade é o objetivo mais alto e busca a felicidade em Deus. 

Os seres humanos são a causa de milhares de males neste mundo, no entanto, não gosto de me referir ao homem como mau; é melhor dizer que comete erros. São os sentidos que nos desviam para os maus hábitos. Não seja escravizado por seus sentidos. De que adianta abusar deles até perder a saúde e a paz? Para ajudar a evitar isso, a religião ensina os eternos princípios de autocontrole e moderação, com os quais se pode dominar os instintos sensoriais. Veja o sentido do paladar, por exemplo. Por que não ceder à gula? Porque comer demais prejudica a saúde. Algumas pessoas comem sempre que veem comida por perto; mas todos os tipos de doença são ocasionados por hábitos alimentares errados e por excesso de comida."

(Paramahansa Yogananda - O Romance com Deus - Self-Realization Fellowship - p. 78/79)


terça-feira, 17 de março de 2015

A MENSAGEM DE JESUS SOBRE OS ENSINAMENTOS ESPIRITUAIS

"Não deis aos cães o que é santo, nem atireis aos porcos as vossas pérolas, para que não as pisem com os seus pés e, voltando-se contra vós, vos despedacem. 

Neste ponto, Jesus diz aos apóstolos como eles devem ensinar a verdade de Deus. Adverte-os a terem discernimento, a pregarem apenas aos que estiverem preparados para receber e cumprir o ensinamento. Encontramos passagens paralelas nos textos do Vedanta. No Mundaka Upanishad lê-se: 'Que a verdade de Brahma seja ensinada apenas aos que obedecem à sua lei, que lhe são devotados e que têm a pureza de coração.' Igualmente, após transmitir a mensagem do Gita a Arjuna, Sri Krishna diz: 'É preciso que jamais digas esta santa verdade a ninguém que não tenha autocontrole e devoção, ou que despreze seu mestre e caçoe de mim.'

O verdadeiro guru não confia um preceito elevado a um homem sem espiritualidade, que possa interpretá-lo mal, empregá-lo de forma errada para justificar seus desejos mundanos ou ridicularizá-lo. Há certas condições que precisam ser cumpridas antes que alguém possa assimilar a verdade religiosa. É preciso que possua pureza, sede do conhecimento divino e perseverança. Quando aspirante e mestre estão devidamente qualificados, a vida espiritual torna-se frutuosa. Os Upanishads nos dizem que muitas pessoas, embora ouçam falar do Eu, não o compreendem.

'Maravilhoso é aquele que fala dele. Inteligente é aquele que aprende sobre ele. Abençoado é aquele que, ensinado por um bom mestre, consegue compreendê-lo.'"

(Swami Prabhavananda - O Sermão da Montanha Segundo o Vedanta - Ed. Pensamento, São Paulo - p. 122)www.pensamento-cultrix.com.br


segunda-feira, 16 de março de 2015

SENSUALIDADE E DESEJO MATERIAL

"Em nome e a pretexto de atender às próprias necessidades, o ego seduz o homem a buscar continuamente a autossatisfação, o que resulta em sofrimento e aflição. Esquece-se daquilo que contenta a alma, e o ego continua na tentativa sem fim de satisfazer seus desejos insaciáveis. Kama (sensualidade) é, portanto, o desejo compulsivo de ser abusivamente indulgente com as tentações sensoriais.

O desejo materialístico coercetivo é o instigador dos pensamentos e ações erradas do homem. Interagindo com as outras forças que obstruem a natureza divina do homem - influenciando-as e sendo por elas influenciado - o desejo sensual é o inimigo consumado. O exemplo perfeito disso é Duryodhana, cuja má-vontade em separar-se de um centímetro que fosse do território ou prazer sensorial foi a causa da guerra de Kurukshetra. Somente pouco a pouco, com uma determinação encarniçada na batalha, os Pandavas puderam reconquistar seu reino.

Kama, ou desejo sensual, apoiado pelas outras forças Kaurava, pode corromper os instrumentos sensoriais do homem, fazendo-o exprimir seus instintos mais abjetos. As escrituras hindus ensinam que, sob a forte influência de kama, homens cultos e de mente sadia agem como asnos, macacos, bodes e porcos. 

A sensualidade está presente no abuso de qualquer ou de todos os sentidos na busca do prazer ou da gratificação. Pelo sentido da visão, o homem pode ser sensual em relação a objetos materiais; pelo sentido da audição, ele anseia pelo doce e lento veneno da adulação e pelo som das vibrações de vozes e de músicas que despertam sua natureza material; pelo prazer sensual do olfato, ele é seduzido por ambientes e ações erradas; a sensualidade no comer e no beber faz com que ele agrade ao paladar a expensas da saúde; pelo sentido do tato, a sensualidade o leva a buscar o conforto físico exagerado e os abusos do impulso sexual criador.

A sensualidade também procura a gratificação na riqueza, no status, no poder, no domínio - tudo o que satisfaz o 'eu, mim, meu' do homem egotista. O desejo sensual é egotismo, o degrau mais baixo da escada da evolução do caráter humano. Pela força de sua paixão insaciável, kama adora destruir a felicidade, a saúde, a capacidade cerebral, a clareza de pensamento, a memória e o poder discernidor da pessoa."

(Paramahansa Yogananda - A Yoga do Bhagavad Gita - Self-Realization Fellowship - p. 47/48)


domingo, 15 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (PARTE FINAL)

"(...) Uma vez, um jovem se aproximou de mim e disse: 'Não consigo falar com meus pais. No momento que procuro discutir meus problemas – que para mim são profundos -, parece que não querem escutar; ou me repreendem, ou me dão ultimatos. Eles nunca me dão uma chance de me expressar; assim, em consequência, aprendi a ficar calado. Não falo com eles. Eles não conhecem os pensamentos e as dificuldades que estou tendo. Ou estão muito ocupados, ou não querem ouvir, ou são muito impacientes comigo.' 

Esse é um dos grandes erros que os pais cometem; não têm tempo para se identificar com os problemas e interesses dos filhos. Em vez disso, argumentam: 'Não é suficiente que eu lhe dê uma casa e tome providências para que tenha boas roupas, que lhe ofereça carro aos sábados, consentindo que saia com essa ou aquela pessoa, e lhe dê tantas coisas que você quer, inclusive viagem de férias todos os anos?' Não, isso não é suficiente. Essas coisas nunca tomarão o lugar de compreensão e do companheirismo.

Todo pai ou mãe deseja que os filhos algum dia digam: 'Sou grato a meus pais; eles foram firmes comigo, mas eu sempre soube que me amavam e que podia recorrer a eles por qualquer coisa, sabendo que receberia compreensão, orientação e paciência.' No entanto, para ser esse tipo de pai ou mãe, é preciso haver também disposição para disciplinar-se. Eles têm que dar bom exemplo, física, moral, intelectual e espiritualmente. Têm que cultivar sabedoria, paciência e compreensão, e têm que exercer perfeito autocontrole todas as vezes que lidarem com o filho. Desse modo, estarão aptos a cumprir a responsabilidade divina que assumiram ao dar à luz uma criança neste mundo."

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 56/57)

sábado, 14 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (4ª PARTE)

"(...) Nunca se deve passar às crianças a impressão de que, se cometerem um erro, Deus irá castigá-las. Elas precisam aprender a amar a Deus, não a temê-Lo; a agir certo porque O amam. Devem aprender um pouco sobre a lei do karma: 'O que plantarem neste mundo, meus queridos, vocês também colherão. Se mentirem, os outros serão falsos e não confiarão em vocês. Se roubarem ou tomarem dos outros à força, os outros também tirarão de vocês. Contudo, se forem altruístas, os outros serão generosos com vocês. Se forem amorosos, os outros gostarão de vocês.' 

 É dever dos pais abrir bem a mente e o coração dos filhos e orientá-los a cultivar a atitude correta em relação à vida, em relação aos problemas emocionais e em relação ao sexo, quando tiverem idade suficiente. Enquanto estiverem aprendendo, devem sempre sentir que, independentemente do que façam, seus pais sempre terão um coração aberto e uma mente compreensiva. A criança não deve sentir que precisa procurar alguma outra pessoa para conseguir a compreensão que não teve dos pais.

Pais sensatos nunca agirão embaraçados, dominados, desanimados ou chocados com qualquer coisa que o filho lhes diga. Sempre se deve fazer que o filho sinta: 'Posso recorrer a minha mãe e a meu pai com qualquer coisa que esteja me perturbando, porque sei que deles sempre receberei compreensão.' (...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 56)

sexta-feira, 13 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (3ª PARTE)

"(...) Existe hoje demasiada rebeldia nas crianças. É porque elas nunca souberam que uma parte da vida se destina a aprender a respeitar a autoridade e os direitos dos outro. Quantos pais, alguns anos atrás, acreditavam na idéia de que um filho é um jovem adulto que deve ter completa liberdade para se expressar. Santo Deus! Por que você acha que Deus pôs pais aqui na Terra? Se ele não pretendesse que os filhos tivessem a orientação de pai e mãe, teria feito com que os pais botassem ovos, para que, uma vez que os filhos tivessem saído da casca, os pais pudessem afastar-se, deixando-os à sua própria sorte, como fazem as tartarugas. Deus espera que os pais assumam a responsabilidade de formar sua prole. Casais que geram filho neste mundo não têm o direito de falhar com ele.
   
Acredito que uma criança deve ser estimulada a ir à escola dominical, mas nunca ser obrigada a fazer isso. É um erro procurar forçar uma criança a seguir qualquer forma particular de religião. Primeiro, ela precisa ter desejo e interesse por coisas espirituais. Essa inclinação estará ali se desde a mais tenra idade ela for encorajada a cultivar atitudes espirituais; o amor por Deus, fé em Deus, o sentimento de companheirismo com Ele. Paramahansaji ensinava que devia haver períodos regulares em que pais e filhos se reunissem para orar e meditar. Dessa maneira, a criança começa a relacionar-se com Deus, seguindo o exemplo dos pais. Entretanto, o culto em família não deve ser muito longo, porque as crianças são inquietas e sua mente não está controlada. É difícil para elas se sentarem muito tempo de cada vez. Uma prática excelente é ler ou contar às crianças histórias que desenvolvam nelas o senso de moralidade, fé, conduta correta e amor a Deus. (...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 55/56)

quinta-feira, 12 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (2ª PARTE)

"(...) É muito importante que os pais compreendam o ponto de vista da criança, que sempre procurem ver as coisas com os olhos dos filhos. Nesse caso, os pais podem ajudar melhor a criança a enxergar o assunto corretamente e numa perspectiva acertada. E o pai nunca, nunca deve repreender a criança ou dar palmadas quando ele próprio está zangado ou emotivo. O filho não respeitará nem aceitará esse tipo de disciplina. Ele respeitará o pai que se conduz em relação a ele com sabedoria, amor e compreensão.

Os pais devem pensar com clareza e atenção antes de formular uma lei para os filhos, e depois, se disserem"não", não devem ceder. Não se deve permitir que a criança sinta que, mais cedo ou mais tarde, seus pais vão esquecer o que disseram, e então ela poderá fazer o que quiser. Crianças são mais espertas do que você possa imaginar. Não se lhes deve dar ensejo para pensar que, se aguardarem por uma boa oportunidade, o tempo necessário, um dos pais certamente irá relaxar sua insistência acerca da obediência. A criança é bastante esperta para saber do que pode sair impune; é a natureza humana. 

Pais bem sucedidos sempre pensarão primeiro: 'O que vou dizer a meu filho é uma mera afirmação da minha própria opinião e autoridade; ou está correto porque é razoável e justo?' Então, tendo uma vez dito isso, devem fazer que o filho lhe obedeça. A criança vai respeitar esse tipo de disciplina se, ao mesmo tempo, vê que eles estão dotados de justiça e compreensão. O amor e o respeito paternos farão que o filho deseje tentar agradar a seu digno pai ou mãe. (...)" 

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 54/55)

quarta-feira, 11 de março de 2015

QUEM É RESPONSÁVEL PELA CONDUTA DOS ADOLESCENTES? (1ª PARTE)

"Não devemos culpar totalmente os adolescentes por se meterem nas dificuldades em que hoje tantos deles se encontram. Devemos olhar os pais deles, e os pais dos pais. Em primeiro lugar e acima de tudo, os próprios pais são muitas vezes indisciplinados, e portanto fracassam em dar o bom exemplo. Não me refiro ao exemplo do tipo 'sou melhor do que você', mas o tipo correto de exemplo: de compreensão, de firmeza quando esta é necessária; nunca, porém, disciplinar quando suas próprias emoções estão fora de controle. Se um pai procura compreender os filhos, ele não se esconderá atrás da atitude 'porque sou seu pai (ou mãe), você tem que me obedecer'. Isso não funcionará com os filhos.

Além de dar-lhes amor, os pais devem aprender a ser companheiros dos filhos, e esse relacionamento deve começar logo cedo. Se os pais não cultivarem uma relação com os filhos quando estes são ainda muitos novos, não haverá a comunicação entre pai e filho quando os jovens crescerem. 

Os filhos não devem ser tratados com excessiva complacência, com presentes, na tentativa de satisfazer todos os seus desejos. Eles deveriam esforçar-se para obter algumas das coisas que desejam, a fim de conhecerem e apreciarem o valor delas. Se não aprenderem isso em casa, a vida lhes ensinará isso mais cedo ou mais tarde, talvez sob circunstâncias lamentáveis. Deve-se ensinar os filhos a terem responsabilidade em ganhar e merecer o que recebem.

Em alguns lares, a mãe prepara toda a comida, lava todos os pratos, faz todo o serviço de casa, e as crianças não recebem nenhuma tarefa ou responsabilidade. Isso não está certo. Espera-se que as crianças executem pequenos afazeres domésticos, dentro de sua capacidade e limitações da idade. Deve-se ensinar a cada uma o senso de responsabilidade e autorrespeito, como um membro da família justo e colaborador.(...)"

(Sri Daya Mata – Só o Amor – Self-Realization Fellowship -  p. 53/54)


terça-feira, 10 de março de 2015

LISONJA VERSUS VERDADE

"É sempre bom falar a verdade; mas melhor ainda é dizer verdades agradáveis, evitando-se as desagradáveis. Dirigir-se assim a um manco: 'Olá, senhor Manco' pode ser verdadeiro, mas trata-se de uma verdade grosseira e prejudicial, que devemos evitar a todo custo. É ruim criticar quando a crítica não foi solicitada, mas é benéfico ouvir uma crítica gentil e é admirável aceitar uma censura firme, mas veraz, com sorrisos e mostras de gratidão. 

A lisonja pode ser boa quando estimula a pessoa a agir corretamente. No entanto, é perniciosa quando procura esconder uma ferida espiritual, permitindo que ela se inflame e envenene a alma com a ignorância. Todos gostamos de lisonjas, tal como muitas pessoas saboreiam sem saber mel envenenado. Também gostamos, no íntimo, de desculpar nossas falhas prejudiciais e esconder grandes furúnculos psicológicos que possam abalar e infectar nossa vida espiritual.

A lisonja alheia e os sussurros reconfortantes de nossos próprios pensamentos afagam docemente nossos ouvidos. A sabedoria humana é muitas vezes contaminada pela peçonha das palavras aduladoras. Muita gente perde com gosto dinheiro, tempo, saúde e mesmo caráter em troca das insinuações maldosas e enganadoras de parasitas que se dizem amigos.

Um santo tinha um amigo que sempre o criticava, para grande desgosto de seus discípulos. Certo dia, um desses procurou-o, exultante: 'Mestre, teu inimigo, o esmiuçador de defeitos, morreu!' O mestre prorrompeu em lágrimas e lamentou: 'Meu melhor crítico espiritual se foi! Estou de coração partido'.

Muitas pessoas preferem a bajulação à crítica inteligente e naufragam por não dar ouvidos às honestas advertências de mestres espirituais bem-intencionados. Assim, toda vez que alguém o criticar com brandura ou aspereza, pergunte-se: 'Terei sido ludibriado por palavras doces, permitindo que minha sabedoria caísse prisioneira da lisonja?'"

(Paramhansa Yogananda - A Sabedoria de Yogananda,  A Espiritualidade nos Relacionamentos - Ed. Pensamento, São Paulo, 2011 - p. 30/31)
www.editorapensamento.com.br


segunda-feira, 9 de março de 2015

A HARMONIA DA FRATERNIDADE

"1. Imaginemos um campo deserto, mergulhado na escuridão, com muitos seres vivos aí se atropelando cegamente.

Estarão, naturalmente, aterrorizados e enquanto andarem para lá e para cá, sem se reconhecerem uns aos outros, durante a noite, haverá frequentes aborrecimentos e solidão. É, deveras, um lamentável espetáculo.  

Imaginemos, então, que, de repente, um homem superior apareça com uma tocha na mão, e que tudo nesse campo se torne claro e brilhante.

Os seres vivos que se encontram na obscura solidão, sentem, de repente, um grande alívio, quando olham ao seu redor e podem reconhecer uns aos outros, e retornam alegremente a desfrutar de sua camaradagem. 

Pelo campo deserto deve-se entender o mundo da vida humana, quando está mergulhado nas trevas da ignorância. Aqueles que não têm a luz da sabedoria em suas mentes perambulam na solidão e no temor. Nasceram sozinhos e sozinhos morrerão; eles não sabem como se associar aos seus semelhantes em tranquila harmonia, e são naturalmente desesperados e temerosos.

Um homem superior com a tocha é o Buda, assumindo a forma humana, e que com Sua Sabedoria e compaixão ilumina todo o mundo.

Com esta luz os homens se encontram uns aos outros e se sentem felizes em estabelecer o companheirismo e harmoniosas relações.

A verdadeira comunidade tem fé e sabedoria que a iluminam. É o lugar onde as pessoas se conhecem e se dependem umas das outras, e onde há harmonia social. A harmonia é, de fato, a vida e o real sentido de uma verdadeira comunidade ou organização."

(A Doutrina de Buda - Bukkyo Dendo Kyokai (Fundação para propagação do Budismo), 3ª edição revista, 1982 - p. 477/479)

domingo, 8 de março de 2015

CONTROLE AS SUAS EMOÇÕES

"Se seu marido ou esposa deixa-se tomar pela ira e desperta a sua raiva, dê um pequeno passeio e refresque a cabeça antes de responder-lhe. Se ele ou ela fala de maneira grosseira, não responda do mesmo modo. É melhor ficar calado até que a exasperação passe. (...) Jamais deixe que qualquer pessoa roube sua paz; e não roube a paz dos outros por meio do seu destempero verbal. (...)

Se sua mulher grita com você e você grita com ela, vocês sofrerão o dobro – primeiro pelas palavras ásperas dela e, depois, pelas suas. Antes de mais nada, você estará ferindo a si mesmo. Quando acabar essa troca de ultrajes, sentirá que você também se acabou. É por isso que há tantos divórcios.

Falando francamente, as pessoas não deveriam se casar até que aprendessem a ter algum controle de suas emoções. As escolas deveriam educar os jovens nessa arte e no modo de desenvolver a calma e a concentração. (...) Como podem viver juntas duas pessoas habituadas à atividade nervosa, sem quase destruírem uma à outra com seu nervosismo? No começo de um casamento, a noiva e o noivo se deixam levar pelas emoções da excitação e da paixão. Mas depois de algum tempo, quando essas emoções começam inevitavelmente a desaparecer, a verdadeira natureza do casal começa a surgir, e as brigas e os desapontamentos aparecem.

O coração exige o verdadeiro amor, a amizade e, acima de tudo, a paz. Quando a paz é destruída pela emoção, dá-se a profanação do templo corporal. Um sistema nervoso saudável é o que manterá em ordem todos os órgãos e sentimentos corporais. Para manter o sistema nervoso saudável, é importante permanecer livre de emoções arrasadoras como o temor, a ira, a cobiça e a inveja.

Esses cáusticos parasitas mentais devoram todas as fibras de nosso ser; eles consomem e destroem a paz interior – a maior riqueza da pessoa." 

(Paramahansa Yogananda – Paz Interior – Self-Realization Fellowship - p. 99/100)


sábado, 7 de março de 2015

CANÇÃO UNIVERSAL

"Cantar a Canção Universal exige muito, o que o ser vulgar não decide nem tem tido força para fazer.

Palavras como equanimidade soam bem, mas nada ou pouco significam para o homem incapaz de reduzir o ritmo com que procura adquirir as coisas do mundo.

Ecumenismo é também muito sonoro. Mas, quais os que realmente transcendem os fossos a separar credos, doutrinas, partidos, times, pigmentação, ideologias, paróquias, cercas, muros...?

Desapego, para você e para mim, para a imensa maioria é árduo, parecendo mesmo impraticável.

Renúncia, quem a ela está disposto?

Devoção a Deus, no serviço a nosso irmão, é outra coisa praticamente estranha, inexistente.

Como estamos desafinados para a Canção Universal."

(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 24/25)


sexta-feira, 6 de março de 2015

QUANDO ESTIVER ORANDO, NÃO PENSE EM QUALQUER COISA QUE NÃO O ESPÍRITO

"Quando orarmos, devemos tentar ao máximo concentrar toda nossa atenção em Deus, em vez de dizer “Deus, Deus, Deus” e deixar que a mente se demore em outra coisa. Tive uma tia que costumava dizer suas orações com o auxílio de um rosário. Quase sempre se podia vê-la com os dedos ocupados no rosário. Um dia, porém ela chegou-se a mim e confessou que embora tivesse feito isso por quarenta anos Deus jamais respondera às orações dela. Não admira! As 'orações' dela mal ultrapassavam um hábito físico nervoso. Quando estiver orando, não pense em qualquer coisa que não o Espírito.

A repetição cega de demandas ou afirmações sem, ao mesmo tempo, devoção ou amor espontâneo torna a pessoa uma simples 'vitrola de rezar' que não sabe o que significam suas orações. Resmungar orações de modo mecânico enquanto pensa interiormente em outra coisa não produz a resposta de Deus. Uma repetição cega, tomando o nome de Deus em vão, é estéril! Repetir uma demanda ou prece de maneira reiterada, em voz alta ou mentalmente com atenção e devoção que se aprofundam cada vez mais, espiritualiza a oração e transforma a repetição consciente e cheia de fé em uma experiência superconsciente."

(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma – Self-Realization Fellowship - p. 45/46)


quinta-feira, 5 de março de 2015

A LEI DA CAUSA E EFEITO

"Por que é que muitos dos nossos desejos não são atendidos e que numerosos filhos de Deus sofrem intensamente? Deus, com sua divina imparcialidade, não poderia fazer alguns de Seus filhos melhores que os outros. Ele fez, originalmente, todas as almas iguais, e à Sua imagem. Elas receberam, também, os maiores dons de Deus: livre-arbítrio e o poder de raciocinar e agir segundo a razão.

Em algum ponto, em algum momento no passado, [elas] violaram as diversas leis de Deus e produziram, consequentemente, resultados consoante as leis. (...)

O homem usou mal essa independência que Deus lhe deu e, desse modo, trouxe a si próprio a ignorância, o sofrimento físico, a morte prematura e outros males. Ele colheu o que semeia. A lei de causa e efeito [carma] aplica-se a todas as vidas."


(Paramahansa Yogananda – No Santuário da Alma - Self-Realization Fellowship - p. 12)


quarta-feira, 4 de março de 2015

A ALMA DO ASCETA

"Somente na alma do asceta reina a Paz. Ele não quer mais do que tem. Não anseia tornar-se o que ainda não é. Não se angustia nem mesmo com a estupidez dos homens. Não se filia a doutrinas que deve defender ou impor. Não persegue ilusões. Não teme a morte. Nunca se sente pobre. Não deseja poderes, honras, lugares, haveres... Não reprime. Não se reprime. Não se engana. Não engana. Não explora. Mas também nada tem e, se nada tem, não anseia aumentar ou guardar. Não se perturba, pois nada o ameaça. Não se ira, pois ninguém o pode ferir.

Ele só tem uma estrela a supri-lo com Infinito, Beleza, Justiça, Amor, Verdade, Beatitude...

Sua estrela é ele mesmo."

(Hermógenes – Mergulho na paz - Ed. Nova Era, Rio de Janeiro, 2005 - p. 44/45)


terça-feira, 3 de março de 2015

DISCERNIMENTO¹

"Entre o certo e o errado, o Ocultismo não admite acordo. A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo, e não fazer o que é errado, sem dar importância ao que o ignorante possa pensar ou dizer. Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza, e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom senso."

Para que possamos escolher entre o certo e o errado é necessário primeiramente discernir o certo do errado, isto é, se não conseguirmos visualizar de que aquele caminho não é o correto, por mais que outras pessoas tentem nos alertar, não conseguirão nos demover de tais ideias. Poderemos até saber que tal atitude não é a correta, mas encontraremos muitas desculpas para ela. Somente quando nos dispusermos a trilhar pelo caminho certo, com ajuda de cursos, leituras, palestras, religiosidade, etc., poderemos começar a desenvolver discernimento.

E como discernimento gera discernimento, podemos começar a refletir sobre nossos valores, a perceber a realidade que nos cerca e nos conscientizarmos do trabalho que deve ser feito. Existem passos para que possamos chegar num ponto de optarmos pelo correto, sem dúvidas. O primeiro passo é o saber. Podemos saber que algo não é correto, mas continuamos fazendo. O segundo passo é a conscientização. Alcançamos a conscientização quando entendemos o porquê algo é errado. É nesse ponto que através de leituras, cursos, reuniões, etc., nos permitimos refletir e ter compreensão dos fatos. E o terceiro passo é colocar em ação. Colocar em ação é fazer uma opção e como diz o 10º parágrafo: "A qualquer custo aparente, tens de fazer o que é certo". Somente vamos conseguir escolher o certo, firmemente, sem dúvidas, mesmo a despeito de insinuações de terceiros quando fizermos os três passos acima. E o segundo passo, a conscientização vem do conhecimento.

E no final do 10º parágrafo, nos é dado onde obter esse conhecimento. "Tu deves estudar profundamente as leis ocultas da Natureza". Somente através dessas leis que são eternas e imutáveis é que poderemos obter o conhecimento do certo e do errado entendendo quem somos em relação à nossa jornada, assim como os propósitos de estarmos encarnados. Mas depois ainda temos o terceiro passo, que é colocar esse conhecimento em prática. Para isso, o Mestre nos diz: "e quando as conheceres organiza a tua vida de acordo com elas, utilizando sempre a razão e o bom-senso."

Esse é o trabalho de lapidação do nosso caráter, que deverá ser feito dia após dia, com determinação e constância, sabendo que se hoje temos um nível de consciência, não deveremos esmorecer, pois a cada dia que passa podemos ampliar mais e mais a nossa percepção entre o certo e o errado.

¹ Comentários sobre o parágrafo 10º de Aos Pés do Mestre, de J. Krishnamurti, Ed. Teosófica, p.26/27

Tirza Fanini